DESDOBRAMENTOS DOS ATOS TERRORISTAS EM BRASÍLIA, IBANEIS É AFASTADO DO GOVERNO DO DF
Por THEODIANO
BASTOS
“Há culpados e omissos no maior ataque
terrorista do País. O fracasso bolsonarista
na tomada dos palácios em Brasília beneficia Lula e Moraes”
O recado de Moraes aos políticos que apoiaram o golpe: a conta
chegará Ministro cita Hitler e invoca ensinamentos de Churchill em
decisão no STF Abastecimento: o possível próximo alvo dos bolsonaristas
radicais AGU pede prisão do ex-secretário Anderson Torres e de
radicais bolsonaristas. Apesar de não ter havido
mortes, o que aconteceu em Brasília foi muito mais grave que a invasão do Capitólio
Muito estranho, Ministro
da Defesa e militares ficam em silêncio diante de ataques
O ministro da Defesa, José Múcio
Monteiros, e os comandantes das três Forças Armadas ficaram em silêncio diante
dos ataques de ontem às sedes dos Três Poderes da República.
O ministro da
Defesa, José Múcio Monteiros, e os comandantes das três Forças Armadas ficaram
em silêncio diante dos ataques de ontem às sedes dos Três Poderes da República.
O Correio apurou que os comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen;
do Exército, general Júlio Cesar de Arruda; e da Aeronáutica, brigadeiro
Marcelo Kanitz Damasceno mantiveram contato com o ministro ao longo da tarde,
enquanto os atos terroristas na Praça dos Três Poderes ainda não tinham sido
contidos. Os militares decidiram não fazer comentários públicos por entenderem
que a situação era de responsabilidade das forças de segurança do Distrito
Federal e não envolviam as Forças Armadas.
Alexandre de
Moraes determina afastamento de Ibaneis do governo do DF
De acordo com a decisão, o chefe do executivo local e o secretário de
segurança exonerado Anderson Torres também serão incluídos no inquérito que
investiga atos antidemocráticos
O ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do governador do
Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo por 90 dias. De acordo com a
decisão, publicada na madrugada desta segunda-feira (9/1), o chefe do executivo
local e o secretário de segurança exonerado Anderson Torres também serão
incluídos no inquérito que investiga atos antidemocráticos.
Moraes citou descaso e omissão por
parte de Ibaneis Rocha e de Anderson Torres. “O descaso e conivência do
ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública e, até então, Secretário de
Segurança Pública do Distrito Federal, ANDERSON TORRES – cuja responsabilidade
está sendo apurada em petição em separado – com qualquer planejamento que
garantisse a segurança e a ordem no Distrito Federal, tanto do patrimônio
público – CONGRESSO NACIONAL, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA e SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL – só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva do
Governador do DF, IBANEIS ROCHA, que não só deu declarações públicas defendendo
uma falsa “livre manifestação política em Brasília” – mesmo sabedor por todas
as redes que ataques às Instituições e seus membros seriam realizados – como
também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de
segurança semelhante aos realizados nos últimos dois anos em 7 de setembro, em
especial, com a proibição de ingresso na esplanada dos Ministérios pelos
criminosos terroristas; tendo liberado o amplo acesso”, disse o magistrado.
O ministro ainda determinou a
desocupação total do acampamento dos bolsonaristas em frente ao Quartel do
Exército, na área central de Brasília, em até 24 horas. Os que insistirem
poderão ser presos em flagrante e enquadrados em pelo menos sete crimes
diferentes.
“Determino a desocupação e dissolução total, em 24 (vinte e quatro) horas, dos
acampamentos realizados nas imediações dos Quartéis Generais e outras unidades
militares para a prática de atos antidemocráticos e prisão em flagrante de seus
participantes pela prática dos crimes previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º
(atos terroristas, inclusive preparatórios) da Lei nº 13.260, de 16 de março de
2016 e nos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do
Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A,
§ 1º, III (perseguição), 286 (incitação ao crime)”.
A operação deverá ser realizada pelas
Polícias Militares dos Estados e Distrito Federal, com apoio da Força Nacional
e Polícia Federal se necessário, devendo o governador do estado e DF ser
intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.
Dino diz que
já identificou financiadores dos atos terroristas no DF
Ministro da Justiça disse que "criminoso será
tratado como criminoso" e que o governador do Distrito Federal, Ibaneis
Rocha, assumiu sua culpa diante do
O ministro da Justiça, Flávio Dino
(PSB), disse, na noite deste domingo (8/1), que já identificou os responsáveis
por financiarem os atos terroristas em Brasília.
Segundo o chefe da pasta, além das prisões em flagrante realizadas, foram
detectados quantos ônibus chegaram à capital, quem está bancando as ações
antidemocráticas e mais detenções serão realizadas nas próximas horas.
"Não conseguirão destruir a democracia brasileira", enfatizou.
"Quase 200 pessoas foram presas e
mais prisões em flagrante acontecerão. Nós não temos o balanço final sobre
prisões em flagrante porque continuaram a ser feitas. 40 ônibus foram
apreendidos; identificamos os financiadores de tais ônibus. Temos alguns atos
com novos pedidos de prisão em face da gravidade", afirmou.
Os manifestantes saíram do acampamento
em frente ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Sul, por volta de
13h30, em direção à Esplanada, com cartazes de: “Forças Armadas, cumpra seu
julgamento” e “Para libertar o Brasil do comunismo”. Apesar de não terem
sido cadastrados junto à Secretaria de Segurança Pública, a pasta garantiu que
os atos públicos seriam monitorados de maneira integrada entre as forças de
segurança e outros 29 órgãos.
Dino também apontou a responsabilidade
do governador do Distrito
Federal, Ibaneis Rocha (MDB), diante do caso. Ele relatou que
questionou o chefe do Executivo local antes dos atos violentos e que teria sido
informado de que a situação estaria "sob controle".
Na tarde deste domingo, os
bolsonaristas, inconformados com a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas,
voltaram a aterrorizar Brasília. Em uma sequência de atos violentos, os golpistas invadiram e depredaram
os prédios dos três poderes em Brasília: Palácio do Planalto,
Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF). Acampados na capital desde o resultado
das eleições, o movimento aumentou hoje com a chegada de dezenas de ônibus
oriundos de outros estados.
Diante do caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
decretou intervenção federal na segurança pública até 31 de
janeiro para recuperar a estabilidade da cidade. Dino destacou o cargo de
interventor Ricardo Garcia Cappelli, secretário-executivo do órgão. "Não
conseguirão destruir a democracia brasileira. É preciso dizer isso cabalmente
com toda firmeza e convicção", enfatizou. "Não vamos aceitar o
caminho do criminoso. Criminoso é tratado como criminoso", disse.
SAIBA MAIS EM: https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2023/01/5064759-ministro-da-defesa-e-militares-ficam-em-silencio-diante-de-ataques.html
- https://www.estadao.com.br/politica/marcelo-godoy/fracasso-bolsonarista-na-tomada-dos-palacios-em-brasilia-beneficia-lula-e-alexandre-moraes/
- https://veja.abril.com.br/coluna/radar/lula-tera-dia-de-reunioes-para-comandar-reacao-a-terroristas-em-brasilia/