Por THEODIANO BASTOS
Demonstrando que está em plena forma, Lula, com sua
conhecida desenvoltura, fez um bom pronunciamento na abertura da primeira
reunião com seus 37 ministros.
Depois de algumas declarações contraditórias de ministros
e em meio às polêmicas envolvendo a titular da pasta do Turismo, Daniela
Carneiro, o presidente Lula (PT) reuniu pela primeira vez a equipe ministerial
nesta sexta-feira (06/01).
O encontro, no Palácio do Planalto, reuniu todos os 37
ministros e ainda os líderes do governo escolhidos para a Câmara (José
Guimarães PT-CE), para o Senado (Jaques Wagner PT-BA) e para o Congresso
(Randolfe Rodrigues Rede-AP).
Entre os recados de Lula, uma orientação para que a equipe
ministerial atenda bem a deputados e senadores. O presidente disse também que o
ministro que "fizer algo errado" será demitido. Lula não explicou
exatamente o que considera ser "algo errado", mas disse que, nesse
caso, o ministro terá de "responder na Justiça" e não ficar na
Esplanada.
Segundo pessoas que participaram da reunião com o petista,
governo quer e precisa apresentar resultados e impor, já na largada, uma agenda
positiva
Em breve manifestação ao término da primeira reunião
ministerial de seu
terceiro governo, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) disse a
ministros que a festa da eleição acabou e que é preciso apresentar resultados a
população.
Segundo relatos feitos à CNN,
ele também disse que quatro anos para quem é oposição são uma eternidade, mas
passam rápido para quem é governo –e fez pedidos por entregas.
O presidente deu exemplos. Disse que se não houver
hospitais para entregar, que sejam colocados remédios no Farmácia Popular. Se
não houver rodovias para entregar, que sejam tampados buracos das atuais.
A percepção dos presentes com quem a CNN conversou
é de que o governo quer e precisa apresentar resultados e impor, já na largada,
uma agenda positiva, tendo em vista a polarização política e o resultado
apertado nas urnas que o levou á vitória.
A relação com o Congresso também foi outro ponto central
da reunião.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha,
pediu que ministros recebam parlamentares toda semana, principalmente às terças
e quartas, quando a maioria deles se encontra em Brasília.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse aos colegas
que todo o orçamento já está aprovado pelo Congresso, o que foi lido por parte
dos ministros como um sinal de que não há mais recursos para serem
disponibilizados.
Ele também afirmou na reunião que trabalhará com afinco
pela reforma tributária e que irá encaminhar o quanto antes uma nova âncora
fiscal.
Por mais de uma vez, mencionou a necessidade de as ações
de governo transmitirem segurança ao mercado.
Neste momento, segundo um ministro com quem a CNN conversou,
Lula disse que o mercado cobra responsabilidade fiscal do governo, mas não fala
em responsabilidade social, ao passo que ele defende a todo instante tanto a
responsabilidade social quanto fiscal.
O ministro da
Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, fez uma avaliação do momento,
segundo ele, positivo de grande parte da imprensa com o novo governo.
Já o ministro da
Defesa, José Múcio Monteiro, apresentou, como mostrou a CNN,
um panorama das manifestações bolsonaristas em frente aos quartéis.
Disse haver hoje
5.000 pessoas acampadas em frente a quarteis em todo o país, bem menos do que
os 43 mil também estimados pelo governo no dia 19 de dezembro.
Ele também
defendeu a ideia de uma retirada “indolor” dos manifestantes, ou seja, sem
qualquer ação liderada pelas forças de segurança.
Murilo de Aragão no artigo O DESTINO EM ABERFTO, publicado em VEJA:
“O futuro do Brasil em 2023 está em aberto. Existem sinais ruins e que
foram abordados em coluna anterior. Mas também existem aspectos que podem fazer
a balança pender para uma situação positiva.
Três aspectos vão decidir a qualidade do ano que se inicia.
O primeiro deles é a capacidade de Lula administrar as contradições de um
governo de amplo espectro ideológico. Desde já se verifica uma disputa interna
pela predominância de agendas. O que faz o novo presidente jogar com as cartas
altas e não dividindo muito as suas intenções. Lula sabe que o petismo raiz
quer uma guinada à esquerda
O terceiro aspecto é que o novo governo terá uma oposição consistente.
Fato praticamente inédito nas últimas décadas. Existem forças políticas
organizadas, com agendas próprias e que não se coadunam com as pautas originais
do PT. O bolsonarismo deve sobreviver como força política. Podendo crescer caso
o novo governo não tenha sucesso inicial visível. Além do mais, existem
bancadas de existem bancadas de interesses muito fortes e atuantes.
SAIBA MAIS EM: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/lula-diz-a-ministros-que-festa-da-eleicao-acabou-e-cobra-resultados/ - https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-reuniao-ministerial-governo/ E https://g1.globo.com/politica/ao-vivo/lula-reuniao-ministros.ghtml - https://veja.abril.com.br/coluna/murillo-de-aragao/o-destino-em-aberto/