terça-feira, 22 de novembro de 2022

BOLSONARO PEDE AO TSE ANULAÇÃO DE VOTOS


A resposta-relâmpago de Moraes ao questionamento de Bolsonaro às urnas

O presidente do TSE publicou um despacho 13 minutos após receber a representação do PL

Presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes respondeu há pouco ao pedido de Jair Bolsonaro e do PL para invalidar urnas eletrônicas, mas apenas no segundo turno das eleições deste ano. “Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. Publique-se com urgência...

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/radar/a-resposta-relampago-de-moraes-ao-questionamento-de-bolsonaro-as-urnas/

Após a declaração bombástica do ministro Augusto Nardes, do TCU, de que "Está acontecendo um movimento muito forte nas casernas. Questão de horas, dias..." A declaração ocorre em meio a atos antidemocráticos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em frente a quartéis em contestação ao resultado das eleições, com pedidos para intervenção dos militares para impedir que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tome posse em janeiro (https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2022/11/apos-audio-vazado-augusto-nardes-diz-que-nao-incentivou-atos-golpistas.ghtml) , agora

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir a anulação de votos feitos em modelos de urnas UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015 nas eleições de 2022.

A alegação é de que houve “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento” nesses modelos.

Assinada pelo advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, a representação cita o laudo técnico de auditoria feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL, que teria constatado “evidências contundentes de mau funcionamento de urnas eletrônicas”.

Os supostos problemas teriam sido registrados nos arquivos “logs de urna”, que configura “verdadeiro código de identificação da urna eletrônica”.

“Todas as urnas dos modelos de fabricação UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015 apontaram um número idêntico de LOG, quando, na verdade, deveriam apresentar um número individualizado de identificação”, afirma a representação. Os modelos em questão somam 352.125 urnas.

“Nos arquivos que não contêm o código de identificação da urna eletrônica correto, é impossível correlacionar, univocamente, os dados ali registrados com os eventos realmente ocorridos no mundo fático, sejam eles votos ou intervenções humanas”, diz o documento.

“A falta de uma adequada individualização dos documentos essenciais emitidos pelas urnas e as graves consequências daí decorrentes colocam em xeque, de forma objetiva, a transparência do próprio processo eleitoral.”

“Apenas as urnas eletrônicas modelo UE2020 é que geraram arquivos LOG com o número correto do respectivo código de identificação”, afirma a representação. Este modelo mais recente tem 224.999 urnas, o que representa 40,82% do total.

Com a manutenção apenas dos votos dados nas urnas UE2020 e a anulação dos demais, a representação alega que Bolsonaro venceria a eleição. O documento cita apenas cálculos dos votos para presidente, e não menciona a disputa por outros cargos.

As eleições gerais deste ano valeram para presidente, governador, senador, deputado federal, deputado estadual e deputado distrital. SAIBA MAIS EM: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2022/11/valdemar-pedira-ao-tse-para-desconsiderar-votos-de-urnas-comprometidas.shtml

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

PREGAÇÃO GOLPISTA

 

"Está acontecendo um movimento muito forte nas casernas. Questão de horas, dias...", diz ministro do TCU

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes afirmou "repudiar peremptoriamente manifestações de natureza antidemocrática e golpistas" após ter um áudio vazado em que aponta um "movimento forte nas casernas".

Na gravação, divulgada na noite de domingo pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro afirma que ser "questão de horas, dias, no máximo, uma semana, duas, talvez menos do que isso", para um "desenlace bastante forte na nação, (de consequências) imprevisíveis, imprevisíveis". A declaração ocorre em meio a atos antidemocráticos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em frente a quartéis em contestação ao resultado das eleições, com pedidos para intervenção dos militares para impedir que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tome posse em janeiro.

O ministro também diz, segundo o relato publicado pelo jornal, ter conversado "longamente" com auxiliares de Bolsonaro e que, apesar de o presidente estar se recuperando de um problema de saúde, logo estará recuperado para "enfrentar o que vai acontecer no país". Em outro momento, ele relembra ter sido relator no TCU da prestação de contas do governo de Dilma Rousseff, em 2015, a qual rejeitou, dando subsídio ao processo que levou ao impeachment da então presidente. No áudio ele cita ter tido a "coragem" de "tomar uma atitude" que, de acordo com o áudio, "desmontou de certa forma essas estruturas que eles (petistas) conseguiram remontar agora baseado na estrutura que tinha já ficado, que foi muito longa".

Em nota nesta segunda-feira, porém, Nardes lmenta a "interpretação" à sua fala.

"O Ministro Augusto Nardes lamenta profundamente a interpretação que foi dada sobre um áudio despretensioso gravado apressadamente e dirigido a um grupo de amigos. Para que não pairem dúvidas, esclarece que repudia peremptoriamente manifestações de natureza antidemocrática e golpistas, e reitera sua defesa da legalidade e das Instituições republicanas", afirma o ministro.

Reação

Os áudios vazados de Nardes motivaram parlamentares da oposição a Bolsonaro a entrar com requerimentos contra ele no Congresso e no próprio TCU.

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) quer que o ministro compareça à Câmara dos Deputados para explicar as declarações.

Foram encaminhados requerimentos para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e para a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público — assinado também pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) — e ao plenário da casa — assinado pela bancada do PSOL na Câmara. Além disso, a bancada do PSOL protocolou uma representação na Corregedoria do TCU contra o ministro.

O senador Randolfe Pacheco (Rede-AP) anunciou pedido para apuração interna no TCU e denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) em qual alega crime de responsabilidade.

SAIBA MAIS EM: https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2022/11/apos-audio-vazado-augusto-nardes-diz-que-nao-incentivou-atos-golpistas.ghtml

 

domingo, 20 de novembro de 2022

AMAZÔNIA É TERRA DE NINGUÉM

 


Por THEODIANO BASTOS

'É muito feio Lula prometer desmatamento zero na Amazônia', diz o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil) presente na COP27, a cúpula do clima das Nações Unidas, realizada no Cairo, Egito, com a seguinte mensagem: "Não podemos aceitar que o Brasil seja transformado no bad boy ou o patinho feio do ambientalismo internacional". (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63617171)

 

“É na Amazônia que vai se decidir o êxito ou o fracasso do terceiro governo Lula” diz José Casado, no texto publicado em VEJA, intitulado NO CORAÇÃO DO CAOS, o autor traz revelações impressionantes.

É terra de ninguém. São 50 milhões de hectares na Amazônia, uma área equivalente à Espanha, sem dono, registro ou posse definida.

Na teoria são terras públicas. Na vida real é símbolo de uma enorme confusão fundiária, com sobreposições de floresta e fazendas irregulares.

Ali, o desmatamento avança ao ritmo de 15 000 quilômetros quadrados por ano — dez vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

A desordem aumenta, beira a anarquia no conjunto de nove estados: um terço da Amazônia Legal tem situação fundiária indefinida, constatou o Instituto Imazon depois de três décadas de pesquisas sobre a ocupação do solo na região.

É área do tamanho do México, ou equivalente ao dobro dos quatro estados da Região Sudeste (São Paulo, Minas, Rio e Espírito Santo.

O ambiente de conivência do Estado brasileiro com redes de negócios ilícitos permitiu aparições na selva como a do “fantasma” Carlos Medeiros — identidade (92.093-SSP/PA) e CPF (034.992.182-34), solteiro e fazendeiro de endereço incerto. Em nome dele foram falsificados, em cartórios, mais de 1 100 títulos de propriedade em toda a Amazônia, principalmente no Pará e no Amapá.

Medeiros nunca existiu, mas seus empreiteiros obtiveram facilidades governamentais, legislativas e judiciárias para se apropriar de terras numa extensão equivalente a 1% do território brasileiro. Sua área grilada ultrapassou em tamanho a soma dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.” diz

LEIA MAIS EM: https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/no-coracao-do-caos/

LULA, GOVERNO NÃO SERÁ SÓ DO PT

 

Por THEODIANO BASTOS

Enquanto Bolsonaro escolhia o general Braga Neto para vice, um zero a esquerda, e que nada ajudou na campanha e não um civil, Lula escolhia Geraldo Alckmin para vice, um político hábil e experiente, bom de comunicação com tem demonstrado como coordenador da transição, e que levou apoios importantes como toda a equipe do Plano Real e formou uma frente ampla com 14 partidos.

Com isso o PT desistiu de seu plano de hegemonia e Lula diz "O governo não será só do PT, terá gente até sem partido"

“O líder brasileiro aproveitou o discurso a militantes no Instituto Universitário de Lisboa para reforçar o seu compromisso com a responsabilidade fiscal.

Lisboa — Às vésperas de anunciar os integrantes de seu ministério, o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, mandou um recado ontem ao PT, durante encontro com movimentos sociais que atuam em Portugal. Segundo ele, o seu próximo governo não será só da legenda pela qual se elegeu, será composto “por mais gente da sociedade, com mais gente de outros partidos e com mais gente que não tem partido”. Com esse discurso, Lula tenta conter a gula de petistas, que vêm se digladiando nos bastidores por cargos e causando constrangimentos na equipe de transição. “Aprendemos a ganhar, e temos de saber que esse governo não pode ser só do Partidos dos Trabalhadores”, afirmou.

O líder brasileiro, que teve encontros com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro português, António Costa, aproveitou o discurso a militantes no Instituto Universitário de Lisboa para reforçar o seu compromisso com a responsabilidade fiscal, numa clara sinalização de que quer paz com o mercado financeiro, que teme pelo desequilíbrio das contas públicas por causa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira as despesas do Bolsa Família do teto de gastos. O compromisso com o ajuste fiscal foi feito com o ex-ministro da Educação Fernando Haddad no palco. O petista é cotado para ser ministro da Fazenda.

“Sabemos que a gente não pode gastar mais do que a gente ganha. Mas podemos gastar com habilidade para fazer o país crescer, melhorar do ponto de vista logístico”, frisou Lula. Ele ressaltou que, seguindo o pensamento da responsabilidade fiscal, priorizará os investimentos em educação. No entender dele, esses desembolsos “não são gastos, mas investimentos no futuro”. Para o presidente eleito, é preciso investir na “formação de jovens, formar profissionais capacitados”. Ele lembrou que, quando foi presidente, o país reativou a indústria naval e não havia soldadores de cascos de navios. “Tivemos que trazer trabalhadores brasileiros do Japão”, contou.       

Brasileiros de volta

Lula, que retorna ao Brasil neste sábado (19/11) e, na próxima semana, assumirá a coordenação-geral dos trabalhos do governo de transição, disse esperar que, com a melhora da economia a partir do ano que vem, quando estará no Palácio do Planalto, brasileiros que estejam em Portugal retornem ao país de origem certos de que terão melhores condições de vida. Hoje, a comunidade brasileira em Portugal é a maior entre os estrangeiros. São mais de 252 mil registrados oficialmente, mas, com os em situação irregular, o total passa de 400 mil.”                                                                                                      SAIBA MAIS EM: https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/11/5052979-lula-o-governo-nao-sera-so-do-pt-tera-gente-ate-sem-partido.html

 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

PROF. TEODIANO, CIÊNCIA COMO MISSÃO DE VIDA

O Prof. TEODIANO FREIRE BASTOS FILHO, da UFES,  saiu de Vitória em 24/10 para Natal para dar um curso Neurociência, de 80 horas, no Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra em Natal/RN, entidade fundada por Miguel Nicolelis, um médico e cientista brasileiro, considerado um dos vinte maiores cientistas em sua área , no mundo, onde atua na Universidade Duke nos Estados Unidos. O trabalho do Prof. Teodiano é semelhante ao do Prof. Nicolelis, pois atua em Biotecnologia, Interfaces Cérebro-Computador (ICC, ou BCI - Brain Computer Interfaces) baseadas em sinais EEG (eletroencefalografia) Interfaces Homem-Máquina baseadas em VOG (videoeletrooculografia), entre outros.                              Este texto está nos blogs: theodianobastos.blogspot.com.br e no FACEBOOK                       O plano do Prof. Teodiano era retornar de Natal em 04/11. mas ai seu plano foi atropelado por um convite foi para um congresso de ciência e tecnologia em San Juan, Argentina.

De Mendonça foi para Toronto/ Canadá para ficar duas semanas na Toronto Metropolitan University em pesquisa e coorientação e de lá vai para Singapura e de barco chega em Batan, na Indonésia, onde fica a empresa LabTech, fabricante de equipa- pamentos tecnológico para o futuro, com sede no Reino Unido.

Sua tarefa na Indonésia é de assessoria técnica-científica para aprovação do envio dos equipamentos para o Equador. De lá retorna para o Brasil.                                                                             SAIBA MAIS EM: https://teodianobastoslab.net/


segunda-feira, 14 de novembro de 2022

O FIM DE UM CICLO DE MILITARS NA POLÍTICA


 Por Elio Gaspari                                                                                

As tentativas de instrumentalização dos quartéis fracassaram

Na quarta-feira, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, divulgou o relatório técnico da fiscalização do sistema eletrônico de votação pelas Forças Armadas. Nele concluiu-se que nos resultados do primeiro turno em 442 seções eleitorais sorteadas aleatoriamente, bem como nos de 501 seções do segundo turno, “não se verificou divergências entre os quantitativos registrados no Boletim de Urna afixado na seção eleitoral e os quantitativos de votos constantes no respectivo boletim disponibilizado no site do TSE”. Nesse dia, o presidente eleito Lula circulava por Brasília dispondo-se a recuperar “a harmonia entre os Poderes”.

Fechava-se assim um ciclo de tentativas de instrumentalização dos militares na vida política nacional. Ele foi aberto em abril de 2018 com o infeliz tuíte do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, às vésperas do julgamento de um habeas corpus em benefício de Lula.

Nesses quatro anos, um presidente que dizia dispor do “meu Exército” tentou instrumentalizar as Forças Armadas no atacado. Não conseguiu. No varejo, conseguiu alguma coisa e militarizou de forma desastrada o Ministério da Saúde no pico da pandemia.

A essas instrumentalizações, não corresponderam flagrantes quebras da disciplina. Um comandante como Edson Pujol seguiu a escrita de seu antecessor, Enzo Peri. Enzo quem? Ele comandou o Exército de 2007 a 2015 e não falou de política nesse período, nem depois. (Quem não lembra o nome de um general passa-lhe o atestado de silencioso profissionalismo.)

As tentativas de instrumentalização dos militares nos últimos quatro anos foram contidas por oficiais que não falam de política. Fechou-se esse ciclo e vai para o Planalto um presidente que em oito anos de poder nunca se meteu com os quartéis.

Meirelles disse tudo

Henrique Meirelles entendeu direito o discurso de Lula da quinta-feira, que derrubou a Bolsa e encareceu o dólar:

“Ele estava no modo campanha.”

Plano de governo

De uma víbora:

“Sonhei que Lula passaria os próximos quatro anos viajando gloriosamente pelo mundo por três semanas de cada mês.

Na semana restante, Geraldo Alckmin cuidaria da quitanda.” SAIBA MAIS EM: c

domingo, 13 de novembro de 2022

O BRASIL NO DIVÃ

 O GLOBO pediu que eles levassem o país ao divã e todos diagnosticaram, nas conversas editadas abaixo, um paciente partido ao meio, com traumas centenários por resolver, mas também com oportunidade singular de se olhar no espelho e melhorar de fato após, claro, bons anos de terapia.

No pós-eleições há a oportunidade de se olhar no espelho, resolver seus traumas e melhorar.

O Brasil está como uma criança em meio à separação litigiosa dos pais.

Psicanalistas decifram um país em busca de tratamento.  Um ser cindido, em quadro de psicose, com um lado delirante e outro satisfeito com a realidade. Alguém não exatamente desprovido de memória, mas condicionado a cultivar esquecimentos. Ou a contrapor a fantasia do “bem total” ao “mal radical”. Estes são alguns dos diagnósticos dados por quatro psicanalistas, baseados em São Paulo, Rio e Salvador, em uma imaginária primeira consulta do Brasil pós-eleições. O GLOBO pediu que eles levassem o país ao divã e todos diagnosticaram, nas conversas editadas abaixo, um paciente partido ao meio, com traumas centenários por resolver, mas também com oportunidade singular de se olhar no espelho e melhorar de fato após, claro, bons anos de terapia.

‘O amor é a chave para superar nossas diferenças’

Vera Iaconelli, doutora em psicologia pela USP e diretora do Instituto Gerar de Psicanálise

‘O país é uma criança com os pais se separando’

Christian Dunker, psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP

O paciente chega tal qual uma criança, desorientada após a separação litigiosa dos pais, com dois discursos opostos e convocada a tomar partido quando deseja os pais unidos pois, crê, todos ganharão com isso. Ela, no entanto, desconhece as razões mais profundas do conflito.

É central perceber onde o Brasil errou. Mas a retomada só será possível após se superar a convicção delirante de que quem errou foi o outro, posição egoica que aparece quando a raiva domina.

Uma tarefa clínica importante é deixar claro que a situação mudou, a briga acabou e o inimigo não organiza mais quem você é. Precisa-se passar por um período de luto, aceitar que a casa caiu para os dois lados — quem perdeu a eleição embora convicto de que iria ganhar, mas também os que viram metade do paciente optar por algo genocida, golpista, autossabotador.

Esta dupla derrota pode levar o paciente a não evocar mais culpas e sim reconstruir experiências. É complicado, frequentemente se recusa tamanho trabalho, mas aí entra-se em melancolia, depressão.

O luto recusado traz respostas violentas. O conflito evolui a tal ponto que nos sentimos impotentes, entramos em estado demissionário. Vivemos um momento pós-traumático de neurose de guerra discursiva, sanitária, política. E o paciente pode chegar desconfiado, angustiado e com dificuldade para se envolver novamente justamente quando mais precisa de novos projetos.

O Brasil tem que aprender a desejar de novo, a mirar novos horizontes, a não apenas fugir do desprazer mas ser capaz de amar novamente. Não vai ser fácil, mas só assim conseguiremos crescer.

SAIBA MAIS EM: https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2022/11/o-brasil-no-diva-psicanalistas-decifram-um-pais-dividido-e-em-busca-de-tratamento.ghtml