Por THEODIANO BASTOS
Lula ainda não desceu
do palanque, no seu pronunciamento para os integrantes da comissão de transição,
andando de um lado para o outro como ainda estivesse comício, Lula disse em discurso no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), ser preciso priorizar medidas voltadas
à população e reprova a "tal
da estabilidade fiscal". Investidores reagem mal à declaração. A Bolsa despencou 3,35%, enquanto o dólar encerrou o
dia com alta de 4,14%. Até
hoje não foi anunciado o nome do ministro da Fazenda.
Diz a análise do Correio Braziliense:
“Transição não será um passeio pelo Eixo
Monumental
O risco que Lula corre é o novo ministério ficar
com cara de governo velho, no qual antigos caciques políticos e a cúpula
petista pontificariam, sem sinalizar uma forte renovação
Engana-se quem pensa que este período de transição para o novo governo será fácil para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. No plano político, a sinalização está sendo boa: Lula estabeleceu as relações cordiais com os demais Poderes e sinalizou a montagem de um governo de ampla coalizão democrática. Também mostrou que não pretende deixar no sereno os eleitores de mais baixa renda que o elegeram, ao anunciar que os recursos do Bolsa Família vão extrapolar o teto de gastos. Entretanto, o dólar disparou depois da divulgação da inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Ontem, o câmbio já passou dos R$ 5,30. O preço do fechamento do dia foi de R$ 5,396, alta de 4,14% no dia. Por volta das 15h30, o dólar estava a R$ 5,341, alta de 3,09%. Logo na abertura do mercado, a moeda americana chegou a subir quase 3%. Na quarta-feira, o dólar já havia fechado o dia em alta, de 0,74%, fechando a R$ 5,18. Desde o início do mês, a alta é de 2,96%. É óbvio que existe muita especulação no mercado, com divulgação de fake news que mexem com a Bovespa, em razão da insegurança dos investidores. Lula já disse que não tem pressa para indicar o novo ministro da Fazenda, mas é aí que está o xis da questão no mercado financeiro. A rigor, ninguém sabe quais serão as medidas de impacto dos 100 primeiros dias de governo, exceto aquelas que estão sendo negociadas no Congresso, que sinalizam uma certa continuidade da farra fiscal que marcou a gestão do ministro Paulo Guedes durante a campanha eleitoral. Esse problema somente se resolverá quando for anunciado o nome do novo ministro da Economia ou da Fazenda, se houver desmembramento.
Havia uma expectativa positiva de que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin viesse a ocupar esse cargo, mas isso nunca foi cogitado de verdade por Lula. O próprio Alckmin já havia dito isso, o que fora interpretado como dissimulação, porém, ontem, Lula jogou uma pá de cal nessa possibilidade, ao afirmar que o ex-governador paulista não ocupará nenhum ministério. Esse também não foi o problema maior para o mercado financeiro, o que gerou instabilidade foi a própria fala de Lula e o fato de o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega ter sido confirmado como um dos integrantes do governo de transição.” SAIBA MAIS EM: https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/11/5051108-lula-defende-pauta-social-e-questiona-mercado-por-nao-incluir-pobre-na-planilha.html