Por THEODIANO BASTOS
A eleição presidencial é sempre um plebiscito entre
os que apoiam e os que discordam quem está no poder e a deste ano, a mais longa
da história do país, pois já no segundo dia do mandato Bolsonaro já fazia
campanha para a reeleição.
O Brasil nunca viu uma eleição como a deste ano em
que se tem como candidato um presidente e um ex-presidente que dominou o
cenário político por tanto tempo como Lula.
Para cientistas políticos, conjuntura da disputa e a
falta de homogeneidade do centro dificulta a missão de construir uma alternativa
entre Lula e Bolsonaro.
“As pesquisas eleitorais que vêm sendo divulgadas recentemente reforçam a
polarização do processo eleitoral. A praticamente três meses das eleições,
enquanto a candidatura do ex-presidente Lula se consolida em algo como 45-50%
dos votos, a candidatura do atual presidente Bolsonaro se cristaliza entre
30-35% dos votos. Os vários “balões de ensaio” da chamada terceira via vão
murchando e saindo do páreo, mantendo seu isolamento político ou mantendo seus
insignificantes patamares, enquanto candidatos com perfil mais ideológico à esquerda
não encontram espaço para sair do ringue onde patinam.
O que parece ser a
grande preocupação do eleitorado é a crise econômica e social. Fome,
desemprego, inflação e temas correlatos mostram o tamanho da crise em que nos
metemos, e isso vai prevalecendo na pauta sobre qualquer outro tema. É neste
sentido que os dois principais candidatos – os que polarizam –, tentam focar
nessa agenda, buscando responder as principais preocupações do eleitor de quase
todos os segmentos sociais.
Quando os entrevistados são
provocados a responder se não pretendem mais mudar sua escolha, a polarização
fica ainda mais evidente. No total, 58% dos eleitores dizem que já têm
candidato em definitivo, e 40% afirmam que ainda podem mudar de ideia. Entre os
apoiadores de Bolsonaro, 65% dizem que é a escolha final, contra 35% que ainda
não tem certeza. Entre os apoiadores de Lula, esse número é de 74% convictos e
25% que não se mostram tão certos.
“Vamos
para uma eleição cada vez mais polarizada. Que a defesa da democracia, a
vontade de sair do buraco e de uma trajetória de governo doidivanas deem juízo
ao eleitorado para consolidar o que está sinalizado nas pesquisas”.
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E https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/por-que-a-terceira-via-nao-decola-na-eleicao-atual-segundo-especialistas/