Prisão de Milton Ribeiro: quem são os pastores alvo da operação da PF
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Com acesso privilegiado ao
governo Jair Bolsonaro, mas sem ocuparem cargos na máquina pública,
os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura passaram a atuar informalmente em
nome do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do ex-ministro Milton
Ribeiro, preso preventivamente nesta quarta-feira, 22 pela manhã pela Polícia
Federal. A influência dos pastores e a existência do ‘gabinete paralelo’ no MEC
foi revelada pelo ‘Estadão’.
Batizada ‘Acesso Pago’, a ofensiva
apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de
recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
No gabinete paralelo formado por
pastores no Ministério da Educação, a dupla Gilmar Santos e Arilton
Moura comandava a agenda do ministro e intermediava destinação de verbas e as
direcionava para aliados políticos.
Como o Estadão mostrou
em março, os encontros no MEC entre a dupla de pastores com prefeitos resultaram em pagamentos e empenhos (reserva
de valores) de R$ 9,7 milhões dias ou semanas após promoverem as agendas. Ao menos 10 prefeitos confirmaram ter
sido abordados pelos pastores.
Arilton Moura chegou a ser acusado de pedir pagamentos em dinheiro
e até em ouro em troca da liberação de recursos para escolas e
creches, conforme denúncia do prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga
(PSDB). Segundo o prefeito, o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil
antecipados para protocolar demandas da prefeitura e mais um quilo de ouro após
a liberação dos recursos.
O presidente Jair Bolsonaro costuma repetir que não há corrupção em seu governo. O chefe do Executivo já fez essa afirmação em diversas ocasiões, formais e informais - até quando se dirigiu à Assembleia Geral da ONU, em 2021 -, tentando indicar que não tolera desvios de conduta de seus auxiliares. Mas seu mandato, como os de seus antecessores desde a redemocratização, também registra denúncias e suspeitas do crime envolvendo nomes importantes da gestão federal e aliados, que geraram investigações como a que levou à prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, da Educação.
Relembre dez acusações de corrupção
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envolvimento. Prisão
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