por THEODIANO BASTOS
“Posso não
concorrer a nada”, diz Sergio Moro à CNN
O Supremo [Tribunal
Federal] autorizou a prisão de Lula em março de 2018. Porque o Supremo voltou
atrás é uma questão que tem que perguntar [a eles]. Eu nunca defendi nenhuma
espécie de ilegalidade ou cortar caminho”, disse.
Ex-presidenciável
afirmou ter avaliado que apenas seu "capital político" não seria
suficiente para vencer as eleições
O
ex-ministro da Justiça e agora ex-presidenciável Sergio Moro declarou, em entrevista
à CNN nesta quarta-feira (20), que pode “não concorrer a nada”
nas Eleições 2022 — decisão que se
encontraria com seu desejo de atuar em prol da construção do “centro
democrático”, afirmou.
“Me coloquei numa situação de desprendimento para a
união nacional, para vencer extremos. Não está descartada nenhuma situação, posso
inclusive não concorrer a nada. Não vivo da política, estava fora do Brasil e
voltei para ajudar na construção de algo que possa vencer extremos políticos”,
disse o ex-juiz.
Moro ainda explicou que a retirada de seu nome da
pré-candidatura à Presidência da República, causada após saída do Podemos para
o União Brasil e a definição de Luciano Bivar como nome do
partido para disputar o Planalto, se deu após avaliação de que “somente com capital
político” a eleição não estaria resolvida. Cenários para 2022
Moro criticou o que chamou de “extremos” ocupados, segundo
ele, pelo ex-presidente Lula, pré-candidato do PT, e pelo
presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição.
“Fui com o meu projeto de consolidar o combate à corrupção
e melhorar a segurança pública, e nunca aderi a pautas extremistas. Não tenho
responsabilidade e culpa, tanto que deixei o governo ainda em 2020 quando vi
que o projeto que vim a fazer foi prejudicado”, declarou.
Para Moro, há também no governo Bolsonaro um “quadro
disseminado de corrupção como era na época do PT”. O ex-ministro mencionou
as suspeitas acerca da influência de
pastores no Ministério da Educação como exemplo.
“Não concordo com esse quadro disseminado de corrupção,
como era na época do governo do PT. Hoje a gente vê esses vários escândalos
surgindo, por exemplo no MEC, que não estão sendo investigados. Nós estamos
perdendo conquistas que tivemos na Operação Lava Jato“.
Já em relação a Lula, cuja relação remonta à condenação e
prisão do petista no âmbito da Lava Jato, Moro disse que o ex-presidente adotou
um discurso “negacionista” em relação a casos de corrupção na Petrobras.
Moro também negou as acusações feitas pela defesa de Lula,
que o apontam como parcial em sua atuação como juiz em Curitiba.
“Eu proferi uma decisão, ela foi admitida pelo Tribunal em
Porto Alegre, mantida pelo Superior Tribunal de Justiça. O Supremo [Tribunal Federal] autorizou a
prisão de Lula em março de 2018. Porque o Supremo voltou atrás é uma questão
que tem que perguntar [a eles]. Eu nunca defendi nenhuma espécie de ilegalidade
ou cortar caminho”, disse. https://www.cnnbrasil.com.br/politica/posso-nao-concorrer-a-nada-diz-sergio-moro-a-cnn/