domingo, 3 de fevereiro de 2019

QUEM É DAVI ALCOLUMBRE, PRESIDENTE DO SENADO?



Onyx: “A derrota de Renan vai fazer bem para o país”

Onyx Lorenzoni disse a Andréia Sadi:
“A derrota de Renan Calheiros vai fazer bem para o país, ele estava junto ao PT há quanto tempo? Pois bem. O Senado se reencontrou com as ruas.” Ele disse também:
“Ganhamos na política. Se Renan tivesse ganhado, ia ser com o PT. Ele não esperava o Davi como candidato, o homem certo na hora certa. Davi tem essa habilidade com os colegas, uma espécie de ‘Jair Bolsonaro do Senado’. Ele é um craque das relações, não tem ninguém que não goste dele. Aí, um dia o Davi ganhou do Golias.” https://www.oantagonista.com/
  

Após 24 anos de domínio do MDB/PMDB/PT Davi Alcolumbre derrota Renan Calheiro e seu esquema, elegendo-se presidente do Senado em primeiro turno com 42 votos, um a mais que o necessário. 

41 anos, de origem judaica, o parlamentar já foi vereador por Macapá e deputado federal pelo Amapá por 12 anos. Em 2013 ele chegou a ser investigado em uma operação da Polícia Federal

Representante do baixo clero, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), eleito neste sábado (02/02), como presidente do Senado, ele reuniu apoio à candidatura ao comando da Casa oferecendo acesso ao Planalto e se colocando como alternativa à "velha política", representada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), quatro vezes presidente da Casa. O aval do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao seu nome deu credibilidade à sua promessa de portas abertas no governo e lhe garantiu apoio.

Mas o próprio Alcolumbre, dizem adversários, é adepto de práticas consideradas da "velha política". Como deputado, conseguiu aprovar em 2009 um projeto de lei para homenagear um tio - Alberto Alcolumbre - acrescentando o nome dele ao título do Aeroporto de Macapá.

Em 2013, ainda deputado, usou verba de gabinete para abastecer seus carros no posto de gasolina Salomão Alcolumbre e cia LTDA, de um tio. No mesmo ano, ele foi investigado pela PF por supostas ligações com o doleiro Fayed Trabouli, durante diligências relacionadas a um escândalo sobre desvios de dinheiro de fundos de pensão. 

Na época, ele admitiu ter mantido conversas com Fayed. Mas disse que não tratou de assuntos financeiros. A continuidade das investigações foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano seguinte. A Corte anulou interceptações telefônicas feitas pela polícia.   

Alcolumbre ainda colocou como suplente no Senado um irmão. Josiel Alcolumbre fez campanha, nesta sexta-feira, 1.º, nas redes sociais contra Renan Calheiros e publicou fotos e textos como se seu irmão já tivesse vencido a disputa contra o alagoano

Aos 41 anos, o novo presidente do Senado é comerciário com formação incompleta em Ciências Econômicas. Na eleição de 2018, disputou o governo do Amapá. Ele perdeu a eleição para Waldez Góes (PDT). Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou patrimônio de R$ 770 mil. 

A eleição lhe rendeu uma acusação do Ministério Público Eleitoral por suspeita de pressionar servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá, em horário de expediente, a participarem dos atos de campanha de Alcolumbre e de sua vice, Silvana Vedovelli. Procurado pela reportagem, o senador não comentou.

sábado, 26 de janeiro de 2019

UNE: R$ 57 MILHÕES SEM PRESTAR CONTAS





Como sumiram com o dinheiro, a sede da UNE no Rio só ficou no projeto...

Seguem os presidentes da UNE – União Nacional dos Estudantes que não prestaram contas dos R$ 57 milhões que receberam dos cofres públicos nos governos de Lula e Dilma:


 
CPI da UNE está engavetada
Em decisão assinada em13 de julho de 2016, o presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) anulou o ato de criação da CPI da União Nacional dos Estudantes. Leia o posicionamento da entidade:
A União Nacional dos Estudantes cumprimenta a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA) de devolver ao autor a Comissão Parlamentar de Inquérito da UNE criada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em sua decisão o presidente da Câmara acolhe a questão de ordem apresentada pela deputada Érika Kokay (PT-DF) e pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) em que questionam a competência do parlamento para investigar ações de caráter estritamente privado, como os recursos provenientes da emissão da carteira do estudante e a indenização do Estado brasileiro por danos da ditadura militar causados à sede entidade na Praia do Flamengo.

Por detrás do requerimento da CPI estava apenas a intenção de calar a juventude e atacar a história da UNE, vale lembrar que a última vez que a UNE respondeu a uma CPI foi às vésperas do golpe de 1964, onde o então presidente José Serra foi depoente e a conclusão da comissão foi a extinção da entidade.

A UNE não tem nada a esconder, reafirmamos o nosso compromisso com a transparência, que se expressa nas prestações de contas publicadas no site da entidade. Para nós, interesse público é lutar em favor dos estudantes, por uma educação de qualidade e em defesa da democracia.”

Blog do Josias de Souza, 07/01/2012:                                                                          Sob Lula e Dilma, governo deu R$ 57 mi à UNE
“Nos últimos nove anos – oito de Lula e um de Dilma Rousseff—, a União Nacional dos Estudantes, comandada por filiados do governista PCdoB, recebeu do Tesouro Nacional R$ 57,4 milhões.

Coube a Dilma Rousseff autorizar a última liberação, de R$ 14,6 milhões. Deu-se um dia depois do Natal, em 26 de dezembro de 2011. Foi um complemento de verba.

A primeira parcela, de R$ 30 milhões, havia descido às arcas da UNE no apagar das luzes do governo Lula, em dezembro de 2010. Juntos, os dois repasses somam R$ 44,6 milhões.

O dinheiro destina-se à construção da nova sede da UNE, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro. Um prédio de 13 andares. Projeto do arquiteto Oscar Niemeyer.

A pedra fundamental foi lançada em cerimônia com a presença de Lula, em 20 de dezembro de 2010. Borrifada com a primeira parcela de R$ 30 milhões, depositada três dias antes, a obra deveria ter começado no primeiro semestre de 2011. Seria concluída em 2013. Por ora, nada.

Embora nenhum tijolo tenha sido assentado no terreno, Dilma  autorizou o pagamento da segunda parcela. A exemplo do primeiro montante, os novos R$ 14,6 milhões sairão do orçamento do Ministério da Justiça (Comissão de Anistia).
Os recursos para o prédio decorrem de uma indenização. Proposta por Lula em 2008, foi convertida em lei (12.260) pelo Congresso em 2010. Autorizou-se o Estado a reparar a UNE pela destruição de sua sede. Um grupo de trabalho estipulou os valores.

O imóvel fora metralhado, invadido e incendiado por soldados em 1º de abril de 1964, nas pegadas do golpe militar. Em 1981, ainda sob o regime dos generais, demoliu-se o que restara da edificação.

Afora as verbas da indenização, a UNE recebeu do governo, nos dois reinados de Lula, R$ 12,8 milhões. Dinheiro proveniente de convênios firmados com ministérios. Sob FHC, a entidade recebera apenas R$ 1,1 milhão.
Dilma teve de fazer uma ginástica financeira para honrar o compromisso que Lula assumira com a UNE. O presente natalino de 2011 veio na forma de um "crédito especial".

O Planalto enviou ao Legislativo pedido para reprogramar o Orçamento da União em R$ 199,8 milhões. Saíram dessa cifra os        R$ 14,6 bilhões destinados à UNE. O resto foi para a pasta da Defesa.
Aprovado pelos congressistas, o "crédito especial" subiu ao Planalto. Sancionado por Dilma virou lei (12.567). Foi impressa no 'Diário Oficial' em 27 de dezembro de 2011, um dia depois de assinada pela presidente e pela ministra Miriam Belchior (Planejamento).

Em entrevista pendurada no portal da UNE, o presidente da entidade, Daniel Iliescu, incluiu a construção da nova sede entre as prioridades de 2012: "Começaremos as obras da nova sede e do novo centro cultural na Praia do Flamengo", prometeu. Dinheiro não falta.

Instado a avaliar o primeiro ano de Dilma, Daniel Iliescu assoprou: "Achamos válida a sua postura de manter o diálogo com os movimentos sociais, escutar as suas reivindicações…" Depois, mordeu. De leve:
"Não estamos satisfeitos ainda com atual disposição de prioridades do governo. O Orçamento da União destina todo ano cerca de 3% para a educação e cerca de 50% para pagar a dívida pública e remunerar o capital financeiro."
Em seguida, novo assopro: "O governo se apresenta com uma tônica importante, que é eliminar a miséria, reduzir essa desigualdade social que ainda vigora no país…" Na sequência, nova mordiscada:

"Mas, na nossa opinião, esse processo não será possível sem maiores investimentos na escola pública, no salário dos professores, em todos os níveis da educação. Também não acabaremos com a miséria com a permanência da atual política econômica, que impede o pleno desenvolvimento do Brasil."
Disse que "medidas mais ousadas precisam ser tomadas para o Brasil avançar e se desenvolver." Algo que só virá "na base da pressão dos movimentos por mudanças profundas na política econômica, fiscal, cambial e monetária do Brasil."

Acrescentou: "Ainda aguardamos esses avanços e vamos protestar muito por eles." Nenhuma palavra sobre corrupção. Nada sobre a queda de seis ministros por suspeitas de "malfeitos", para usar a expressão de que gosta de Dilma.
Não é difícil entender o porquê da generosidade retórica insinuada no morde-e-assopra do presidente da UNE. Militante do PCdoB, Daniel Iliescu foi guindado ao comando da entidade há seis meses.

Sua eleição ocorreu num Congresso realizado em Goiânia. Já no usufruto da ex-presidência, Lula compareceu ao evento, patrocinado por empresas estatais. Coisa de R$ 3 milhões. Uma cifra que, adicionada às verbas que vieram do Tesouro, eleva para R$ 60 milhões a compensação financeira pelo bom comportamento da UNE."