Sem
nenhuma dúvida a Operação Lava – Jato foi muito benéfica para o Brasil, todavia
também teve seu lado negativo ao demonizar o político.
Se algum
político aparece numa lista de empreiteira recebendo recursos para campanha
eleitoral ou é denunciado pelo Ministério Público, logo é julgado e condenado
como ladrão.
Conheço
de perto um político de Vitória, uma pessoa correta, mas ao apareceu na lista
de Joesley Batista como tendo recebido apenas R$ 30.000,00 para sua campanha
para vereador, como outros na mesma situação, passou logo a ser julgado e condenado
pelo Tribunal Digital por
ter se vendido por tão pouco.
JBS distribuiu propina a 1.829 candidatos de 28
partidos
Doações ilícitas chegaram a quase R$ 600 milhões;
maior parte dos recursos, segundo diretor da JBS Ricardo Saud, foi destinada a
candidatos em troca de contrapartidas no setor público
Fábio Fabrini, Fabio Serapião e
Beatriz Bulla, de Brasília, 19/05/17
O diretor da JBS Ricardo Saud
contou em sua delação premiada que a empresa distribuiu propinas por atacado no
meio político brasileiro, detalhando os nomes de centenas beneficiários. Em
depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), ele revelou que
1.829 candidatos, de 28 partidos das mais variadas colorações, receberam
dinheiro do grupo controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.
As doações ilícitas foram de
quase R$ 600 milhões. O grosso dos recursos, segundo ao delator, foi destinado
aos candidatos em troca de contrapartidas no setor público. “Tirando esses R$
10, R$ 15 milhões aqui, o resto tudo é propina. Tudo tem ato de ofício, tudo
tem promessa, tudo tem alguma coisa”, relatou.
Saud disse que o “estudo” foi
feito por sua própria iniciativa. Em vídeo do depoimento, divulgado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), ele entrega aos investigadores uma pilha de
papéis com a relação de subornados, agora potenciais alvos de novos inquéritos
de corrupção. Os números têm a escala da chamada “delação do fim do mundo”,
recém-acordada por 78 executivos da Odebrecht.
“Eleitos foram 179 deputados estaduais,
de 23 estados; 167 deputados federais, de 19 partidos. Demos propina para 28
senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para
governador e alguns disputaram reeleição ou eleição para o Senado. E demos
propina para 16 governadores eleitos, sendo quatro do PMDB, quatro do PSDB,
três do PT, dois do PSB, um do PP, um do PSD”, contou.
O diretor disse achar que, no
futuro, o seu “estudo” vai servir. “Aqui estão todas as pessoas que receberam
propina diretamente ou indiretamente da gente”, entregou, concluindo com uma
explicação sobre o esquema: “Se ele (o político) recebeu esse dinheiro, sabe,
de um jeito ou de outro, (que) foi de propina. Essas pessoas estão cientes
disso”. Fonte: https://politica.estadao.com.br/
19/05/17