quarta-feira, 5 de abril de 2017

LAVA JATO PARA SINDICATOS



Uma Lava Jato para investigar os sindicatos?

Operação mergulharia nas finanças do meio sindical, para que a sociedade conheça como é usado o dinheiro dos trabalhadores


El País – por Juan Arias (*) 04/04/17 
 



Todo mundo fala na necessidade de uma lei de reforma eleitoral como antídoto contra a corrupção que se aninhou na classe política e contra a loucura que significa haver 30 partidos representados no Congresso. Seria esse mar de sindicatos o mais numeroso do mundo? E o imposto sindical obrigatório que retira um dia de salário por ano de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, com uma arrecadação anual de mais de 3 bilhões de reais? Com o fato adicional de que as organizações sindicais ainda gozam da prerrogativa de não ter de prestar contas dessa arrecadação bilionária a nenhuma autoridade do Estado ou do Governo, outro presente que lhes foi dado pelo ex-sindicalista Lula. Com essa montanha de sindicatos para os trabalhadores privilegiados que têm seu posto de trabalho garantido, quem se ocupa dos 14 milhões de desempregados, abandonados à sua própria sorte? Segundo alguns especialistas, a obrigatoriedade do imposto sindical para trabalhadores não sindicalizados fere a liberdade, a autonomia do trabalhador e a liberdade sindical. Além disso, hoje, os dirigentes sindicais acabam virando também políticos ou politizados, expostos aos pecados da corrupção. Quantas campanhas eleitorais não terão sido sustentadas ilegalmente com dinheiro sindical?
Há quem diga que haverá, por isso, uma nova Lava Jato que mergulharia nas entranhas financeiras do meio sindical, para que a sociedade pudesse conhecer como são usados esses bilhões provenientes dos trabalhadores. O Brasil está tentando promover uma faxina no mundo político para abrir novos caminhos legais para o financiamento das campanhas, muitas delas, pelo que se revela nos tribunais, fruto de dinheiro sujo das empresas. Por que não fazer algo semelhante no mundo das finanças sindicais? É um dever para com a sociedade como um todo e em especial com os trabalhadores. Um dever para com esses milhões de pessoas que sofrem com o peso do desemprego, que já provocou dezenas de suicídios.
Seria injusto e doloroso para esses desempregados descobrir que o dinheiro sindical, do qual lhes chegam apenas algumas migalhas, corre solto pelos atalhos da ilegalidade. Trabalhadores e desempregados têm o direito sagrado de conhecer com toda transparência como é usado esse dinheiro gerado pelo seu esforço.
(*) Juan Arias é jornalista e escritor espanhol  estudou filosofia, teologia, psicologia, línguas semíticas e jornalismo na Universidade de Roma, Itália. Na Biblioteca Vaticana, descobriu  o único códice existente escrito no dialeto de Jesus, procurado há vários séculos. Durante catorze anos, foi correspondente do jornal El País no Vaticano, acompanhando os papas Paulo VI e João Paulo II. É autor de vários livros, publicados em mais de dez idiomas: El Dios en quien no creo, Savater: El arte de vivir, José Saramago: El amor posible, entre outros. No Brasil, publicou Confissões de um Peregrino; Jesus, esse grande desconhecido; A Bíblia e seus segredos, todos pela Objetiva. Atualmente, é correspondente do El País no Brasil. 

sábado, 1 de abril de 2017

TEMER CHEGARÁ EM 2018?



CNI/Ibope: 10% aprovam governo de Michel Temer e 55% reprovam

Temer recebeu o país em ruína econômica, financeira, fiscal, política, social e moral, com 12 milhões de desempregados, famílias, empresas, estados e municípios endividados e com a missão de efetuar as reformas e conduzir o Brasil até 2018. Seria impossível ser popular.                                                               Ouvindo apenas 2.000 pessoas (a população do Brasil é de 206 milhões), o IBOPE informa reprovação de 55% de Temer, o que se explica pelas denúncias da Lava – Jato envolvendo ministros do governo, as reformas da Previdência Social, Terceirização, Trabalhista e fiscal,  em tramitação no Congresso, e principalmente o aumento do desemprego.
Mesmo assim a desaprovação de Temer é menor que a de Dilma antes do Impeachment
Diz Débora Brito - Repórter da Agência Brasil:
"A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (31) nova pesquisa com avaliação do governo do presidente Michel Temer. De acordo com o levantamento, 10% dos entrevistados avaliam o governo como ótimo ou bom, 31% como regular, 55% como ruim ou péssimo e 4% não sabem ou não responderam.
Em dezembro de 2016, 13% consideravam ótimo ou bom, 35% regular, 46% ruim ou péssimo e 6% não sabiam ou não responderam. A pesquisa foi encomendada ao Ibope. 
Sobre a maneira do presidente Michel Temer governar, 73% responderam que desaprovam, 20% aprovam e 7% não sabem ou não responderam. Na avaliação feita no final do ano passado, 64% desaprovavam, 26% aprovavam e 10% não sabiam ou não responderam.
Segundo a CNI, a queda na popularidade pode ser explicada pelo forte ajuste fiscal e as reformas propostas pelo governo federal. “Não podemos deixar de considerar a questão econômica. Há uma correlação muito forte entre a popularidade do governo e a situação econômica do país. Por mais que tenhamos sinais de queda da inflação, a população precisa ver isso no supermercado. O resultado desemprego continua a elevar e com essa taxa elevada de desemprego há uma insatisfação muito grande da população, e isso reflete de forma muito forte na avaliação do governo”, afirmou Renato Fonseca, gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI.
Confiança no presidente

Saiba Mais

Em relação à confiança no presidente Michel Temer, 79% disseram que não confiam, 17% confiam e 3% não sabem ou não responderam. Em dezembro no mesmo quesito, 72% disseram que não confiavam, 23% confiavam e 5% não sabiam ou não responderam.
Área de atuação
Quando a avaliação é feita por área de atuação do governo, as políticas com melhor avaliação são meio ambiente, educação e combate à inflação. As áreas com o pior avaliação são impsotos, taxa de juros, segurança pública e saúde. 
Na comparação ao primeiro mandato do governo de Dilma Roussef, 38% dos brasileiros consideram que o governo é igual, 41% acredita que está pior e 18% avaliam como melhor.
A pesquisa da CNI-Ibope ouviu 2.000 pessoas em 126 municípios, entre 16 e 19 de março.
Expectativa
Em relação à expectativa ao restante do governo, 52% avaliam como ruim ou péssimo, 28% regular, 14% ótimo ou bom e 6% não sabem ou não responderam. Em dezembro de 2016, 43% avaliaram como ruim ou péssimo, 32% regular, 18% ótimo ou bom e 7% não sabiam ou não responderam.

quarta-feira, 29 de março de 2017

TRAVESSIA PARA 2018



Julgamento da chapa Dilma-Temer tem duração imprevisível, dizem ministros do TSE

As eleições de 2018 têm o maior significado, porquanto serão eleitos o presidente da república, os governadores, deputados federais e estaduais e dois senadores para cada estado
Para o bem do Brasil, o ideal seria a antecipação das eleições, com Temer renunciando, mas como isso parece não ser possível,  espero que o governo Temer consiga superar os tremendos problemas na política e na economia e consiga chegar em 2018, 

É bem possível que o Governo Temer consiga aprovar as principais reformas e vem até a ser considerado um estadista por isso. Habilidade não lhe falta.


por Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
“O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, afirmou hoje (29) não ser possível prever a duração do julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora da eleição presidencial de 2014.
“Não dá, não sabemos quantos incidentes vamos ter”, disse Mendes, ao ser questionado sobre quanto tempo duraria o julgamento, que começa na manhã da próxima terça-feira (4).
O ministro Luiz Fux respondeu na mesma linha ao ser perguntado se o julgamento deve se encerrar na semana que vem. “Vai depender do poder de síntese e de esclarecimento do relator [Herman Benjamin], que é um excelente relator”, acrescentou.
A ministra Rosa Weber, que junto com Mendes e Fux completa a tríade de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que integram também o TSE, disse já ter iniciado a leitura das 1.082 páginas do relatório final da ação, elaborado pelo ministro Herman Benjamin. O documento é mantido sob sigilo.
Preliminares
Ontem (28), Gilmar Mendes convocou para a semana que vem duas sessões extraordinárias do TSE somente para apreciar a ação. O julgamento terá início na manhã de terça-feira e tem reservado outras três sessões, até a quinta-feira à noite.
Entretanto, o presidente do TSE confirmou que, logo na abertura dos trabalhos, o plenário terá que examinar uma série de questões preliminares interpostas pelas defesas de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Ambas solicitaram mais prazo para análise de provas, em especial aquelas relacionadas aos depoimentos de ex-executivos da empreiteira Odebrecht, que prestaram esclarecimentos a Benjamin somente no estágio final da fase de instrução.
A duração do julgamento pode ser crucial para o desfecho da ação, uma vez que dois dos atuais membros do TSE estão próximos de encerrar seus mandatos na Corte: o ministro Henrique Neves, em 16 de abril, e a ministra Luciana Lóssio, em 5 de maio. Eles serão substituídos por juristas nomeados por Temer, a partir de uma lista tríplice encaminhada pelo STF.
Mendes confirmou que, independentemente do resultado do julgamento, o STF deve receber recursos da ação. Ele não quis responder, no entanto, se o recurso teria efeito suspensivo sobre a decisão do TSE. "Tem muita discussão de provas. Temos que esperar tudo isso”, disse.
Cassação e inelegibilidade
As contas da campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer foram aprovadas por unanimidade pelo TSE, embora com ressalvas, em dezembro de 2014. No entanto, o processo foi reaberto após o PSDB apontar o possível recebimento, pela chapa vencedora, de recursos do esquema de corrupção investigado na Lava Jato.
Em caso de condenação, o processo pode resultar na inelegibilidade de Dilma Rousseff e de Michel Temer, que pode ainda ser afastado da Presidência da República. Isso porque a jurisprudência do TSE prevê que a prestação contábil de presidentes e vices deve ser julgada em conjunto, embora os ministros possam decidir julgar em separado.
Na hipótese de o TSE decidir que Temer deve deixar a presidência, será preciso enfrentar ainda questionamentos a respeito de qual procedimento ocorrerá em seguida.
No caso de vacância do cargo de presidente nos dois anos anteriores à eleição, a Constituição prevê a realização de uma eleição indireta pelo Congresso Nacional dentro de 30 dias. Na reforma eleitoral de 2015, no entanto, o Congresso inseriu no Código Eleitoral a previsão de eleições diretas em até seis meses antes do próximo pleito, caso a vacância se dê em decorrência da cassação de mandato.
A reforma do Código Eleitoral teve sua constitucionalidade contestada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no STF, mas o caso ainda não foi pautado para ser julgado em plenário.
Defesas
A campanha de Dilma nega qualquer irregularidade, e os advogados sustentam que todo o processo de contratação das empresas e de distribuição dos produtos foi documentado e monitorado. A defesa da ex-presidenta também afirma que todos os recursos recebidos foram declarados.
A defesa do presidente Michel Temer sustentou no TSE que a campanha eleitoral do PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos ou com o recebimento de recursos não declarados."                                                        Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br 29/03/17

sexta-feira, 24 de março de 2017

PAPA FRANCISCO ALERTA: RISCO DE MORTE DA UNIÃO EUROPEIA



Papa alerta para o risco de morte da UE

Pontífice pronuncia um discurso muito crítico diante dos líderes europeus

O cenário e o momento constituíam o próprio roteiro de um discurso esperado. A celebração dos 60 anos dos Tratados da União Europeia, e com todos os seus líderes reunidos na Sala Régia do Palácio Apostólico do Vaticano diante do papa Francisco, o primeiro pontífice não europeu da era moderna. Desse modo, Jorge Mario Bergoglio, em um minucioso e cuidadoso discurso político desfiou nesta sexta-feira todos os males que assolam o clube comunitário: populismo, empobrecimento, descaso no conflito da imigração e tendência a homogeneizar as diferenças. Um organismo político, disse, em plena maturidade, mas “chamado a um reposicionamento, a curar os inevitáveis achaques que vêm com os anos e a encontrar novas vias para continuar no próprio caminho”. Um puxão de orelhas, mas com o elemento construtivo e de esperança que um aniversário obriga.

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O discurso do Papa começou depois das intervenções do primeiro-ministro italiano, Paulo Gentiloni, e do presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, que reconheceram os problemas que a UE atravessa e a necessidade de buscar soluções para novos desafios. “A Europa nem sempre mostrou sua melhor face ao mundo”, admitiu o primeiro-ministro italiano ante os demais líderes europeus. Palavras que antecipavam e pareciam aceitar as culpas em relação às críticas que viriam em seguida.

O discurso, notavelmente severo com a situação atual, começou invocando os pais fundadores da UE –o chanceler alemão Adenauer e o ministro francês de Relações Exteriores Pineau– para se interrogar sobre até que ponto foram respeitadas ou traídas suas ideias e os riscos que a desorientação ensejaria. “Cada organismo que perde o sentido de seu rumo, que perde este olhar para a frente, sofre primeiro uma involução e, no final, corre o risco de morrer.”

Mas o Pontífice remexeu especialmente no passado para constatar o quão longe que, cada vez mais, as instituições estão das pessoas que elas representam. “Muitas vezes se tem a sensação de que está ocorrendo uma separação afetiva entre os cidadãos e as instituições europeias, com frequência percebidas como distantes e não atentas às distintas sensibilidades que constituem a União.[...] Os pais fundadores nos lembram que a Europa não é um conjunto de normas a cumprir, ou um manual de protocolos e procedimentos para seguir. É uma vida, um modo de conceber o homem a partir de sua dignidade transcendente e inalienável.”

O site www.boafoda.com por exemplo é o maior de todos e tem quase 64 mil vídeos grátis e e não se sabe como consegue se manter sem nada cobrar  
 

Os tempos da fundação não são os que correm hoje. Um período que o Pontífice definiu como de crise –“da família, econômica, da imigração...”–, e que pode ser interpretado, porém, como um tempo de desafio e oportunidade para desenvolver as ferramentas que subjazem nos tratados, como a solidariedade: “O melhor antídoto contra os modernos populismos. Os populismos, ao contrário, florescem precisamente pelo egoísmo [...]. É necessário voltar a pensar no modo europeu para conjurar o perigo de uma uniformidade cinza ou, o que dá no mesmo, o triunfo dos particularismos. Cabe à política esse leadership ideal, que evite usar as emoções para conquistar o consenso.”

Na vez anterior em que o Papa se encontrou com os líderes europeus ele os repreendeu duramente pela crise humanitária desencadeada pela desastrada gestão da imigração. Nesta sexta-feira insistiu em uma questão que não deve ser tratada como “se fosse só um problema numérico, econômico ou de segurança”. “Agora se discute como deixar de fora os perigos de nosso tempo: começando pela longa coluna de mulheres, homens e crianças que fogem da guerra e da pobreza, que só pedem para ter a possibilidade de um futuro para eles e seus entes queridos.

No final do discurso, Jorge Mario Bergoglio, um papa chegado do fim do mundo, como ele mesmo disse, se lembrou das periferias: culturais, sociais e econômicas. “Não existe verdadeira paz quando há pessoas marginalizadas e forçadas a viver na miséria. Não há paz ali onde falta trabalho ou a expectativa de um salário digno. Não há paz nas periferias de nossas cidades, onde proliferam a droga e a violência”. No final do ato, todos os líderes posaram para uma foto em grupo na Capela Sistina, com a simbólica tela de fundo do Juízo Final. Fonte: http://brasil.elpais.com/ 24/03/17