domingo, 27 de março de 2016

QUEREM INCENDIAR O BRASIL




Depois de construirem, em treze anos, a maior tragédia que o Brasil já teve na sua história, seja na economia, na política, na ética e na moral, o lulopetismo/república sindical ainda quer incendiar?... 

‘Se é golpe, então o Supremo regulamentou o golpe’, diz OAB 


“É a mesma tática de outra notória pandilha, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), espécie de decano da arruaça nacional
 
No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff deflagrava uma patética “campanha da legalidade”, para, alegadamente, defender a prevalência da lei contra o que qualificou como tentativa de “golpe” por parte dos que articulam seu impeachment, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, anunciava, para quem quisesse ouvir, que pretende “incendiar” o País caso se concretize o afastamento da petista.


Não se tem notícia de que Dilma, tão preocupada com a legislação pátria quando se trata de avaliar os atos da oposição, tenha alertado Boulos de que “incendiar” o País é ato criminoso, atentatório à ordem pública e, portanto, passível de pena de reclusão, como está capitulado em lei.

Já faz tempo que Dilma e os petistas, que hoje posam de zeladores da Constituição, tratam Boulos et caterva como interlocutores legítimos, ainda que abundem incontestáveis provas de que atuam fora da lei e tenham como objetivo subverter a ordem e derrubar o regime democrático. Mesmo depois de invadir prédios públicos, bloquear estradas e avenidas, ocupar propriedades privadas e destruir plantações, essa turma teve assento em diversos eventos no Palácio do Planalto com a presença de Dilma, sem nenhum constrangimento aparente. Ao contrário: em agosto de 2015, quando Boulos e seus colegas de baderna estavam entre os convidados de uma cerimônia na sede da Presidência da República, a petista os chamou de “companheiros e companheiras” e os cobriu de afagos”.
Fonte: Editorial do jornal O Estado de São Paulo  http://noblat.oglobo.globo.com/ 27/03/26

sexta-feira, 25 de março de 2016

LAVA – JATO, MÃOS LIMPAS



“Espero que juízes não sejam impedidos de fazer seu trabalho no Brasil, como ocorreu na Itália", diz promotor das Mãos Limpas
Luiza Bandeira da BBC Brasil em Londres, 25/03/16

Não é difícil ver semelhanças entre Antonio Di Pietro, o promotor mais famoso da operação Mãos Limpas, que inspirou a brasileira Lava Jato, e o juiz Sergio Moro.

Assim como Moro, Di Pietro foi considerado herói na Itália nos anos 1990 por conduzir uma investigação que revelou um esquema de corrupção envolvendo políticos e empresários. Mas sua atuação também causou polêmica.
"[Fui acusado de] ter realizado prisões ilegais, de ser um agente secreto sob ordens da CIA, de ter provocado suicídio de pessoas presas, de ter feito a operação para destruir o sistema dos partidos, de estar envolvido eu mesmo em atividades ilegais e assim por diante", diz ele em entrevista à BBC Brasil. As acusações se provaram infundadas.
Para Di Pietro, que acabou fundando seu partido e se tornando político, um dos problemas da operação Mãos Limpas foi exatamente a tentativa de deslegitimar magistrados (na Itália, promotores entram nesta classificação), que impediu-os de continuar seu trabalho.
"Espero que a magistratura não seja impedida de realizar o próprio trabalho no Brasil como aconteceu na Itália", afirma.
O ex-promotor ressalta que não conhece bem a legislação brasileira mas diz que, no caso da polêmica divulgação de grampos telefônicos, Moro tem direito de se defender de possíveis "acusações injustificadas".
Em resposta às críticas de que a operação teria provocado a ascensão de Silvio Berlusconi, ele diz que houve um vazio de poder, mas que isso não foi causado pela Mãos Limpas. "Berlusconi chegou ao poder por culpa dos políticos corruptos e dos empresários cúmplices, e não por culpa dos juízes que os processaram".
Leia abaixo os principais trechos da entrevista, concedida por e-mail.
BBC Brasil: A operação Mãos Limpas diminuiu a corrupção na Itália?
Antonio Di Pietro: A operação Mãos Limpas permitiu que fosse provado um profundo envolvimento das maiores autoridades políticas e institucionais do país, inclusive das maiores e mais importantes empresas públicas e privadas, em atividades ilícitas.
Mas a magistratura pode descobrir apenas uma parte das atividades ilícitas cometidas e pode entregar à Justiça apenas os casos mais clamorosos. Moral da história: a operação Mãos Limpas permitiu descobrir a existência de uma grave doença da qual a nossa democracia e a nossa economia de mercado sofriam e ainda sofrem. Mas esta doença persiste porque faltou e ainda falta uma forte atividade de prevenção e educação voltada para a legalidade.
O juiz penal, por definição, pode intervir só depois que o crime foi cometido (e apenas nos poucos casos que consegue descobrir), mas para evitar que os crimes sejam reiterados é necessário uma eficaz vigilância preventiva e uma escolha cuidadosa das pessoas que ocupam posições de poder. Até hoje a Itália, sinto muito em dizer, não conseguiu atingir este objetivo.
BBC Brasil: Alguns críticos dizem que ela acabou levando Silvio Berlusconi ao poder...
Antonio Di Pietro: A Mãos Limpas foi uma ação com finalidade exclusivamente judiciária, sem qualquer finalidade política. Certamente não é culpa nossa se a classe política italiana de então, em sua quase totalidade de figuras importantes, estava profundamente envolvida em atividades criminais.
Certamente, o vazio político que se seguiu à nossa operação favoreceu o ingresso na política de Silvio Berlusconi (e graças também à enorme disponibilidade econômica e dos meios de comunicação dos quais ele era e é proprietário). Mas nós magistrados tínhamos o dever de agir contra qualquer pessoa que tivesse cometido crime e não poderíamos fingir que estes crimes não tinham sido cometidos só para evitarmos a queda da classe política que estava no poder.
Eram exatamente os políticos de então que tinham o dever de respeitar as leis. Portanto, Berlusconi chegou ao poder por culpa dos políticos corruptos e dos empresários cúmplices e não por culpa dos juízes que os processaram. Tanto é verdade que depois o mesmo Silvio Berlusconi foi processado, condenado e expulso do Parlamento.
BBC Brasil: O que o Brasil pode fazer para evitar este tipo de problema?
Antonio Di Pietro : Antes de tudo, espero que a magistratura não seja impedida de realizar o próprio trabalho, como aconteceu na Itália, onde, a uma certa altura, a operação Mãos Limpas derrapou por graves motivos. Cito alguns:
1) o Parlamento (exatamente porque era composto por muitas pessoas de algum modo ligadas ao poderes corruptos) promulgou novas leis que modificaram e em determinados casos até cancelaram alguns crimes, como o de concussão;
2) Os magistrados foram deslegitimados seja em âmbito profissional seja em âmbito pessoal, com a cumplicidade de alguns meios de comunicação. Eu, em particular, fui alvo de várias acusações infundadas (entre elas a de ter realizado prisões ilegais, de ser um agente secreto sob ordens da CIA, de ter provocado suicídio de pessoas presas, de ter feito a operação para destruir o sistema dos partidos, de estar envolvido eu mesmo em atividades ilegais e assim por diante). Acusações que, ao fim, obrigaram-me a pedir demissão como magistrado para poder defender-me com homem livre, como fiz com sucesso;
3) Mas o que é mais grave de tudo, diversos magistrados foram até assassinados (como por exemplo Salvatore Borsellino e Giovanni Falcone, entre outros) justamente porque estavam descobrindo as relações que tinham sido criadas entre o sistema político e o sistema mafioso.
BBC Brasil: O ex-presidente Lula foi empossado como ministro em ato que foi suspenso pela Justiça. Caso ele seja confirmado, ele só poderá ser julgado pelo STF. O sr. vê isso como uma tentativa de obstrução à Justiça?
Antonio Di Pietro : Considero politicamente incorreto e eticamente deplorável nomear uma pessoa ministro - mesmo que fosse a personalidade mais importante do país - apenas para impedir as autoridades judiciárias de prosseguirem em seu percurso.
Somos todos iguais perante a lei. Espero que as motivações pelas quais o ex-presidente Lula foi nomeado ministro não sejam estas e que, portanto, quem o nomeou tenha dado e saiba dar justificativas mais convincentes.
BBC Brasil: Por outro lado, o juiz Sérgio Moro foi acusado de passar por cima da Constituição e até de "abrir caminho contra o Estado de Direito" ao adotar medidas controversas como divulgar grampos de ligações entre Lula e a presidente Dilma. Isso pode prejudicar a legitimidade das investigações?
Antonio Di Pietro : Não conheço suficientemente a lei processual brasileira e, portanto, não posso julgar. Digo, porém, que o juiz Moro também tem o direito de se defender de acusações injustificadas que lhe foram atribuídas.
Obviamente o único modo possível que encontrou - corretamente ou não, isto caberá ao juiz que por sua vez deverá julgar o comportamento do dr. Moro -, foi justamente o de tornar público os atos processuais que demonstrassem que as investigações penais realizadas por ele sobre importantes personalidades políticas de primeiro escalão no país não eram infundadas, mas que tinha fortes indícios que tornavam necessária a adoção das medidas judiciárias que de fato tomou.
Por isso, convido a refletir sobre a natureza do caso em sua totalidade. Trata-se de uma investigação penal que envolve personalidades políticas e instituições de primeiro escalão e, portanto, “em um Estado Democrático de Direito” é interesse primário dos cidadãos que as pessoas que ocupam cargos públicos deem explicações sobre as acusações que lhe são dirigidas e não tentem subtrair-se à Justiça usando diferentes estratégias.
BBC Brasil: Qual conselho o sr. daria para os magistrados brasileiros?
Antonio Di Pietro: Os colegas magistrados brasileiros certamente não precisam dos meus conselhos. Lembro-me da frase que o Chefe da Procuradoria de Milão, Francesco Saverio Borrelli, nos dizia quando tentavam impedir o nosso trabalho: “Resistir, resistir, resistir!”. É esta a mensagem que repasso aos colegas brasileiros.
BBC Brasil: O sr. acabou se tornando político. No Brasil, muitos veem o juiz Sergio Moro também como um potencial candidato. Possíveis ambições políticas podem influenciar o trabalho de juízes?
Antonio Di Pietro: Pessoalmente, não realizei a operação Mãos Limpas para entrar na política.
Deixei a magistratura em 6 de dezembro de 1994 e me candidatei pela primeira vez no outono de 1997 (portanto três anos depois), só depois de ter demonstrado em sede judiciária que as acusações que tinham sido dirigidas a mim eram todas inexistentes e só depois de ter obtido inclusive a condenação de quem havia tentado de deslegitimar-me.
Tenho certeza que o colega Sergio Moro está fazendo o seu trabalho com o único objetivo de cumprir o seu dever de juiz e, certamente, não sob influência de ambições políticas”.

quinta-feira, 24 de março de 2016

NÃO VAI TER GOLPE. VAI TER IMPECHMENT !



Dias Toffoli, (presidente do TSE e membro do STF), Cármen Lúcia e Ayres Britto: impeachment não é golpe porque está na Constituição e na lei
Dois ministros do Supremo e um ex-ministro põem um ponto final à pantomima do Palácio do Planalto e do petismo, que insistem em chamar a normalidade institucional de golpe. (24/03/16)

Segundo o Datafolha (10/02/15), metade do país acha que está sendo presidido por uma mulher desonesta (47%), falsa (54%) e indecisa (50%).

DORA KRAMER:
NÃO É A DEMOCRACIA QUE CORRE PERIGO

“Não era de se esperar silêncio e conformismo por parte daqueles que apoiam o governo, a presidente Dilma Rousseff e o PT. Tampouco é de se menosprezar suas manifestações, apenas porque são obviamente minoritárias em relação aos protestos dos que não apoiam o governo, Dilma e o PT. Seria adotar o mesmo critério equivocado, por autoritário, de desdém à oposição da época em que os inquilinos do Planalto eram muito populares.
A situação se inverteu, mas nem por isso deixou de existir o contraditório que ora se manifesta com mais contundência devido à possibilidade concreta de que a Câmara dos Deputados aprove a abertura de processo de impeachment presidencial no Senado. Isso é uma coisa. Normal. Outra coisa bem diferente é a tentativa de se inverterem também os valores e os fatos em jogo, para transformar os agentes da lei em mensageiros da ilegalidade.
O ataque é um movimento clássico de defesa. Notadamente nos casos em que o atacante luta no campo do indefensável. Como ocorre agora, com a ofensiva governista contra o Judiciário em geral, quando as decisões não agradam, ao juiz Sérgio Moro em particular, e aos integrantes da força tarefa da Lava Jato - os eleitos como os inimigos a serem combatidos. Posição já ocupada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Com uma diferença abissal: Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal, alvo de inquéritos e de acusações graves, o que não tira a razão do governo em agravá-lo. Já os investigadores no máximo têm questionada uma ou outra ação relativa aos procedimentos formais. É flagrante, pois, a impropriedade (para dizer o mínimo) de pretender enquadrá-los na condição de criminosos e imprimir àqueles que passeiam pelo código penal a condição de injustiçados, perseguidos e vilipendiados.
Aqui, a ordem dos fatores altera de modo absoluto o resultado: não é a democracia que corre risco, mas a “cleptocracia” que está tendo seus passos seguidos e seus esquemas desvendados.
O embate de argumentos ganharia mais consistência e equilíbrio se do lado dos governistas as aludidas injustiças fossem relativas ao mérito das questões e não apenas (embora possam ser também) nos aspectos formais. Naquele, o do fundamento das acusações, os debatedores deixam a desejar apresentando arrazoados estapafúrdios.
Como o último feito por Luiz Inácio da Silva a uma plateia de sindicalistas na quarta-feira, em que atribui a derrocada da economia brasileira a juízes, promotores e agentes da Polícia Federal. Propondo, inclusive, que os companheiros deixem de reclamar das (in) decisões da presidente Dilma e passem a cobrar da força-tarefa de Curitiba o fim das investigações em nome de um Brasil mais próspero e socialmente justo.
Não sendo piada, recende a deboche”.                                                            Fonte: http://www.estadao.com.br/ (24/03/16)



Por Josias de Souza

O cronista Nelson Rodrigues dizia que morrer significa, em última análise, um pouco de vocação. Jurada de morte, a gestão Dilma finge estar cheia de vida. Mas o governo é um vivo tão pouco militante que o PMDB decidiu enviar-lhe coroas de flores e atirar-lhe na cara a última pá de cal. Deve fazer isso na próxima terça-feira, quando seu diretório nacional planeja desligar da tomada o aparelho que mantém a respiração artificial do governo.
A situação da gestão Dilma é de uma simplicidade estarrecedora. Fraca, inepta e impopular, a presidente cavalga uma megacrise de três cabeças —ética, econômica e política. Sua administração encontra-se em estado terminal. Até o diretório do PMDB no Rio, que segurava a vela na porta da UTI, optou pelo desembarque. Considerando-se o faro aguçado da caciquia que controla o partido, se o PMDB decidiu tomar distância é porque o governo chegou à fase da decomposição. Outras legendas virão atrás.
Ah, o PMDB. Isso é que é partido eficiente! Ajuda eleger, vira cúmplice no assalto às arcas públicas, rompe fazendo cara de nojo e prepara, estalando de pureza moral, a transição que levará Michel Temer à poltrona de presidente da República com o apoio da oposição. Exausto de ajudar Dilma, o principal aliado do Planalto concluiu que chegou a hora de substitui-la. E não há Lula capaz de fazer ao PMDB oferta tão tentadora quanto a troca de sete cadeiras de ministro sob Dilma pela poltrona de presidente num cada vez menos hipotético governo-tampão de Temer. A essa altura, só há uma força em condições de deter os planos do PMDB: a Lava Jato.