sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A LEI É PARA TODOS



A LEI É PARA TODOS                                                                                                                                     por Roberto Freire

As novas denúncias envolvendo alguns de seus amigos mais próximos e até mesmo membros de sua família fazem com que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha de se explicar aos brasileiros e, talvez, à Justiça. A mais recente investigação do Ministério Público e da Polícia Federal envolve a suposta compra de uma medida provisória editada em 2009, durante o segundo governo de Lula, para beneficiar montadoras de veículos. O caso é um desdobramento da Operação Zelotes, que apura um esquema de desvios e fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado à Receita Federal, e retrata a que ponto chegou o desmantelo da corrupção nos tempos do lulopetismo. 
Deflagrada no início da semana, a nova etapa da operação teve como um dos alvos o escritório de um dos filhos de Lula. Sua empresa de marketing esportivo é suspeita de ter recebido repasses de um grupo de lobistas que atuaram pela aprovação da medida provisória que prorrogou incentivos fiscais à indústria automobilística. Segundo as investigações, teria havido o pagamento de R$ 2,4 milhões à empresa do filho do ex-presidente em 2011, justamente o ano em que a MP entrou em vigor.
No mesmo inquérito, a Polícia Federal intimou Gilberto Carvalho, ex-chefe da Secretaria Geral da Presidência no governo Lula e um dos auxiliares mais próximos do chefão do PT, a prestar depoimento sobre o suposto esquema de compra de MPs. Ele foi citado por vários personagens envolvidos no escândalo e seu nome aparece na agenda de um dos lobistas presos. Também foi detido um ex-conselheiro do Carf, José Ricardo da Silva, suspeito de ter ligações com Erenice Guerra, que sucedeu Dilma Rousseff na chefia da Casa Civil e acabou deixando o cargo após denúncias de corrupção.
Além das suspeitas que recaem sobre seu filho, Lula se vê às voltas com o conteúdo explosivo da delação do lobista Fernando Baiano na Operação Lava Jato, que investiga o petrolão. De acordo um dos operadores da propina do esquema de corrupção que varreu a Petrobras, houve o pagamento de R$ 2 milhões para o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, uma espécie de comissão pelo lobby feito junto a Lula em uma negociação para um contrato com a Petrobras. Ainda segundo Baiano, Bumlai o teria pressionado alegando que esse montante se destinava a quitar uma dívida imobiliária de uma das noras de Lula.
Basta acompanhar o noticiário para notar o quanto o ex-presidente, sua família e alguns de seus auxiliares e amigos mais próximos parecem enredados em uma teia de conexões ainda muito mal explicadas. Apesar da resistência de setores do governo e do PT, além do descontentamento do próprio Lula – que trabalha abertamente para destituir o ministro da Justiça, sob o argumento de que ele “perdeu o controle” da Polícia Federal –, as investigações vão prosseguir e podem complicar ainda mais a situação do líder petista.
Como se não bastasse ter sido o chefe de uma gestão que protagonizou o mensalão e deu início ao petrolão, perpetuado durante o governo Dilma, Lula deve explicações às autoridades e não poderá alegar, mais uma vez, que não sabia de nada do que acontecia à sua volta. Apesar do descalabro petista em 13 anos de governo, o Brasil tem instituições fortes, autônomas, atuantes, e ninguém é inimputável, intocável ou está acima das leis. Nem mesmo um ex-presidente, seus amigos ou familiares.
É certo que o PT não inventou a corrupção, mas a institucionalizou como nunca antes neste país ao tomar de assalto o Estado brasileiro. Nos tempos de Lula, os malfeitos e as malfeitorias foram elevados à máxima potência, alcançando níveis inimagináveis, como se não houvesse limite para a atuação de uma “sofisticada organização criminosa” – nas palavras do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, durante o julgamento do mensalão. Pois agora, finalmente, parece ter chegado a hora de acertar as contas com a lei.
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
Enrolada em acusações de corrupção, a família Lula da Silva mantém um suspeito hábito de morar em imóveis que não lhe pertencem, ao menos oficialmente. Assim como Lula nos tempos de sindicalistas vivia em uma casa supostamente de propriedade do compadre e advogado Roberto Teixeira, seu filho Luiz Cláudio da Silva há três anos reside em imóvel de uma empresa controlada pelo mesmo Teixeira. E Fabio Luiz, o “Lulinha”, escolheu viver em apartamento pago por um amigo.
Lulinha optou por um apartamento na exclusiva região dos Jardins, em São Paulo, pago pelo amigo empresário Jonas Leite Suassuna Filho.
Em 2010, o apartamento onde Lulinha morava, nos Jardins, tinha aluguel mensal fixado em R$ 12 mil mensais.
Lulinha foi para outro apartamento do mesmo Jonas, em Moema, cujos vizinhos pagam ao menos R$ 40 mil entre aluguel, condomínio e IPTU.
Quando Lula foi eleito em 2002, consta que Lulinha ganhava  R$ 1.300 em um zoológico. Em 2010, já era sócio de ao menos seis empresas.
Fonte: http://diariodopoder.com.br/30/10/15

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

LULA: SE PRENDEREM, TUDO BEM



Se prenderem Lula, tudo bem                                                 por Ricardo Noblat

Entre petistas de alto calibre e ministros do governo, circula a informação extraída de uma pesquisa de opinião pública mantida sob segredo onde ficou comprovado: a maioria dos brasileiros não reagiria negativamente a uma eventual prisão de Lula por conta das investigações da Lava-Jato.
É isso o que tem aumentado o nervosismo de Lula. Ele está com medo até de dormir em casa.
A fúria tomou conta dele por causa da ação da Polícia Federal contra um dos seus filhos, suspeito de envolvimento com a compra de Medidas Provisórias assinadas por Lula quando era presidente. E com a intimação para depor pelo mesmo motivo de Gilberto Carvalho, ex-chefe do seu gabinete.
Seu reencontro, em São Paulo, com Dilma, durante a festa dos seus 70 anos, foi indisfarçavelmente frio. Eles dividiram uma mesa com mais quatro pessoas e mal conversaram. Mas a insatisfação de Lula com Dilma e José Eduardo Cardoso, ministro da Justiça, não é tão grande como pode parecer.
A insatisfação é maior com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente Teori Zavaski, relator da Lava-Jato, que estariam tomando decisões que complicam sua vida. Lula não entende como pode enfrentar problemas com pessoas que lhe devem a indicação para os cargos que ocupam.
Na conta dos dissabores amargados por Lula, está também o comportamento de ministros indicados por ele para o Tribunal de Contas da União, que recentemente recomendaram ao Congresso a rejeição das contas do governo de 2014. Ele os considera uns ingratos.
Lula tomou da Polícia Federal uma bola pelas costas ao se descobrir investigado no âmbito da Operação Zelote, que antes mirava apenas os de agentes da Receita Federal subornados por empresários devedores de impostos. A Zelote está interessada também no favorecimento à indústria automobilística.

DILMA: RENÚNCIA ‘COM GRANDEZA’, PROPÕE FH


Dilma é honrada, mas Lula ‘tem que esperar para ver’, diz FH
Em programa de TV, ex-presidente sugeriu que Dilma Rousseff renuncie ‘com grandeza’ por Silvia Amorim, O GLOBO 27/10/15

SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse não duvidar da “honradez” da presidente Dilma Rousseff , mas que quanto ao também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “tem que esperar para ver”. Fernando Henrique participou do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (26/10/15), e também sugeriu que a presidente Dilma Rousseff  renuncie ao cargo "com grandeza".
O ex-presidente falou sobre Lula ao ser perguntado sobre a situação do ex-presidente, que é alvo de investigação sobre tráfico de influência e cujos filhos também estão sob suspeição, e disse que o petista "permitiu que a situação chegasse a esse desvario". O ex-presidente afirmou não duvidar da "honradez" de Dilma, mas quanto a Lula:
— Tem muita coisa a ser passado a limpo. Tem que esperar para ver — disse.
Fernando Henrique também rebateu a declaração feita pela presidente Dilma Rousseff à CNN de que a democracia brasileira é "adolescente" e isso torna um impeachment algo perigoso. Para o tucano, o que é ameaçador é um país "sem rumo".
— Não dá para chegar nos Estados Unidos e dizer, como ela disse, que Brasil vai bem e (tudo que está acontecendo) é porque nossa democracia é jovem. Não é isso não. Vai mal porque está sem rumo — afirmou FH, em entrevista ao programa "Roda Viva”.
- Tinha que ter uma renúncia com grandeza. A presidente Dilma não pode desconhecer o que nós conhecemos, que a economia está em uma situação desesperadora, que há uma crise política. Ela tinha que dizer: 'eu saio, eu renuncio, mas eu quero que o Congresso aprove isso, isso e isso - sugeriu FH.
A CNN transmitiu no domingo passado uma entrevista gravada com Dilma em setembro, quando a presidente esteve nos Estados Unidos para a Assembleia Geral da ONU.
— O grande problema com aqueles que querem o meu impeachment é a falta de motivação — disse Dilma, respondendo a uma pergunta sobre o risco de perder o mandato por causa dos problemas de corrupção na Petrobras. — Nós temos que ter muito cuidado sobre isso pelo seguinte motivo: a nossa democracia ainda está na adolescência — completou a presidente.
No "Roda Viva", FH também criticou Dilma pela decisão de tentar um acordo com alguns setores do Congresso para conseguir aprovar o ajuste fiscal.
Fonte: http://oglobo.globo.com/ 27/10/15