MÉXICO
DO PRI E O BRASIL DO PT, SEMELHANÇAS
O Brasil precisa olhar com atenção o que acontece com o
México, e estudar a história do Partido Revolucionário Institucional (PRI) que
montou no México a “Ditadura Perfeita”
e governou aquele país por 71 anos.
O PT não conseguirá esse feito apesar de muitas
semelhanças, como o controle da máquina pública, do sistema baseado na
corrupção, etc mas devemos ficar atentos.
O Partido Revolucionário Institucional (PRI) teve
o poder hegemônico sobre este país entre 1929 até 2000.
“As eleições presidenciais que ocorreram no
México em 02/06/12 marcaram o fim da hegemonia política do PRI, que controlou a
vida política do país nos últimos 71 anos, através do controle da máquina
pública e de um sistema baseado na corrupção, formando a "Ditadura
Perfeita" termo usado pelo fato de o partido oficial ter-se sustentado no
poder sem golpes, preservando as eleições e o pluripartidarismo”.
A
“Ditadura perfeita” do PRI só derrotada em
2000 quando foi derrotada por Vicente Fox, candidato
do Partido Ação Nacional (PAN), legenda que governou o México por 12 anos. Consolidando
a alternância do poder, o PRI retornou ao poder
com a eleição de Enrique Peña Nieto, de 46 anos, para o período de 2012
a 2018.
“Essas
eleições, como quase todas na recente história eleitoral do país, não estiveram
isentas de irregularidades. Nessa votação, Peña Nieto, o candidato eleito pelo
PRI, obteve 19.158.592 votos, muito à frente do candidato da esquerda, Andrés
Manuel López Obrador, que recebeu 15.848.827. Peña Nieto conseguiu assim 38,21%
dos votos, contra 31,61% de López Obrador e 25,39% de Josefina Vázquez Mota,
candidata do Partido Ação Nacional (PAN), a legenda que governou o México nos
últimos 12 anos. "O cidadão Enrique Peña Nieto é o presidente eleito dos
Estados Unidos Mexicanos para o período de 1º de dezembro de 2012 a 30 de novembro
de 2018", sentenciou o principal tribunal eleitoral ao validar a eleição
no último dia 31 de agosto. Encerrou-se assim a revisão de 365 pedidos de
julgamento de insatisfação apresentados em sua maioria pela coalizão
esquerdista de López Obrador em 296 dos 300 distritos eleitorais, e uma geral
para tentar anular a eleição presidencial. A esquerda se amparou na
Constituição ao alegar que a compra em massa de votos que denunciou manchava o
princípio de autenticidade das eleições e, além disso, pediu a anulação da
candidatura de Peña Nieto por ter supostamente excedido o máximo permitido para
despesas de campanha, comentou Enrique
Krauze, um dos mais respeitados comentaristas políticos do México. "Acho
que a sociedade aberta de hoje é mais incerta e perigosa que a sociedade
protegida de ontem, mas também é mais real", acrescentou Krauze. Peña
Nieto chega ao poder com um país ferido por uma violência de narcotraficantes e
outros grupos do crime organizado que gerou dezenas de milhares de mortos, a
maioria em disputas internas entre os diferentes cartéis. Essa violência marcou
a última etapa da gestão de Felipe Calderón, que quando assumiu o poder, em
2006, envolveu as Forças Armadas em tarefas de segurança pública por considerar
que os corpos policiais estavam sobrecarregados ou não eram aptos para essa
luta. A participação militar permitiu ao México ter vários triunfos na luta
contra os cartéis, incluindo a morte de um de seus principais líderes,
Heriberto Lazcano, conhecido como "El Lazca", principal chefe do
temido grupo "Los Zetas", abatido em um choque armado com tropas da
Marinha no último dia 7 de outubro. O novo governante, que durante a campanha
eleitoral foi pouco claro na hora de definir qual seria sua estratégia para
enfrentar o crime organizado, inaugurou seu mandato com uma mensagem na qual
deixou claro qual será sua principal preocupação. "O primeiro eixo de meu governo
é conseguir um México em paz. Poremos o cidadão e sua família no centro das
políticas de segurança", afirmou em seu discurso de posse. "Estou
convencido de que o crime não é combatido apenas com a força",
acrescentou, ao anunciar um programa integral para a prevenção que une os
esforços coletivos de todo o governo e de todos os níveis do poder. Por
enquanto, em um gesto poucas vezes visto na recente história política do
México, os três principais partidos assinaram no dia seguinte à posse presidencial
um pacto para a governabilidade democrática, a transparência e a proteção de
direitos e liberdades, entre outros temas. "O México começa uma nova etapa
de sua vida democrática. Chegou o momento do encontro e do acordo",
declarou nessa ocasião o novo presidente. Terminou, assim, uma etapa de
desencontros políticos e foi aberta uma fase na qual o PRI, sem maioria no
parlamento, se vê forçado a buscar consensos, não só com as demais forças
políticas, mas com os governadores dos estados, que a cada dia ganham mais
poder.
PRI, A
ORIGEM DO PODER
“Com o assassinato de Zapata em 1919 termina a primeira fase da Revolução
Mexicana. A segunda etapa foi marcada pela ascensão do General Álvaro Obregón
ao poder, iniciando a Reconstrução Nacional, período onde os líderes do país
procuraram definir as feições do novo Estado. De um lado havia uma nova
Constituição, aprovada em 1917, que representava uma grande derrota para os
setores mais conservadores da sociedade como a oligarquia agrária e a Igreja
Católica. A organização popular foi mantida assim como os direitos
trabalhistas, iniciou-se um processo de reforma agrária sob controle do Estado
e definiu-se uma política de nacionalização das empresas estrangeiras,
particularmente aquelas que exploravam petróleo e minério. A política
nacionalista foi levada adiante lentamente, pois todas as mudanças foram
antecipadamente discutidas com os EUA.
Em 1924 foi eleito Elias Calles que deu continuidade ao discurso nacionalista,
ampliou a reforma agrária e manteve o controle sobre o movimento operário, já
sob o comando de líderes pelegos. Durante esse período foi criado o banco do
México e foram aplicadas as leis Anti Clericais, responsáveis por violenta
rebelião camponesa, que estendeu-se de 1927 a 1930. O final do governo de
Calles foi caracterizado por intensas disputas políticas envolvendo diversas
facções dos grupos que se diziam representantes da revolução. A crise política
interna e a crise que se abateu no país a partir de 1929 ( quebra da Bolsas de
Valores de NY) foi responsável pela formação de uma grande aliança política
envolvendo os "revolucionários"
ORGANIZAÇÃO
PARTIDÁRIA
Em 1929, Calles conseguiu reunir as diversas facções políticas e formar o
Partido Nacional Revolucionário, que a partir de 1938 adotou o nome de Partido
da Revolução Mexicana e em 1946 passou a chamar-se Partido Revolucionário
Institucional (PRI) nome que mantêm ainda hoje.
Neste período destacou-se o governo de Lázaro Cárdenas (1934 -- 40) que
preservou o discurso nacionalista, o controle sobre o movimento sindical,
normalizou as relações com a Igreja e com os EUA e promoveu a
"modernização do País" exemplificando bem o significado do populismo
na América Latina. O governo Cárdenas manteve-se dentro dos limites da
democracia tradicional e burguesa, e apesar da declaração de princípios do PRM,
o México jamais teve um governo dos trabalhadores ou uma democracia popular.
A
modernização do país trouxe alguns benefícios econômicos a classe operária, no
entanto, manteve atrelada ao Estado, que procurava manter o equilíbrio entre
patrões e trabalhadores. Dessa maneira o movimento de massa teve que apoiar-se
em instituições do Estado, como, o exército, o poder executivo e claro, o Partido,
responsável por cooptar grande parte dos trabalhadores a partir de uma política
de favores desenvolvida pela máquina pública”
Fonte:
http://www.historianet.com.br/