PSICOLOGIA APLICADA: Impulsividade (análise
psicológica) PSICÓLOGO ANTONIO CARLOS ALVES DE ARAÚJO mailto:antoniopsico1@hotmail.com- http://antonioaraujo_1.tripod.com/
A Bíblia nos ensina que Deus, ao criar o homem, à sua imagem e semelhança, confiou-lhe a missão de dominar a natureza e completar a Criação; INCLUSIVE DE NÓS MESMOS.
Este é sem
sombra de dúvida um tema que atinge pelo menos metade da humanidade.
Inicialmente defino impulsividade como a máxima expoente do complexo de
inferioridade; o traçado de ambas é idêntico em quase todos os sentidos. Cada
evento por mais diminuto que seja, adquire uma reação máxima do ponto de vista
emocional. Não tratarei aqui das sociopatias, mas apenas dos casos
psicológicos. Na impulsividade tudo é uma
prova terrível, sendo que a única saída para a pessoa provar um pouco de sua
autoestima é a total competição. Este processo é sentido como que
interminável para o sujeito em questão. A
impulsividade é uma defesa contra a assimilação parcimoniosa de uma crítica.
Esta é sentida não apenas como um ataque frontal perante a auto imagem da
pessoa, mas, como um dano irreparável, ou que se levantou um segredo que irá
humilhar o indivíduo no mais alto grau imaginável. Os elementos intrínsecos
que compõe a impulsividade são: ódio, medo e ansiedade respectivamente. Todos
são incontroláveis e invadem por completo a mente da pessoa.
A conseqüência direta da
impulsividade é a vivência constante da culpa. Advém então, tentativas de
reparação quase que megalomaníacas, como sacrifícios exagerados, presentes
exorbitantes e coisas do gênero. Se importar com mínimas coisas causa uma
escravização quase que diária no sujeito, que toma empréstimos constantes da
agressividade, formando um ciclo vicioso. Todos já perceberam que o impulsivo fala
na maioria das vezes verdades sobre os outros, mas, o problema é que sempre
centra apenas na negatividade, na tentativa de punir, humilhar e destruir seu
oponente. Muitos poucos conseguem absorver este tipo de ataque quase que
inesperado. A desgraça absoluta do impulsivo é a esfera negativa do poder. Será
sempre lembrado pela dor e sofrimento que despertou no outro, sendo que não
tardará para que o nefasto sentimento de vingança assole totalmente o núcleo
das relações das partes envolvidas. O problema do impulsivo não passa apenas
pelo exagero, mas a palavra correta seria o despropósito diante de determinado
fato ou evento. Se fosse pensar em exemplos teríamos diversas situações
cotidianas em nossa sociedade: àquela pessoa no ambiente de trabalho totalmente
neurotizada, as infindáveis discussões no trânsito que além do stress produzem
diariamente tragédias, conflitos entre casais pela simples disputa de poder que
acirra ao máximo a impulsividade de um
ou ambos.
O impulsivo radicaliza ao máximo
seu código de ética ou conduta, não abrindo o mínimo espaço para a dúvida ou
erro. Na verdade a grande síntese da
personalidade do impulsivo é que o mesmo sofre pela antecipação de qualquer
contrariedade; sendo que a retenção ou poupança desta carga destrutiva constantemente
deve ser expelida através do outro. A raiva ou o ódio súbito é o total medo da
derrota no confronto, tentando aniquilar o oponente o mais rápido possível.
A impulsividade atrasa totalmente a evolução emocional da pessoa, ficando presa
incessantemente de instintos primitivos. O
impulsivo tem uma certeza fruto de seu histórico pessoal que seu tempo é
extremamente escasso. Tal percepção deriva dos momentos de prazer na infância
ou interação afetiva abaixo das necessidades da pessoa. Sua meta então é
conseguir determinada coisa o mais breve possível, porém, em tal empreitada
surgem feridas nas pessoas ao seu redor que trarão todo o conflito à tona.
Estados de relaxamento ou entretenimento são raríssimos no impulsivo, pois sua
guarda sempre está levantada na espera do ataque ou adversidade.
Os escassos momentos afetivos do
passado descrito causam constantemente um avassalador sentimento de injustiça
perante qualquer situação de contrariedade, provocando a súbita revolta e
consternação. O impulsivo é aquele tipo descrito pela psicologia que não tolera
em hipótese alguma a frustração. Cabe
aqui uma distinção precisa entre a ansiedade e impulsividade. A primeira é um
estado interno de inquietude que necessariamente não exige uma descarga
agressiva perante o outro; já na impulsividade o meio circundante sempre é o
palco ou testemunha do exagero ou de medidas descabidas. A impulsividade
como todos sabem é companheira absoluta do consumismo em nossa sociedade. A
intersecção de ambas é o imenso sentimento de carência e culpa. O ímpeto para a
compra compulsiva equivale ao que descrevi anteriormente de escasso afeto,
tendo de abocanhar o mais breve possível à necessidade emocional, que sempre
veio em doses pequenas. A pessoa que se
gosta, não precisa necessariamente evitar o consumo, mas, que o mesmo não
apenas seja sobre o que é realmente necessário, mas também o que será
efetivamente aproveitado, evitando a “neurose do colecionador”, guardando
totens econômicos que supostamente resguardariam a frágil autoestima do
sujeito. É mais do que óbvio que o consumo produz instantaneamente uma
sensação de poder que encobre temporariamente a carência da pessoa, agindo como
uma espécie de droga, porém, além de seu efeito ser extremamente reduzido
produz o mesmo vazio de qualquer tipo de entorpecente. Temos de ter consciência
da enorme defasagem entre este conceito e toda a propaganda em contrário que o
sistema econômico produz. Ingenuidade é acreditar que uma determinada percepção
por si só irá alterar o estilo de vida imposto pela sociedade. O tesouro do
autoconhecimento é perceber sempre, afastando a indigestão do conflito
torturante perante a impotência.
O impulsivo sofre por sua idéia
fantasiosa de achar que detém o poder da mudança, quando a grande meta social é
o convite para a reflexão. A impulsividade sempre foi o combustível máximo para
o desenvolvimento das ditaduras; sendo que na mesma há uma extensa projeção ou
se delegam todo o potencial de ódio, vingança e frustração. Não se trata em
hipótese alguma de pregar o conservadorismo. As mudanças e revoluções
constituem elementos indispensáveis na transformação e evolução humana. O
problema do uso quase que exclusivo da impulsividade é que a mesma cega à
percepção de elementos que deveriam ser preservados; aliás, esta sempre foi a
grande contradição das revoluções. O
impulsivo não sabe cuidar, destrói não apenas a superfície, mas também o
alicerce de seus relacionamentos. Mas o porque de arrasar tudo para após
aparecer o arrependimento? A questão é que o impulsivo necessita diariamente
medir sua força, e sempre destoa na execução de tal tarefa. Este também sempre
foi outro combustível responsável pelas grandes tragédias da história da
humanidade. Outra questão vital é a
contaminação emocional do impulsivo; quase todos que sofrem do problema possuem
um imenso potencial intuitivo, provocando ou absorvendo toda a carga destrutiva
ou os anseios nefastos de seu meio circundante. O impulsivo acaba amplificando
tudo de pior sobre as emoções negativas alheias.
Um dos problemas máximos do
impulsivo é sua total insegurança, apesar de tentar demonstrar sempre o
contrário em seu despotismo e arrogância diária. Nunca o mesmo tem a real convicção de ser amado ou ter um lugar seguro
no panteão de pessoas que os outros se importam. A angústia e agonia da
solidão sempre será o catalisador do ódio e conflito para chamar à atenção
sobre si mesmo; esta sempre foi à gênese oculta dos ditadores no decorrer da
história. O contrato inconsciente que mantém a união de uma pessoa impulsiva
com outra aparentemente calma, é a pura necessidade de vivenciar uma parte
negada da personalidade através do outro. Se pensarmos no famoso conceito de
FREUD de repetir o sofrimento através de experiências similares, chegamos à
conclusão de que um dos problemas básicos nas relações humanas é a questão da
imitação. Repetir equivale a imitar, mas, por que? Primeiramente a imitação é
um modelo a ser seguido; segundo, o medo da solidão e abandono caso alguém
trilhe um caminho diferente; terceiro, a homenagem para àqueles que
supostamente nos deram a vida; quarto, a culpa pelo também suposto sacrifício
do outro para nos criar. A culpa citada também se torna um anteparo perante uma
rebeldia no sentido de adotar um outro modelo de vida de seus genitores, se
resignando perante o sofrimento.
Tanto o tímido, depressivo e o
impulsivo possuem um imenso núcleo de raiva e ódio. O impulsivo evoca o
conflito o tempo todo para buscar a situação de prova e competição citada. O
tímido justamente o contrário, criando um mistério sobre sua personalidade,
minando o outro de entrar em seu mundo de agonia e amargura, mantendo a
vivência da raiva oculta para os outros, mas a alimentando constantemente. O
tímido apenas foge da situação de prova, mas não de sentir raiva que demonstra
através de sua omissão e silêncio. O depressivo carrega a doença, dizendo
assim, que foi acometido de algo quase que interminável, merecendo então todos
os cuidados do meio, mas, principalmente podendo também diminuir suas
obrigações e responsabilidades afetivas. Em síntese, as três moléstias têm em
comum enxergar alguma graça na vida caso a estrutura neurótica proporcione o
centro da atenção para a pessoa, independentemente de como efetuarem tal
propósito.
A noção do trauma está muito mais
para o impulsivo do que bloqueios da sexualidade infantil, como sempre a
psicanálise colocou. O impulsivo vivenciou a experiência da ruptura com uma
carga de dor e agressividade além do normal; temendo o retorno da mesma tenta
antecipá-la, criando zonas de virulência e disputa em seu meio. Seus relacionamentos sempre são um treino
para o “armagedon” que está preste a chegar novamente. O problema de toda
essa operação mental é a perda da própria vontade do sujeito, ficando
absolutamente refém de acontecimentos dilacerantes que não consegue lidar. As
restrições ou limites para sua conduta antecipada e agressiva que não consegue
evitar lhe causam o preço da solidão e abandono quase que por completo; além do
constante clima de “terra arrasada” na convivência diária, pois apenas suscita
o medo nas pessoas perante alguém com absoluta falta de controle. Novamente
fazendo um paralelo com outras enfermidades, os atos desgarrados do impulsivo
são nada mais do que uma defesa contra a vivência da experiência da depressão,
pois esta última tem a característica peculiar de lançar o indivíduo na mais
pura impotência pessoal, coisa que o impulsivo teme inteiramente; na verdade o
que salva o impulsivo da depressão profunda é o seu senso de orgulho
exacerbado, porém o mesmo o acaba prejudicando nas demais áreas dos
relacionamentos.
O ponto central que devemos
estudar é a noção do equilíbrio. Aonde as pessoas corriqueiramente o buscam?
Por equilíbrio se entende algo normal, com boa dose de paciência ou coisas
afins. Não é bem assim do ponto de vista psicológico ou do inconsciente.
Equilíbrio tem a dimensão do uso daquilo que sempre faltou ou foi reprimido,
sendo assim, pode acontecer em situações desastrosas, pelo simples fato da
pessoa nunca ter experimentado determinado acontecimento. As ações mais
tresloucadas podem conter uma compensação psíquica para o sujeito. Obviamente
por trás disso tudo jaz a carência. Não se trata da repressão ou anulação em
hipótese alguma, mas também não podemos permitir um padrão de respostas
rotineiras que definem a impulsividade. A
liberdade no sentido profundo do termo significa a possibilidade de
experimentar novas vivências ou atitudes. O impulsivo, asceta, doutrinário e
religioso jamais serão seres livres por conta do fator citado. Definitivamente
na terra o único e máximo inferno possível é a solidão. A impulsividade é a
religião rigorosa de seguir a doutrina diária do conflito.
Não preciso nem ressaltar o
sofrimento do impulsivo oriundo de seu constante orgulho exacerbado. O mesmo
até gostaria de poder refazer, perdoar ou recomeçar, mas simplesmente é
impossibilitado de dar o primeiro passo, esperando do outro as desculpas para
continuar a manutenção de seu status de poder. Admira e até inveja pessoas
calmas e tolerantes, que não absorvem a negatividade e lidam com eficácia
perante a tristeza do meio circundante. A natureza arbitrária e espalhafatosa
do impulsivo visa também acobertar sua ansiedade e pontos emocionais
deficientes em sua pessoa. É interessante
a equação que o impulsivo desenvolve perante qualquer pessoa que pode vir a
criticá-lo, exigindo uma retidão de caráter e perfeição divina de seu suposto
oponente, esquecendo que por parte do mesmo a crítica é seu instrumento diário
de trabalho e nem sempre com cuidado ou construtiva frente à determinada pessoa.
A verdade sobre este ponto é que o impulsivo necessita se cegar perante o
autoconhecimento acerca de sua conduta ou comportamento totalmente contaminado
pela agressividade. Não consegue estabelecer regras emocionais para as coisas
que realmente seriam prioridade.
O fato é que se um determinado
sujeito ao longo de sua vida não conseguiu estabelecer uma saúde psíquica em
áreas vitais (relacionamentos, sexualidade ou amizades), sempre irá deslocar ou
priorizar o ínfimo. A grande questão para
ser resolvida é se alguns seres humanos realmente estão predestinados à
privação do básico em termos afetivos e o quanto de esforço ou luta devem fazer
para superar tal condição. Falei no começo deste estudo que o impulsivo
destrói a base e o fundo dos relacionamentos, porém, o mais incrível é que sabota geralmente seus parceiros mais íntimos,
canalizando para o mesmo todo o foco de sua raiva, apesar de contraditoriamente
ter um imenso apreço por essa pessoa. É como se no final necessitasse de uma
espécie de companheiro para treinar o rancor. Alguém acometido de tal
fenômeno terá implicações destrutivas e mórbidas na esfera do afeto. O suposto
amor do impulsivo sempre é subjugado por fantasias pretéritas de exclusão e
abandono.
Talvez não apenas o impulsivo,
mas também outras personalidades possam achar que o abandono do ato instintivo
pode minar a capacidade de reação ou direito de defesa da pessoa. O problema é
que o próprio conceito de defesa deve ser reformulado. A cultura e sociedade o
igualam a uma espécie de vingança ou quase sempre dar o troco. A real defesa, autoestima, amor próprio ou
auto valorização é justamente evitar uma zona de conflito desnecessária. Talvez
muito poucos seres humanos possam ter a felicidade suprema de serem realmente
amados ou terem relacionamentos duradouros; mas que todos os seres poderiam
galgar a evolução citada anteriormente é fato indiscutível. Aliás, outra
falha enorme da psiquiatria e psicologia é justamente não debater do ponto de
vista psíquico o que realmente existe para todos?(complexo de Édipo, ódio,
agressividade, ansiedade, depressão, mágoa e tristeza). Mas e a capacidade de
reação? Evolução psíquica é o pleno
equilíbrio entre não se importar em absoluto com o inferno que o outro pode nos
causar e ao mesmo tempo manter a centelha da escuta ou admissão do que pode vir
a ser verdade ou a aceitação de uma simples crítica. O orgulho deveria dar
passagem para um caminho de reflexão e a mágoa ser dissolvida em nosso amor
próprio. A estima por incrível que pareça passa por uma insensibilidade perante
infortúnios ínfimos. Nunca um ser
humano bem resolvido necessitou ser sensível o tempo todo.
Podemos também fazer um
comentário sobre a questão da ideologia. Determinada crença, ritual ou linha de
pensamento fazem parte da psique humana. O
problema é que tais processos no desenrolar do histórico da humanidade sempre
desencadearam uma imensa dose de ansiedade, levando o indivíduo a passar, ou
melhor, dizendo “obrigar” o outro a compartilhar de determinada revelação ou
visão. É justamente quando o portal da destrutividade jorra todo o seu ímpeto.
Será que realmente o mais importante seria acreditar cegamente ou radicalmente
em algo, ou examinar o real processo mental e evolutivo que levou determinado
sujeito para uma crença ou ideologia? Se a pessoa obesa tem de refazer seu
conceito de alimentação, assim como o drogado o problema da fuga perante a
frustração, o impulsivo deve prestar contas ao aspecto do controle. O impulsivo assim como o ciumento carrega
uma dose absurda de egoísmo, pois diariamente provam que sua energia está única
e exclusivamente direcionada aos seus propósitos e preocupações, sendo que à
vontade do outro é mero adendo. O que definem como amor não passa na verdade de
uma aberração, pois se trata de uma imposição eterna para que os sirvam na
agonia de suas fantasias destrutivas. A norma ética que define o amor ou
qualquer relacionamento onde a saúde psíquica prevalece é que ambas as partes
estejam disponíveis para a satisfação dos anseios, desejos e necessidades do
parceiro. O se relacionar é evitar o
“não” do desconhecimento ou falta de intimidade. O impulsivo sempre
exacerba tal conceito, pois como disse anteriormente jamais pode ter a certeza
de se sentir importante do ponto de vista afetivo.
Estabelecerei outro paralelo entre
o impulsivo e o tímido. Este último evita a cumplicidade por temer “enjoar” da
relação, fazendo uma busca eterna e platônica sobre alguém totalmente
idealizado e que o liberte de seu tormento de não conseguir se comunicar. O
impulsivo ataca o tempo todo seu parceiro, sendo assim, ambos desprezam as
pessoas mais próximas. Porque o impulsivo não consegue perceber ou aceitar o
ritmo do outro? O grande problema é que seu caráter narcisista exige uma
platéia a todo o instante, sendo assim, as aspirações alheias são totalmente
subjugadas pelo seu instinto de poder que jamais se consome. O impulsivo certamente poderia até respeitar
ou desfazer relacionamentos doentios, porém, seu apego, posse e espírito
revanchista jamais permitem tal empreitada baseada na lucidez.
FREUD nos últimos anos de sua
vida definiu a normalidade como sendo aquela pessoa que ama e trabalha.
Transpondo tal conceito para a atualidade diria que o mais importante é a
qualidade e satisfação de ambas as esferas. No lado do amor, normalidade vale
para o sujeito que não projeta ou deposita em alguém todos os seus sentimentos
negativos, negados ou não, tais como: raiva, inveja, ciúmes, posse, avareza,
desprezo, traição dentre outros. Claro que nenhum ser humano é perfeito para
que algum destes nunca o assole, porém, saber lidar com todos eles é que
definirá a retidão de caráter de determinada pessoa. Antes de se cometer o
equívoco de poetizar ou fantasiar uma relação, todos deveriam perceber que a regra básica da ternura é não fazer do
outro uma bacia de despejo de suas frustrações, bem difícil em nossos tempos,
como todos já perceberam. Seria interessante uma verdadeira humildade por
parte de todos a fim de perceberem quais mecanismos neuróticos se utilizam para
a fuga da solidão corrosiva de nossa época (dependência química ou afetiva,
depressão, narcisismo, impulsividade). Todos estes elementos visam encobrir um
estado de amargura visto como intolerável.
Mas cabe outra questão
fundamental a ser respondida, como o hábito mental da destrutividade ou
vingança se estabelece e quais suas conseqüências? Pensar ativamente com uma boa dose de rancor contra alguém que nos fez
mal descarrega não apenas fatores químicos que aliviam a mente do sofrimento
daquela dor, ocasionando uma revanche no plano mental; ao mesmo tempo em que
segura o ímpeto de proceder à ação na realidade concreta. Para alguns não,
o que seria o estado de psicopatia, não conter o ódio na mente. Porém, no
primeiro caso, o fato de mentalmente realizar tal operação, não deixa de ter
sérias seqüelas. O material destrutivo
abordado tem a característica de unir-se com todo o tipo de reminiscências de
inveja, raiva e ódio. Episódios que há muito foram esquecidos invadem
novamente a psique da pessoa. O dano passa a ser duplo pelo desejo de retaliação:
preocupação, ansiedade, medo e distúrbio mental pela situação incômoda do
presente; abatimento, depressão e desilusão pelas péssimas recordações evocadas
do passado. Tudo o que foi exposto prova a força incrível do pensamento. Mas
porque o pensamento negativo parece que sempre se sobressai ao positivo? O fato é que o chamado pensamento positivo
coloca o problema do desejo, sendo que o mesmo sempre está em mutação.
Simplesmente determinada pessoa não consegue pensar positivamente, pois ela
mesma não sabe ao certo o que almeja, sendo confusa e pusilânime na arte de seu
prazer pessoal. Já o pensamento negativo é totalmente estático e obsessivo, com
idéias de morte, catástrofe, pânico, sendo mais facilmente absortas pelo plano
mental.
Enquanto o prazer é totalmente
uma incógnita a ser desvendada para muitos, o desânimo é uma certeza subjacente
à história de vida do sujeito. O erro crasso do dinheiro é achar que o mesmo
teria o poder de ampliar o leque de possibilidades de satisfação, quando na
verdade o mesmo sempre serve para encobrir a dificuldade ou bloqueio em
determinado setor. O dinheiro em nossa era não é em hipótese alguma símbolo de
conforto psicologicamente, mas tão somente um escudo imenso contra a sensação
de impotência e desespero. Claro que não estamos falando de sobrevivência ou
melhoria na qualidade de vida, mas daquela sensação de vazio e inutilidade
mesmo sem vivenciar a privação econômica imposta à maioria dos seres humanos de
nosso mundo. Tenho de ressaltar a
terrível contradição da impulsividade perante o contexto das relações sociais.
Se por um lado assistimos o disfarce de sentimentos, hipocrisia, timidez,
retenção das verdadeiras intenções; de outro vemos a volúpia cega e incontida
de ações ou atitudes desproporcionais mascaradas de autenticidade, quando nada
mais são do que a mais sublime prova de agressividade e tortura psíquica
perante outro ser humano.
Certamente todos projetam suas
mazelas em alguma área, sendo assim, impulsividade é sinônima absoluta de
compulsão. É dar o máximo na esfera do conflito, ódio e turbulência. A cura
seria o transportar de todo esse redemoinho de atrito para o cuidado, dedicação
e atenção para com o outro. Esta sem dúvida se torna à chave de tudo que
discuti neste texto; em que esfera se doa o máximo de nosso potencial? No
sofrimento, saudade, conflito, ternura, paixão, ciúme, ambição? Estamos
neuroticamente nos acostumando de que nossa única responsabilidade é cumprir os
deveres econômicos e sociais, menosprezando todo o impacto de nossa parte
pessoal sobre as pessoas ao redor. É
engraçado como quase todo mundo adquire cada vez mais responsabilidade na
esfera da ambição e concomitantemente se torna mais indolente no aspecto
afetivo. Parece que vamos precisar de várias traições, infidelidades,
ciúmes, para que sejam revistas as prioridades em nossas vidas, pois do
contrário pensamos apenas no consumo que o trabalho enfadonho e rotineiro de
cada dia proporciona. Outro alerta sem sombra de dúvida é a terrível solidão
discutida no texto, que relembra que o tempo vai passando e não atingimos o
“orgasmo de viver”. É visível a total falta de sensatez no
lado íntimo, e de nada adianta qualquer tipo de psicoterapia, terapia de casal
e outras questões se não haver uma profunda reflexão e espírito de crença na
atitude ou mudança perante o outro. A timidez como disse em diversos outro
textos veio para ficar em nossa era, arrasando por completo todo o tipo de
envolvimento e cumplicidade de sentimentos, afora a própria natureza
conflituosa dos relacionamentos; sendo assim, é mister que tentemos preservar
nossa característica humana de cooperamos e crescermos juntos não abrindo mão
da satisfação de todas as partes envolvidas na convivência.
Site dedicado a todos os meus
pacientes que acreditaram e acreditam em minha conduta e criatividade.
**************************
**************************
Você é impulsivo? Veja 10 dicas para controlar sua
impulsividade
Impulsividade
geralmente está relacionada com ansiedade por Rosemeire
Zago
"Agir por impulso é benéfico ou prejudicial?"
Resposta: Creio que tudo que seja extremo e feito sem pensar, como no caso de uma pessoa impulsiva, dificilmente poderá trazer algum benefício. Ser impulsivo é muito diferente de saber se defender, responder rapidamente ou argumentar em momentos específicos e com equilíbrio. A pessoa impulsiva geralmente age pela emoção, não racionalizando a situação, ou seja, não há equilíbrio, causando facilmente conflitos. Não vejo nenhum benefício em ser impulsivo.
"Agir por impulso é benéfico ou prejudicial?"
Resposta: Creio que tudo que seja extremo e feito sem pensar, como no caso de uma pessoa impulsiva, dificilmente poderá trazer algum benefício. Ser impulsivo é muito diferente de saber se defender, responder rapidamente ou argumentar em momentos específicos e com equilíbrio. A pessoa impulsiva geralmente age pela emoção, não racionalizando a situação, ou seja, não há equilíbrio, causando facilmente conflitos. Não vejo nenhum benefício em ser impulsivo.
Quais são
os principais prejuízos em agir por impulso?
Resposta: Uma pessoa impulsiva geralmente não pensa, ela simplesmente age ou fala sem pensar, fazendo isso de modo instintivo, ou até mesmo incontrolável. O próprio Jung não gostava do termo impulsivo, mas automático, pois a pessoa age de maneira que nem percebe. A impulsividade pode causar muitos conflitos em qualquer área de sua vida, seja profissional, familiar, afetiva, entre amigos... Enfim, pode causar desentendimentos, brigas, e até rompimento de relacionamento, etc. Por falar sem pensar, pode falar demais e se expor com pessoas das quais nem sempre são confiáveis, que depois poderão usar essas informações fornecidas espontaneamente para lhe prejudicar. Ainda pode obter um resultado muito diferente do que o esperado com o que falou. A impulsividade deve ser controlada e se a pessoa não conseguir fazer isso sozinha, deve buscar ajuda de um profissional.
Resposta: Uma pessoa impulsiva geralmente não pensa, ela simplesmente age ou fala sem pensar, fazendo isso de modo instintivo, ou até mesmo incontrolável. O próprio Jung não gostava do termo impulsivo, mas automático, pois a pessoa age de maneira que nem percebe. A impulsividade pode causar muitos conflitos em qualquer área de sua vida, seja profissional, familiar, afetiva, entre amigos... Enfim, pode causar desentendimentos, brigas, e até rompimento de relacionamento, etc. Por falar sem pensar, pode falar demais e se expor com pessoas das quais nem sempre são confiáveis, que depois poderão usar essas informações fornecidas espontaneamente para lhe prejudicar. Ainda pode obter um resultado muito diferente do que o esperado com o que falou. A impulsividade deve ser controlada e se a pessoa não conseguir fazer isso sozinha, deve buscar ajuda de um profissional.
O que
devo fazer para controlar minha impulsividade?
A impulsividade geralmente está relacionada com a ansiedade. Em geral, pessoas ansiosas são impulsivas. Algumas características:
A impulsividade geralmente está relacionada com a ansiedade. Em geral, pessoas ansiosas são impulsivas. Algumas características:
1.
fala sem pensar
2.
fala demais
3.
fala muito rápido
4.
respiração acelerada
5.
'engole' as palavras
6.
geralmente fala mais do que ouve
7.
sempre com pressa, agitada
8.
se expõe independente da
situação, ou seja, não considera o momento para falar
9.
se expõe com pessoas
desconhecidas, ou até mesmo conhecidas, porém fala demais de si mesma
10. não tem controle das próprias emoções
A impulsividade deve ser
controlada com meditação, relaxamento, yoga, exercitar pensar antes de falar e
se a pessoa não conseguir fazer isso sozinha, deve buscar ajuda de um
profissional, no caso fazer psicoterapia para identificar a origem de sua
impulsividade e aprender a controlá-la. Fonte: http://psicologosaopaulo.tripod.com/impulso/impulso.html