LULA,
DECLARAÇÕES DE PETISTAS E EX SOBRE CONDENAÇÃO
Quando eu soube da condenação de Lula
Trinta e um
correligionários, fundadores do PT, ex e atuais companheiros de luta política
contam onde estavam, no que pensaram quando souberam da notícia e o que
imaginam ser o futuro do partido
POR Bárbara Rocha, 22 de julho de 2017
Foi num domingo, 10 de fevereiro
de 1980, quando foi assinado o manifesto que deu origem à fundação do Partido
dos Trabalhadores. Intelectuais, operários, militantes de esquerda, integrantes
de movimentos de base da Igreja Católica estavam reunidos no auditório do
Colégio Sion, em São Paulo, onde ouviam em êxtase o discurso engajado,
emocionante e inspirador de uma liderança inconteste: o então presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, Luiz Inácio Lula da Silva, que
se apresentava como representante “da classe explorada pelo sistema
capitalista”. A ideia de um partido castiço, livre do ranço da ditadura, dos
conchavos da velha política, comprometido com a causa dos mais desassistidos,
era a promessa — e a possibilidade real — de um novo futuro.
Nas três décadas seguintes, Lula
se tornou uma figura política de proeminência internacional. E o PT acumulou
1,5 milhão de filiados, governou a nação por treze anos, esteve à frente de
prefeituras e governos estaduais em todos os rincões do país, promoveu a maior
distribuição de renda da história e também o maior escândalo de corrupção que
se tem notícia no mundo.
Trinta e sete anos separam aquela
manhã de fevereiro de 1980 do dia 12 de julho de 2017, quando o juiz Sérgio
Moro condenou Lula a quase dez anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva
e de lavagem de dinheiro. A acusação é de que ele foi presenteado pela
empreiteira OAS com um tríplex no litoral de São Paulo em troca de favores na
Petrobras.
A repercussão da condenação de
Lula bateu forte em quem o conheceu de perto. Durante dez dias, 60 pessoas que
conviveram com ele ou participaram da história do partido foram contatadas pela
reportagem. Apenas 31 deram declarações sobre o caso. O que disseram:
1. Expedito Soares, primeiro presidente do
Diretório Municipal do PT em São Bernardo do Campo
Longe da casa onde mora na cidade
que é o berço político de Lula, Soares leu em Recife a notícia da condenação em
primeira instância do ex-presidente. Sem surpresa, o autor do desenho da
bandeira do partido direcionou a primeira reação ao juiz Sergio Moro: “Ele está
a serviço da CIA, qualquer ato processual ele vai para os Estados Unidos
prestar conta. Por que um magistrado de primeira instância precisa ir para lá mostrar
seus feitos?”. Moro, acusa Expedito, faz “perseguição política” e “joga com a
mídia”. Por isso, resolveu divulgar a sentença logo após a votação da nova Lei
Trabalhista: “Ele podia ter feito isso [anunciado a sentença] desde o mês
passado. É um falastrão!”
A sentença não mudou a certeza do
petista de que Lula não adquiriu o tríplex no Guarujá com privilégios da OAS:
“Está mais do que provado que foi uma intenção de compra. Como se pode dizer
que foi propina? Não se concretizou!”. E não tem dúvida sobre o futuro do
partido: “O PT não é o Lula, é uma ideia, um sentimento, uma coisa muito
maior”.
2. Wagner Lino, integrante do primeiro núcleo do PT
em São Bernardo do Campo
O ex-torneiro mecânico disse que
a sentença era previsível. “Na luta de classes, o inimigo pode criminalizar ou
até assassinar. É a lógica deles.” Para o petista, que soube da condenação do
ex-presidente em primeira instância pela internet, ainda que Lula consiga
provar inocência, outros serão acusados.
Se Lula for detido, a luta vai
continuar — como aconteceu quando ele foi preso em 1980, durante a greve de 41
dias dos metalúrgicos, lembrou. “O futuro de um partido não depende de uma
liderança, mas do seu programa e do seu projeto de país. O partido só morre quando
perde a perspectiva histórica. São as contradições da sociedade que formarão
líderes a cada momento.”
3. Gilson
Menezes, primeiro prefeito eleito pelo PT no Brasil
Desvinculou-se da sigla em 1988,
mas o distanciamento não reduziu o desânimo de Gilson Menezes ao receber a
notícia da condenação do ex-presidente Lula, por meio de uma amiga jornalista.
“Fiquei muito aborrecido, chateado e triste. Não consigo colocar na minha
cabeça que o Lula seja uma pessoa corrupta.”
Menezes faz uma ressalva para o
Instituto Lula, que pode ter recebido dinheiro de empresários como “presente”
pelo desenvolvimento do país. “O Instituto, querendo recurso para ampliar,
acabou aceitando, mas tem que sobreviver com contribuição de militantes de
maneira transparente, senão quando for refletir já é tarde.” Se Lula for preso,
o PT vai precisar de autocrítica para seguir em frente, disse o ex-petista. “A
filosofia do partido continua, mas o ser humano é passível de erros.” Hoje no
PDT, Menezes passou pelo PSB e pelo PMDB.
4. Nelson Campanholo, integrante-fundador da
comissão provisória do Partido dos Trabalhadores em 1980
“Eu não te falei que ele ia ser
condenado?”, disse o metalúrgico aposentado Nelson Campanholo, que soube da
sentença do juiz Sérgio Moro algumas horas depois do anúncio. Padrinho de
casamento de Lula e Marisa Letícia, Campanholo tinha certeza da condenação
quatro dias antes, quando conversamos. O ex-sindicalista fez outra previsão há
cerca de um ano. Alguns meses antes do ex-presidente tornar-se réu na mesma
ação em que Moro agora condenou-o a mais de nove anos de prisão, Campanholo
profetizou a prisão do ex-companheiro de Sindicato dos Metalúrgicos numa longa
conversa que tivemos em torno das denúncias de corrupção que rondavam Lula.
“Ele vai ser preso”, previu.
A decisão de Moro, disse o
ex-sindicalista, é exclusivamente política: “O problema não é a condenação,
eles querem cassar o mandato dele. Não precisa ser político nem inteligente
para saber disso”. Mas o PT e a população irão às ruas reivindicar justiça para
o ex-presidente. “Acho que agora o povo vai para a rua para valer, até porque
ainda tem segunda instância, terceira instância…Acho que só pode melhorar!”
5. Djalma Bom, um dos primeiros parlamentares
eleitos pelo Partido dos Trabalhadores
O ex-deputado federal eleito em
1983 tem “certeza absoluta” da absolvição do ex-presidente na segunda
instância. O ex-sindicalista nem cogita falar em prisão do líder petista: “Não
acredito que a Justiça poderá cometer equívoco tão grande”.
Djalma Bom soube da notícia da
condenação de Lula pela TV. “Não foi uma decisão jurídica, mas sim política, na
tentativa de inviabilizar a candidatura do Lula”, acusa. Um dos fundadores do
PT, ao qual segue filiado, pondera: “Não foi o partido que cometeu erros, mas
pessoas, aceitando dinheiro de caixa 2, por exemplo. O projeto do PT está muito
enraizado na sociedade brasileira”.
6. Vladimir Palmeira, fundador do
partido
Bem humorado, Vladimir Palmeira
atendeu ao telefone na noite do dia 12, horas após seu filho informá-lo sobre a
condenação de Lula. O professor, que participou da fundação do PT e
desfiliou-se da sigla em 2011, se disse surpreso com a decisão do juiz Sérgio
Moro. “Esperei que ele fosse ser absolvido. Agora, parece que não vai ser
preso, adiante pode ser, mas acho que a condenação para na 2ª instância.”
Independentemente das próximas
etapas do processo, Vladimir decretou o fim do PT: “Como partido de esquerda,
acabou, pode subexistir como o PMDB, um centrão”. Tanto o PT quanto o PSDB,
disse, são expressões políticas que começam a ficar ultrapassadas. “A desgraça
é que não tem outros”, completa, com uma sonora gargalhada.
7. Olívio Dutra, fundador do partido
O gaúcho, petista veterano,
recorre ao poeta Mario Quintana para explicar o sentimento sobre o futuro do
partido após a condenação de Lula: “Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o. Com
ele ia subindo a ladeira da vida. E, no entretanto, após cada ilusão perdida,
que extraordinária sensação de alívio!” Perder a ilusão, disse Dutra, é
positivo. “Mas não se pode perder a esperança no PT como um partido que não
surgiu de cima para baixo, embora tenha deixado de refletir pela
governabilidade, o que facilitou a urdidura do golpe”, disse o ex-governador
com voz grave.
Dutra estava em uma atividade na
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul quando soube da sentença do juiz
Sérgio Moro. Um dos principais políticos do PT e do estado onde atua, o petista
reconhece que o partido não é apenas vítima. Não há mágica ou redentor que
salve a sigla sem uma reflexão mais profunda, afirma. “Nem mesmo o Lula pode
ser a saída para o partido. Não é apenas uma pessoa que tem que retomar e
requalificar a relação com os movimentos sociais.”
8. Eduardo Suplicy, fundador do partido
Foi bem longe de suas atividades
na Câmara dos Vereadores de São Paulo que o veterano petista soube da sentença
do juiz Sérgio Moro. Desde a primeira semana de julho, Eduardo Suplicy
recolheu-se em uma vila de pescadores na praia de Picinguaba, no litoral norte
de São Paulo, para escrever seu próximo livro. “Essa notícia me entristeceu,
acho que o Lula não merece isso. Tinha expectativa de que o Moro pudesse
reconhecer.”
Suplicy faz coro aos que enxergam
motivações políticas na decisão do juiz, uma vez que Lula lidera pesquisas de
intenção de voto para as eleições de 2018. “Há que considerar a proximidade do
juiz Sérgio Moro com figuras do PSDB e de outros partidos que preferem que o
Lula não seja eleito presidente. Ainda bem que a Justiça brasileira tem outras
instâncias”, disse o vereador mais votado de São Paulo. Suplicy não tem dúvida
que o ex-presidente continuará a ser extremamente forte na história do PT. “Ele
é o presidente de honra do partido e uma pessoa muito querida pelo povo
brasileiro, e é o nome com a maior aceitação para ser o Presidente da
República.”
9. Chico Alencar, filiado em 1987
Deputado federal pelo PSOL (RJ),
Chico Alencar soube da condenação de Lula pelas redes sociais, durante sessão
da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que debatia a denúncia contra o
presidente Michel Temer. A surpresa foi o tempo de pena, e não a condenação em
si. “É aquela história: o que não está nos autos não está na vida. Era um
apartamento de ninguém. Com a fragilidade de provas, esperava que a pena fosse
mais leve”, contou o parlamentar com a voz rouca, prejudicada pelos acalorados
debates da CCJ.
Desvinculado do PT há 12 anos,
partido ao qual foi filiado por quase duas décadas, Chico Alencar lamentou a
possibilidade do ex-presidente ir para a cadeia: “Achei que a minha cota de
decepção com o PT tinha esgotado desde que dolorosamente deixei o partido, mas
a condenação dá uma tristeza. A maior liderança da minha geração correr o risco
de terminar encarcerada é deprimente.” Para ele, o partido perdeu a
oportunidade de sobreviver para além do Lulismo. “Tornar o Lula um mártir, um
herói é insuficiente para a reconstrução do projeto político do PT.”
10. Paulo Paim, fundador da CUT, filiado ao partido
desde 1985
“Eu vi como mais uma notícia
contra o Lula”, contou o senador Paulo Paim (PT-RS), que recebeu a notícia nos
corredores do Congresso Nacional. Mas o impacto da notícia não é tão
preocupante, disse o senador, porque a decisão judicial em primeira instância
não é definitiva. Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, Paim é
um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e filiou-se ao PT em
1985.
Caso a prisão de Lula seja
confirmada e aconteça antes das eleições, Paim aposta que Lula estará para o
Brasil assim como Nelson Mandela esteve para a África do Sul. “Vai ter
movimento em todos os países pela liberdade do Lula. Já que a gente está vendo
o que está acontecendo e o que aconteceu com todos aqueles que comprovadamente
roubaram: estão soltos e os que não estão soltos vão ficar amanhã ou depois. E
como é que vai explicar que somente o Lula está preso?”, questionou o
parlamentar.
O otimismo com o futuro do PT
está atrelado à decepção crescente da população com o governo. Diante da
“lambança que o governo vem fazendo, o PT está crescendo como nunca”, disse. Nessa
conta, ele soma a reforma da previdência, que vem gerando insatisfação. “Eu
percebo que, naturalmente, as pessoas irão se deslocar para o campo de
centro-esquerda, pois estão vendo que a direita está cometendo crime para todo
lado.”
11. Luiz Fernando Mainardi, filiado ao partido
desde 1990
O deputado estadual Luiz Fernando
Mainardi (PT-RS) se deslocava para uma reunião na Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Sul quando ouviu a notícia da sentença de Lula no rádio do carro. Formado
em Direito, não se surpreendeu, e fez críticas à condução do processo pelo juiz
Sérgio Moro. “O julgamento já estava feito desde o momento em que o juiz que
deveria julgar se constituiu em parte do processo. Se o sistema judicial fosse
mais sério, Moro já teria sido afastado. Não pode ser julgador e acusador ao
mesmo tempo.”
Na segunda instância, aposta o
deputado gaúcho, Lula será absolvido por inconsistência de provas — como
aconteceu com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. O que o partido deve
fazer, prega, é focar-se em três ações: “Solidariedade ao Lula, resistência aos
ataques aos trabalhadores, e debates que apontem para uma conciliação de
classes”.
12. Geraldo Sardinha, fundador do partido
Informado da sentença do juiz
Sérgio Moro por uma mensagem de WhatsApp de um amigo, o ex-líder estudantil
Geraldo Sardinha já estava preparado. A condenação anunciada por Sérgio Moro
foi sinalizada desde o primeiro afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff,
afirma, com articulações internas e externas para que Lula não se candidate e
vença a corrida presidencial de 2018. “O que deixa a gente revoltado é que [a
condenação] é puramente política e selecionada. Fico triste não só pela
(possibilidade de) prisão do companheiro Lula, mas por tudo que fizemos,
conquistamos. Pagamos caro, fomos torturados, exilados”, relembra, .
Hoje apenas eleitor do PT, ele
acredita que Lula vai acabar sendo preso em alguma instância do processo —
“está dentro dentro do projeto do PSDB, império da burguesia brasileira”. Mas o
PT resistirá, especialmente, disse ele, pela nova presidente do partido.
“Gleisi Hoffmann é mil vezes melhor que o Rui Falcão. Essa companheira está
dando uma reoxigenada no partido e, além disso, em momentos de crise surgem novos
líderes
13. Ivan Valente, petista por 25 anos antes de se
desfiliar em 2005
Petista por 25 anos, o deputado
federal Ivan Valente participava da sessão da Comissão de Constituição e
Justiça que debatia a denúncia contra Michel Temer quando soube da condenação
do ex-presidente Lula. “Fico triste [com a condenação] porque impacta a
esquerda.” Hoje no PSOL, Valente fazia parte do grupo considerado “a esquerda
do PT”, linha de oposição a Lula dentro do próprio partido.
Mesmo sem ver justificativas
consistentes para a condenação do líder petista, o parlamentar disse que Lula
“conseguiu construir sua própria desconstrução”. “A gente antevia problemas no
PT, como tipo de financiamento, alianças e presidencialismo de coalizão.
Ainda que Lula seja preso, ele
acredita que o PT seguirá como um grande partido institucional, embora o
ideário inicial da sigla já tenha se perdido. “O imaginário que o PT criou na
população da transformação social, inclusive da visão socialista, não existe mais.
Nem um governo Lula empolgaria como já empolgou na década de 1980, porque eles
não mudarão o programa e não fizeram uma autocrítica dos erros.”
14. José Álvaro Moisés, fundador do partido
O cientista político José Álvaro
Moisés encerrou seus dez anos de militância após as eleições de 1989. Hoje,
acredita que há muitos indícios de que Lula não seja inocente, como os que
aparecem nas delações da Odebrecht e dos irmãos Batista. Para Moisés, foi nos
governos de Lula e Dilma Rousseff que o sistema de corrupção se consolidou no
Brasil: “O esquema foi montado com dirigentes partidários, executivos de
empreiteiras e burocratas da alta hierarquia de estatais. Por isso, achava que
a condenação era possível.”
Moisés voltava de uma viagem ao
litoral norte de São Paulo quando recebeu ligações informando sobre a sentença.
A análise do magistrado é “muito consistente” contra o ex-presidente, disse o
professor da Universidade de São Paulo (USP). “Não há respostas convincentes do
Lula às questões do juiz Sérgio Moro. A reação do partido é dizer que foi
injusto, enquanto na democracia as pessoas que têm mais poder devem ser mais
vigiadas, processadas e punidas do que qualquer outra.” Sobre a sigla que
ajudou a fundar na ala intelectual, Moisés defende que haja uma explicação
perante a opinião pública
15. Hélio Bicudo, fundador do partido
Embora tenha participado da
fundação do PT e dedicado 25 anos à sigla, o jurista Hélio Bicudo destacou-se
nos últimos anos pelas críticas aos seus antigos correligionários. Um dos
autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o professor
soube da condenação de Lula por meio de um telefonema de um velho amigo. Julgou
a pena leve: “Achei a condenação até um pouco branda, mas o juiz Sérgio Moro é
competente, sério e imparcial, sabe perfeitamente o que faz, e faz com técnica
e prudência”.
O ex-petista se desvinculou em
2005 por causa do escândalo do Mensalão, e não poupa críticas a Lula. Ele
mostra-se cético quanto ao potencial de transformação do PT diante da
possibilidade de prisão de seu principal líder. “Lula foi uma ilusão, uma esperança
frustrada, e não só para mim, mas para milhões de brasileiros. O PT, a meu
juízo, já desapareceu como partido que prometia um País melhor.”
16. Tarso Genro, eleito vice-prefeito de Porto
Alegre em 1988
Ex-governador do Rio Grande do
Sul, ele apenas constatou o que já esperava, imediatamente após a publicação da
notícia da condenação de Lula nas redes sociais. Moro, disse ele, estava
“obrigado” a condenar o ex-presidente para satisfazer a direita e a extrema
direita, que “passaram a cultuá-lo como um salvador da pátria”.
Advogado, Genro disse que a
condenação de Lula não está embasada em provas e representa uma transgressão
que fragiliza a democracia no Brasil. Para ele, o “oligopólio da mídia” quer
fazer reformas universais pelo capitalismo rentista. “Ver a vitória dessa
estratégia entristece qualquer pessoa séria”, lamentou.
A sentença de Lula, disse o
ex-governador, não marcará a destruição do PT. “Muita água vai correr debaixo
da ponte até prenderem Lula, se tiverem condições de fazê-lo. O Poder
Judiciário, creio eu, ainda tem reservas morais e intelectuais para reagir
contra a ‘exceção’.”
17. Paulo
de Tarso Carneiro, fundador do partido
Ex-militante da VAR-Palmares –
mesma organização da ex-presidente Dilma Rousseff — durante a oposição à
ditadura, Paulo de Tarso Carneiro estava em um hotel de São Paulo com a esposa
ao saber que Lula havia sido condenado em primeira instância. Nenhuma surpresa,
disse Carneiro, que vê “muito mais de convicção do que de prova” na sentença do
juiz Sérgio Moro.
Desconfiado dos trâmites da
Justiça até agora, Carneiro não está convencido de que o ex-presidente tenha
levado vantagem no tríplex ou em qualquer outro [imóvel]. “Considerando as
vantagens que as empreiteiras dão a Aécio Neves, Romero Jucá e outros — e que
são muito grandes — parece que a vantagem para Lula seria muito pequena, não é?
Me parece evidente que alguma coisa está distorcida e não tem prova.” Quanto ao
PT, “irá se engrandecer” pela atuação da militância, disse Carneiro.
18. Raul
Pont, fundador do partido
O ex-prefeito de Porto Alegre
Raul Pont não recorda exatamente em que lugar do Rio Grande do Sul estava
quando soube da condenação de Lula, algumas horas após a decisão de Moro ser
noticiada. Sem surpresa, segundo ele, porque a sentença estava pré-estabelecida
desde o início do processo. “O processo em si é ridículo”, disse. “Ele [Sérgio
Moro] precisava inventar um crime para poder condenar.”
Pont disse que a sigla vem sendo
“massacrada” ao longo dos anos e questionou correligionários que se desviaram
do ideal de “governar com a minoria”: “Alguns companheiros se iludiram com esse
esquema de pegar dinheiro de empresas para fazer campanha, com as facilidades
de entrar no jogo que a direita, a burguesia brasileira sempre fez e nunca foi
pecado.” Pont defende um governo de democracia direta, com participação da
população e novos mecanismos democráticos em vez da política tradicional. “Isso
rapidamente passou dos acordos para a corrupção”, resumiu.
19. Arlete Sampaio, fundadora do partido
Em uma olhada rápida no celular
enquanto filiava uma pessoa ao Partido dos Trabalhadores, Arlete Sampaio viu a
mensagem avisando que Lula havia sido condenado a 9 anos e 6 meses de prisão
por Sérgio Moro. Imediatamente, comentou com o futuro petista de carteirinha:
“Olha só que absurdo que acabou de acontecer!”.
Ex-vice-governadora do Distrito
Federal, Arlete disse que a parcialidade de Moro é evidente. “É uma coisa
incompreensível para qualquer pessoa minimamente inteligente neste país que o
Lula seja condenado enquanto o Aécio Neves tem o mandato reposto, enquanto a
denúncia contra Michel Temer é rejeitada na CCJ.”
Arlete disse que a crise do PT
vai além da perseguição por desvios de correligionários, chega ao projeto
político que a sigla representa. “A elite brasileira não aceita o projeto de
inclusão social, de justiça social, e se comporta ainda como Casa Grande (…)
Penso que o partido continuará com esse ideário e que o Lula continuará sendo uma
das figuras centrais do PT
20. Chico Vigilante, fundador do partido
O deputado distrital Chico
Vigilante (PT-DF) repousava em casa, recuperando-se de uma cirurgia recente
quando soube da condenação de Lula no plantão de notícias da TV. Ainda que o
anúncio não tenha surpreendido, a sentença foi recebida com lágrimas na
residência parlamentar. Afilhado do ex-presidente, o filho primogênito de
Vigilante e a esposa do deputado choraram muito com a notícia. Moro, disse o
petista, conduziu um “processo terminantemente político e nada jurídico”.
“Não foi pra isso que lutei, não
foi para ter um Judiciário parcial, um Judiciário de classe. Antigamente tinha
um ditado no Brasil que dizia que quem ia para a cadeia era preto, pobre e
prostituta. Agora, aumentamos um P: preto, pobre, prostituta e petista.” Sobre
a possibilidade de ver o compadre preso, Vigilante disse que isso não vai
desanimar o PT. Independentemente do resultado do processo, a influência do
ex-presidente será mantida. Lula, disse ele, é fundamental, mas o PT não é só
ele. “Nós somos milhões de petistas, tem o petista formal e tem a nação
petista, que nem sequer é filiada, mas é defensora da causa. O Lula preso elege
qualquer presidente da República hoje, portanto, não desanimo. Nós somos
milhões de Lulas.
21. Clovis Ilgenfritz, filiado desde 1981
O arquiteto Clovis Ilgenfritz
sentiu “uma profunda dor” ao saber da condenação de Lula. No momento em que a
sentença foi anunciada, Clóvis estava presidindo uma reunião do Conselho de
Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul. “Eu já achava que esse ‘juizeco’
ia fazer alguma coisa, porque está a comando dos americanos, a comando do
crime, é um cão adestrado — eu nem quero ofender os cachorros, né? — para fazer
o mal. E está fazendo.”
Candidato a deputado federal pelo
PT mais votado nas eleições de 1982 — ainda que não tenha conseguido se eleger
—, o gaúcho disse que o partido deve ir às ruas e atuar junto aos movimentos
sociais, buscando alianças confiáveis. “Tem que saber trabalhar com seus
aliados e não buscar aliados que sejam traidores, como aconteceu com o PMDB,
que é uma aliança muito perigosa e a prova disso está aí. [Temos de] ir para as
páginas da história, porque são coisas de quem faz política com sabedoria e
alta qualidade.”
22. Gilberto Carvalho
A notícia veio por um assessor da
senadora Gleisi Hoffmann: “Que desgraça, o Moro condenou o Lula!”. Para
Carvalho, foi um trauma esperado: “É tipo a morte de alguém querido, a gente
sabe que vai chegar, mas quando chega te assusta, te deixa arrasado. Foi
exatamente assim.” Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da
Presidência, soube da condenação do ex-presidente durante uma visita ao
gabinete da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Funcionário do Senado, Carvalho
vai trabalhar na sede do PT com Hoffmann, recém-eleita presidente do Partido
dos Trabalhadores.
Conselheiro e assessor do
ex-presidente, Carvalho sente tristeza com a sucessão de “pregadas de peça” que
a vida deu no companheiro nos últimos anos. “Toda essa perseguição começou logo
depois que ele se curou do câncer. Depois, os dias para ele e a Marisa foram se
tornando muito difíceis. A morte dela — para ele e todos nós — está muito
ligada ao processo de tensão permanente com a pressão do constrangimento da
perseguição, pelo medo da prisão e de ver o Lula preso.”
Mas, para ele, o PT não se resume
à figura do ex-presidente, e o partido tem “uma necessidade enorme de
renovação, de reencontro com a sua base, com a sua história”. Uma das figuras
mais poderosas dos governos petistas no Palácio do Planalto, Carvalho faz uma
mea-culpa: “Uma vez no governo, abandonamos o processo de comunicação com o
povo, de conscientização. As pessoas recebem os benefícios — tipo Minha Casa,
Minha Vida, ProUni —, mas não vinculavam isso ao projeto porque não eram
conscientizadas (…) Portanto, o partido tem uma necessidade absoluta agora de
rever suas práticas, sair da luta interna — pelo poder interno, eu diria — e
ser generoso.
23. Carlos Saraiva e Saraiva, candidato ao governo
do Distrito Federal em 1990
O médico costuma chamar a
operação Lava Jato de “operação Lava Golpe”. Ele estava em casa, em Brasília,
quando soube da sentença de Sérgio Moro. Embora triste e muito desagradável, Saraiva
disse que a condenação de Lula estava programada por uma “conspiração golpista”
e se confirmou com a notícia da sentença. “A razão de tudo isso era tirar a
Dilma do governo, atacar, perseguir e desmoralizar o PT — até no intuito de
tirar a sua legenda — e condenar o Lula.”
Saraiva compara a tentativa de
prisão do ex-presidente ao encarceramento do filósofo marxista Antonio Gramsci
pelo regime fascista de Benito Mussolini, na Itália. “[Mussolini dizia] que
aquele cérebro não podia estar livre, tinha de estar na cadeia. Então aqui é a
mesma coisa — esse líder [Lula] não pode estar solto porque ele representa toda
uma aspiração popular.”
O país necessita do PT,
diagnostica o petista, e o partido terá vida longa mesmo com as acusações ao
seu principal líder. “É o único partido de esquerda organizado no Brasil e,
talvez, na América Latina. Vamos incomodar ainda mais a direita.”
24. Luiza Erundina, fundadora do partido
Foi a convite do próprio Lula que
a atual deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) participou da fundação do
Partido dos Trabalhadores. Dois anos depois, em 1982, foi eleita vereadora de
São Paulo e, no final dessa mesma década, primeira prefeita mulher da mesma
cidade, ambos os mandatos pelo PT.
Desfiliada do PT desde 1998,
Erundina soube da sentença de Sérgio Moro em plena atividade parlamentar,
enquanto a Comissão de Constituição e Justiça analisava o relatório da denúncia
contra o presidente Michel Temer. Além de triste, a deputada ficou “em choque”:
“A gente espera que nunca chegue a esse ponto. Faltaram condições objetivas
para sustentar essa condenação. Nós, do PSOL, queremos a apuração completa e
muito transparente e que as medidas se apliquem de forma justa a diferentes
personagens”.
Mesmo criticando o
presidencialismo de coalizão adotado no governo Lula, Erundina manteve a
proximidade com o ex-presidente, especialmente por compartilhar com ele a
origem nordestina e a trajetória pessoal cheia de dificuldades. A militante de
82 anos deseja que as próximas etapas do processo sejam apuradas de forma
completa e acredita que seu antigo partido vai resistir diante da sentença de
Moro. “Lula está na ofensiva, não se abate diante da adversidade, ele enfrenta
e isso é muito bom. Acredito que o PT já está reagindo e não vai ceder de forma
passiva, vai ter mobilização. Não acredito que vão prender o Lula.”
25. Jair Meneguelli, um dos líderes do
movimento sindical que originou o PT
Ex-presidente da Central Única
dos Trabalhadores (CUT), Jair Meneguelli disse que a sentença de 9 anos e 6
meses de prisão para Lula é uma “condenação por suposição”. “Eu moro na minha
casa em São Caetano do Sul, tenho uma escritura registrada em cartório, pago
IPTU, luz e água, portanto esta casa é minha. Não tenho como dizer que não. Mas
não conseguiram até agora mostrar um documento que tenha a assinatura do
companheiro Lula e prove que ele é dono desse imóvel.”
Ao ler a notícia da decisão de
Sérgio Moro no grupo de WhatsApp do PT de São Caetano do Sul, o sentimento foi
de revolta. O que o tranquiliza, disse o sindicalista, são as próximas etapas
do processo. A pena, confia Meneguelli, será revertida na segunda instância,
assim como aconteceu com o ex-tesoureiro da sigla João Vaccari Neto.
Caso a prisão de Lula se
concretize, Meneguelli reconhece que o PT será impactado, mas reagirá: “É óbvio
que Lula é a figura maior do partido. Só não é maior que o partido, mas é do
mesmo tamanho. Se essa catástrofe acontecer, é uma perda custosa. Mas o PT é
uma organização nacional. Vamos continuar defendendo o que sempre defendemos e
acreditando. Os erros serão corrigidos e, se for necessário, apresentaremos um
novo programa, mas o PT não morrerá!
26. Geraldo Magela, fundador do partido
Geraldo Magela estava de férias
com a família no Peru quando, em um dos muitos acessos diários à internet, leu
a sentença do correligionário de longa data. Segundo o ex-deputado federal, o
sentimento é misto diante da notícia: há a constatação do que já esperava sobre
a decisão do juiz Sérgio Moro e a surpresa por “tal absurdo” ter sido cometido.
“Acredito que não temos espaço para a tristeza, nós temos é de lutar para
demonstrar que de fato há uma perseguição política. Nunca nadamos a favor da
maré, nunca deixamos de enfrentar problemas.”
Magela afirma que se Lula não
estivesse sendo perseguido na Lava Jato, provavelmente não se lançaria
candidato em 2018. E caso o ex-presidente seja impossibilitado de retornar em
campanha no próximo ano, o processo será “fraudulento”, acusa. “Eu não trabalho
com a possibilidade do Lula não ser candidato.
27. Maria Lúcia Iwanow, ex-vice-presidente do PT no
Distrito Federal e co-fundadora da CUT
De Gotemburgo, na Suécia, Maria
Lúcia Iwanow relembrou a quarta-feira tão marcante para os petistas. Com o fuso
horário adiantado em relação ao Brasil, ela soube da condenação de Lula por
postagens de companheiros nas redes sociais.
A sentença, afirmou Maria Lúcia,
é um arremedo de julgamento alheio ao Direito dotado de ódio de classes. O que
mais a indignou, no entanto, foi o silêncio em relação à condenação de Lula. “O
maior crime [de Lula] foi ousar não morrer de sede e de fome na infância (…)
foi considerar que os brasileiros – todos e todas, sem exceção – têm direito à
cidadania, que era privilégio apenas de uma das mais atrasadas e cruéis elites
de que se tem notícia.”
Maria Lúcia não duvida da prisão
de Lula. Seja qual for o resultado das instâncias seguintes, disse a petista,
“a semente plantada por gente como Lula florescerá e frutificará”. “Lula é o PT
e nós somos Lula! Agora e sempre. E quando Lula e nós nos formos, novas
gerações terão abraçado nossos ideais e nossas lutas, corrigindo rumos, fazendo
autocrítica, buscando o caminho correto para que a vida do ser humano na terra
não seja, jamais, apenas um esforço enorme para continuar vivendo.”
28. Raphael Martinelli, fundador do partido Aos 92 anos, o ex-preso político surpreende pela energia e clareza da
fala ao ressaltar suas convicções políticas. Com bagagem sindicalista e ainda
muito ativo na militância, o ex-presidente do PT na Lapa disse que seu trabalho
é “divulgar o governo golpista”, referindo-se à presidência de Michel Temer.
Foi pelo noticiário da TV Globo —
que também não escapa de suas críticas — que Martinelli soube da condenação.
Ele não tem dúvidas de que o veredicto de Moro visa impedir a candidatura de
Lula em 2018: “A análise que eu tenho do Lula é a do ‘ai se eu voltar’. Eles
[oposição] têm medo. Estão tentando, mas não vão conseguir.”
Ainda que tenha passado por
profundas mudanças, ele acredita que o partido deve seguir firme: “Vários
comunistas e homens de esquerda ajudaram a criar o PT. Lógico que o partido
passou por transformações, não há ilusão. Nós achávamos que seria uma das
coisas principais, só não aconteceu melhor até hoje — e isso falei para o Lula
— porque em todos esses anos de governo o PT encheu os bolsos do PMDB e
quem governou até hoje foram eles. Agora, massacraram ele, a mulher e a
família.”
29. Erika Kokay, filiada ao PT desde 1989
Atual presidente da sigla no
Distrito Federal, a deputada federal Erika Kokay viu no WhatsApp a mensagem que
anunciava a condenação de Lula. Pouco depois, em atividade na Câmara, a petista
subiu ao plenário com correligionários para repudiar a sentença do juiz Sérgio
Moro – que ela afirma ter desnudado o Estado de exceção em que vive o Brasil.
É uma aporia, disse a deputada,
recorrendo à mitologia grega para comparar o veredicto de Lula à figura que
personificava a impotência, a dificuldade, o desamparo e a falta de meios. Era,
por isso, odiada e marginalizada por todos os homens. “É um golpe tecido por
várias mãos protagonistas do obscurantismo para inviabilizar a candidatura de
Lula.”
Ela acredita que o desafio do PT
agora é voltar às origens e o aprofundar o diálogo com os movimentos sociais.
“Precisamos traduzir para os brasileiros o que representa a condenação com
ausência de provas. Defender o Lula é defender a democracia!”
30. Airton Soares, fundador do partido
Airton Soares divide a trajetória
de Lula em dois momentos, como a sua própria militância: o início do partido,
quando saiu do MDB para fundar a sigla ao lado do ex-presidente e cedeu seu
escritório político para a sede nacional; e após ter divergido da direção do PT
ao votar em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, o que acarretou em sua
desfiliação. “[Nesta fase], acompanhei a mudança de comportamento do partido
com alianças espúrias que o levaram a se igualar às demais legendas
partidárias, deixando-se contaminar pela corrupção”, relembrou o ex-deputado
federal e hoje comentarista do Jornal da Cultura, da TV Cultura.
Apesar das críticas, Soares tem
orgulho de ter sido um dos signatários da ata de Fundação do Partido dos
Trabalhadores. Antes de ouvir no rádio a pena de 9 anos e 6 meses sentenciada
por Sérgio Moro ao ex-presidente, Airton duvidava da condenação. As provas, afirmou,
são frágeis.
A perspectiva do ex-petista sobre
o PT é de que a sigla não irá resgatar a militância e a credibilidade sem que
seus integrantes envolvidos em casos de corrupção sejam punidos. Para as
eleições de 2018, Soares aponta dois caminhos: “[se condenado sem provas
consistentes], um Lula vítima perante o povo poderá fazer com que seu candidato
no PT seja eleito presidente. Se absolvido até as eleições, Lula será um
candidato muito difícil de ser batido nas urnas”, profetizou.
31. Paulo Frateschi, fundador do partido
Paulo Frateschi inicia a conversa
falando sobre o orgulho de ter sido um dos signatários da fundação do PT no
Colégio Sion, ao lado de Lula: “Conforme a gente fica velhinho, fica meio
sentimental”, disse o ex-secretário de Organização do PT, aos 67 anos.
Foi no Instituto Lula, durante
uma das reuniões de organização das saídas do ex-presidente pelo Nordeste, que
Frateschi soube da condenação. A sentença, afirmou, foi como “um soco na boca
do estômago”.
Com críticas à “falta de escrúpulos”
do juiz Sérgio Moro, Frateschi disse que pode prever a prisão de Lula, mas não
consegue fazer um prognóstico sobre o futuro do PT se isso acontecer. “São
muitos fatores a serem considerados”, reflete. Se não for Lula o candidato do
partido em 2018, não existe plano B. “De qualquer jeito ele vai fazer campanha.
Vamos dar um jeito dele participar, onde ele estiver, em qualquer
circunstância. Se houver um outro candidato, enfraquece nosso projeto. Hoje o
negócio é defender o Lula e dar ao povo a opção para votar nele.”
Fonte:
http://piaui.folha.uol.com.br/
22/07/17