Em
votação apertada por 4 votos a 3, TSE decide livrar presidente da cassação e
Dilma da inelegibilidade.
TSE encontrou uma fórmula para salvar o mandato de
Michel Temer; o julgamento foi um ato de teatro.
Agora Temer só precisará
de 172 VOTOS NA CÂMARA PARA SE LIVRAR DO PROCESSO E TERMINAR O MANDATO EM 2018
“Último
a se pronunciar, o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, deu o voto decisivo pela
absolvição sob o argumento de que era preciso manter a “estabilidade política”
do país, apesar das “deploráveis” revelações colhidas no processo. Ele afirmou
que a soberania popular deveria se sobrepor à decisão dos ministros e que a
corte não era local adequado para resolver crise política. “Não se substitui um
presidente da República a toda hora, ainda que se queira. Cassação deve
ocorrer de forma inequívoca”. Ele também lembrou que, desde a
redemocratização, apenas dois presidentes eleitos terminaram definitivamente os
seus mandatos — Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.”, diz
revista VEJA.
Diz Josias de Souza em seu blog: “No julgamento encerrado na noite desta sexta-feira, quatro ministros deram de ombros para as deliberações anteriores do TSE, enterraram as provas testemunhais e documentais da Odebrecht, desconsideraram as revelações de Santana e Moura… E livraram Temer e Dilma de punições.
Integraram a maioria: Gilmar, amigo e conselheiro de Temer; Napoleão, que foi dispensado de levar à mesa um pedido de vista; e os dois ministros recém-indicados pelo presidente: Admar e Tarcísio. Votaram pela condenação da chapa, além de Benjamin, os ministros Luiz Fui e Rosa Weber. ''A Justiça prevaleceu'', disse, modéstia à parte, Michel Temer.”
Diz Josias de Souza em seu blog: “No julgamento encerrado na noite desta sexta-feira, quatro ministros deram de ombros para as deliberações anteriores do TSE, enterraram as provas testemunhais e documentais da Odebrecht, desconsideraram as revelações de Santana e Moura… E livraram Temer e Dilma de punições.
Integraram a maioria: Gilmar, amigo e conselheiro de Temer; Napoleão, que foi dispensado de levar à mesa um pedido de vista; e os dois ministros recém-indicados pelo presidente: Admar e Tarcísio. Votaram pela condenação da chapa, além de Benjamin, os ministros Luiz Fui e Rosa Weber. ''A Justiça prevaleceu'', disse, modéstia à parte, Michel Temer.”
“Eventual denúncia contra Temer precisa de 342 votos na Câmara
Temer diz a aliados que não há chance de pedido da PGR ou impeachment passarem
BRASÍLIA — O presidente Michel Temer aposta na sua relação com os deputados, principalmente com o chamado baixo clero, para barrar eventual denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A expectativa é que Janot apresente a denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF), mas a Constituição determina que a abertura de processo seja autorizada pela Câmara, por 2/3 dos deputados, ou seja, 342 dos 513. Temer tem recebido deputados, aprovado pacote de bondades e usado nomeações no Diário Oficial para agradar a base.A aliados, o presidente disse que "não há chances" de a Câmara aprovar abertura de processo por crime penal ou mesmo impeachment, por crime de responsabilidade. Aliados contabilizam que, com todo o desgaste, o Palácio do Planalto tem pelo menos 250 votos. Além disso, parlamentares dizem que não há boa vontade com o Ministério Público na Casa, por um sentimento de corporativismo, visto que vários deputados ou ex-deputados têm sido presos na Lava-Jato.
— Se o Temer não tiver 171, 172 votos, é melhor ele renunciar. E ele tem uma base de mais ou menos 250 — disse um interlocutor de Temer.
Nos bastidores, os parlamentares aliados reclamam da ofensiva do Ministério Público e da Polícia Federal. Pesa ainda o fato de o mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acabar em setembro, ou seja, no futuro não será mais ele que mandará na PGR.
— A disposição aqui, na Câmara, com o Ministério Público é nenhuma — disse um experiente parlamentar na tarde desta terça-feira.
O artigo 86 da Constituição e o artigo 217 do Regimento Interno da Câmara regulamentam a apresentação de uma denúncia. A Constituição determina que a "acusação" contra o presidente da República precisa ser admitida por 2/3 da Câmara. Admitida a acusação, o presidente da República será julgado pelo STF por se tratar de "infrações penais comuns". O mesmo artigo diz que, em caso de crimes de responsabilidade, o processo é no Senado, ou seja, é o processo de impeachment.
Segundo o artigo 217, a solicitação de abertura de processo é encaminhada pelo presidente do STF e recebida pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do Palácio do Planalto. O processo será encaminhado à Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), que em tese terá 15 sessões para proferir um parecer (dez sessões para a defesa e cinco sessões para proferir o parecer. Em seguida, o caso vai a plenário, onde a acusação precisa ser aprovada por 2/3 dos votos, em votação nominal. Aprovada a autorização de abertura do processo, a Câmara tem duas sessões para comunicar ao presidente do STF.
Parlamentares e técnicos lembram que nem no caso do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff havia presença total dos deputados.
Em caso de autorização, as regras são como as do impeachment. O presidente precisa se afastar por 180 dias. Encerrado o prazo, ele volta se não tiver ocorrido o julgamento.
A Constituição determina ainda que, "enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o presidente não estará sujeito à prisão". Fonte: https://oglobo.globo.com/
Fux prega consciência e desafia ministros a contestarem relator na hora do voto
Ancelmo Gois É como diz o
historiador José Murilo de Carvalho
— Um tribunal eleitoral que julga a validade de uma eleição no terceiro ano do
mandato deveria estar no banco dos réus. Historiador
diz que TSE deveria estar no 'banco dos réus'
PSDB foi o autor do pedido de cassação da chapa
Dilma/Temer e hoje faz parte do governo e o PT, ironicamente, também passou a
também defender que o TSE não cassasse a chapa porque a Dilma ficaria
inelegível por 8 anos e o partido pretende lança-la em 2018... bernardo mello franco
O que pensa Herman Benjamin
em três minutos
O relator do processo que pode cassar a chapa
Dilma-Temer discursou por mais de quatro horas. Saiba quais foram os pontos
mais importantes
Para o ministro do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) Herman Benjamin,
houve abuso de poder político e econômico na
campanha da chapa Dilma-Temer em 2014. Ele é o
relator do processo na corte e
falou por mais de quatro horas
nesta quinta-feira para proferir voto
na ação.
O ministro declarou ainda que
advogados da defesa querem excluir evidências das delações anexadas à ação porque elas constituem provas “oceânicas”. E advertiu que as
práticas ilícitas identificadas na chapa vencedora de 2014 não são
exclusividade do grupo político.
A posição predominante no TSE, por enquanto, é
seguida por Gilmar Mendes, Tarcísio Vieira, Admar Gonzaga e Napoleão Nunes
Herman Benjamin
O
ministro Herman Benjamin durante a leitura de seu voto no plenário do TSE - Ailton de Freitas / O Globo
O relator da ação no TSE, ministro Herman
Benjamin, pediu a cassação da chapa do presidente Michel Temer e da ex-presidente
Dilma Rousseff por abuso de poder econômico. - Meu voto é pela cassação da chapa presidencial eleita em 2014 pelos abusos que foram apurados - afirmou o ministro.
Benjamin demonstrou sete motivos para a cassação da chapa.
Os 7 motivos para cassar a chapa Dilma-Temer, segundo o relator
O relator, ministro Herman Benjamin,
apontou como o primeiro motivo para o TSE cassar a chapa Dilma-Temer a
"propina gordura" da Petrobras, ou seja, os pagamentos ilícitos
oriundos de contratos da estatal que foram acumulados em anos anteriores à
eleição e usados na campanha de 2014.
Ao finalizar o voto, o relator criticou a
indicação de outros ministros de que não iriam considerar válidos os
depoimentos de executivos da Odebrecht, coletados após a apresentação da ação e
que, segundo a defesa, não fazem parte da petição inicial do PSDB, que originou
o processo.- Recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão.
O ministro também defendeu a unicidade da chapa, ou seja, a impossibilidade de se cassar o mandato ou os direitos políticos de somente um integrante da candidatura da coligação Com a Força do Povo:
- Não elegemos vice-presidente - observou ao final do voto.
Fonte: https://oglobo.globo.com/
“Ao salvar Temer, TSE serviu pizza requentada ao país
BERNARDO MELLO FRANCOCOLUNISTA DA FOLHA - 09/06/2017
O julgamento da chapa Dilma-Temer foi previsível até no placar. Com semanas de antecedência, o governo já projetava a vitória por 4 votos a 3. Ao confirmar o resultado, a corte assinou um recibo de submissão ao Planalto e serviu uma pizza requentada ao país.
O governo não teve dificuldade para tratorar o relatório de Herman Benjamin. Na reta final do processo, Michel Temer nomeou dois dos sete ministros que decidiriam seu futuro. Napoleão Maia era visto como o terceiro voto garantido pela absolvição.
Faltava apenas um ministro para liquidar a fatura. Para isso, Temer contava com o amigo Gilmar Mendes na cadeira de presidente do TSE.
Não houve suspense algum quando Rosa Weber votou a favor da cassação e deixou a tarefa do desempate para Gilmar.
Ele agiu como se esperava. Criticou o Ministério Público, repetiu que o TSE não poderia gerar "instabilidade política" e assegurou a permanência de Temer no poder.
A surpresa ficou restrita ao repertório do ministro. Acostumado a citar juristas em alemão, ele recorreu a Américo Pisca-Pisca, o personagem de Monteiro Lobato, para justificar o voto a favor do governo. "Se eu fosse reformar a natureza, colocaria as abóboras nas jabuticabeiras", recitou.
Gilmar também encontrou tempo para rebater as críticas pela proximidade com o presidente. "Essa lógica de amigo e inimigo outros praticam, não eu", informou.
Apesar da derrota, Benjamin deixou o plenário com a imagem de "campeão moral". Num voto extenso, ele detalhou o uso de propina e caixa dois da campanha de 2014 e constrangeu os colegas que decidiram ignorar as provas da Lava Jato.
"Como juiz, recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não vou carregar o caixão", avisou. Nem precisava. Já havia quatro ministros dispostos a segurar as alças do esquife."