O ISLÃ E O TERROR
Por Eurico Borba (*)
Quando do atentado ao Charles
Hebdo, (em janeiro de 2015, em Paris, agora novamente vilmente atacada),
escrevi artigo com este título. A situação pouco mudou, a não ser na
intensidade e extensão da violência praticada, que aumentou.
Dizia então que os
pronunciamentos contrários aos atos terroristas, por parte das autoridades
religiosas muçulmanas eram muito raras, esporádicas e fracas em intensidade,
tendo em vista a extrema brutalidade dos atentados. Certamente não se pode
confundir o Islã com o terror – seria uma grande injustiça. Mas se pode esperar
manifestações de repudio, severas, por parte dos líderes das comunidades
muçulmanas, em todo o mundo. Isto não está acontecendo na expressão publica
esperada. Isto é uma exigência de bilhões de cristãos, budistas, xintoístas,
religiões hindus e todas as demais. Não queremos, a cada dia, dormir
preocupados com o vizinho muçulmano.
Aguardando uma veemente
manifestação, urgente, por parte dos crentes muçulmanos, seus lideres
religiosos e políticos, imãs, mulás, reis e presidentes, condenando o que
aconteceu, acrescento mais uma reflexão: - o mundo que criamos é e será, por
muito tempo, uma organização social violenta. Se quisermos sobreviver e manter
os valores da civilização ocidental, hoje predominante em todo o planeta, vamos
ter de combater.
Certamente sangue será
derramado, pessoas morrerão, pois não há como lidar com terroristas fanáticos
sem aprisioná-los e julgá-los segundo as leis do nosso ambiente cultural, que
está sendo violentamente agredido. Se esses bandidos resistirem a prisão - como
expressão de nossa legítima defesa - deverão ser eliminados, pois não podemos
correr mais riscos de perda de vidas preciosas. Nossos tempos exigem definições
e posições políticas claras onde a demagogia e a covardia não têm mais vez,
pois o diálogo, que deve ser sempre tentado, tem pouca ou nenhuma chance de
prosperar com bandos de celerados ignorantes, que querem matar para atemorizar
e impor suas primitivas idéias.
Preparemo-nos para a
confrontação que exige, como primeira medida, a rápida integração dos sistemas
de informação dos países, quase todos ameaçados pelos tresloucados terroristas
do Estado Islâmico. É de se ter bem presente que só bombardeios aéreos não
resolverão a questão – o território do auto proclamado “califado” terá de ser
invadido e ocupado com a eliminação dos fanáticos que o constituem, como foi
feito em 1945 com os nazistas. Num momento em que a humanidade e seus valores
estão sob real ameaça, a evocação de pensamentos superficiais como os do
“politicamente correto”, que bem justificam a irresponsabilidade demagógica e a
covardia, devem ser rechaçadas com veemência.
O sonho de um Planeta Terra
prosperando na integração dos povos sob o império da paz, da liberdade num
ambiente democrático e justo, pelo que tanto lutamos no passado e começáramos
apenas a vislumbrar a possibilidade de que esses valores vicejassem plenamente
no futuro, agora está ameaçado pela barbárie dos terroristas, falsos
muçulmanos. Nós, democratas, não permitiremos que esta ameaça prospere.
Je suis Charlie, assim finalizava
meu artigo do mês de fevereiro. Agora acrescento, com emoção, et aussi PARIS.
(*) Eurico Borba, 75, aposentado, escritor, ex
professor e ex Vice Reitor da PUC Rio, ex Presidente do IBGE, reside em Ana
Rech, Caxias do Sul, RS.
Fonte:
http://diariodopoder.com.br/
20/11/15
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