sábado, 21 de maio de 2011

OS QUE FRACASSAM AO TRIUNFAR



          
        OS QUE FRACASSAM AO TRIUNFAR
                             Por THEODIANO BASTOS


Lula é um grande exemplo dos que fracassam ao triunfar. Chegou a São Paulo num pau-de-arara, de família muito pobre e de pouca cultura, vendeu amendoim nas ruas, foi torneiro mecânico e que chegou a presidente da república, mas ele próprio se destruiu. Primeiro ao escolher Dilma para presidente usando o “dedaço', é ela..., sem consultou ninguém do PT.

Segundo o ex-presidente Sarney, em conversa gravada por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, “ele me disse que o único arrependimento que ele tem é ter eleito a Dilma” e Sarney ainda reforçou: “Único erro que ele cometeu. Foi o mais grave de todos...” e ainda segundo Sarney, por isso ela anda com os olhos inchados de tanto chorar.
Já teve a residência, (um dúplex) em São Bernardo do Campo, o tríplex em Guarujá e o sítio em Atibaia vasculhados em mandados de busca e apreensão, foi levado coercitivamente para depor, os filhos estão denunciados por corrupção e ele mesmo, alvo nas operações Lava Jato, Zelotes, Janus e Porto Seguro (Caso Rosemary Noronha),
anda temeroso de ser preso a qualquer momento por chefiar o projeto criminoso de poder.

Morre de medo das delações  de Marcelo Odebrecht e medo, muito medo do juiz Sérgio Moro... Triste fim do mito Lula!

Diz a colunista Eliane Cantanhêde: “O Rio só foi escolhido para sediar a Olimpíada, naquele tão distante (em vários sentidos) 2009, porque o Brasil era o queridinho, a economia caminhava para o crescimento recorde de 7,5% no ano seguinte e Lula era um dos líderes mais badalados do mundo. ...Não foi o destino quem quis, foi o próprio Lula quem se autoexcluiu da belíssima festa de abertura, sete anos depois, por escolher a mulher errada, para o cargo errado, e, principalmente, por mergulhar de cabeça num mar de esquemas e desvios mais poluído do que a Baía da Guanabara”  

Além de Lula, Prince, Amy Winehouse e o ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dominique Strauss-Kahn, 62 anos, são casos típicos dos quem fracassa ao triunfar. Indiciado por crimes sexuais contra uma obscura camareira africana. A suposta vítima, Ophelia Famotidina tem 32 anos, trabalha no hotel há três, é muçulmana e saiu da Guiné para trabalhar nos Estados Unidos. Ela é mãe solteira de uma filha, com quem mora no bairro do Bronx. Ele foi inocentado por esse crime, mas continua respondendo ação civil com pedido de indenização e responde a outros processos de natureza sexual na França e a esposa pediu divórcio.

“do ponto de vista midiático e político, Strauss-Kahn já foi julgado. E duramente condenado, impiedosamente”. Viciado em sexo este homem sofre de enfermidade da alma e precisa de tratamento.

                    “Ao chegar ao cume do sucesso, como acontece com tantos, não suportou: não tinha nascido para ser feliz. Então começou a se destruir correndo atrás das vozes mais sombrias”, disse Lia Luft no seu belo artigo em Veja 03/05/06.

                         Freud no ensaio "Os arruinados pelo êxito", revela as causas psicológicas que levam uma pessoa a fracassar quando atinge o que sempre almejou na vida, pelo qual lutou a vida inteira. Por quê? “O trabalho psicanalítico ensina que as forças da consciência tornam enfermos certos indivíduos por causa do êxito, do mesmo modo que geralmente outros se enfermam por causa da privação, se encontram intimamente ligadas ao complexo de Édipo, à relação do indivíduo com seu pai e mãe, fonte também de nosso sentimento de culpa”. Pessimista, Freud não credita na capacidade humana de melhorar: “o homem envelhece, mas sua neurose não muda, antes se agrava”. Mas Karen Horney é otimista: “Os males que a mente causa, a mente cura”. 
O autor deste blog foi vítima e por isso alerta a todos sobre esse risco.
                    
                       Mas é o ódio e o desprezo por si mesmo a causa das tragédias: você não merece ser feliz, soa a voz do demônio interno, o lado sombrio, o segundo eu que deseja a própria destruição. É a auto-punição. São pessoas que se mostram incapazes de desfrutar deste êxito por causa da angústia na qual suas constantes atuações autodestrutivas o submergem, colocando em risco sua vida e traumaticamente fazendo com que tenham contato com a possibilidade da morte.
                       É que o lugar da frustração externa é assumido por uma frustração interna. O sofredor não se permite a felicidade: a frustração interna ordena-lhe que se aferre à frustração externa. Por que será que isso ocorre?

                    “Examinando o ódio a si próprio e a sua assoladora força, não podemos deixar de ver nele uma grande tragédia. Talvez, mesmo, a maior tragédia da mente humana. O homem, tentando alcançar o Infinito e o Absoluto, começa a destruir-se. Quando faz um pacto com o diabo, que lhe promete glórias, tem de ir para o inferno – o inferno que tem dentro de si mesmo”, diz Karen Horney.

                          José Nazar, psiquiatra e psicanalista carioca em seu artigo “Por quem morrem os filhos? (A Gazeta 11/08/06 p.3), diz: “Jovens vêm interrompendo suas vidas sem nenhuma razão aparente. Tudo é muito incompreensível e absurdo. Filhos estão morrendo antes dos pais. Por que esse desejo tão forte de morrer,? O que é esse gesto insólito de interrupção de uma vida? É um movimento de desespero que leva alguém a fazer mal contra si mesmo a despeito de seu querer consciente. Ninguém interrompe uma vida porque quer a não ser por um voto de morte inconsciente que é ignorado por ele mesmo. Ele pode estar bem nas suas aparências, mas estar se acabando dentro dele mesmo. É uma lógica estranha e paradoxal por onde temos uma agressividade mal utilizada contra si mesmo e contra aqueles que o amam. São momentos de tremenda angústia e fragilidade para o sujeito, momentos em que ele não vê outra saída a não ser acabar com a própria vida.

                    As pesquisas psicanalíticas demonstram que, ao interromper prematuramente sua vida, o sujeito mata um outro dentro de si. Ele acaba indo junto sem querer. Quase sempre é alguém que ele ama muito em conflito. Trata-se de um gesto agressivo contra esse objeto de amor ambivalente que reside dentro dele. De que lugar da sua subjetividade se promove tamanha loucura? finaliza o Dr. José Nazar em seu profundo ensaio. O íntimo menosprezo que sinto por mim mesmo aumenta minha autocrítica. Quando a gente percebe a falta de sentido na vida, nota que não objetiva  nenhum progresso. A vida nasce com a morte ligada a ela.  
          
                       Freud nos responde dizendo que: uma das explicações para esse fato é que tais pessoas encontram mais satisfação na fantasia do que na realização do desejo. Assim, enquanto sonham, planejam, desejam, aspiram alguma realização, elas se mantêm afastadas de um conflito. Porém, quando a realidade aproxima a realização do desejo, surge uma série de fenômenos para defender sua fantasia. É uma forma também de manter o desejo em estado de insatisfação.
                 
Sobre o mesma tema leia o texto no blog:
‘OS QUATRO INIMIGOS DO HOMEM”.
Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Ideias, A Procura do Destino, Pegadas da Caminhada, Liderança Chefia e Comando, BRASIL: O lulopetismo no poder e coletâneas publicadas pela UFES/CEPA e é presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES www.cepa.ufes.br

                                    

8 comentários:

  1. Luiz Ventura disse...

    Como dói a consciência
    Como dói a inconsciência
    Entre os seres
    Entre o ser e o não ser
    Como amar o que não vejo
    Como vejo o que amo
    Perguntas sem ponto de interrogação
    Conclusões sem ponto final
    Como é tão prazerosa a consciência
    Como é tão prazerosa a inconsciência
    11 de fevereiro de 2011 09:50

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  2. Bravo!... Simplesmente maravilhoso!... Supimpa!... Brilhante!... Algo acima de bom!
    "Defina e defenda seu ponto de vista... O mundo se afasta para dar passagem ao homem que sabe para onde vai"...
    Abraços, do amigo Laerte de Souza Gomes – Nanuque/MG

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  3. Como sempre, seu artigo responde a algumas das nossas perplexidades diante do comportamento humano.
    Parabéns.

    Rubens Pontes Serra/ES

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  4. Olá Meu Caro Theodiano!
    Obrigado pelo texto. Interessante seu texto, e seu esforço para elucidar ou, pelos menos, trazer luz a essa questão, isso e louvável da sua parte. Mas acho que falta algo, Freud me pareceu contraditório, e fechou ou travou a questão em algum ponto.
    Termina de algum modo muito simplista, ou a questão seja mais simples do que supomos, e por isso não “aceitamos” e procuramos complicar buscando apoio em quem supomos tenha tido a chave da complexidade humana.
    Enfim, fico com a sensação do que era para ser dito não foi revelado. Tenho duas possibilidades, escrever sobre a questão, na tentativa de trazer algo mais, até que me der por satisfeito ou a partir daqui, tipo bola de neve, alguém faça disso uma forma mais concisa. Ou escrever com alguém, e aí deixaria em aberto o convite e, caso aceite, a pergunta: onde publicaríamos?
    Abraço,
    Valdeci Gonçalves

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  5. Laerte de Souza Gomes, Nanuque/MG:
    BRAVO!!!... BOM! ... MUITO BOM! ...ALGO ACIMA DE BOM! ... ESPERANÇA, SAÚDE E PAZ E VOTOS DE UM FELIZ PORVIR! ... ABRAÇO-TE COM SAUDADES! ... PAZ E BEM ... PAZ E LUZ!

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  6. Está bom este artigo e se pode constatar muito do que você diz. Obrigada.
    Therezinha Freire de Souza, Curitiba/PR, por e-mail

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  7. Rubens Silva Pontes, Serra/ES
    Bravos, Thede!

    Ótima análise do comportamento humano, de quem tenta chegar ao cume
    da montanha sem olhar para o céu.
    Lia Luft, até mais do que Freud, confirma sua tese.

    Bom trabalho.
    Que o final de semana lhe propicie sabor de mel.


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