sábado, 7 de maio de 2022

NOSSOS CONFLITOS INTERIORES

Por THEODIANO BASTOS

Tenho na minha biblioteca todos os livros de Karen Horney publicados ela Civilização Brasileira e em 12/03/71 adquiri sua extraordinária obra NOSSOS CONFLITOS INTERIORES que já li minuciosamente por diversas vezes.  Vejam o resumo dos benefícios do curso de formação em psicanálise como terapia:

"Muitas vezes, nos proibimos de adquirir e viver novas experiências por conta de agitações em nosso interior. Esses conflitos internos possuem causas no ambiente externo e interno do ser humano, criando barreiras em sua vida. Nesse sentido, entenda o que são de verdade e como tratá-los de acordo com a Psicanálise.

Conceito

Segundo Freud, os conflitos internos são inerentes à construção do sujeito, se caracterizando pela oposição de desejos e exigências contrárias internas. Ao longo de seus estudos, o psicanalista ainda defendia que isso é um dualismo essencialmente irredutível. Sendo assim, apresenta variadas formas.

Em suma, podemos afirmar que existe uma incompatibilidade de ideias em nossas mentes. Há uma espécie de explosão em nosso interior que consegue movimentar o ego para apoiá-la, mas também gera uma onda de repressão. Caso caiba uma repressão, tal ideia ou projeto vão ser arremessados para longe da consciência.

Freud estabeleceu que há dois movimentos em nosso interior que estão relacionados no processamento de recordações. Enquanto um trabalha na importância dessa lembrança como motivo para revivê-la, o outro tenta bloquear que ela seja vista. Nenhuma das forças tem a capacidade de anular a outra e, portanto, nenhuma predomina.

O que provoca os conflitos internos?

Os conflitos internos têm uma natureza de duelo constante, sendo desencadeados ao menor sinal de estímulo. Assim, a relação do ambiente externo com o nosso interno estimula ondulações que podem se chocar, a depender do movimento de origem. Contudo, não há apenas um estímulo para isso. Portanto, trata-se de algo estimulado por vários fatores.

Dessa forma, os conflitos internos podem vir das seguintes maneiras, por exemplo:


Repressão

Indivíduos que reprimem as próprias ações e/ou sentimentos tendem a represar o que sentem. Entretanto, ainda que tenham planejado guardá-las, transbordam essas emoções. Tudo se acumula e é perfeitamente esperada a manifestação de um escape por meio do próprio corpo.

Ganho e perda

Muitas pessoas sonham e planejam ganhar algo grande e de valor em sua vida. Isso representaria uma ostentação máxima de suas capacidades. Contudo, o tamanho do objetivo já revela qual será esforço que deve ser feito para conquistá-lo. Assim, sabe-se que para alcançar resultados grandes, precisa de um esforço grande. Somente a ideia de se envolver em um projeto tão complexo pode colocar indivíduos em dilemas complicadíssimos.

Auto sabotagem

Todos nós sonhamos com uma carreira de sucesso e um futuro brilhante. Nos esforçamos diariamente para alcançar tal objetivo, empregando todas as ferramentas disponíveis que possuímos. Contudo, há aqueles que se sabotam no final por se acharem indignos daquela recompensa. O boicote a si mesmo provoca conflitos na mente.

Consequências

Os conflitos internos possuem uma natureza destrutiva para o ser humano, porque o leva a se esquecer do seu dever. Essa dualidade causa confusão e gera oscilações negativas em qualquer um, se manifestando de várias formas. Geralmente, os indivíduos conflituosos apresentam alguns sinais, como os descritos abaixo:

Falta de foco

Com tantas direções apontando para vários lugares, acabamos por não escolher nenhum. É como um tribunal que confunde ao invés de dar um veredito. Entre o fazer ou não fazer, ser ou não ser, escolhemos a neutralidade, ainda que ela seja bastante prejudicial a nós.

Sem direção

Continuando, perdemos completamente o rumo de nossos projetos. Entre urgências ou não, não sabemos para onde ir primeiro. A bússola interna está quebrada e nos fixa numa posição de passividade. Dessa forma, não apresentamos estruturas para continuar em uma linha reta em direção ao objetivo.

Vergonha

Por não ter um controle pleno de nossas ações e pensamentos, sentimos vergonha de nós mesmos. A incapacidade de agir sobre os eventos ao redor, bem como nossas ações, nos coloca de joelhos. Isso porque as circunstâncias apontavam para uma dominação daquela situação e não para um dominado.

Culpa

Pela nossa incapacidade de lidar com essas dualidades, somos embebidos em um sentimento de culpa. A cada passo dado, nos flagelamos com argumentos e pensamentos ácidos. Machucamos a nós mesmos diariamente por ceder a alguma situação um movimento de não participar da mudança.

Tratamento

Resolver os conflitos internos pode ser uma estrada tortuosa para qualquer um, mas ainda assim é possível. Através de uma série de exercícios, conseguimos reformular a visão que temos de nós mesmos e do mundo. Leva tempo, mas ainda assim conseguimos realocar os elementos em seus lugares de origem para alcançarmos nossa plenitude.

Mude os sentimentos sobre si mesmo

De início, tente trabalhar a renúncia que faz sobre si mesmo. Esqueça pensamentos como “Eu não sou bom o suficiente para…”. Ainda que pense nele como algum tipo de preservação, isso acaba por limitar qualquer reação que venhamos a ter sobre algo. Seja mais pró-ativo e trabalhe os sentimentos que guarda.

Faça um filtro positivo

Tire um tempo para avaliar todas as conquistas positivas que teve até agora. Faça um balanço do quanto foi bem sucedido até aqui. Isso vai ajudar você a ter uma ideia melhor de quem é, aumentando sua autoestima e confiança diante de escolhas. Além disso, trata-se de uma decisão que além de te engrandecer, vai te energizar para novas conquistas.

Equilibre cada parte

Tente não reprimir as vozes que brigam em uma situação. Escute cada uma e entenda a manifestação delas. Dessa forma, as faça entender que cada uma tem função e deve valorizar o outro aspecto.

Tipos de conflito

Embora sejam problemáticos independentes da forma, os conflitos internos se classificam em várias partes. São elas:

  • Conflito comportamental – Aqui se classifica na relação do indivíduo com o dilema de seus comportamentos. Resume-se em tomar decisões, uma em detrimento da outra.
  • Conflito de habilidades – Aqui ficam em voga as nossas competências no dia a dia. Ser mais liberto ou optar pela conservação, se liberar ou restringir…                                                 Em suma, é a escolha das habilidades de acordo com o momento.
  • Conflito de crenças e valores – De forma simples, esta se baseia no conflito entre a ação com os nossos valores pessoais. Por exemplo, ir comer em um restaurante badalado, mas achar os valores altos demais.
  • Conflito de identidade – Este se conduz pela relação do nosso papel no mundo com as responsabilidades em assumir elas ou não. O conflito aqui também se baseia na conciliação dos papéis mostrados com as renúncias feitas.

Considerações finais

Ao longo da vida, sempre entraremos em um dilema, seja físico, psíquico, moral ou social. As escolhas pesam por conta de suas consequências, nos mobilizando a uma posição estática. Isso é bastante prejudicial ao nosso desenvolvimento, visto que também é um risco ficar sempre em cima do muro.

Dessa forma, já imaginou como sanar esses conflitos interiores? Já procurou entender a natureza deles? Caso não, está deixando várias chances passarem em sua vida. Ainda assim, darei uma ótima dica” Leia mais em:  Conflitos internos: conceito e tratamento em Psicanálise - Psicanálise Clínica (psicanaliseclinica.com)

 


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