segunda-feira, 29 de abril de 2019

TABATA AMARAL, DA PERIFERIA PARA HARVARD E CÂMARA FEDERAL



Tabata (10/07/19): ‘Meu voto pela reforma da Previdência não foi vendido’
O ANTAGONISTA:
Ameaçada de ser expulsa do PDT em razão de seu voto favorável à reforma da Previdência, Tabata Amaral postou um vídeo no Twitter explicando sua posição.
Segundo a deputada por São Paulo, seu voto não foi “vendido” –é fruto de convicção. “A bancada da educação continua lutando pela manutenção da aposentadoria especial dos professores”, acrescentou.
Meu voto pela Reforma da Previdência não foi vendido, é por convicção. A bancada da educação continua lutando pela manutenção da aposentadoria especial dos professores. Conheça as razões para a minha decisão: https://tabataamaral.com.br/reforma-da-previdencia-entenda-os-criterios-para-o-meu-voto/ … #VamosJuntos

TABATA AMARAL, EXEMPLO PARA OS JOVENS: da periferia para Harvard e congresso nacional
Por: Tamíris Almeida

Com 25 anos, garota prodígio da periferia, Tabata Amaral se elege deputada federal, a sexta mais votada em São Paulo, com 264.450 votos.
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Tabata Amaral de Pontes é filha de Maria Renilda Amaral Pires, diarista, e Olionaldo Francisco de Pontes, cobrador de ônibus, cofundadora do Movimento Mapa Educação e do Movimento Acredito, movimento político nacional e suprapartidário, que busca a renovação do congresso. Formada em ciências políticas e astrofísica pela Universidade Harvard. Tabata graduou-se com honras máximas e recebeu o Prêmio Kenneth Maxwell em estudos brasileiros e o Prêmio Eric Firth para o melhor ensaio sobre o tema de ideais democráticos por sua tese. Logo após a sua graduação, retornou ao Brasil para dedicar-se ao seu ativismo social.”  https://pt.wikipedia.org
 
Da escola pública na periferia de São Paulo a Harvard, conheça quem é Tabata Amaral, a jovem que quer transformar a Educação Pública no Brasil.

Estudante de escola pública, Tabata Amaral, recebeu uma bolsa integral para fazer graduação na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Formou-se em Ciência Política em 2016 e, de volta ao Brasil, foi eleita deputada federal pelo PDT de São Paulo em 2018. Uma de suas principais bandeiras é a defesa por uma Educação de qualidade para redução das desigualdades no Brasil. Nascida na periferia de São Paulo, Tabata recebeu bolsa para estudar Ciências Políticas em uma das maiores universidades do mundo, Harvard. (Foto: Acervo Pessoal)
Futura & Educação: Como foi a sua trajetória até chegar a Harvard? Alguma vez você já imaginou que poderia ir tão longe?
Tabata Amaral: Eu tive a chance de participar da 1ª OPMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) e ganhar uma bolsa de estudos em São Paulo numa escola particular. Até então, eu estudava em uma escola pública na Vila Missionária [um bairro na periferia de São Paulo formado por migrantes de outros estados]. 

Assim, pude ter acesso a uma melhor qualidade no ensino e a matérias que eu não estudava. Vi que essa outra realidade era muito diferente. Nesta escola conheci pessoas que falavam outro idioma, viajavam para fora, já faziam intercâmbio. E eu, que demorava 4h para ir e voltar da escola, nunca tinha possibilidade de pensar em qual era o meu sonho. Conheci um mundo muito mais amplo que o meu.
Foi então que eu comecei a sonhar em fazer uma faculdade fora. Inicialmente, eu queria fazer Astrofísica. Os professores conseguiam um quartinho para eu ficar na escola. De onde eu venho, eu tenho claro como é a desigualdade no Brasil. Falta educação de qualidade para muita gente. Por alguns momentos eu conseguia vislumbrar essa realidade.
“De onde eu venho, tenho claro como é a desigualdade no Brasil. Falta educação de qualidade pra muita gente.”
Eu perdi meu pai 4 dias depois que fui aprovada em Harvard. O que fez que meu sonho em ser Astrofísica também mudasse. Daí, decidi que ia fazer Ciências Políticas. Fiz faculdade entre 2012 e 2016.
Futura & Educação: Qual a origem da sua família? Conta um pouquinho mais sobre a sua história.

Tabata: Minha mãe veio do interior da Bahia. Ela começou a estudar com 10 anos, mas quando engravidou de mim ela saiu da escola e foi trabalhar. Meu pai conheceu minha mãe quando ela estava grávida. Ele é de São Gonçalo e foi pra São Paulo com 15 anos, mas tinha doenças psicológicas e vícios. Ele nasceu na Paraíba, mas viveu em São Gonçalo. Ele junto com minha mãe foram morar numa ocupação na Vila Missionária, onde ela mora até hoje. Tábata ao lado de Malala, uma de suas principais inspirações. (Foto: Acervo Pessoal)
Futura & Educação: Como foi o período em que esteve em Harvard? O que mudou na Tabata?
Tabata: Uma coisa que mudou foi a minha visão do mundo. Eu tive muitas oportunidades muito jovem, mas eu sempre morei na Missionária. Hoje, eu tenho uma visão muito mais complexa da desigualdade. Lá [nos EUA}, eu conheci tanta gente: mulheres, homens, jovens, negros… pude ver que a solução não é simples, mas precisamos de políticas públicas para transformar a Educação no Brasil.
Futura & Educação: Por que decidiu voltar ao Brasil?
Tabata: Eu fui para Harvard quase sem falar inglês. Minha mãe ficou desempregada e não tinha condições de pagar um cursinho de idiomas. Eu só fui porque os meus professores do colégio e minha mãe me convenceram a ir. Na época, eu me sentia muito culpada por não poder ajudar meu pai. Só fui mesmo porque me convenceram que assim eu poderia mudar as coisas.
No segundo ano eu mudei de curso porque decidi estudar mais sobre Política e Educação. Queria – e ainda quero – mudar a realidade do Brasil. Nas férias, eu voltava para o Brasil. Eu sei que lá ganharia muito mais, mas acho que fazia mais sentido eu voltar. Conheci de perto a Secretaria de Educação no Ceará (Sobral) e depois a Secretaria pública de Salvador (BA). Eu pude ver o que é possível transformar a nossa Educação.

Tábata foi uma das 11 jovens selecionadas para conhecer Barack Obama durante a visita do ex-presidente americano ao Brasil. (Foto: Anna Carolina Negri)
“Eu sei que lá ganharia muito mais, mas acho que fazia mais sentido eu voltar pro Brasil.”
Futura & Educação: Como mudar a educação pública no Brasil?
Tabata: É um conjunto de fatores. Atração, valorização de professores, ensino integral, rever FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e gestão de politicas públicas.
¾ dos munícios escolhem seus diretores por indicações políticas. Em muitos estados, não há vontade política para a Educação dar certo. Ela só vai dar certo com quando for colocada como prioridade de política pública.
Futura & Educação: O que você espera dos próximos anos na educação brasileira?
Tabata: O meu sonho é que a Educação vire prioridade no país para que a gente tenha a melhor educação pública do mundo. Temos uma população que não vai à escola, é analfabeta funcional. Tem que ter uma renovação política.
Futura & Educação: O Movimento Acredito tem essa proposta de renovação política?
Tabata: Sim, é um movimento de renovação política e temos agendas de combate a desigualdade e privilégios. Mais do que uma disputa entre esquerda x direita, defendemos bandeiras voltadas para a Educação, para que as pessoas voltem a acreditar na política, voltem a acreditar no Brasil e convocamos as pessoas para pensarem e mudarem suas realidades.
Já revitalizamos praças, já fizemos ação para que os jovens tirem título de eleitor, apoiamos jovens, fizemos abaixo assinado. Atuamos em 14 estados: Acre, Pernambuco, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
Tabata faz parte de um movimento nacional suprapartidário formado por jovens insatisfeitos com a política desenvolvida atualmente no país. Saiba mais sobre o Movimento Acredito.
Futura & Educação: Quem é a sua principal inspiração para promover essa transformação política na educação?

Tabata: A Malala Yousafzai é uma pessoa que eu admiro muito. E vi o quanto ela é gente como a gente. Se ela sendo gente como a gente conseguiu fazer a revolução, por que também não conseguimos? Isso me inspirou muito. Em julho de 2018, ela deu uma palestra no Santander e eu fui uma das jovens selecionadas para participar da conversa sobre jovens e políticas. Ela falou que os jovens estão muito desanimados com a solução política, mas ela estimulou. Falou para não desistirmos.

sábado, 27 de abril de 2019

NOSSOS DEMÔNIOS INTERIORES


NOSSOS DEMÔNIOS INTERIORES
Por Theodiano Bastos

Sobre esse tema escrevi o texto O PIOR INIMIGO ESTÁ DENTRO DE NÓS -  O SEGUNDO EU DE TODOS NÓS publicado no blog O PERISCÓPIO: theodianobastos.blogspot.com.br


C.P.F.G. - Confraria dos Pensadores Fora da Gaiola - http://cpfg.blogspot.com/       

Tanto a Religião como a Psiquiatria e a Psicanálise têm a alma como seu campo de trabalho ou de batalha. Através dos séculos da história da igreja, os cristãos, de um modo geral, têm interpretado os conflitos emocionais como lutas espirituais contra “seres” vindos de fora. Os religiosos ocidentais têm medo de que a psicanálise ao sondar as profundezas mentais do ser humano, lhes roube “o Pai dos Céus”. A dor existencial e a experiência subjetiva dos indivíduos com perturbações mentais são motivos de uma intensa e profunda abordagem pelos psicanalistas. O que estes profissionais pretendem é restabelecer a harmonia psíquica, trazendo para a consciência do portador de neurose (inclusive a eclesiástica), a origem e o significado de suas práticas ritualísticas compulsivas.
Aos “Demônios” da religião ocidental a ciência deu-lhes outros nomes, como esquizofrenias auditivas e visuais, psicoses e neuroses. As possessões demoníacas ela classificou de quadros histéricos.
O apóstolo Paulo foi um dos primeiros escritores cristãos a expressar a dor emocional resultante de conflitos íntimos:
“Acho então essa lei em mim, que quando quero fazer o bem, o mal está comigo. [...] Miserável homem que eu sou, quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7, 21 -24)
O fundador do cristianismo percebia, dentro de si, essa guerra mental interna e imaginária entre as forças divinas e diabólicas, daí ele ter escrito na sua carta aos Efésios (6 , 12):
“Pois não temos de lutar contra a carne e o sangue [...], [...] mas contra as forças espirituais nas ‘regiões celestiais’”. (Essas regiões, Freud traduziu como “o inconsciente”).
Com relação ao demônio como força maléfica, no século V, Santo Agostinho insistia que o mal não vinha de fora, era a vontade do homem que o provocava.
Foi o herege Freud quem ressaltou alguns aspectos do que sobrenaturalmente se denomina “demônio”. Numa tentativa de explicar esse fenômeno, ele realizou uma emblemática abordagem psicanalítica no seu livro, “Neuroses Demoníacas do século XVII” (1923). Vejamos o que ele diz na introdução da sua significativa obra:
“Os estados de possessão correspondem às nossas neuroses, para cuja explicação mais uma vez recorremos aos poderes psíquicos. A nossos olhos, os demônios são desejos maus e repreensíveis, derivados de impulsos instintuais que foram repudiados e reprimidos. Nós simplesmente eliminamos a projeção dessas entidades mentais para o mundo externo, projeção esta que a Idade Média fazia; em vez disso, encaramo-las como tendo surgido na vida interna do paciente, onde têm sua morada”.

Freud considerava que essa questão “sobrenatural” entre “deuses e demônios” era um resultado da ambivalência do filho para com o seu pai: o filho anseia pelo seu genitor, assim como tem medo de desafiá-lo. O pai da psicanálise entendia que as representações mentais do demônio maligno, constituíam-se exatamente a antítese de Deus, e que a “entidade oposta” estava muito perto do Divino, em sua natureza.

Uma coisa não se pode negar: é a de que a guerra entre deuses e demônios vem se travando nas mentes dos religiosos fundamentalistas desde épocas remotas. Com a descoberta do inconsciente ficou claro que esses “deuses e demônios” que os antigos percebiam, nada mais são que produtos da psique humana, traduzidos por eles como forças externas personificadas do mal e do bem. A figura do capeta, diabo ou demônio, ainda hoje, entre os fundamentalistas, é traduzida como potestades do ar que invadem a mente humana para guerrear contra os deuses imaginários. É nesse grande palco mental que o apóstolo Paulo denominou de “lugares celestiais”, que se trava a imaginária luta entre as forças divinas e diabólicas.

Nas narrativas das Escrituras Sagradas os deuses se transformavam em demônios maus quando novos deuses os expulsavam. Quando determinado povo era conquistado por outro, seus deuses caídos, não raramente, se transformavam em demônios aos olhos dos conquistadores. Diz a História que nas épocas primitivas da religião, o próprio Deus possuía todos os aspectos terrificantes que mais tarde se combinariam para formar uma contraparte Dele.
A psicanálise tornou-se a arquiinimiga da religião, ao desvendar que é do porão obscuro (inconsciente) do sectário, que se projetam os impulsos inaceitáveis de sua vida pregressa sob a forma simbólica de demônios. Sendo assim, a “religião” parece funcionar como um sistema repressivo que aparentemente protege o indivíduo das ameaças de suas pulsões instintivas e agressivas, à custa do sacrifício do prazer. Pelo fato do inconsciente ser percebido como algo além da vontade consciente, é que os antigos atribuíam ao mundo sobrenatural do além, a origem dos seus “demônios e anjos internos”.
“É do céu do nosso inconsciente que expulsamos ‘anjos caídos’ todos os dias” (Levi) Por Levi B. Santos

Ver no blog O PERISCÓPIO: theodianobastos.blogspot.com.br O PIOR INIMIGO ESTÁ DENTRO DE NÓS -  O SEGUNDO EU DE TODOS NÓS


     

sexta-feira, 26 de abril de 2019

O TORMENTO DAS MUDANÇAS



 O TORMENTO DAS MUDANÇAS,                     por Uchôa de Mendonça

Em momento algum da história da vida política, econômica e social da nação brasileira poderíamos esperar que o sistema de compadrio existente da nação poderia sofrer uma ruptura violenta, com a eleição de um político, utilizando apenas como convicção as chamadas redes sociais de comunicação pudesse ganhar as eleições de um candidato munido, não só apenas do maior processo de corrupção surgido na face da terra, mas do aproveitamento da máquina pública trabalhando em seu benefício, mas viu-se acometida do desespero, chegando ao ponto de um indivíduo, Adélio Bispo de Oliveira, tentar contra a vida do praticamente eleito, Jair Bolsonaro, o homem que prometia transformar o país num sistema liberal de administração pública, com o maior conjunto de burocratas do mundo.
Estamos assistindo, depois da facada recebida pelo candidato Jair Bolsonaro de Adélio Bispo de Oliveira, no dia 6 de setembro de 2018, em praça pública, de Juiz de Fora, Minas Gerais, depois de eleito e empossado, receber o massacre impiedoso, mentiroso e cruel da imprensa nacional, por ter mudado, ao assumir o poder, a distribuição de recursos públicos aos velhos e carcomidos meios de comunicação nacional, aos “intelectuais” e “artistas” a soldo de um sistema desmoralizado de corrupção que, de uma hora para outra, ficara à beira da estrada da economia, sem pai e nem mãe que os proteja.
Os chamados 100 dias de governo de Jair Bolsonaro para essa gente soa como uma espécie de pesadelo. Como um mero capitão reformado das Forças Armadas, até então uma voz isolada do sistema liberal de administração pública pode ganhar da maior força política do Hemisfério Sul do Planeta, atolado num processo endêmico de corrupção, contaminando todos os poderes da República Brasileira? Quanto mais batem em Jair Bolsonaro, mais ele cresce, mais ele provoca o desmonte da máquina burocrática que ainda não permite que o Brasil se desenvolva. Agora mesmo trava-se uma guerra no Congresso Nacional, onde as forças d o atraso não querem permitir a mudança no sistema previdenciário, melhor, a introdução de um processo novo de aposentadoria, ficando o velho para quem quiser permanecer nele.
O INSS é o maior empregador público do mundo, onde se intrometem, nas suas entranhas os maiores fraudadores do país, que pode ganhar a batalha contra as mudanças em marcha, só para manter o nicho da corrupção e do atraso.
Com todas forças contrárias às suas ideias liberais de administrar, sem a intervenção do Estado, com suas 70 obrigações fiscais e para fiscais, quatrocentas e tanto empresa estatais e quase uma centena de autarquias com seus carimbos, se não ocorrer um despertar do Congresso, o país vai quebrar. A corrupção endêmica pode vencer. Tudo indica.