sexta-feira, 16 de abril de 2010

O CRACK DESTRÓI AS FAMÍLIAS: REAGE BRASIL

THEODIANO BASTOS

O CRACK DESTRÓI AS FAMÍLIAS: REAGE BRASIL

THEODIANO BASTOS

O Brasil está de joelhos perante o crime. Enfrentamos uma GUERRA QUÍMICA NO BRASIL.

É a (in) segurança pública tomando conta do território nacional, o medo difuso e avassalador tomando conta de todos. As drogas estão, principalmente o CRACK, destruíndo nossa juventude e é responsável por 80% dos homicídios no Brasil, além de todo tipo de violência, e nos perguntamos: O QUE FAZER?

"Gerado pela deterioração endêmica do tecido social, pela crescente onda de terrorismo praticada pelo crime organizado, pelo narcotráfico, pela violência urbana e ineficiência do aparelho policial" o medo difuso toma conta do Brasil. Carlos Roberto Siqueira Castro, professor da Uerj e conselheiro federal da OAB, em artigo no Jornal do Brasil de 24/03/07 intitulado “Maioridade penal: mito e realidade”, explica porque é contrário à redução da maioridade penal para 16 anos e analisa com propriedade as causas sociais do grave problema da insegurança pública.
O vasto contingente dos excluídos, diz, é duplamente vitimizado. Já sofrendo na origem a indigência econômica e a orfandade social, é vítima do processo de criminalização sumária e seletiva, que o transforma em autêntico grupo de risco nas ações policiais nas favelas, nos morros e na periferia urbana e passa a ser vista sob suspeição, clientela preferida da violência policial.
O tráfico se faz presente em todas as regiões do país, onde arregimenta jovens para o crime, decreta toque de recolher e substitui o estado e abre as portas para todo tipo de delito, como tráfico de armas, prostituição, seqüestros, homicídios e roubo de carros. Para tanto estão cooptando os jovens sem instrução, de famílias pobres e desestruturadas.

Não há golpe de caneta do legislador que possa resolver a situação de insegurança no Brasil. Não é nenhuma panacéia para todos os males da criminalidade urbana, que tudo se resume na legislação penal. É uma simplificação ilusória e mistificadora das reais dimensões do problema da criminalidade no Brasil.
Por que tantas crianças e adolescentes das favelas e dos guetos urbanos são levadas ao descaminho do crime e à prática de atrocidades? A esmagadora maioria desses jovens nascem e crescem no seio de famílias desestruturadas e com afetividade esfacelada pela falta de suprimento de toda sorte de necessidades vitais. Às vezes são três filhos de pais diferentes e nenhum dele presente.
Na maioria são negros e pardos, despossuídos e oriundos de comunidades onde a tônica é a completa ausência do Estado e de serviços públicos confiáveis, nas áreas de educação, da saúde e do lazer. A autoridade que conhecem já na tenra idade é a das gangues do narcotráfico, que os submete, os alicia e os deseduca para o crime e a violência. O apelo ao ganho fácil, e à sensação momentânea de poder que a arma de fogo lhe oferecem, concluem o processo prematuro de marginalização. E tudo não passa de uma resposta retaliativa e perversa contra a sociedade e o Estado que os abandonaram. O capítulo final dessa barbarização humana é o caixão ou o cárcere onde o indivíduo é despido de personalidade e laços sociais, conclui o Carlos Roberto Siqueira Castro, Professor da.Uerj – Universidade Estadual do Rio de Janeiro e conselheiro federal da OAB.
No ano passado, o Brasil teve 44 663 assassinatos, dado publicado pelo governo federal. No mesmo período, a guerra do Iraque produziu 18.665 mortes. E agora, com a chegada do óxi aos centros urbanos, ele é ainda mais destrutivo e barato, que o crack, é vendido por apenas 2 reais a pedra.

Sobre o tema, leia também no blog: theodianobastos.blogspot.com “A DESESPERANÇA DOS JOVENS E A VIOLÊNCIA”, “A IMPUNIDADE ALIMENTA A VIOLÊNCIA NO BRASIL” e “A MAIORIDADE PENAL”.
Theodiano Bastos é escritor, autor dos livros: O Triunfo das Idéias, A Procura do Destino e coletâneas publicadas pela UFES/CEPA e é presidente da ONG CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação, em Vitória – ES (www.proex.ufes.br/cepa)