quarta-feira, 3 de julho de 2013

A REPÚBLICA SINDICAL AGONIZA 2



ECOS DAS RUAS E DAS ESTRADAS
GUERRA CIVIL URBANA E GUERRA QUÍMICA
PLEBISCITO É GOLPE
Diz Reinaldo Azevedo, Blogosfera/VEJA, 03/07/13: “Democracia plebiscitária é coisa de vândalos da institucionalidade; de gente que joga pedra na Constituição, que põe fogo no estado de direito e que anda mascarada”
E na mesma coluna diz Ricardo Setti: “É alarmante constatar que o governo Dilma, neste momento crucial da vital da brasileira, com milhões de cidadãos nas ruas, está perdido, está no mato sem cachorro”.

“Guido, você me perdoe! Mas a gente vai na feira e o cenário é outro. Todos reclamam da alta dos preços e da inflação. Se está tudo bem, o que a gente está fazendo aqui? O governo está falando uma coisa e o povo nas ruas, falando outra!” Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, durante reunião com Guido Mantega, ministro da Economia Fonte: Ricardo Noblat, 03/07/13




“São nos momentos conturbados que a política se assemelha à vida na selva. Demonstrações de fraqueza por parte do Governo não produzem complacência; ao contrário, só fazem aguçar apetites, e não só da oposição, como também dos aliados de ontem. No Congresso, nos partidos, todos fazem suas contabilidades eleitorais, levando certamente em conta os sinais de debilidade do governo e do partido que lhe dá sustentação fundamental. O país não cresce, as contas externas começam a claudicar. A insatisfação popular é grande, como sinalizado pelas manifestações de rua, e confirmado pela queda livre do nível de popularidade da Presidente. Diante do andar trôpego do Executivo, tornam-se todos renitentes em aceitar seu jogo e  seu jugo. Não raramente, até os subservientes  ficam de súbito corajosos e passam - como hienas - a afiar suas garras. Todos começam a rosnar.”  jornalista Pedro Luiz Rodrigues, 02/07/2013, claudiohumberto.com.br
 
Deputados do PMDB descartam plebiscito neste ano
Gabriel Castro e Marcela Mattos, Veja, 03/07/13
“Durou poucas horas até que a proposta de um plebiscito sobre a reforma política provocasse um novo atrito entre a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, liderada por Eduardo Cunha (RJ, foto abaixo), e o Palácio do Planalto. Os deputados, reunidos nesta terça-feira, decidiram que só aceitam a aprovação do plebiscito se a consulta popular for realizada em 2014, simultaneamente às eleições gerais - e não nos próximos três meses, como quer o governo.
Dessa forma, o principal parceiro do PT - e segunda maior bancada da Casa - já se coloca como um entrave para que as novas regras aprovadas pelo plebiscito valham para as eleições do ano que vem - para isso, elas precisariam estar em vigor no início de outubro de 2013. Enfraquecido pela queda aguda na popularidade da presidente, o governo começa a ver parte dos aliados perderem cada vez mais o receio de enfrentar o Planalto.”
Além do PMDB, principal partido de sustentação do governo, e do vice-presidente da república Michel Temer, também outros partidos da base aliada do governo, como o PDT, já decidiram não apoiar o plebiscito.  A derrota do governo é certa, ninguém mais duvida

Apesar de absurda, aflora neste momento a situação da Argentina de 1976 e a do Brasil de 2013. Não há clima para golpe militar, pois os tempos são outros, mas algo grave está por acontecer. 

Isabelita Peron (María Estela Martínez de Perón), foi a primeira mulher que ocupou a presidência da República Argentina. Isabelita tornou-se presidente após a morte de seu marido, que havia sido eleito numa chapa denominada Perón-Perón, pois ela era candidata à vice-presidência. Perón morreu em 1 de julho de 1974 e Martínez assumiu o cargo este mesmo dia. Em 24 de março de 1976, foi deposta pela junta militar encabeçada por Jorge Rafael Videla, que deu origem ao chamado Proceso de Reorganización Nacional. Vive na Espanha desde 1981 numa espécie de auto-exílio. É filiada no Partido Justicialista(peronista). Fonte Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Dilma Vana Rousseff Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia, e posteriormente, da Casa Civil. Em 2010, foi escolhida pelo PT para se candidatar à Presidência da República na eleição presidencial, sendo que o resultado de segundo turno, em 31 de outubro, tornou Dilma a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e de governo, em toda a história do Brasil.
Nascida em família de classe média alta, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação Bandeirante (Oban), onde passou por sessões de tortura, e, posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Araújo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre de 1985 a 1988, no governo Alceu Collares. De 1991 a 1993 foi presidente da Fundação de Economia e Estatística e, mais tarde, foi secretária estadual de Minas e Energia, de 1999 a 2002, tanto no governo de Alceu Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 2001.
Em 2002, participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética. Posteriormente, nesse mesmo ano, foi escolhida para ocupar o Ministério de Minas e Energia, onde permaneceu até 2005, quando foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu, que renunciara ao cargo após o chamado escândalo do mensalão. Rousseff foi a primeira mulher a abrir a Assembleia-Geral da ONU em 2011 que foi realizada em Nova Iorque. Fonte Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dilma tornou-se a primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil por sido indicada por Lula que passou a ser seu tutor. No Norte e Nordeste teve 64% dos votos porque era “a muié de Lula”.
Dilma está numa encruzilhada.Terá forças para romper com o presidente adjunto Lula, demitindo Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência?
ECOS DAS RUAS                                                                                                                     Marcus Pestana
“Ainda não é possível antever a intensidade das mobilizações de rua no futuro próximo. Mas uma coisa é certa, o Brasil não será mais o mesmo. Em meio a perplexidades e temores despertados, algumas conclusões preliminares são possíveis:
1) As redes sociais vieram para ficar. No Brasil, ainda parecia distante da realidade o protagonismo do Facebook ou do Twitter na vida social e política.
2) Índices de popularidade e aprovação de governo são provisórios e relativos. As manifestações mostraram que nem tudo vai bem, nem tudo é céu de brigadeiro, ao contrário da propaganda apologética e unilateral do governo.
3) Instituições e lideranças são movidas pela intensidade da participação social. Todos se movimentaram em resposta às ruas. Dilma tentou recuperar a iniciativa política, vestindo o figurino de estadista, coisa que não fez em dois anos e meio de governo, gerando vácuo de liderança e utopia. O Congresso derrotou a PEC 37, caracterizou como crime hediondo a corrupção e destinou os royalties para educação e saúde. O Supremo decretou a prisão de um deputado federal.
4) A esmagadora maioria é contra o vandalismo, o banditismo e a violência como arma política. É preciso tolerância zero contra a barbárie.
5) A democracia representativa precisa ser recheada com alta dose de participação popular. A sociedade contemporânea é fragmentada e multifacetada. A democracia direta é impossível, a exclusivamente representativa se esgotou e é insuficiente.
6) É preciso atualizar a discussão sobre direitos e deveres entre cidadãos de uma mesma comunidade. O direito de manifestação livre e pacífica é sagrado, mas não é maior do que o direito de o cidadão ir livremente da casa para o trabalho e vice-versa.
7) A democracia demanda segurança. As forças policiais têm um papel essencial para assegurar a liberdade e a ordem constitucional. Não vivemos mais uma ditadura. Não podemos glamourizar vândalos e demonizar policiais.
8) Ninguém tem o monopólio da verdade e das boas intenções. Houve um recado geral, concentrado, é claro, no Governo Federal, mas que foi também para todos os partidos, atores políticos e instituições.
9) Não bastam renda e emprego. Qualidade de vida foi o centro das manifestações. Qualidade na saúde, na educação, no transporte coletivo. Prioridade social efetiva nos gastos públicos. Menos estádios e trens-balas, mais escolas, mobilidade urbana e hospitais.
10) A demagogia e o populismo não são o caminho. Não podemos jogar fora o senso de responsabilidade fiscal e de equidade social nas políticas públicas e nas estratégias de fixação de tarifas e subsídios, que duramente conquistamos.
São conclusões provisórias. E é melhor aprender com o sambista: “Faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar.”
Fonte: O Globo, 03/07/13

PLEBISCITO INVIÁVEL

Merval Pereira, O Globo, 03/07/13
“Com elegância e discrição a mineira Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostrou na nota oficial distribuída após a reunião com os presidentes dos TREs de todo o país os empecilhos, legais e políticos, para a realização do plebiscito sobre a reforma política, que na prática o inviabilizam.
E ainda, citando o também mineiro poeta Carlos Drummond de Andrade, advertiu para os perigos da caminhada: “Cuidado por onde andas, pois é sobre meus sonhos que caminhas".
Não foi à toa a citação do poeta, o que a ministra Cármen Lúcia queria humanizar a decisão do TSE, colocando-se em sintonia com a voz das ruas: “O sonho do povo brasileiro é a democracia plena e eficiente. O dever do juiz é garantir o caminho do eleitor para que o sonho venha a ser contado para virar a sua realidade”.
São dois os problemas básicos que a nota do TSE destaca: é preciso atentar para a data fatal de um ano antes da eleição, limite para a alteração das regras do jogo. Esse limite é uma das cláusulas pétreas da Constituição, que não podem ser alteradas. O outro problema é que não é possível consultar o povo sobre temas que exigem mudanças constitucionais para virarem realidade.
Da lista de sugestões da presidenta Dilma Rousseff para a consulta popular, encaminhada ontem ao Congresso, o tipo de sistema eleitoral, com voto proporcional ou distrital, e o fim da suplência de senador são temas que não podem entrar no plebiscito por exigirem alterações constitucionais.
Como explica a nota do TSE, “a Justiça Eleitoral não está autorizada constitucional e legalmente a submeter ao eleitorado consulta sobre cujo tema ele não possa responder”.
O prazo para alterações nas regras eleitorais se encerra no dia 5 de outubro, um ano antes da eleição de 2014. Como o Tribunal Superior Eleitoral definiu um prazo mínimo de 70 dias para a viabilização do plebiscito, a partir do momento em que o Congresso decida a sua realização, com a aprovação das perguntas a serem feitas na Câmara e no Senado, quase não sobraria tempo para que a nova legislação fosse aprovada dentro do prazo legal.”

GUERRA CIVIL URBANA E GUERRA QUÍMICA
 Luiz O. Coimbra, O Globo (28/11/12)
“A onda de homicídios em São Paulo, os desaparecimentos forçados de pessoas em Goiás, as mortes violentas no Peru, a explosão dos assassinatos na América Central e a matança cotidiana dos cartéis mexicanos são parte de um mesmo fenômeno: o crime organizado.
Nosso continente está infestado por quadrilhas armadas, narcotraficantes, milícias, sequestradores, assassinos por encomenda e exploradores do tráfico de pessoas.
Mas o reconhecimento deste quadro, que poderia facilitar uma resposta coordenada dos Estados, carece de confirmação oficial. Como medir a ação do crime organizado?
O governo do México informou que 150.000 pessoas morrem todos os anos, nas Américas, vítimas da violência mafiosa. O Relatório de Segurança Cidadã nas Américas 2012, publicado pelo Observatório de Segurança Hemisférica da OEA, faz coro com documentos da ONU e do Banco Mundial, responsabilizando a delinquência organizada pela escalada de violência nas Américas.
Os indicadores de homicídios no Brasil apresentam altas taxas de assassinatos de homens, jovens, com a utilização de armas de fogo: quadro típico dos perfis de mortalidade do crime organizado.
Já os dados do Ministério da Justiça indicam uma queda na taxa de homicídios por 100.000 habitantes entre 2000 (26,5) e 2010 (21). O Ministério da Saúde apresenta dados divergentes.
O Anuário de Segurança Pública 2011, editado com o apoio oficial, afirma que a comparação das fontes estatísticas de segurança pública e saúde é a principal forma de controlar a confiabilidade. O Anuário recomenda cautela na análise, pois “as polícias estaduais nem sempre oferecem dados completos”.
É importante notar que o debate sobre dados sobre violência dos setores de saúde e Justiça é antigo. Para calcular as mortes violentas, o Ministério da Saúde faz a coleta das declarações de óbito nos hospitais e institutos de medicina legal. Nestes casos, cabe ao médico decidir sobre a causa básica da morte e atribuir a ela o código correspondente da Classificação Internacional das Doenças (CID-10).
Este sistema vem sendo aprimorado, mas ainda enfrenta problemas de cobertura e qualidade dos dados. Os registros de morte sem causas definidas e os cemitérios clandestinos, onde as vítimas são enterradas sem registro, são problemas para a medição.

A ameaça vem das periferias.
O teólogo Leonardo Boff adverte em seu artigo “A Verdadeiro Guerra das Civilizações”, e em seu livro "Planeta Favela"(2006), onde apresenta uma pesquisa minuciosa sobre a favelização que está ocorrendo aceleradamente por todas as partes, afirma que a guerra de civilizações se dará entre a cidade organizada e a multidão de favelas do mundo”. 

Isso é assustador. A periferia das grandes cidades brasileiras têm  milhões de adolescentes de 13 a 16 anos, que não estudam nem trabalham, sem nenhuma expectativa de vida prontos para serem mobilizados para a prática de todo tipo de crime, como incendiar ônibus, matar policiais etc.
O QUE FAZER?
A situação é de emergência e exige medidas urgentes para conter a desintegração social do Brasil.
Conjunto de leis a serem votadas no Congresso, em caráter emergencial de segurança pública com validade de 10 anos:  Construção de Colônias agrícolas não podem ser construídas porque os presos têm de ficar perto de sua família, unificação das polícias, revisão drástica do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, com a redução da idade penal para 16 anos, pois não é aceitável que um pivetão de 17 anos e 11 meses possa matar, estuprar e pouco tempo depois estará livre com a ficha limpa

Em Salvador, número de homicídios aumentou cinco vezes em dez anos

Renato Onofre, O Globo
Cidade que registrou 25 homicídios em apenas 72 horas no último fim de semana, de acordo com levantamento feito pelo GLOBO, Salvador vive há mais de dez anos uma explosão nos números de violência. Segundo o Mapa da Violência, do Instituto Sangari, em 2000, a capital baiana estava entre as três capitais com menores taxas de homicídios do país. Naquele ano, Salvador registrou 12,9 homicídios por cem mil habitantes.
Em 2010, Salvador registrava 69 homicídios por cem mil habitantes, um aumento de cinco vezes, pulando para a quarta colocação no ranking das capitais mais violentas, atrás apenas de Maceió, João Pessoa e Vitória. Hoje, Salvador tem a taxa de homicídios de 61 por cem mil habitantes, cinco vezes mais do que estabelece as Organizações das Nações Unidas (ONU) como suportável para grandes cidades: de 12 por 100 mil.
Para o professor Eduardo Paes Machado, especialista em Sociologia do Crime, Vitimização, Violência Relacionada ao Trabalho e Segurança Pública da Universidade Federal da Bahia, a perda da autoridade do estado no setor de segurança pública é uma das causas do aumento da violência.
O crescimento da criminalidade se deve à ineficácia do sistema de contenção da violência. O modelo de combate está falido. Tem que haver uma nova engenharia jurídico-policial para acabar com essa espiral de violência. A política de retaliação não funciona mais. Antes, o aumento de contingente policial nas ruas bastava para reduzir a onda de violência. Hoje, não. O que vemos é o estado se igualando aos bandidos, partindo para a retaliação.
Em 31/10/12 o taxista que nos levou ao aeroporto, que se disse policial, em conversa sobre o aumento da violência em Salvador,  ao ser informado que Em Vitória adolescentes, a mando dos bandidos, tatuam no corpo a figura de um palhaço que “simboliza matador de policial”, disse: “aqui na Bahia  quem matar um policial morre” 
Um dos interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (foto abaixo), disse nesta terça-feira que a onda de violência na Grande São Paulo mata mais gente que o conflito na Palestina.
"Ontem (segunda-feira) a gente estava alarmado com os mortos na Palestina e as estatísticas mostram que só na Grande São Paulo você tem mais gente perdida, assassinada, do que num ataque nesses. A gente tem de ter consciência disso", disse o ministro a jornalistas, após participar de cerimônia de instalação da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, no Palácio do Planalto

Enviado por luisnassif, ter, 19/06/2012  
Por Válber Almeida
De fato, os grandes organismos internacionais não se entendem. No início de maio deste ano a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no seu Relatório sobre o Mundo do Trabalho 2012, intitulado "Better Jobs for a Better Economy" afirma categoricamente que não há recuperação à vista para os mercados de trabalho, principalmente nos países ditos desenvolvidos. Nestes, a tendência é de que haja uma deterioração que pode se estender até 2018.
As medidas de austeridade são negadas pelos especialistas da OIT, por evidentes contradições que elas implicam: deterioram-se os mercados de trabalho, deteriora-se a economia também. Mas a OIT representa, ou diz representar, os interesses dos trabalhadores, enquanto que o FMI representa, sobretudo desde a década de 1970, especuladores.  O FMI é ocupado por uma casta de economistas que poderiam muito bem ser colocados num curral de vacas sagradas indianas da economia metafísica ou neoclássica.
São doutores especializados em elaborar fórmulas mirabolantes para provar que a economia como um todo pode funcionar perfeitamente bem sem o seu enraizamento na economia concreta, a especulação independente da produção, o que, numa dimensão filosófica, soa como uma tentativa de comprovar a tese hegeliana de que o real é a ideia e não a matéria. Entre os idealistas do FMI e a OIT, é importante persistir nos ensinamentos da OIT, e isso por uma questão que a própria história nos recomenda: todos os ensinamentos e receituários do FMI para enfrentar crises econômicas desde o final da década de 1970 falharam.
Que o digam os países da América Latina que tiveram de experimentar os seus receituários para enfrentar a crise da dívida externa e do déficit público ao longo dos ano de 1980 e 1990. Num momento, os anos de 1980, foram obrigados a impor medidas de austeridade terríveis que os lançaram, por assim dizer, em anos ou décadas de perdição econômica. noutro momento, nos anos de 1990, foram orientados a adotar medidas de liberalização econômica e, mais uma vez, faliram. As consequências econômicas, como se sabe, além das falências de empresas, aumento da evasão de capital e riquezas destes países, foi a concentração de renda que os tornou sociedades ainda mais desiguais e injustas.
Mas são exatamente estes efeitos colaterais sentidos na sociedade que mais importam, porque, mesmo com a recuperação recente das economias destes países, o déficit social foi tão grande durante todo este período que se enraizou em suas sociedades as formas mais diversas de problemas sociais: além do desemprego que continua sendo um grande problema, outras formas mascaradas de desemprego, subemprego ou ocupações vulneráveis se tornaram insolucionáveis nestes países, além da criminalidade, da pobreza e da miséria que alimentam outros tantos vícios sociais.
A questão é que nos países latino-americanos, secularmente compelidos a conviver com estas questões, o tecido social não se dilacerou por conta de conflitos e guerras civis. Não se pode dizer o mesmo das sociedades européias. Lembrando as palavras de Robert Castel: a questão não é saber se estas sociedades vão ou não mergulhar numa profunda convulsão social, com conflitos desagregadores, mas o limite a partir do qual elas começarão a mergulhar em tais conflitos.
Na França, Castel diz que a este limite é o de 20% de desemprego. Na espenha e Grécia parece ser mais. No entanto, estamos assistindo a lenta desintegração destas sociedades, e parece que o FMI está disposto a dar uma força para este processo.
A desintegração social nalguns países da Europa manifesta-se pelo caos criado pelos jovens e não jovens, de vez em quando, tal como as pragas que se manifestam virulentamente e de repente desaparecem sem deixar vestígios.
A sociedade europeia CE não está preparada para viver em convulsão social, como acontece nalguns países deste mundo. Assim quando sofre impactos sociais como o da Noruega e o do Reino Unido, fica perplexa e com as populações indígenas sem perceberem o contexto.
Se vivessem no Iraque, no Paquistão, na África do Sul, na Nigéria, estes ingleses percebiam melhor estas ondas oportunistas, de destruição e roubo.
Esta situação de guerrilha urbana em Londres e arredores, só nos mostra que a entropia social é o estado para o qual a sociedade tende naturalmente, se não existirem valores bem definidos e comuns em toda a população de uma nação.
O gozo e o poder que se sente quando se destrui os bens dos outros é catártico e psicanaliticamente dominante.

26/11/12 – Mônica Bergano Folha de São Paulo:
A cada 9 minutos e 48 segundos uma pessoa é assassinada no Brasil. É o "cronômetro" mais acelerado entre os dez países de maior PIB do mundo. Nos EUA é registrada uma morte a cada 34 minutos; no Japão, uma a cada 813 minutos e no Canadá, uma a cada 861 minutos.
ESCALADA - O ranking foi feito pelo IAB (Instituto Avante Brasil), dirigido pelo jurista Luiz Flávio Gomes, com base em dados do Ministério da Saúde e da ONU. O Brasil, que ocupa a 20ª posição no ranking mundial da violência, deve fechar o ano com 53,8 mil homicídios, de acordo com projeção do instituto. Ou 27 por grupo de 100 mil habitantes.
ESCALADA 2 - Nos números das dez maiores economias do mundo projetados e compilados pelo IAB, a Rússia, que aparece na 67ª posição mundial de violência, registra 11 homicídios por grupo de 100 mil habitantes.
AINDA PIOR - E a cada 11 minutos e 21 segundos uma morte é registrada no trânsito brasileiro.
     
GUERRA QUÍMICA NO BRASIL.
O CRACK DESTRÓI AS FAMÍLIAS: REAGE BRASIL

                 O Brasil está de joelhos perante o crime.
É a (in) segurança pública tomando conta do território nacional, o medo difuso e avassalador tomando conta de todos. As drogas estão, principalmente o CRACK, destruíndo nossa juventude e é responsável por 80% dos homicídios no Brasil, além de todo tipo de violência, e nos perguntamos: O QUE FAZER?
"Gerado pela deterioração endêmica do tecido social, pela crescente onda de terrorismo praticada pelo crime organizado, pelo narcotráfico, pela violência urbana e ineficiência do aparelho policial" o medo difuso toma conta do Brasil. Carlos Roberto Siqueira Castro, professor da Uerj e conselheiro federal da OAB, em artigo no Jornal do Brasil de 24/03/07 intitulado “Maioridade penal: mito e realidade”, explica porque é contrário à redução da maioridade penal para 16 anos e analisa
com propriedade as causas sociais do grave problema da insegurança pública.
O vasto contingente dos excluídos, diz, é duplamente vitimizado. Já sofrendo na origem a indigência econômica e a orfandade social, é vítima do processo de criminalização sumária e seletiva, que o transforma em autêntico grupo de risco nas ações policiais nas favelas, nos morros e na periferia urbana e passa a ser vista sob suspeição, clientela preferida da violência policial.
O tráfico se faz presente em todas as regiões do país, onde arregimenta jovens para o crime, decreta toque de recolher e substitui o estado e abre as portas para todo tipo de delito, como tráfico de armas, prostituição, seqüestros, homicídios e roubo de carros. Para tanto estão cooptando os jovens sem instrução, de famílias pobres e desestruturadas.
Não há golpe de caneta do legislador que possa resolver a situação de insegurança no Brasil. Não é nenhuma panacéia para todos os males da criminalidade urbana, que tudo se resume na legislação penal. É uma simplificação ilusória e mistificadora das reais dimensões do problema da criminalidade no Brasil.
Por que tantas crianças e adolescentes das favelas e dos guetos urbanos são levadas ao descaminho do crime e à prática de atrocidades? A esmagadora maioria desses jovens nascem e crescem no seio de famílias desestruturadas e com afetividade esfacelada pela falta de suprimento de toda sorte de necessidades vitais. Às vezes são três filhos de pais diferentes e nenhum dele presente.
Na maioria são negros e pardos, despossuídos e oriundos de comunidades onde a tônica é a completa ausência do Estado e de serviços públicos confiáveis, nas áreas de educação, da saúde e do lazer. A autoridade que conhecem já na tenra idade é a das gangues do narcotráfico, que os submete, os alicia e os deseduca para o crime e a violência. O apelo ao ganho fácil, e à sensação momentânea de poder que a arma de fogo lhe oferecem,  concluem o processo prematuro de marginalização. E tudo não passa de uma resposta retaliativa e perversa contra a sociedade e o Estado que os abandonaram. O capítulo final dessa barbarização humana é o caixão ou o cárcere onde o indivíduo é despido de personalidade e laços sociais, conclui o Carlos Roberto Siqueira Castro, Professor da.Uerj – Universidade Estadual do Rio de Janeiro e conselheiro federal da OAB.
No ano passado, o Brasil teve 44 663 assassinatos, dado publicado pelo governo federal. No mesmo período, a guerra do Iraque produziu 18.665 mortes. E agora, com a chegada do óxi aos centros urbanos, ele é ainda mais destrutivo e barato, que o crack, é vendido por apenas 2 reais a pedra.    
            
A devastação das drogas sintéticas
Diz o jornalista Carlos Alberto Di Franco:
“Uma nova droga destruidora ameaça a juventude: a cápsula do vento. Trata-se de um pó branco, de aparência comum, mas devastadora. É um derivado da anfetamina e tem propriedades alucinógenas. Seus efeitos podem durar horas.
Existem relatos de pessoas que ficaram até uma semana sob efeito alucinógeno dessa substância. O usuário pode ter alterações cardíacas, convulsões, fortes alucinações e chegar à morte.
O uso de drogas ilícitas no mundo vem crescendo, apesar dos esforços mundiais de controle. O aumento no consumo das drogas sintéticas é considerado pelo Escritório da ONU de Combate ao Crime e às Drogas (Unodc), como "o inimigo público número um".
Ao contrário das drogas tradicionais, feitas à base de plantas, as drogas sintéticas são feitas com produtos químicos facilmente obtidos em laboratórios improvisados. O combate é, por isso, muito mais difícil.
O uso das drogas sintéticas hoje é uma questão de moda. Assim como vimos, nos 60, o crescimento do uso de LSD e heroína ligado ao movimento hippie, hoje há a cultura da música tecno, que incentiva o uso de drogas como o ecstasy. Essa situação preocupa, porque vai mudar o paradigma do combate às drogas. A prevenção vai ganhar uma importância muito maior do que a repressão.
Nessa década, o maior problema que nós vamos vivenciar é a droga sintética. Principalmente o ecstasy. As prisões de traficantes são um forte indicador da presença das drogas sintéticas e, ao mesmo tempo, revelam um novo perfil do tráfico: jovens universitários, de classe média e alta, compõem o novo mapa do crime. O rosto do usuário também vai sendo perfilado: boa escolaridade, inserido no mercado de trabalho e pertencente às classes sociais mais privilegiadas.
Carlos Alberto Di Franco, diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais – IICS e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra.

Criminalidade: de quem é a culpa?
A reflexão tratará das origens e das responsabilidades da escalada da violência no Brasil.
Quais os maiores culpados: os municípios, os estados ou a união?
Os governos municipais, ao permitirem as “invasões”, criam o pior câncer que a sociedade pode ter. É um mal que vai arruinando a vida dos municípios. Prefeitos populistas e demagogos não fiscalizam o uso e a ocupação desordenada das periferias e nada fazem, pois é impopular... Não querem derrubar barracos improvisados de papelão, lona, compensado etc, à beira de córregos, mangues, lagoas e nas várzeas e até em áreas de preservação ambiental e até de áreas privadas.

Mas à medida que o poder municipal nada fazem para impedir essas invasões, Quem invade, geralmente são famílias numerosas, indivíduos sem qualificação profissional, sem instrução, que vivem do biscate, de bicos, de doações, principalmente do “Bolsa Família”, com família desestruturada e nesses lugares o consumo de álcool e droga é alto, brigas entre vizinhos etc.
Os filhos são gerados e jogados ao léu, sem escola, sem creches, sem nenhuma perspectiva de vida, nas ruas, e na medida que crescem, tornam-se presas fáceis para o crime, para a prostituição das meninas e do tráfico de drogas para os meninos.
Logo estão praticando pequenos furtos, roubos à mão armada, formando pequenas quadrilhas e consumindo todo tipo de entorpecente, principalmente o crack e logo estão com longa ficha criminal.
Mas cabe ao governo federal através da Polícia Federal e das Forças Armadas aumentarem a vigilância nas fronteiras para impedir a entrada de armas e drogas, principalmente nas fronteiras com o Paraguai, Bolívia, Colômbia, Peru, e Venezuela. 
  
Ao que Acrescenta Célia, leitora do BLOG
“Ainda falta uma grande parte das peças deste quebra-cabeça. Por exemplo, o artigo não menciona que as FARC são sócias do PT. Isso pode ser averiguado nas atas do Foro de São Paulo e saiu até no Pravda:
http://port.pravda.ru/mundo/25-01-2007/15168-farcsaudacao-0/
FARC: Saudação ao Foro de São Paulo
Celia”





terça-feira, 25 de junho de 2013

O OUTONO BRASILEIRO



O OUTONO BRASILEIRO             "A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA É DESPREPARADA"
          Theodiano Bastos

Nem a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, nem os institutos de pesquisas com os seus 2002 ENCANTADOS DAS PESQUISAS DE OPINIÃO, consultas sempre “encomendadas” pela CNI e  CNT, confederações que apóiam o governo (como os sindicatos, conselhos, federações, tanto dos trabalhadores como patronais, não prestam contas de seus gastos, nem mesmo ao Ministério Público, pois Lula vetou a fiscalização e seu veto nunca foi derrubado...)  



Com cargos nos 39 ministérios, aliás 40, com o Ministério da Propaganda, com o marqueteiro João Santana, liberação de emendas parlamentares etc, a República Sindical controla mais de 80% dos votos no Congresso, controlando mais de 14 partidos políticos. Nem Hugo Chaves conseguiu isso na Venezuela...

Quanto as pesquisas de opinião, FALA SÉRIO, VOCÉ ACREDITA QUE OS 2.002 ELEITORES CONSULTADOS NAS PESQUISAS DO IBOPE PODEM REPRESENTAR 135 MILHÕES DE ELEITORTES:  (64.882.283 MULHERES e 60.853.563 HOMENS), aptos a votarem?
Como uma amostra que não chega a 20 milionésimos do universo dos eleitores pode retratar adequadamente?
MAS CADA PESQUISA PASSA A SER UM DOGMA INQUESTIONÁVEL E É  REPETIDA À EXAUSTÃO POR TODA A MÍDIA COMO MANTRA, UMA VERDADE ABSOLUTA.
NINGUÉM QUESTIONA, PORQUE O GOVERNA GASTA MAIS DE UM BILHÃO DE REAIS EM PROPAGANDA...).  
Pois bem, todo esse custoso aparato não conseguiu prever o que estava por vir. 
Mesmo sendo o país campeão mundial de homicídios (54 mil assassinatos por ano) + 34 mil que morrem no trânsito, com 60% das famílias endividadas pelo consumismo incentivado pelo governo, mesmo assim a propagando vende a imagem do BRASIL MARAVILHA.
 
 

Era um fogo de monturo, com fumaça saindo por todo lado, indicando que havia o fogo se alastrava por baixo... E aí, como um rastilho de pólvora que se iniciou em São Paulo por causa do aumento de R$ 0,20 nas passagens, o povo foi para as ruas em todo o país e se teme uma convulsão social de conseqüências imprevisíveis.
Seguem algumas opiniões sobre esse grave momento  político que grassa em todo o Brasil.
Seguem as opiniões:  

“Jovens do Brasil, brasileiras e brasileiros:
Nós erramos. Erramos todos nós que recebemos de vocês mandato para governar bem o Brasil, esquecendo os sonhos de vocês. Nós todos, os políticos e seus partidos, erramos. Mas devo admitir que nós que há 10 anos governamos o Brasil erramos mais e, especialmente, eu própria errei ainda mais, como a presidenta de vocês.
Nós erramos ao sermos a 6ª economia do mundo e a 88ª nação em educação; ao deixarmos o Brasil ser o mais violento país do mundo, fora de guerra; ao priorizarmos sempre o privado, especialmente transporte, em detrimento do público; ao tolerarmos a corrupção e não conseguirmos punir aos corruptos; ao consumir o presente sem investir no futuro; ao deixarmos toda juventude sem sonhos de utopia para seu país e parte dela sem o atendimento do essencial para seu presente; ao montarmos governos de acordos, lotando os cargos, nem sempre utilizando os mais capazes.
Nós erramos e temos que agradecer a vocês que foram para a rua manifestar indignação com a realidade política do Brasil. E erraremos muito mais se não entendermos que dois milhões de pessoas nas ruas não podem aceitar menos do que uma revolução.
Creio, e gostaria de ouvir a opinião de vocês, que no momento não se trata de uma revolução econômica e social, como aquela que me levou às ruas e até à lutas mais radicais, algumas décadas atrás.
Para mim, a economia e a sociedade precisam de fortes reajustes, de uma inversão nas prioridades, mas a revolução pela qual vocês vão às ruas está na subversão da atual estrutura política.
Fazer uma revolução na política para que nossos dirigentes tenham o sentimento das necessidades e vontades que estão na alma do povo, e que nossos executores tenham o mérito necessário para ocupar as diversas posições com a competência que o Estado moderno exige.
Este é meu sentimento, como a presidenta do Brasil, mas quero ouvir vocês, sentir o que pensam, pedindo que escolham e me enviem interlocutores, sem que quaisquer deles tenham monopólio, ouvirei todas as vozes e não só aquela de meu partido e de minha base de apoio.
Quando o povo coloca dois milhões de pessoas nas ruas, o governante não pode ter a cegueira de ficar restrito aos seus apoiadores e assessores. Até segunda feira, submeterei ao Congresso a proposta de realização de uma constituinte exclusiva para definir o marco legal de uma revolução na política.
Antes de entrar em vigor, a proposta destes constituintes será submetida a um plebiscito, para saber se ela está de acordo com o que o povo deseja.
Determinarei também aos meus ministros uma reanálise completa das prioridades dos investimentos e gastos governamentais, não apenas para os meses que restam de meu mandato, mas também para o futuro do nosso país.
Como quem na juventude lutou como vocês por um Brasil melhor, fico entusiasmada e grata pelo fato de a história ter me colocado o desafio de presidir um país, onde 2 milhões de pessoas estão nas ruas protestando pelo acúmulo de tantos anos de erros, especialmente de meu governo.
Eleita, democraticamente, agora preciso ir além da eleição e me ajustar à vontade do povo. São desafios como estes que permitem um governante na história, não apenas como administradora da herança recebida, mas como estadista do futuro a ser construído.
Eu agradeço a vocês não apenas pelo alerta, mas, sobretudo pela chance histórica que me ofereceram. Não vou deixar de ouvi-los, não vou decepcioná-los, podem ficar certos de que dedicarei cada instante do que me resta do mandato para estar à altura do momento e de vocês.
Muito obrigada, viva a democracia, viva o Brasil que vocês querem construir”. Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF. Fonte: Blog do Noblat

Após reunião, MPL diz que Presidência é despreparada

André de Sousa, Paulo Celso Pereira e Luiza Damé, O Globo
Após o encontro de representantes do Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo e do Distrito Federal com a presidente Dilma Rousseff , nesta segunda-feira (24/06/13), líderes do movimento consideram importante a abertura do diálogo, mas disseram que o resultado da reunião não foi satisfatório e que as manifestações continuam. O MPL é um dos grupos por trás dos protestos que tomaram conta do país nos últimos dias, ao defender a redução da tarifa do transporte público.
Marcelo Hotimsky, um dos líderes do MLP, considerou a “Presidência despreparada para o debate”. As declarações de Hotimsky foram dadas antes de Dilma anunciar os cinco pactos que ela propõe para solucionar as demandas populares.”
“Eles mostraram uma incapacidade muito grande de entender a pauta do momento, falaram que vão estudar e abriram este canal de diálogo que a gente considera importante.”
Marcelo Hotimsky, um dos líderes do Movimento do Passe Livre, depois de se reunir com Dilma e seus principais assessores. Ele saiu do encontro, como disse, com a impressão de que a presidência de República é despreparada” Fonte: Blog do Noblat

 Quem quer, faz!, por Alcides Leite

Alcides Leite
Muito tem se falado a respeito dos protestos de rua que vêm ocorrendo no Brasil. Há análises para todos os gostos, mas me parece que uma coisa é consenso: a grande maioria dos manifestantes tem mostrado um profundo descrédito em relação aos políticos e às instituições públicas.
Para que este descrédito não seja capitalizado por algum líder oportunista, é necessário que aqueles que acreditam na democracia representativa se antecipem e façam as mudanças necessárias para recuperar a confiança da população brasileira.
Pode parecer difícil encontrar meios para isso, mas se as principais lideranças públicas quiserem de fato responder aos anseios do povo elas podem adotar medidas simples. Cito, assim de supetão, algumas sugestões:
-- Reduzir de 39 para 20 o número de Ministérios ou Secretarias com status de Ministério;
-- Reduzir de 30 mil para 5 mil o número de cargos de confiança no Executivo Federal;
-- Reduzir de 4 mil para 1 mil o número de funcionários do Senado. Se algum senador ou deputado quiser ter um funcionário em seu estado de origem, que pague do próprio bolso;
-- Acabar com todos os pagamentos indiretos para os congressistas. Quem quiser morar em apartamentos funcionais, o Estado oferece, quem não quiser que se vire. Quem quiser enviar correspondência para seus eleitores, quem quiser ter mais do que cinco funcionários em seu escritório em Brasília, quem quiser acompanhar a presidente em suas viagens que pague do seu próprio bolso;
-- Os Congressistas têm que trabalhar de segunda a sexta, oito horas por dia;
-- Se a presidente quiser falar com o Lula em São Paulo, que pague a passagem;
-- Publicação em uma página da internet custos detalhados da construção dos estádios da Copa, item por item para que a população possa comparar com os custos da reforma de sua casa.
Estas são apenas algumas medidas proposta por um simples professor. Os especialistas podem sugerir outras muito mais impactantes.
Quem quer fazer, faz!” -                                                Fonte: Blog do Noblat - http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

Elogios em público, reclamações longe dos microfones

O Globo
De público, governadores e prefeitos saíram da reunião com a presidente Dilma Rousseff elogiando as propostas apresentadas. Apesar de reivindicações como desonerações e subsídios para o transporte público terem sido remetidas para um grupo de trabalho, o discurso era de satisfação. Reservadamente, a avaliação foi diferente.
— A fotografia que a presidente Dilma levou só interessa a ela. Ficou com o bônus só para ela e distribuiu o bolo do ônus entre os 54 presentes — reclamou um dos governadores.

 O outono brasileiro, por Ricardo Guedes

Ricardo Guedes
Estamos no marco zero das políticas públicas.
As explosões sociais espontâneas se sucedem no país na demanda por transporte, saúde, educação, segurança, e pela falta de representatividade política da população em geral, culminando em protestos com mais de 1 milhão de pessoas em cerca de 100 cidades nesta última quinta feira e a invasão do Palácio do Itamaraty, em Brasília, com o confronto entre os manifestantes e policiais.
As recentes explosões sociais brasileiras se equivalem, em sua gênese, a outros movimentos sociais ocorridos na história, como os distúrbios sociais de Nova Iorque de 1863 por serviços públicos, o movimento dos Indignados na Espanha em 2011 contra os políticos e suas consequências na economia, e o Ocupe Wall Street em 2012 contra as instituições financeiras.
Do ponto de vista de sua espontaneidade inicial, embora com consequências por demais distintas, podem mesmo ser comparado às Primaveras Árabes e aos recentes protestos na Turquia, embora com ideologias específicas, diferentes intensidades, e distintas perspectivas.
Esses movimentos têm em comum o cansaço dos excluídos em relação aos seus governantes, na ausência de bens e produtos sociais e de conduta política que corresponda às expectativas das populações. Ganham, neste sentido, destaque na mídia mundial.
As pesquisas indicam que 80% dos participantes nas manifestações não têm identificação partidária, compatível com os resultados das pesquisas nacionais onde somente 20% apresentam identificação com partidos políticos.
Ou seja: temos nas manifestações uma amostra então crescente e representativa da população brasileira, onde 75% apoiam as manifestações. Estatisticamente, 1 milhão de pessoas representa uma amostra com margem de erro de 1/10 de 1% para o total da população de 190 milhões no pais, como movimento geral.
Na literatura das ciências sociais, alguns autores indicam que os problemas nascem na economia, se generalizam no social e se transformam no político.
No Brasil, a origem das manifestações tem por causa principal o crescimento da inflação e a falta de serviços públicos minimamente adequados na saúde, educação e transporte, contrastados com os gastos para a Copa, como denominador comum dos recentes problemas sociais.