“Eu
me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não
podia estar passando essa imagem para fora.
Ronaldo acredita que as críticas feitas pela Fifa ao Brasil por não ter cumprido prazos são justas, já que o país concordou com todas as exigências da entidade quando aceitou ser sede da competição, em 2007." Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo
Ronaldo acredita que as críticas feitas pela Fifa ao Brasil por não ter cumprido prazos são justas, já que o país concordou com todas as exigências da entidade quando aceitou ser sede da competição, em 2007." Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo
“E os nervos estão
mais sensíveis. Na cúpula, governo e Fifa se estranham. Para Jérôme Valcke, o
contato com as autoridades brasileiras foi um inferno. Para Dilma Rousseff,
Valcke e Joseph Blatter são um peso.”
“É emblemático (e
surpreendente) que justamente o futebol – “a pátria em chuteiras”, segundo
Nélson Rodrigues – tenha se transformado no símbolo da rejeição popular aos
desmandos do status quo governamental.
Ninguém – nunca,
jamais – poderia supor que uma sociedade tão desigual, com interesses tão
diversificados, se uniria num coro comum e indignado contra uma Copa do Mundo
em solo nacional – que, desde sempre, tinha efeito exatamente oposto.
A Copa do Mundo era
o único momento em que o país se sentia uma nação, com um elo unificador, que
levava seus cidadãos a vestir-se com as cores nacionais e a ostentar a bandeira
do país. Divergências clubísticas, regionalistas, desapareciam.
O Brasil tornava-se
um só. Nenhum outro evento o unia de tal forma. Podia-se dizer que, se não
éramos ainda uma pátria, éramos ao menos um time. Não se trata de elogio ou
crítica, mas de uma constatação. Só a Copa nos unia.
Foi embalado por
essa realidade que o governo Lula se empenhou em trazer esse evento para o
Brasil. Muniu-se de algumas celebridades nacionais – Pelé, Ronaldo Fenômeno e
Paulo Coelho – e deu início a um lobby que resultou triunfal. Disputou com
países influentes, como Espanha e Inglaterra – e venceu.
Tudo foi calculado
dentro de uma lógica cartesiana: ano de eleição, país do futebol, dividendos
políticos para o governo, promotor do evento. Saiu pela culatra. Descartes, no
Brasil, não iria muito longe. E política, aqui e em toda parte, não é
exatamente um jogo lógico, racional. Ao contrário, nutre-se do imponderável.
A
exigência do padrão Fifa, que tornou nossos estádios – inclusive o Maracanã, “o
maior do mundo” – anacrônicos como o Coliseu, expôs aos olhos do público velhas
práticas de nossa vida pública: superfaturamento das obras, licitações de
araque (depois, inclusive, dispensadas por lei, em nome da aceleração das
obras) e quadruplicação dos orçamentos inicialmente previstos.” Ruy Fabiano é jornalista.
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/Blatter diz que Brasil queria sediar Copa em 17 estádios
Tinha-se
conhecimento de que a proposta da FIFA era realizar a Copa em 8 estádios, mas
por pressão de Lula, foi elevado para 12 estádios. E agora o presidente da FIFA
informa que queriam 17 estádios.
“O
presidente da Fifa, Joseph Blatter: "um pouco nervoso"
O
presidente da Fifa, Joseph Blatter, revelou que o Brasil chegou a propor a
construção de 17 estádios para sediar a Copa do Mundo de 2014, duas vezes mais
que a exigência da entidade. Em uma entrevista ao jornal suíço Le Temps publicada neste
sábado, Blatter alerta que foi o governo brasileiro quem decidiu levar a Copa
para lugares como Manaus, e não a Fifa. Em 2007, a Fifa indicou para a CBF que queria entre oito e dez estádios para sediar a Copa. Mas o governo e a CBF acabaram convencendo a Fifa a realizar o Mundial em doze estádios, o que tornou o Brasil a Copa mais cara da história. Ao distribuir a Copa em doze sedes, o Brasil ainda criou problemas logísticos para seleções e torcedores. Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, chegou a alertar que os torcedores seriam os que mais sofreriam com a Copa.
Blatter, porém, agora revela que o plano era ainda mais ambicioso. "No início, queriam construir 17 estádios", disse. Segundo ele, a Fifa conseguiu convencer o País a reduzir esse número para 12.
Sobre levar a Copa para Manaus e construir um estádio que será pouco utilizado depois, Blatter faz questão de jogar a responsabilidade para as autoridades brasileiras. "Essa não foi uma decisão da Fifa de jogar em Manaus, mas do governo brasileiro", insistiu.
Faltando menos de 20 dias para a Copa, Blatter também revelou seu estado de espírito. "Eu não estou estressado, mas um pouco nervoso, como um ator antes de subir no palco", declarou. Blatter garante que não está preocupado com os atrasos no Brasil. "Será minha 10ª Copa do Mundo e sempre existem preocupações três semanas antes da competição", disse. Na Itália, em 1990, ele lembra que os organizadores estavam colocando os assentos nos estádios um dia antes do início da competição. "No Brasil, tudo ficará pronto. Os estádios já foram utilizados. Fizemos ensaios". disse.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/esporte