Por THEODIANO BASTOS
Superior Tribunal de Justiça, onde advogados e
lobistas são suspeitos de comercializar decisões judiciais
Áudios sobre esquema de venda de decisões no STJ
revelam pressão por propinas. Entre mais de 3.500 arquivos armazenados no
celular de Roberto Zampieri, áudios do lobista Andreson Gonçalves relata cobranças
de pagamentos em aberto
A reportagem de capa da nova edição de VEJA mostra o
avanço da quadrilha formada por advogados, lobistas e servidores que atuam no
Superior Tribunal de Justiça (STJ) em um esquema de venda de decisões nos gabinetes
de quatro ministros da Corte. Embora por ora não haja evidências cabais de
envolvimento de nenhum dos magistrados, o escândalo mudou de patamar depois que
o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fechou o cerco sobre
movimentações bancárias de personagens-chave do caso e detectou repasses
suspeitos do lobista Andreson de Oliveira para um intermediário, que, na
sequência, envia os valores para o ministro Paulo Moura Ribeiro.
O simples fato de o Coaf ter detectado uma
movimentação de recursos fora do padrão não significa que o ministro tenha
cometido crime ou recebido propina do esquema de corrupção, mas por precaução a
polícia paralisou a análise dos documentos que rastreavam o caminho do dinheiro
e decidiu remeter o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), instância
responsável pelo foro privilegiado de ministros e decidiu remeter o caso ao
Supremo Tribunal Federal (STF), instância responsável pelo foro privilegiado de
ministros do STJ.
A investigação, guardada sob o máximo sigilo na
Polícia Federal, em Brasília, partiu de mais de 3.500 arquivos armazenados no
telefone do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá em uma embosca no
final do ano passado.
O acervo revelou em detalhes o apetite de corruptos e
corruptores, além de sucessivos áudios em que o lobista Andreson relata suposta
pressão dos servidores do STJ para receber dinheiro pelas sentenças
encomendadas.
SAIBA MAIS EM: https://veja.abril.com.br/politica/audios-sobre-esquema-de-venda-de-decisoes-no-stj-revelam-pressao-por-propinas-ouca/