Por THEODIANO BASTOS
Como não há cargos suficientes para todos eles nas
Forças Armadas, os oficiais cumprem outras tarefas
A Venezuela do ditador Nicolás Maduro tem cerca de
2000 generais. O Brasil fica bem atrás, com 300.
A diferença estatística se dá porque, na Venezuela,
os militares ganharam funções extras. A Constituição de 1999, impulsionada
pelo então presidente Hugo Chávez, afirma que entre suas funções das Forças
Armadas estão a cooperação em tarefas de segurança interna e a participação no
desenvolvimento nacional, Diz Duda Teixeira em Veja
“Não há cargos militares para 2000 generais. O que
acontece é que há muitos deles trabalham em outros lugares, em cargos
políticos, na logística de portos ou distribuindo alimentos para a população”,
...
Como morre uma democracia: os impactos do novo avanço
autoritário de Maduro
O presidente anuncia que foi reeleito, sem
comprovação, e desencadeia protestos e um movimento internacional de rejeição. e
o PT foram na contramão
Assolados por mais de uma década de crise econômica e
repressão política, os venezuelanos lotaram os pontos de votação no domingo 28,
na esperança de encerrar 25 anos do regime comandado por Nicolás Maduro, que
levou o país às ruínas e sepultou a democracia, e eleger, enfim, um novo
presidente. Passadas apenas seis horas do fechamento das urnas, Maduro esmagou
a ilusão de que, derrotado, deixaria de ser Maduro: antes do anúncio dos
resultados oficiais, proclamou-se reeleito por mais seis anos, com hipotéticos
51,2% dos votos.
O motivo da pressa é a manipulação canhestra e
evidente — enquanto o governo guarda a sete chaves os relatórios da apuração, a
oposição, que teve acesso a parte deles, anunciou que seu candidato, é a
manipulação canhestra e evidente — enquanto o governo guarda a sete chaves os
relatórios da apuração, a oposição, que teve acesso a parte deles, anunciou que
seu candidato, Edmundo González, no mínimo, 66%. “É a eleição mais
flagrantemente fraudulenta da América Latina em décadas”, afirmou, categórico,
o americano Steven Levitsky, autor do best-seller Como as Democracias Morrem,...
Até os moradores de Petare, a maior favela de Caracas
e bastião chavista de primeira linha, desceram em peso para reclamar do
resultado. Também inusitadas foram as caravanas de motocicletas em meio a motocicletas
em meio a gritos de “Fora, Maduro” — até então, bandos em motos eram marca
registrada dos colectivos, milicianos armados pelo governo para abafar
brutalmente atos de insubordinação civil....
No limite, manifestantes gritando “Este governo vai
cair” derrubaram, em cidades do interior, estátuas de Hugo Chávez,
O PT foi ainda mais explícito no apoio cego e
precipitado: em nota, a executiva nacional do partido tratou o venezuelano como
legitimamente reeleito, de forma “democrática e soberana”. Esse enorme vexame
da esquerda brasileira ficou ainda maior na comparação com o comportamento da
esquerda de outros países. O chileno Gabriel Boric, militante de uma
vanguarda de esquerda com a rara qualidade de não reverenciar o passado, foi
incisivo na rejeição, e até Gustavo Petro, da Colômbia, que já perfilou ao lado
de Maduro, manifestou reverenciar o passado, foi incisivo na rejeição, e até
Gustavo Petro, da Colômbia, que já perfilou ao lado de Maduro, manifestou
“sérias dúvidas” sobre o processo eleitoral. A Organização dos Estados
Americanos (OEA) divulgou comunicado em que não reconhece a vitória...
SAIBA MAIS EM: https://veja.abril.com.br/coluna/duvidas-universais/por-que-a-venezuela-tem-seis-vezes-mais-generais-que-o-brasil
E https://veja.abril.com.br/mundo/como-morre-uma-democracia-os-impactos-do-novo-avanco-autoritario-de-maduro