Por THEODIANO BASTOS
Foi na década de 60 que li OS SERTÕES de Euclides da
Cunha, citou Henry Maudsley, um psiquiatra inglês. Ele foi pioneiro da
psiquiatria, com importantes contribuições para a noção de responsabilidade
penal e conceito de Sociopatia, aliás defendia exatamente a noção de
irresponsabilidade, insensibilidade ou imbecilidade moral,
sem nenhuma outra alteração das faculdades mentais observadas em alguns
infratores o conduziu à noção de "determinação genética" denominada
por ele como tirania de organização analisar a personalidade de
Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos (1896 a 1897).
Todo
brasileiro deveria ler BANDEIRANTES E PIONEIROS de Vianna Moog e OS SERTÕES de
Euclides da Cunha.
É muito tênue a fronteira entre a loucura e a
sanidade e às vezes se chora de felicidade, o policiar que raciocina igual ao
criminoso, “não sei o que temo mais; se o ódio de um homem ou a paixão de uma
mulher”.
VIDAS ERRANTES ENTRE A LOUCURA E A CRIMINALIDADE
A linha entre loucura e genialidade é
mais tênue do que se imaginava
"Só os loucos sabem" é mais do que frase de
Facebook
Matemático, esquizofrênico e paranoico, John Forbes
Nash é um gênio. Reconhecido mundialmente por ganhar o Nobel de matemática, o
estudioso também acredita que aliens o recrutaram para salvar o mundo. E sobre
isso, Forbes disse: “As minhas ideias sobrenaturais vieram da mesma maneira que
as matemáticas. Por isso, decidi levar as duas igualmente a sério”.
E Nash está longe de ser o único gênio “louco” da
história. Vincent Van Gogh, Virginia Woolf e Ernest Hemingway são apenas alguns
exemplos de pessoas geniais que sofriam de doenças psicológicas. Exatamente por
isso, muitos pensaram durante anos que a criatividade estava estritamente
relacionada à psicopatologia.
Porém,
psicólogos vêm afirmando que
essa constatação pode ser um engano. Para eles, há dois fatos que reforçam o
contraponto: há inúmeros gênios “normais” na história da humanidade; e
manicômios não costumam produzir grandes finalidades criativas.
Então a ligação existe ou não? Estudos empíricos afirmam que sim, a
genialidade possui uma forte relação com a loucura. O mais importante processo
entre elas é a desinibição cognitiva: a tendência de prestar atenção a coisas
que normalmente seriam ignoradas ou filtradas por parecerem irrelevantes.
Esse tipo de percepção foi o que motivou Alexander
Fleming a descobrir a penicilina e muitos outros exemplos. O mesmo serve para o
campo artístico, que normalmente valoriza as “coisas mundanas” e dá
protagonismo à rotina, muito retratada na literatura, no cinema, na música,
etc.
Contudo, a desinibição cognitiva é associada às
patologias psicológicas. Por
exemplo, esquizofrênicos acabam se bombardeando com informações que talvez
pudessem ser “filtradas”. E segundo uma pesquisadora de
Harvard, essa é uma diferença essencial entre os gênios e os “loucos”: agregar
à sua máxima inteligência o conceito de desinibição.
“Inteligência excepcional pode ser útil, mas sem a
cognição ela não consegue ser original e surpreendente”, conta Shelly
Carson. Para ela, pessoas com QI elevado nem sempre são capazes de
produções geniais.
As pessoas
criativas, no entanto, caminham entre o normal e anormal, encontrando impulsos
e ideias capazes de gerar conteúdos diferenciados. Como o matemático John
Forbes Nash disse: “A racionalidade do pensamento impõe um limite na relação
das pessoas com seus cosmos”.
SAIBA MAIS EM: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2014/10/linha-entre-loucura-e-genialidade-e-mais-tenue-do-que-se-imaginava.html