Por THEODIANO
BASTOS
É o
caso judicial do século. Nos dias 11 e 12 de janeiro, advogados que representam
a África do Sul e Israel entrarão
numa sala de tribunal com o mundo assistindo.
Israel está cometendo um genocídio contra o povo
palestino em Gaza?
A África do Sul afirma que sim e abriu um processo na Corte
Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, em 29 de dezembro de 2023.
O governo brasileiro manifestou apoio à iniciativa sul-africana.
Governo de Pretória apresenta queixa contra o Estado judeu ante a Corte
Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, pelos ataques à população civil
na Faixa de Gaza. Premiê Benjamin Netanyahu denuncia "hipocrisia"
Sob o respaldo dos governos de Brasil e
Colômbia, a África do Sul apresentou, ante a Corte Internacional de Justiça
(CIJ), em Haia (Holanda), um acusação formal contra Israelpela "intenção
arrepiante e incontestável" de destruir e cometer genocídio na Faixa de
Gaza. "Os atos e as omissões de Israel reclamados pela África do Sul têm
caráter genocida, pois se destinam a provocar a destruição de uma parte
substancialdo grupo nacional, racial e étnico palestino", afirma o
documento assinado pelo embaixador sul-africano em Haia, Vusimuzi Madonsela.
Adila Hassim, advogada representando a
África do Sul, lembrou que os genocídios jamais são declarados antecipadamente,
mas frisou que a CIJ tem o "benefício" das últimas 13 semanas de
evidências. "Elas mostram, incontestavelmente, um padrão de conduta e uma
intenção relacionada que justificam uma alegação plausível de atos
genocidas", declarou, ao apresentar o caso ante os 17 juízes.
O ministro da Justiça da África do Sul, Roland
Lamola, sublinhou que "nenhum ataque armado ao território de um Estado,
por mais grave que seja (...), justifica a violação da Convenção (sobre a
Prevenção e Punição do Crime de Genocídio)". "A resposta de Israel ao
ataque de 7 de outubro ultrapassou essa linha." Lior Haiat, porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores israelense, classificou a África do Sul como
um "braço legal" do movimento extremista palestino Hamas.
Em discurso televisionado, o primeiro-ministro de
Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país combate terroristas e mentiras.
"Mais uma vez, assistimos a um mundo invertido, em que o Estado de Israel
é acusado de genocídio,no momento em que luta contra o genocídio. (...) A
hipocrisia da África do Sul grita aos céus.Onde estava a África do Sul quando
milhões de pessoas foram assassinadas e desenraizadas das suas casas na Síria e
no Iêmen?Por quem? Pelos parceiros do Hamas", declarou u o chefe de
governo. Hoje, será a vez de Israel apresentar seus argumentos ante a CIJ.
Palestina ferida, coberta de sangue e poeira,
abraça criança, também em Khan Yunis(foto: Belal Khaled/AFP)
Morador de Deir Al-Balah, no centro-sul da Faixa de
Gaza,o engenheiro civil Mohammed Al Assar desabafou à reportagem:
"Genocídio é elogio para o que ocorre aqui".Nos últimos 97 dias, ele
viu "muitos" familiares morrerem nos bombardeios. "Perdi vários
primos. É massacre, destruição e fome. Um inferno", lamentou. Ontem, a
luta de Mohammed era para encontrar água potável e comida. "Precisamos de
dinheiro para comprarmos uma tenda, morarmos nela e tentarmos permanecer
vivos", relatou Mohammed, que perdeu a casa em um ataque aéreo. O
Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, afirma que 23.469
palestinos morreram durante a guerra.
SAIBA MAIS EM: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckv4ywgz4xpo
- https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2024/01/6784786-faixa-de-gaza-em-haia-africa-do-sul-acusa-israel-de-cometer-genocidio.html#google_vignette