44 horas após o resultado oficial do segundo turno, em 30 de outubro, Bolsonaro se pronunciou e só o fez no final da tarde do dia 1º de novembro, após forte pressão de seus ministros e aliados.
Essa
demora resultou na ação de pequenos grupos de caminhoneiros bloqueasse as principais
rodovia federais em todo o país afetando o abastecimento de alimentos,
combustíveis, operações dos aeroportos, oxigênio para os hospitais, passageiros
retidos nos ônibus sem água e alimentos. Mesmo após o pronunciamento do
presidente os bloqueios continuavam.
Falou em “Deus, Pátria, Família e Liberdade”. "Deus, Pátria e Família" entrou na
política do Brasil no manifesto divulgado 90 anos atrás pelo autor Plínio
Salgado ao lançar o integralismo, movimento de extrema direita antecessor de
discursos ultraconservadores da atual política nacional.
O
presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou pela primeira vez após a derrota
nas urnas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições do
último domingo (30/10). Após deixar a imprensa esperando por mais de uma hora,
em um discurso de dois minutos e meio, Bolsonaro agradeceu aos eleitores,
condenou os bloqueios nas rodovias, mas não citou em nenhum momento Lula.
Confira a íntegra:
"Quero começar agradecendo aos 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral.
As
manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não
podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de
propriedades, destruição de patrimônio e licenciamento do direito de ir e vir..
A
direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no
Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade.
Formamos
diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca.
Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos
uma pandemia e as consequências de uma guerra.
Sempre
fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre
joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou
censurar a mídia e as redes sociais.
Enquanto
presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos
da nossa Constituição.
É
uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a
liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a
honestidade e as cores verde-amarela da nossa bandeira.