Ex chefe de gabinete de Davi Alcolumbre nega rachadinha
A defesa de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou nota, na noite
deste domingo (31/10), em que nega o esquema de rachadinha denunciado por ex-servidoras à revista
Veja. Boudens era o responsável pelo escritório do parlamentar à época e,
segundo as ex-funcionárias, liderava o desvio de recursos.
O advogado de Boudens negou qualquer negócio ilícito que envolva o cliente: “O advogado Alexandre Queiroz, representante de Paulo Boudens, servidor do Senado Federal, esclarece que são inverídicas as informações prestadas pelas ex-servidoras à Veja”.
Reportagem da revista Veja afirma que o ex-presidente
do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) empregou em seu gabinete seis mulheres cuja
única função era servir como instrumento de um conhecido mecanismo de desvio de
recursos públicos conhecido com "rachadinha".
Admitidas, elas abriam uma conta no banco, entregavam o cartão e a senha a uma
pessoa da confiança do senador e, em troca, ganhavam uma pequena gratificação.
Salários, benefícios e verbas rescisórias a que elas teriam direito não ficavam
com elas. O valor estimado da fraude é de pelo menos R$ 2 milhões, de acordo
com a revista.
Atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado,
Alcolumbre divulgou nesta sexta feira uma nota à imprensa negando ter operado o
suposto esquema de "rachadinha" em seu gabinete.
"Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me
envolvi nos fatos mencionados, que somente tomei conhecimento agora, por
ocasião dessa reportagem", afirmou Alcolumbre m nota. "Tomarei as
providências necessárias para que as autoridades competentes investiguem os
fatos."
Desde agosto, Alcolumbre resiste a pautar a indicação do ex-ministro André
Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado. A escolha do nome foi encaminhada pelo presidente Jair
Bolsonaro, mas depende de sabatina na comissão e de aprovação no plenário.
Nos últimos meses, Alcolumbre foi criticado publicado pelo presidente Jair
Bolsonaro em função do impasse para convocar a sabatina de Mendonça. O
presidente da CCJ relacionou o cenário às acusações. Neste mês, ele teve um
primo, o ex-deputado estadual Isaac Alcolumbre, preso em uma operação da
Polícia Federal.
Ao se defender, o senador diz ser vítima de uma "orquestração"
política. "Continuarei exercendo meu mandato sem temor e sem me curvar a
ameaças, intimidações, chantagens ou tentativas espúrias de associar meu nome a
qualquer irregularidade", diz a nota. "É nítido e evidente que se
trata de uma orquestração por uma questão política e institucional da CCJ e do
Senado Federal."
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/politica/a-rachadinha-de-r-2-milhoes-de-davi-alcolumbre/
Publicado em
VEJA de 3 de novembro de 2021, edição
nº 2762