Por THEODIANO BASTOS
Jair Bolsonaro recebeu VEJA para uma conversa de duas
horas no Palácio da Alvorada. Na entrevista, disse que a chance de se valer de
um golpe para manter o poder é “zero”, que não vai melar a eleição ... Leia
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Em entrevista para a VEJA, Bolsonaro
afasta a possibilidade de golpe nas eleições de 2022.
Todavia é bom lembrar que usa a linguagem
cambiante. Diz uma coisa e logo em seguida, no ‘cercadinho’ diz outra para seus
seguidores fanáticos.
Em entrevista, Bolsonaro afasta a possibilidade de tentar permanecer na
Presidência por meios ilegítimos, diz que não "vai melar" pleito de
2022 e que acertou nas decisões da pandemia - cujo afastamento social trouxe,
segundo ele, desemprego e inflação
Para Bolsonaro, a presença de militares na comissão
do TSE para as medidas de segurança das urnas é garantia de que o resultado
será legítimo
Em uma mudança de tom que coincide com
a queda de popularidade e o descontentamento da população por conta da inflação
em rota de subida, Jair Bolsonaro afirmou que a possibilidade de um golpe de
Estado para permanecer no Palácio do Planalto é “zero”. A declaração foi dada
em entrevista à revista Veja, publicada ontem e o presidente surpreende,
sobretudo, por causa do tom do seu discurso, na última terça-feira, nas Nações
Unidas — quando falou mais para a base eleitoral, tocando em assuntos caros aos
radicais que o apoiam, do que para o grande público interno e externo.
“Daqui pra lá, a chance de um golpe é
zero”, assegurou, ao ser questionado sobre os estímulos antidemocráticos que
promoveu e em referência aos processos de impeachment que estão na Câmara dos
Deputados.
Após críticas reiteradas ao voto
eletrônico, Bolsonaro disse estar garantido o pleito de 2022 e que “não
melaria” as eleições, mesmo que o projeto de voto impresso defendido pelo
governo não seja implementado — algo impossível de acontecer, pois a proposta
de emenda constitucional sobre a questão foi sepultada pelo plenário da Câmara.
“Vai ter eleição, não vou melar. Fique
tranquilo, vai ter eleição. O que o (Luís Roberto) Barroso está fazendo? Ele
tem uma portaria deles, lá, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde tem
vários setores da sociedade, onde tem as Forças Armadas, que estão participando
do processo a partir de agora. As Forças Armadas têm condições de dar um bom
assessoramento. Com as Forças Armadas participando, você não tem por que
duvidar do voto eletrônico. As Forças Armadas vão empenhar seu nome, não tem
por que duvidar. Eu até elogio o Barroso, no tocante a essa ideia”, justificou,
referindo-se ao grupo montado pelo ministro para a melhoria da segurança da
votação eletrônica.
Bolsonaro indicou, ainda, que
concorrerá à reeleição e deu a entender que procurará um novo vice, apesar de
não ter descartado o atual, Hamilton Mourão, para compor a chapa. Mas disse que
o general seria um “bom senador”.
Sobre um partido futuro, citou as
legendas de centro, como o PP, PL ou Republicanos como opções. “Não vou fugir
de estar com esses partidos, conversando com eles. O PTB ofereceu para mim
também”, salientou.
O presidente aproveitou para comentar o
peso da alta dos preços no orçamento do brasileiro, mas justificou que não
poderia tabelar a gasolina e o gás de cozinha. Reclamou, também, que “toda
crítica cai no meu colo”.
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E https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/09/4951618-bolsonaro-afasta-a-possibilidade-de-golpe-nas-eleicoes-de-2022.html