segunda-feira, 13 de setembro de 2021

PALANQUE CHEIO E CHÃO VAZIO

 

 Os paradoxos das vias alternativas para 2022

Por Vera Magalhães

As ruas do Brasil neste dia 12 mostram o maior paradoxo da construção de uma ou mais candidaturas viáveis à dianteira de Lula e Bolsonaro em 2022: não faltam nomes a listar ou até mesmo a reunir; o que falta é convencer o eleitor da sua viabilidade.

O palanque cheio de pré-candidatos à tal "terceira via" -- uma expressão que hoje é vazia de significado, porque para que se chegue até lá haverá pelo menos muitas eliminatórias -- mostra que as forças políticas estão aos poucos acordando da letargia e buscando se posicionar para as eleições do ano que vem.

Já o comparecimento tímido de pessoas às manifestações mostra algumas coisas. A primeira, inequívoca, é que hoje a verdadeira mobilização contra Bolsonaro vem dos eleitores da esquerda, embora, também paradoxalmente, depois do Sete de Setembro Lula tenha sido uma das vozes a não berrar "fora Bolsonaro", justamente porque interessa a ele enfrentar o presidente no segundo turno do ano que vem.

O flop de público, sobretudo em São Paulo, onde a maioria dos políticos do centro expandido se reuniu, também mostra uma desconfiança quanto aos propósitos de movimentos como o MBL e o Vem pra Rua, que surgiram nos atos pelo impeachment de Dilma Rousseff, embarcaram em Bolsonaro em 2018 e hoje tentam se descolar do seu governo.

Algumas articulações tendem a avançar a partir da ida dos políticos que conversam sobre uma alternativa eleitoral aos palanques. As primárias do PSDB serão um primeiro ato desse desdobramento. Outros nomes que foram à Paulista terão de enfrentar um "mata-mata" real ou simbólico, em seus partidos ou nos cálculos da própria sobrevivência política (muitos preferirão ser candidatos a vice, a governos ou ao Senado, por exemplo).

Quanto ao impeachment de Bolsonaro, segue o que já venho dizendo há algumas semanas e repeti mesmo depois do Sete de Setembro e ainda na esteira da carta fake redigida por Michel Temer: não sairá. Arthur Lira, que já tinha encontrado no "recuo" do presidente uma desculpa talhada para não fazer nada, ganhou outra, ainda mais vistosa: o povo não quer. Enquanto mais gente for à rua para defender o mito que para pedir sua saída, não há o que discutir, não é mesmo?

Melhor mesmo, portanto, quem estava em cima dos caminhões de som se articular, discutir sobretudo um projeto para apresentar ao país, uma vez que "nem Lula nem Bolsonaro" não é nem slogan, quanto mais programa de governo, e voltar outras vezes para ver se e[TFB1] mplaca e consegue decolar. https://blogs.oglobo.globo.com/vera-magalhaes/post/palanque-cheio-e-chao-vazio-os-paradoxos-das-vias-alternativas.html

 [TFB1]

domingo, 12 de setembro de 2021

RODRIGO PACHECO EM 22


"Pacheco seria um grande presidente", diz senador Antônio Anastasia o parlamentar mineiro é entusiasta do nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) como terceira via na disputa presidencial.

Parlamentar, que integra a Comissão de Transparência das Eleições, defende o nome do presidente do Senado como terceira via ao Planalto

O senador Antônio Anastasia (PSD-MG) será o representante do Congresso na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última quinta-feira (09/09). Ele integra o seleto grupo de 12 pessoas, entre autoridades públicas e especialistas da área de tecnologia, que começa a se reunir nesta segunda-feira (14/09), periodicamente, para estabelecer um plano de trabalho para acompanhar de perto as eleições de 2022. https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/09/4949019-pacheco-seria-um-grande-presidente-diz-senador-antonio-anastasia.html

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

ISOLAMENTO LEVA BOLSONARO AO RECUO


Isolamento político, crise econômica e reação do STF: entenda os motivos por trás do recuo de Bolsonaro

Guinada de 180 graus de Bolsonaro ocorreu após uma campanha iniciada por alguns de seus auxiliares de primeiro e segundo escalões logo após os atos de 7 de setembro

O Globo – Sonar A ESCUTA DAS REDES: Reações nas redes ao recuo de Bolsonaro reuniram ironia de adversários e decepção de aliados                             ‘Vergonha’, ‘decepção’ e ‘covardia’: base bolsonarista se indigna nas redes com recuo de Bolsonaro em declaração à nação 

Deputado bolsonarista se revolta: 'Bolsonaro assinou carta feita pelo pai do Alexandre de Moraes

Bela Megale: Recuo de Bolsonaro sobre ataques a Alexandre de Moraes desagrada ala militar do governo

  https://oglobo.globo.com/politica/isolamento-politico-crise-economica-reacao-do-stf-entenda-os-motivos-por-tras-do-recuo-de-bolsonaro-25191633 

Guinada de 180 graus de Bolsonaro ocorreu após uma campanha iniciada por alguns de seus auxiliares de primeiro e segundo escalões logo após os atos de 7 de setembro https://oglobo.globo.com/politica/isolamento-politico-crise-economica-reacao-do-stf-entenda-os-motivos-por-tras-do-recuo-de-bolsonaro-25191633 

Josias de Souza: Acreditar em moderação de Bolsonaro é fazer papel de bobo, imbecil... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/09/10/josias-acreditar-em-moderacao-de-bolsonaro-e-fazer-papel-de-bobo-imbecil.htm?cmpid=copiaecola

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

BOLSONARO TELEFONA PARA MORAES, TEMER FAZ BOLSONARO RECUAR

BOLSONARO TELEFONA PARA MORAES que divulgaria nota elaborada com ajuda do ex-presidente Michel Temer.  

Temer: “Era preciso tranquilizar o país, fiz o meu papel”

Já passava das 22 horas de quarta-feira, quando, preocupado com o movimento dos caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro telefonou para Michel Temer, seu interlocutor há alguns meses, pedindo conselhos. Conversaram por quase 20 minutos e Temer aconselhou o presidente a editar um documento para, por escrito, restabelecer a harmonia entre os Poderes.  Temer àquela altura já havia conversado com o ministro Alexandre de Moraes, seu amigo, a quem Bolsonaro havia chamado de “canalha” no Sete de Setembro. Temer avisou a Bolsonaro que havia conversado com Moraes e que o ministro do STF não tinha nada “pessoal” contra o governo ou contra o presidente e que suas preocupações eram jurídicas. Aconselhou ainda Bolsonaro a discutir as diferenças na Justiça. Hoje de manhã, Bolsonaro voltou a telefonar a Temer, dizendo que mandaria um avião da FAB buscá-lo em São Paulo.

Temer desembarcou em Brasília por volta do meio-dia e já chegou com um esboço do documento divulgado há pouco pelo presidente Jair Bolsonaro, que fez apenas “alguns ajustes”. Durante a conversa hoje com Bolsonaro, Temer foi enfático ao dizer que o documento precisava ter “peso” e deixar de lado os ataques pessoais e tudo o que saiu da linha institucional no discurso de Sete de Setembro. Foi da lavra de Temer a expressão “no calor do momento”, usada na nota presidencial, e a citação direta a Alexandre de Moraes, necessária para passar a limpo os xingamentos proferidos contra o ministro do STF. “Alexandre não é inimigo dele e é preciso restabelecer a relação dos Poderes”, disse Temer.

Temer ainda conseguiu colocar Bolsonaro e Moraes em contato, no sentido de tentar restabelecer a esperada “civilidade”. A conversa, porém, é mantida a sete chaves. O “bombeiro” Temer, tarimbado em paciência e diálogo na política, conseguiu esfriar o reator da República. Tanto é que, enquanto conversava com o blog, o ex-presidente foi avisado de que a bolsa voltou a subir. “Vamos olhar para o futuro. Fiz o meu papel”.

 Bolsa reage após nota de Bolsonaro e fecha com forte alta de 1,72%; dólar cai a R$ 5,22

BRASÍLIA – Pressionado por 131 pedidos de impeachment e uma paralisação de caminhoneiros com reflexos na economia, o presidente Jair Bolsonaro recuou nesta quinta-feira, 9, das ameaças que fez em discursos no 7 de Setembro. O presidente divulgou uma nota na qual baixou o tom das últimas tensões e chegou até mesmo a elogiar o ministro Alexandre de Moraes, do  Supremo Tribunal FederalHá dois dias, Bolsonaro chamou Moraes de "canalha" e prometeu desobedecer decisões do magistrado. Agora, disse que as declarações foram feitas no "calor do momento". O texto da nota em que tenta uma pacificação foi elaborado com a ajuda do ex-presidente Michel Temer, que Bolsonaro mandou buscar em São Paulo para uma reunião no Palácio do Planalto. 

 Fontes: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,apos-ataques-ao-stf-bolsonaro-diz-que-nao-quer-agredir-nenhum-poder-e-elogia-alexandre-de-moraes,70003835755 E https://blogs.correiobraziliense.com.br/denise/temer-era-preciso-tranquilizar-o-pais-fiz-o-meu-papel/

 

CAMINHONEIROS BLOQUEIAM RODOVIAS EM 15 ESTADOS

 

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, havia ao menos 110 pontos de bloqueio até a noite desta quarta. Não está claro se atos partem de profissionais autônomos ou de empresas ligadas ao agronegócio

encabeçam o movimento, mas ainda não está claro se ele é majoritariamente formado por motoristas autônomos ou encabeçado por empresas de transporte. “Está todo mundo unido, agronegócio, caminhoneiros autônomos, empresas transportadoras... O povo brasileiro está revoltado com as ações do STF. Em breve o Brasil inteiro vai parar”, garantiu ao EL PAÍS Ailton Gomes, representante da Associação dos Transportadores de Combustíveis e Derivados (Associtanque) do Rio de Janeiro.

Os principais Estados com bloqueios são Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Maranhão. O movimento acende o temor de que o Brasil reviva uma greve que paralise todo o território nacional, como ocorreu ao longo de 10 dias em maio de 2018. Na ocasião, caminhoneiros e empresários protestavam por causa da alta dos combustíveis, contando com o apoio do então candidato à presidência Jair Bolsonaro.

Lideranças em Brasília queriam entregar ainda nesta quarta um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedindo o impeachment de ministros do Supremo. “O povo brasileiro não aguenta mais esse momento que o país está atravessando, através da forma impositiva com que o STF vem se posicionando”, disse Francisco Burgardt, também conhecido como Chicão Caminhoneiro, que preside a União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC), em vídeo que circula pela internet. “O povo brasileiro está aqui buscando solução e só vamos sair daqui com solução na mão”.


Outro vídeo que circula no WhatsApp mostra o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como “Zé Trovão”, pedindo pelo fechamento de todas as rodovias brasileiras a partir das seis da manhã desta quinta-feira, 9 de de setembro. “Fechem tudo, não passa mais nada. Somente ambulância, oxigênio e remédio. Acabou, não passa mais nada”, afirmou. Alvo das investigações contra lideranças que ameaçam a democracia, ele está foragido desde o dia 3 de setembro, depois que o ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão à pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). “Estão brincando com a democracia. Nós precisamos resolver os problemas do Brasil agora, nesta semana. Chegou a hora de mudarmos tudo de uma vez. É pra trancar tudo”, afirmou no vídeo.                                     Indícios de Locaute                          O movimento não parece ser unanimidade entre caminhoneiros, e há fortes indícios de que empresas e transporte e do agronegócio estão por trás da paralisação. Caso isso se confirme, os atos poderiam ser entendidos como locaute —isto é, uma paralisação promovida por empregadores, algo proibido pelo artigo 17 da lei 7.783. De acordo com o jornal O Globo, o empresário José Fava Neto, diretor da Aprosoja em Goiás —que reúne produtores do centro-oeste— e sócio da Agrofava —gigante da importação e exportação de sementes— é também dono de uma empresa que levou caminhões para a Esplanada dos Ministérios. Além disso, a Aprosoja-MT e a Aprosoja Brasil tiveram suas contas bloqueadas três dias antes do 7 de setembro por determinação de Moraes para evitar apoio financeiro aos atos. A entidade financia o grupo Brasil Verde-Amarelo —seus adesivos puderam ser vistos nos caminhões de Brasília.                        

Ainda nesta quarta-feira, o deputado Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar de Caminhoneiros e Celetistas, enviou um ofício ao diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (DGPRF) para assegurar segurança de motoristas de caminhão que estão sendo atacados em rodovias, segundo informou o colunista do UOL Chico Alves. No documento, ele citou as ”obstruções de trânsito em estradas federais com madeiras, pedras e pneus e também ameaças à integridade física e danos ao patrimônio, com lançamento de pedras” e pediu ajuda das forças de segurança para “cumprir e fazer cumprir a legislação brasileira, garantir a liberdade dos caminhoneiros, conter e evitar intercorrências do tipo e sua evolução”. De acordo com o parlamentar, há pessoas infiltradas, ligadas a empresas do agronegócio, se fazendo passar por caminhoneiros. O EL PAÍS tentou entrar em contato sem sucesso com o parlamentar. Fontes: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/09/09/manifestacoes-de-caminhoneiros-afetam-rodovias-em-sp.ghtml - https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/09/caminhoneiros-protestam-em-rodovias-de-tres-estados.shtml   e locautehttps://brasil.elpais.com/brasil/2021-09-09/caminhoneiros-bloqueiam-rodovias-em-12-estados-e-paira-ameaca-de-greve-em-apoio-a-bolsonaro.html  

 

  

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

CADÊ O GOLPE? O DIA SEGUINTE


 por ELIANE BRUM

Se Bolsonaro ameaça o Supremo em plena Paulista e o impeachment não sair da gaveta, ele ganhou o 7 de Setembro e a democracia acabou no Brasil

O sentido da manifestação golpista de Jair Bolsonaro neste 7 de Setembro será dado nos próximos dias. Se Bolsonaro usou a máquina de Estado para ameaçar e declarou, em plena Avenida Paulista, que não cumprirá decisão do Supremo Tribunal Federal e depois de tudo isso nada acontecer com ele, o golpe avança.

Se Bolsonaro não for responsabilizado criminalmente e o impeachment não sair da gaveta de Arthur Lira (PP), ele ganha. Esse é o único jogo que Bolsonaro sabe jogar. Essa é a história de Bolsonaro, sempre testando limites e pagando pra ver. Começou planejando ataque terrorista quando ainda era militar e seguiu afrontando a lei e contando com a impunidade. Deu certo até hoje. Tão certo que chegou a presidente da República. Bolsonaro é criatura produzida pela omissão e/ou conivência das instituições: as jurídicas e o Parlamento. https://brasil.elpais.com/opiniao/2021-09-08/o-dia-seguinte.html

INELEGIBILIDADE DE BOLSONARO


Ministros de cortes superiores avaliaram que os discursos do presidente agravaram a situação política dele em relação ao Judiciário

São dois caminhos principalmente em debate. Um deles, o de cassar a chapa Bolsonaro-Mourão no TSE. Essa saída tiraria o presidente do cargo e o impediria de disputar a eleição. Para tanto, é preciso que sejam pautadas as ações de cassação de chapa que tramitam no TSE. Haveria, se fosse seguido esse caminho, a possibilidade de desmembrar a chapa de modo que o vice Hamilton Morão assumisse. Por isso que é um cenário que precisa do aval do universo político, tanto pelo estresse que causaria no país como com a possibilidade de um general assumir o país.

Um outro ministro afirmou à CNN que tudo dependerá de como o Ministério Público e os partidos irão contextualizar os fatos, já que o resto está devidamente fixado pela jurisprudência do TSE.         Veja mais em:  https://www.cnnbrasil.com.br/politica/judiciario-debate-inelegibilidade-de-bolsonaro-apos-atos/