BOLSONARO É UM PRESIDENTE INÁBIL
por Theodiano Bastos
Lembremos que Jair
Bolsonaro se elegeu presidente com 57.797.847 votos (55,13% do total), porém
Fernando Haddad teve 47.040.906 votos (44,87%).
A abstenções foi de 31.371.704 (21,3%), Brancos: 2.486.593 (2,1%) e Nulos: 8.608.105 (7,4%) e ninguém sabe o que pensa todo esse eleitorado...
Mas Bolsonaro deve lembrar-se que chegou ao segundo turno com os votos contra o
quando teve 49.276.897 votos (46,03%) dos votos válidos e os 8.520.650 que se
somaram no segundo turno para elegê-lo presidente vieram dos que votaram contra
o PT.
Crise institucional em gestação O
“Estamos
assistindo, já há algum tempo, a um embate entre o Congresso e o governo
Bolsonaro potencialmente gerador de crise institucional”, diz Merval Pereira.
Antes de tudo lembremos que o atual governo, que tem quatro meses,
não é responsável pela atual situação que o Brasil atravessa.
“O governo vem sofrendo seguidas derrotas parlamentares, e não parece equipado para essa disputa. Há um clima de desconfiança mútua difícil de ser desanuviado”.
Jair Bolsonaro, segundo Ruy
Castro, sabe o que está fazendo: “Bolsonaro parece trabalhar contra si próprio,
ao deixar que o Congresso derrube seus decretos, o Judiciário lhe faça cara
feia e os militares se magoem com os insultos que recebem. Mas só parece. O que
ele quer é que todos saiam da sua frente para que, dizendo-se incompreendido,
possa governar com os filhos e ‘com o povo’, através das redes sociais.
“Não sou empregado do governo. Ajudei a eleger esse governo, como muitos aqui da comissão, e temos o dever de corrigir as loucuras e os impropérios e erros do governo. Quem elegeu Bolsonaro não foi só Olavo de Carvalho, não. Muitos aqui, inclusive eu (…).
“Não sou obrigado a ir nas loucuras de um governo que está passando por momento de insanidade”
Fausto Pinato, do PP, disse para a Veja que o governo passa por um momento de insanidade:“Não sou empregado do governo. Ajudei a eleger esse governo, como muitos aqui da comissão, e temos o dever de corrigir as loucuras e os impropérios e erros do governo. Quem elegeu Bolsonaro não foi só Olavo de Carvalho, não. Muitos aqui, inclusive eu (…).
A estratégia desse governo é desmoralizar esse parlamento?! O ministro da Casa
Civil diz que atende deputado. Atende onde? Atende onde? Saiu daqui e não
atende deputado. É só a panela. Minha paciência esgotou. Não sou empregado dele
e não sou obrigado a ir nas loucuras de um governo que está passando por
momento de insanidade”.
Em fevereiro, Cláudio Dantas compartilhou no Twitter que, de uma
forma nonsense, o governo Bolsonaro fazia oposição a si próprio. Foi a
deixa para um seguidor pontuar que surgia ali o conceito de “autocrise”.
Marcelo
Ramos, presidente da comissão especial da reforma da Previdência, escreveu há
pouco no Twitter o que havia nos dito na segunda-feira..“Os debates da Reforma vão sendo contaminados por crises criadas pelo próprio governo.”
O polêmico decreto do porte
de arma
Como se desejasse tumultuar o Congresso
às véspera de votar a reforma da Previdência, lança o decreto do porte de arma
deu início a um debate sobre constitucionalidade. Para entender a polêmica:
Quando o governo Bolsonaro o prometeu, o decreto sobre porte de arma
parecia algo menor, que atenderia necessidades dos frequentadores de clubes de tiro e caça. Mas também adiantava algum barulho, já que implicaria na quebra do monopólio da Taurus.
Os últimos detalhes foram discutidos no QG do Exército em meio a uma crise institucional envolvendo militares e Olavo de Carvalho. Ao assiná-lo, Jair Bolsonaro dizia ter ido “no
limite da lei“.
Olavo de Carvalho, ideólogo do
clã Bolsonaro, é o artífice da revolução conservadora: palavrões, baixarias e
grosserias é o pivô da crise do governo com os militares. “Há coisas que nunca
esperei ver, mas estou vendo. A pior delas foi altos oficiais militares,
acossados por afirmações minhas que não conseguem contestar, irem buscar
proteção escondendo-se por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas (se
referindo ao ex-comandante do Exército) . Nem Lula seria capaz de tamanha
baixaria”, conclui.
Essa baixaria atinge o
ex-comandante do Exército Brasileiro, o general Eduardo Dias da
Costa Villas Bôas, 66, que está numa cadeira de rodas, com dilemas de
acessibilidade, precisa de apoio para atividades e pensa todos os dias até
quando irá conseguir resistir ao poder da doença degenerativa grave que
o acomete.
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, sofre de
esclerose lateral amiotrófica. Em estado avançado, a doença degenerativa o
impede de cumprir integralmente sua missão à frente do Exército. É uma doença sem cura e cruel. E o presidente não deu uma palavra defendendo o
general Villas Boas.
A continuar assim,
Bolsonaro corre o risco de não terminar o mandato.