Nova condenação de Lula repercute entre políticos e congressistas (e ainda há outros seis processos em andamento)
Joice Hasselmann e Kim Kataguiri celebraram nas
redes sociais a sentença de 12 anos e 11 meses de prisão do ex-presidente,
enquanto Gleisi Hoffmann e Humberto Costa bateram na tecla da perseguição
A nova condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e
11 meses de prisão repercutiu imediatamente entre a classe política. Aliados e
adversários do petista comentaram a decisão
da juíza Gabriela Hardt de considerá-lo culpado pelos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro referente a obras realizadas por
empreiteiras no sítio de Atibaia (SP), no valor de R$ 1 milhão, que seriam,
segundo o Ministério Público Federal, propinas pagas pelas construtoras.
Ferrenha adversária de Lula, a deputada federal Joice Hasselmann
(PSL-SP) celebrou a decisão. "É um Brasil novo, um Brasil diferente, onde
o poder político não se dobra", afirmou a congressista em vídeo publicado
nas redes sociais. "Vou agora para o plenário pedir um aparte para poder
comemorar com os parlamentares que pensam no Brasil essa excelente
notícia", emendou. "Nós acabamos de ter mais uma sinalização da
Justiça brasileira que o Brasil está deixando o paraíso para corruptos que
dilapidam o patrimônio público", disse o líder do PSL no Senado, major
Olímpio (SP), em vídeo distribuído no WhatsApp.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o senador Humberto Costa
(PT-PE) saíram em defesa do petista. "A sanha persecutória a Lula parece
não ter fim", afirmou Costa. "Uma segunda condenação a jato foi
proferida, exatamente quando cresce a possibilidade de Lula ser Nobel da Paz.
Na memória do povo e na história, Lula será sempre maior do que seus
carrascos", comentou Gleisi.
O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos
fundadores do Movimento Brasil Livre, publicou uma foto com a condenação do
ex-presidente. "Vai passar a aposentadoria na cadeia",
escreveu. https://www.correiobraziliense.com.br,
06/02/19
Lula é condenado a 12 anos e 11 meses por reformas no sítio de Atibaia
Ex-presidente cumpre pena na sede da PF em Curitiba
O Globo, 06/02/2019
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso
desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva foi
condenado a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no
processo referente ao sítio de Atibaia
. A sentença foi proferida pela juíza
Gabriela Hardt , da 13ª Vara Federal de Curitiba, nesta quarta-feira.
Lula é acusado de aceitar reformas no sítio de Atibaia feitas pela Odebrecht e
OAS, com dinheiro de propina decorrente de contratos da Petrobras , no valor de R$ 1 milhão.
Esta é a segunda condenação de
Lula na Lava-Jato. Ele cumpre pena na sede da Polícia Federal em Curitiba desde
7 de abril do ano passado, devido à condenação de 12 anos e um mês no caso do
tríplex do Guarujá.
O ex-presidente responde ainda a
uma terceira ação penal na Justiça Federal de Curitiba, referente à compra de
um imóvel pela Odebrecht, que seria destinado ao Instituto Lula. O imóvel
custou R$ 12 milhões e nunca foi usado pelo Instituto.
Na sentença, a juíza afirmou que
apenas nos quatro contratos da Petrobras citados na denúncia a propina
direcionada à diretoria de Serviços da Petrobras, cujo núcleo era vinculado ao
PT, somou R$ 85,4 milhões. Lembrou ainda que o crime fazia parte de um esquema
mais amplo, no qual a propina havia se tornado rotina, cujo objetivo era
garantir a governabilidade e a manutenção do PT no poder.
"O condenado recebeu
vantagem indevida em decorrência do cargo de Presidente da República, de quem
se exige um comportamento exemplar enquanto maior mandatário da
República", escreveu Gabriela, ao considerar a culpa de Lula elevada.
Gabriela ressaltou que é
"incontroverso" o uso frequente do sítio pela família de Lula e, que,
"ao menos em alguns períodos, também resta incontroverso que a família do
ex-presidente chegou a usá-lo até mais do que a família Bittar". Fernando
Bittar, filho do ex-sindicalista Jacó Bittar, aparece como um dos sócios do
sítio de Atibaia.
As reformas no sítio de Atibaia
foram feitas pelas construtoras Odebrecht e OAS. Parte dela, porém, foi
conduzida pelo pecuartista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, e a
força-tarefa da Lava-Jato afirma que ele usou recursos de propinas por outra
fornecedora da Petrobras, a Schahin.
Penas
semelhantes
A pena aplicada por Gabriela
Hardt é bem próxima à aplicada pelo juiz Sergio Moro no caso do tríplex do
Guarujá - a diferença entre as duas é de apenas 10 meses.
No caso do tríplex do Guarujá, o
imóvel também não estava em nome de Lula. No cartório de Registro de Imóveis, o
apartamento era mantido em nome da construtora OAS. O empresário Léo Pinheiro,
ex-presidente da empreiteira, afirmou que desde que a empresa assumiu a
construção do prédio, em 2009, o imóvel estava reservado à Lula e sua família.
A ex-primeira dama Marisa Letícia
havia adquirido o apartamento ainda na planta de uma cooperativa do Sindicato
dos Bancários, mas interrompeu os pagamentos. Prestes a ser entregue à família,
o apartamento havia recebido melhorias, como a instalação de elevador e móveis
planejados - a fornecedora da cozinha, a Kitchens, foi a mesma contratada pela
OAS para equipar a cozinha do sítio de Atibaia. https://oglobo.globo.com/
06/02/19