BRASIL, O POVO ESTÁ MANIPULADO
Por
Luiz Cláudio Sobreira (*)
"Nunca
achei que fosse presenciar um momento tão turbulento. Sobretudo, nunca me
ocorreu que pessoas tão inteligentes, tão instruídas, pudessem defender ideias
tão flácidas. Nunca pensei que pudessem se dobrar, com tanta maleabilidade, às
manobras infaustas da mídia. Ingenuamente, não achava possível que o ser humano
fosse tão manipulável. A razão curva-se à emoção com muita facilidade, e mesmo
as mentes supostamente pensantes fracassam na análise lógica acerca da
veracidade das informações que são passadas e repassadas automaticamente.
publicado por Josias de Souza em sua página.
publicado por Josias de Souza em sua página.
Fomos
nos encolhendo para caber em caixas: esquerda e direita. E perdemos o
discernimento de coisas antes mais importantes do que essa simples
categorização.
Digo
isso porque apesar de me parecer mais que óbvio que um partido que
institucionalizou o crime e a corrupção como forma de governo não deveria
voltar ocupar o cargo de chefe do executivo, essa lógica foi subvertida!
Prova
maior de que se trata de uma maniqueísta lavagem cerebral, é que embora poucos
consigam defender o PT per se, ainda há muitos que justificam o voto no 13 em
razão dos defeitos do adversário. Tal conduta só pode ser explicada
(justificada, jamais!) em razão do sensacionalismo, da manipulação pérfida do
senso de proporção de prioridades.
Embora
Jair Bolsonaro tenha, sim, dado declarações de caráter discriminatório, tal
fato JAMAIS, numa sociedade não manipulada, poderia ser considerado pior que o
desvio indiscriminado de verbas públicas (dentre vários outros crimes).
Digo
isso porque embora ambos sejam problemas que merecem, sim, nossa atenção, um
deles afeta a sociedade indiscriminadamente. Somos uma nação, não um apanhado
de grupos.
A
apropriação inescrupulosa das verbas públicas é adubo para a proliferação de
nossas maiores mazelas. Quanto maior a pobreza e carência de serviços básicos,
maior é o adoecimento da sociedade.
O
Brasil fertilizado pelo PT em mais de uma década, é o que morre nas portas de
hospitais sem atendimento digno. Que dorme em fila pra conseguir um lugar para
filho em uma escola pública mambembe, que mais deseduca que ensina. Que pega 4
conduções por dia, e já chega suado tendo matado 10 leões só pra começar a
trabalhar. Que chora porque o filho entrou para o crime. Que chora porque a
vida já vale muito pouco diante de tanta desgraça.
Foi
justamente vendo o enaltecimento e a desmoralização do Nordeste diante do
resultado do primeiro turno das eleições presidenciais que me dei conta do quão
adoecida está nossa sociedade. O estado é terminal.
O
Nordeste não tem culpa de votar no PT, mas também não deve ser alçado à posição
de herói da resistência.
Quando
se tem pouca (ou nenhuma) comida no prato; quando educação é um sonho distante;
quando morre gente como se fosse bicho; vota-se em quem maquiavelicamente se
fantasiou de salvador. Quem critica isso, perdeu a humanidade. Tá certo que
nós, do alto de nossas confortáveis condições, não temos noção do que é ver um
filho amadurecendo rápido demais, porque assim a vida impõe. Não temos ideia do
que é ter filho que escuta “hoje não tem comida, não” sem fazer manha, porque
já não é a primeira vez que lida com isso. Não sabemos o que é lidar
diuturnamente com a falta total de expectativa de uma vida digna. Mas temos a
obrigação de ter o mínimo de empatia.
Perdemos
o senso do ridículo quando transformamos a tragédia alheia em frase de efeito,
em hashtags, em memes. Direitistas e esquerdistas desse naipe: quanta vergonha
eu sinto de vocês!
Infelizmente,
essa é só a pontinha do iceberg do que vemos nessas eleições.
Sem
nenhum espanto me deparo com a esquerda petista, mais uma vez, se apoderando do
monopólio de toda bondade da humanidade, dando “lição de moral” em qualquer um
que resista à ideia da perpetuação de sua gestão.
Xingam-nos
de fascistas e, do alto de suas soberbas (principalmente moral e intelectual),
dão por encerrado o diálogo. Quando muito, afiançam suas (su)posições na
falaciosa chance de o Brasil mergulhar em uma ditadura militar, onde
principalmente os gays seriam perseguidos.
Não
vi nenhuma declaração antidemocrática do candidato da direita. Nenhuma.
Mas
vi o PT despudoradamente falar à imprensa que tomaria o poder à força,
ressalvando ainda que isso é muito diferente de ganhar uma eleição. Vi esse
mesmo partido pregando uma reforma do sistema de justiça, com o cerceamento do
poder investigativo do Ministério Público. Assistimos, uns em choque e outros
alienada ou apaticamente, ao Partido dos Trabalhadores louvando a ditadura
venezuelana e cubana – mais do que isso, transferindo para lá a verba pública
brasileira, enquanto a nossa sociedade agonizava sem o básico.
E se
a questão para optarem pelo 13 em detrimento do 17, como colocam muitos, é de
cunho MORAL, se tem a ver com a máxima “machistas, homofóbicos e fascistas não
passarão”, UFA, ENTÃO AINDA HÁ ESPERANÇA, porque Lula, o real candidato às
eleições presidenciais, se sai pior que Bolsonaro nesse quesito. Vejamos as
declarações desse senhor à imprensa:
“Uma
mulher não pode ser submissa ao homem por causa de um prato de comida. Tem que
ser submissa porque gosta dele.”
“Veja,
eu não tenho preconceito não, o cara a que chamam de homossexual no nosso meio
a gente chama de veado, mesmo. Eu sou contra isso (homossexualidade), e não sei
se é uma questão psicológica ou o tipo de berço que a pessoa teve. E quem sabe
nós sejamos os culpados dessas pessoas serem assim, tem que entender como elas
são, e embora eu não concorde com isso acho que têm o direito de existir, o
direito de agirem da forma que julguem melhor, mesmo por que minha opinião a
culpa é da sociedade e não delas.”
“Feminismo?
Eu acho que é coisa de quem não tem o que fazer.”
“O
Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor
a fazer alguma coisa e tentar fazer.”
“Ela
estava dizendo pra mim e para o Guilherme Cassel: “Nossa, como os pobres daqui
[do Rio Grande do Sul] são bonitos!”. É verdade, é verdade. Qualquer nordestino
que venha para cá, ele vê uma diferença enorme, mesmo em se tratando de pessoas
pobres, entre as pessoas do Sul, do Sudeste, com as pessoas do Norte e do
Nordeste.”
Repito:
TODAS ESSAS FRASES FORAM DITAS POR LULA.
Então,
se você pretende votar no PT exclusivamente porque não quer alçar ao cargo de
chefe do poder executivo um homem misógino, homofóbico, machista e fascista, e
se você acha que Bolsonaro é tudo isso, é obrigado a reconhecer que seu
concorrente também o é, em igual medida. E
sendo assim, o critério de desempate tem que ser outro.
Se
mesmo assim você não se convence e pretende perpetuar a gestão petista,
realmente, a divergência entre nós não é política, mas sim moral. Que bom,
respiro aliviada.
Nosso
cobertor é pequeno. Não é novidade, somos brasileiros. Entre um país inteiro
saqueado, e uma parcela (não sem razão) muito ofendida, temos que resolver
primeiro o problema da maioria.
A
maior parte do arrebatador número de brasileiros que no domingo passado apertou
o número 17 e confirmou o voto em Bolsonaro nas urnas, não o fez porque “quer
matar viado”, “quer ver pobre se f*der” ou “preto sendo escorraçado”.
Somos
seres humanos. Somos plurais. Somos muitos. Não podemos falar, nunca, em nome
de todos. Há gente cruel, gente ignorante, gente ruim por dentro, sim. Mas,
aviso aos navegantes: Bolsonaro não criou esses seres em laboratórios. Eles já
existiam, já circulavam por aí.
“-ah,
mas agora eles se sentem livres pra expressar seus ódios”. Ah, tá, entendi.
Antes, nesse nosso país organizadíssimo, onde não imperava a impunidade, os
preconceituosos se sentiam extremamente constrangidos em destilar seus venenos
e cometer seus crimes, não é mesmo? ACORDEM! Ontem mesmo vocês estavam
noticiando que o Brasil era o país que mais matava gays no mundo. E quem estava
no poder há mais de uma década?
Contra
posturas discriminatórias, se quisermos, podemos ter voz. Contra o assalto
massivo e reiterado aos cofres públicos, não. Estamos há anos assistindo
calados, como cordeiros, nosso dinheiro ser levado embora nas esbórnias desses
políticos nojentos. E o que fizemos? Nada. A lava jato prendeu alguns dos
canalhas? Sim. Mas e a quase infinita verba desviada, está de volta aos cofres
públicos? Pois é.
Vejam
bem: os problemas - assim como tudo na vida - podem (e devem) ser
categorizados, sim, em ordem de grandeza e prioridade. É isso mesmo. Vou
repetir: o Brasil tem problemas demais. E não há um herói perfeito para
salvar-nos de todas essas mazelas. Então, sim, temos que eleger prioridades.
Sabe
o que eu chamo de prioridade? Fazer esse país funcionar de verdade, com o
mínimo de assistencialismo possível. Capacitando pessoas. Dando a elas o que
lhes é de direito.
O
Brasil foi espancado. Estuprado. Mexeram com a cabeça dos Brasileiros. 41,8% de
nós, ainda sofre da Síndrome de Estocolmo.
Precisamos
nos reerguer agora. Precisamos olhar para a maioria do povo brasileiro.
O PT
usurpou muito mais do que nosso suado dinheiro de impostos. Flagelou a
dignidade do nosso país - física e moralmente falando.
Precisamos
honrar a nossa bandeira: ordem e progresso. Acho que é um bom começo né? Então,
pra ordenar essa baderna, a primeira coisa que somos OBRIGADOS a fazer é nos
negarmos a devolver o Brasil aos nossos maiores algozes.
Nada
é mais importante do que isso, nesse momento." O texto foi repassado
(*) Luiz
Cláudio Sobreira é advogado no Espírito Santo