O BOM SENSO FOI DERROTADO por Theodiano Bastos
NENHUM DEBATE DIRETO ENTRE BOLSONARO E HADAD
O eleitor vai às urnas no domingo sem ter assistido
a um único confronto direto entre os dois líderes nas pesquisas. A saída de
cena de Jair Bolsonaro em razão do atentado que sofreu praticamente coincidiu
com a entrada de Fernando Haddad na disputa, no lugar de Lula. É ruim para o
processo de escolha que não se tenha assistido a nenhum debate entre ambos,
principalmente porque a polarização entre eles é o que move o voto em 2018.
Sem uma discussão direta, o embate entre aqueles
mais cotados para presidir o País nos próximos quatro anos ocorre por meios
indiretos –entrevistas, propagandas, postagens nas redes sociais– e, muitas
vezes, eivado de fake news, mistificação e simplificações grosseiras de ambos
os lados. / Vera Magalhães https://br18.com.br/
05/10/18
Com os resultados das últimas
pesquisas do Datafolha e do Ibope, podemos afirmar que esta eleição é a mais esquisita
que vi em toda minha vida, os mais rejeitados estão nos primeiros lugares e um
deles será eleito presidente:
Com apenas 8
segundos na TV e rádios, de um partido nanico e desconhecido, o PSL, Jair
Bolsonaro pode ser eleito já no primeiro turno como
um novo salvador da pátria.Já tivemos Jânio, Collor, Lula o Operário Salvador e agora temos o Bolsonaro.
Bolsonaro com 45% de rejeição e Hadad com
41%, segundo o Datafolha de 02/10/18 chegam no dia 7/10/18 e um deles será
eleito presidente. Já os candidatos
moderados como João Amoedo, Geraldo Alckmin , Álvaro Dias,
Henrique Meireles, Ciro Gomes e Marina Silva foram esquecidos e prevaleceram os
mais radicais: extrema direita contra o candidato de porta de cadeia,
representando o lulopetismo, pau mandado de Lula.
Josias de Souza: Como explicar que tamanha precariedade tenha virado um sucesso? Deve-se o fenômeno à falência do sistema político. Bolsonaro é a resposta enraivecida do eleitorado aos defeitos da democracia brasileira —da blindagem de corruptos até a ineficiência de escolas e hospitais, passando pela falta de empregos. Um pedaço do eleitorado envia, por meio de Bolsonaro, um aviso aos caciques da política, entrincheirados no PT, no PSDB, no MDB e nos seus cúmplices. Eis o recado: a conta da desfaçatez chegou.
Em sua coluna em Crusoé, Ruy Goiaba lembra como o discurso raivoso de Lula e do PT ao longo das décadas terminou por alimentar o crescimento de Jair Bolsonaro.
O fato é que o PT com Lula pregando a discórdia, jogando uns contra os outros, bradando: o “agora é nós contra eles”, “mortadelas contra coxinhas”, “vamos encher de porradas esses coxinhas”, acabou fabricou o antipetismo e agora temos os devotos de Lula versos os devotos de Bolsonaro.
Josias de Souza: Como explicar que tamanha precariedade tenha virado um sucesso? Deve-se o fenômeno à falência do sistema político. Bolsonaro é a resposta enraivecida do eleitorado aos defeitos da democracia brasileira —da blindagem de corruptos até a ineficiência de escolas e hospitais, passando pela falta de empregos. Um pedaço do eleitorado envia, por meio de Bolsonaro, um aviso aos caciques da política, entrincheirados no PT, no PSDB, no MDB e nos seus cúmplices. Eis o recado: a conta da desfaçatez chegou.
O PT CRIOU O ANTIPETISMO
Em sua coluna em Crusoé, Ruy Goiaba lembra como o discurso raivoso de Lula e do PT ao longo das décadas terminou por alimentar o crescimento de Jair Bolsonaro.
O fato é que o PT com Lula pregando a discórdia, jogando uns contra os outros, bradando: o “agora é nós contra eles”, “mortadelas contra coxinhas”, “vamos encher de porradas esses coxinhas”, acabou fabricou o antipetismo e agora temos os devotos de Lula versos os devotos de Bolsonaro.
A
campanha eleitoral no Brasil deixou o viés político, econômico e social e
embarcou na rua sem saída do messianismo.
O cineasta José Padilha, diretor dos dois Tropa de Elite e da minissérie O Mecanismo, diz em artigo na Folha que tanto Jair Bolsonaro quanto Fernando Haddad têm chance de “levar o País para o brejo” caso sejam eleitos.
Depois de descrever problemas nas candidaturas de um e de outro, Padilha conclui:
“A esta altura, você deve estar se perguntando se eu estou sugerindo que o Brasil vai para o brejo.
A resposta é: sim, é exatamente isto que estou sugerindo. Um dos dois candidatos acima descritos, ambos eticamente inviáveis, será eleito.
E isto equivale a jogar o país nas trevas.” https://br18.com.br/ 29/09/18
BRASIL INGOVERNÁVEL COM HADAD OU BOLSONARO
Ascânio Selene, de O Globo, diz:
UM PRESIDENTE NADA PODE
“São mal-informados e, de certa forma, inocentes, os eleitores que acreditam nas promessas mirabolantes dos candidatos.
É incrível como estão seguros e cheios de si os brasileiros que votarão em Bolsonaro pensando que ele vai mesmo resolver tudo na bala. É também os que aceitam sem questionar que Hadad vai conseguir dar uma virada na economia apenas porque tem o poio do mártir Luiz Inácio.
O fato é que um presidente sozinho nada pode. Ele precisa do apoio do Congresso, do Judiciário e dos diversos mecanismos de controle do Estado para poder encaminhar, debater e aprovar medidas que de fato resultem em mudanças estruturais da vida da nação. Precisa também do apoio dos brasileiros, da sociedade organizada para tocar suas pautas.
Você pode dizer que todo presidente recém-eleito chega fortalecido pelas urnas. Pode ser, mas se o quadro até aqui pintado for este mesmo, o presidente eleito chegará ao Planalto com mais oposição do que apoio.”
O Ibope também divulgou novos números de rejeição em sua pesquisa presidencial.
Também nesse quesito Jair Bolsonaro e Fernando Haddad continuam na liderança, próximos um do outro. O candidato do PSL é rejeitado por 42%, e o do PT por 37%.
O
Ibope acaba de divulgar sua mais recente pesquisa presidencial. Nela, Jair
Bolsonaro continua na liderança, com 32% –o candidato do PSL oscilou
positivamente um ponto desde o último levantamento.
Já Zuenir
Ventura, em O Globo de 03/10/18, no texto DE SURPRESA EM SURPRESA:
Analistas e pesquisadores concordam em que nunca houve uma eleição tão
confusa, tão difícil de ser prevista
Se
democracia é a convivência civilizada entre os contrários, ou seja, entre os
que pensam diferente, o último fim de semana ofereceu um raro sinal positivo.
Em quase todo o país, milhares de pessoas foram às ruas sábado e domingo, num
movimento liderado por mulheres, manifestar sua oposição — #ele não — ou seu
apoio — #ele sim — ao candidato Jair Bolsonaro. Diante do clima de hostilidade
que vinha dominando a campanha eleitoral, com troca de ofensas e acusações
mútuas, temia-se que as manifestações descambassem da violência verbal para a
física.
Isso
felizmente não aconteceu. Não se registraram incidentes.
A polícia não forneceu
o número oficial dos participantes em atos contra o candidato do PSL nos 26
estados e no Distrito Federal, e a favor nos 16 estados, mas as fotos não
deixavam dúvidas quanto à maioria dos #ele não, inclusive nas 66 cidades do
exterior onde ocorreram protestos.
Em São
Paulo, manifestantes do #ele sim ocuparam a Avenida Paulista. No Rio, a
Cinelândia, acostumada a abrigar multidões, raras vezes viu tamanha
concentração, provavelmente a maior dos #ele não, e tamanha diversidade de tons
de pele, de idades, de gêneros.
Mas nos
mesmos dias em que os militantes tomavam conta das ruas, o Ibope ouvia 3.010
eleitores em 208 cidades sobre suas intenções de votos. O resultado foi
surpreendente. Ao contrário do que o sucesso das manifestações contra Bolsonaro
fazia crer, o candidato do PSL subia quatro pontos, ampliando em dez sua diferença:
de 31% para 21% de seu mais próximo concorrente, Fernando Haddad, que ficou
estacionado. A outra má notícia para os petistas foi a rejeição ao seu
candidato, que disparou de 27% para 38%, enquanto a do deputado permaneceu em
44%.
Analistas
e pesquisadores concordam em que nunca houve uma eleição tão confusa, tão
difícil de ser prevista. E tão bizarra, dizemos nós. Os dois campeões de votos
a favor são também os campeões de votos contra. Dito de outra maneira: os dois
mais bem votados são também os mais rejeitados.
Fonte: https://oglobo.globo.com/opiniao/de-surpresa-em-surpresa,
03/10/18
‘Voo de Bolsonaro será curto’, diz historiador
Em longa
entrevista ao Valor, o historiador Boris Fausto diz, entre outras coisas, que
“o voo de Jair Bolsonaro”, se eleito presidente do Brasil, “será curto”.
Ele
comenta:
“Tenho a
impressão de que existem condições para se formar uma direita consistente em
apoio a uma figura que ainda não apareceu. Alguém menos caricato e
problemático, que fale e pense menos absurdos.
Em resumo, uma figura menos
tosca do que o Bolsonaro e que como liderança teria melhores condições de
agregar outros seguidores, como as mulheres que o rejeitam.” https://www.oantagonista.com/ 03/10/18