LEI MARIA DA PENHA AUMENTOU ASSASSINATO DE MULHERES
Brasil é o quinto país com mais assassinatos de
mulheres
Levantamento do Mapa da Violência comparou a taxa
de violência contra a mulher em 83 países
Treze mulheres são assassinadas por dia no Brasil.
Um terço delas, como a modelo Ana Carolina de Souza Vieira, são mortas pelos
atuais ou ex-companheiros
Na última quarta-feira, o corpo
da modelo Ana Carolina de Souza Vieira foi encontrado no apartamento em que ela
morava no Sacomã, na zona sul de São Paulo. Ela tinha sido estrangulada pelo
ex-namorado. Todos os dias, treze mulheres têm o mesmo destino de Ana Carolina:
a taxa de 4,8 assassinatos de mulheres para cada 100.000 habitantes coloca o
Brasil na quinta colocação do ranking mundial desse tipo de crime, atrás apenas
de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
O retrato desse cenário está no Mapa
da Violência 2015: Homicídio de mulheres no Brasil, elaborado pela
Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e lançado nesta
segunda-feira. Ele mostra que nos últimos dez anos o número de mulheres
assassinadas passou de 3.937 para 4.762, um crescimento de 21%. Uma em cada
três desses crimes foram cometidos por atuais ou ex-companheiros.
O modo como as mortes de mulheres
ocorrem também reflete o peso da violência doméstica: menos da metade delas é
por armas de fogo, e 27% acontecem dentro de casa. No caso dos homens, 73% são
assassinados com armas, e apenas 10% na própria residência. As mortes de
mulheres por estrangulamento ou com uso de objetos cortantes são duas vezes
mais frequentes do que as masculinas, o que, segundo especialistas, indica os
chamados "crimes de ódio".
O relatório também compara os
índices de assassinatos em todos os estados brasileiros de 2006 a 2013. A
escolha da data não foi aleatória: 2006 foi o ano em que entrou em vigor a Lei
Maria da Penha, que tinha o objetivo de diminuir a violência contra a mulher.
Quando se trata dos assassinatos, os números são desanimadores. Em apenas cinco
estados (Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro), as
taxas diminuíram. Em Roraima, chegaram a quadruplicar. Na Paraíba, triplicaram.
Fonte:
http://veja.abril.com.br/ (07/11/15)
Lei Maria da Penha não freia casos de homicídios contra mulheres
Dados de 2013 registram taxa de 4,8 homicídios para cada 100 mil
por André de Souza, 09/11/2015 7:53BRASÍLIA - A aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, não foi suficiente para impedir o aumento no número de homicídios contra mulheres no Brasil. A taxa chegou a cair no ano seguinte, mas voltou a subir em 2008 e, em 2013, já era 12,5% maior do que em 2006. A elevação não ocorreu de forma uniforme, variando de acordo com o estado e a cor da pele. Entre as mulheres negras e pardas, por exemplo, a taxa cresceu, enquanto entre as brancas houve até mesma uma queda no índice. Os dados são do levantamento "Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil", do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
Os dados mais recentes do levantamento, tirados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, são de 2013, quando 4.762 mulheres foram assassinadas no país. Isso significa uma taxa de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres. "Se num primeiro momento, em 2007, registrou-se uma queda expressiva nas taxas, de 4,2 para 3,9 por 100 mil mulheres, rapidamente a violência homicida recuperou sua escalada, ultrapassando a taxa de 2006. Mas, apesar das taxas continuarem aumentando, observamos que a partir de 2010 arrefece o ímpeto desse crescimento", diz trecho do levantamento.
O crescimento no índice de homicídios é maior ainda quando a série histórica começa em 1980. Há 35 anos, a taxa era de 2,3 homicídios para cada 100 mil mulheres. Em 1996, chegou a 4,6, mas depois disso diminuiu, voltando a crescer a partir de 2008.
O Mapa da Violência também aponta os estados mais perigosos para as mulheres. No topo está Roraima, onde a taxa de homicídios em 2013 foi de 15,3 para cada 100 mil. Em seguida vêm Espírito Santo (9,3), Goiás (8,6), Alagoas (8,6) e Acre (8,3). Em números absolutos, São Paulo, o estado mais populoso do país, registrou mais mortes: 620, seguido por Minas Gerais (427), Bahia (421), Rio de Janeiro (386) e Paraná (283). Fonte: http://oglobo.globo.com (07/11/15)