Recuam e reparam os males cometidos
Perdoar
a si mesmo é mais urgente que perdoar ao próximo.
Se você não perdoar a si mesmo, como vai ter
condições de perdoar a quem quer que seja? Se não perdoar seus próprios erros,
suas próprias faltas, como conseguirá perdoar os erros e faltas alheias? Perdoe
primeiro a si mesmo, logo, urgentemente, se possível ainda hoje, pois ninguém
merece viver carregando culpas velhas de erros cometidos no passado. Não faça
essa injustiça consigo mesmo, perdoe-se!
Perdoar a si mesmo é necessário
O sentimento de culpa
age como autopunição, mas a autopunição só é válida quando lhe faz
querer reparar o mal cometido. Para chegar a esse ponto, você deve
passar pelo estágio do remorso, que é o reconhecimento do mal realizado e
consequente sofrimento; e do arrependimento, que é a ânsia de reparar ou compensar o mal que foi
causado por você. Se você já passou desse ponto, a autopunição não
tem mais serventia para você. É um peso morto. Se você não chegou a
arrepender-se, não acha que seja necessário reparar ou compensar o mal que
causou, talvez esteja entrando ou já entrou num processo de vitimização e
autopiedade. Reconheça seus erros, levando em conta que muitas vezes erramos
tentando fazer o que nos parece melhor em determinadas circunstâncias.
Reconheça seus erros, reveja os sentimentos e
valores que o levaram a cometer deslizes e adotar comportamentos
errados, abra-se consigo mesmo. Você certamente já se deu conta disso, mas não
custa perguntar: Você já se deu conta de que você mesmo é sua única companhia
obrigatória? Que você vai acompanhar você para o resto dessa vida e para além
dela, para sempre? Você já percebeu que você está com você em todos os momentos
da sua vida, bons e maus, aproveitando os benefícios e sofrendo os malefícios?
Se importe mais consigo mesmo. Respeite mais a si mesmo. E, acima de tudo, seja
seu melhor amigo! Abra-se consigo mesmo, conte de seus velhos medos, de suas
vergonhas, fraquezas que só você conhece. Cure essas feridas, seja amoroso
consigo. Você precisa de você.
Perdoe-se!
Faça as pazes com você, e comece já a mudar seu padrão de pensamentos e
sentimentos. Controle seus pensamentos, eles são determinantes para o que você
faz de você. Ame mais, comece por amar a você mesmo. Se não amar a você, como
vai amar a seu próximo? Devemos amar o próximo como a nós mesmos, e devemos
amar muito ao nosso próximo.
Isso quer dizer que você deve amar-se muito,
muito mesmo. Devemos perdoar ao
próximo: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido.” A quem você acha que está pedindo para perdoar as suas ofensas do mesmo
modo que você perdoa a quem o ofendeu? Quem você acha que julga seus
erros e ofensas? Deus? Não, Deus não julga, essa parte compete a nós mesmos,
manifestações de Deus que somos.
Somos
nós que nos julgamos, somos nós que nos condenamos e somos nós que na maioria
das vezes nos esquecemos de nós mesmos no fundo do cárcere da autopunição.
Depois de já ter cumprido a pena a que inconscientemente nos impomos, ficamos
esquecidos na masmorra suja do remorso inútil esperando por nossa própria
clemência. Então tenha consideração por você mesmo, reveja seus conceitos, tome
mais cuidado com suas atitudes para com você mesmo e para com o próximo. Acima
de tudo, seja um vigilante atento dos seus pensamentos. Conduza seus
pensamentos para o lado positivo das coisas, pois tudo na vida tem seu lado
bom, quando queremos vê-lo. É muito importante que você perdoe ao próximo. Na
verdade, é imprescindível. Mas antes disso, perdoe a si mesmo. Já está mais do
que na hora, por Morel
Felipe Wilkon.