quarta-feira, 2 de julho de 2025

ISRAEL CONTINUA O GENOCÍDIO EM GAZA, MAIS DE 64 MIL MORTOS

 

                                             Por THEODIANO BASTOS

Horrores do massacre em Gasa. Hamas usa seu povo como escudo e Israel ataca sem piedade, matando crianças e mulheres na maioria

Número de mortos em Gaza é maior que o de contagem oficial, diz estudo

Pesquisadores estimaram número 41% maior do que o indicado pelo Ministério da Saúde palestino

Uma contagem oficial do número de mortos na guerra entre Israel e o Hamas, feita pelo Ministério da Saúde palestino, provavelmente subestimou o número de vítimas em 41% até meados de 2024, à medida que a infraestrutura de saúde da Faixa de Gaza se desintegrava, de acordo com um estudo publicado na quinta-feira (9).

A análise estatística, revisada por pares e publicada na revista The Lancet, foi conduzida por acadêmicos da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, da Universidade de Yale e de outras instituições.

Usando um método estatístico chamado análise de captura-recaptura, os pesquisadores procuraram avaliar o número de mortes causadas pela campanha aérea e terrestre de Israel em Gaza nos primeiros nove meses da guerra, entre outubro de 2023 e o final de junho de 2024.

Eles estimaram 64.260 mortes devido a lesões traumáticas durante esse período, cerca de 41% a mais do que a contagem oficial do Ministério da Saúde palestino. O estudo disse que 59,1% eram mulheres, crianças e pessoas com mais de 65 anos. Ele não forneceu uma estimativa de combatentes palestinos entre os mortos.

De acordo com as autoridades de saúde palestinas, mais de 46 mil pessoas foram mortas na guerra de Gaza.

O conflito começou em 7 de outubro, depois que homens armados do Hamas atravessaram a fronteira com Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.

O estudo da Lancet disse que a capacidade do Ministério da Saúde palestino de manter registros eletrônicos de óbitos havia se mostrado confiável anteriormente, mas se deteriorou durante a campanha militar de Israel, que incluiu ataques a hospitais e outras instalações de saúde e interrupções nas comunicações digitais.

Israel afirma que se esforça ao máximo para evitar a morte de civis e acusa o Hamas de usar hospitais como cobertura para suas operações, o que o grupo militante nega.

Método de estudo empregado em outros conflitos

Relatos informais sugeriram que um número significativo de mortos permaneceu enterrado nos escombros de edifícios destruídos e, portanto, não foi incluído em algumas contagens.

Para melhor considerar essas lacunas, o estudo da Lancet empregou um método utilizado para avaliar as mortes em outras zonas de conflito, incluindo Kosovo e Sudão.

Médico relata horror vivido em hospital de Gaza: “desastre humano”

Infectologista francês trabalhou em hospital de Khan Younis

A situação dos hospitais na Faixa de Gaza piora a cada dia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 10 dos 36 hospitais da região seguem funcionando e, ainda assim, de forma parcial, com escassez de medicamentos, combustível e pessoal.

O ataque de Israel, nos últimos dias, ao hospital Al Shifa, no Norte do enclave, reduziu ainda mais a capacidade de atendimento às centenas de milhares de feridos. A OMS exige o fim dos ataques aos hospitais em Gaza e apela pela proteção do pessoal da saúde.

O médico francês Pascal André, de 60 anos, trabalhou como voluntário por uma temporada no Hospital Europeu, em Khan Yunis, no sul de Gaza, e relatou, em entrevista para Agência Brasil e TV Brasil, os horrores de se trabalhar em um hospital da região.

“É sempre a mesma coisa: às 5h, bum, bam, bum (barulho de bombardeios) e, meia hora depois, os primeiros carros chegando, carros particulares, com pacientes moribundos, com pacientes muito graves e com casos não muito importantes, mas muitos pacientes chegando nas emergências sem qualquer triagem”, contou Pascal, que foi para Gaza como voluntário do PalMed France, ONG de médicos palestinos em países europeus.

Pacientes no chão do Hospital Europeu, em Khan Younis, na Faixa de Gaza - Pascal André/ ONG PalMed France

O infectologista relatou que é preciso escolher qual paciente atender diante da demanda, que é difícil dormir por causa do barulho dos drones, que a fome tem tirado a vida de muitas crianças, especialmente as recém-nascidas, que não há material nem mesmo para higiene, e que as equipes médicas estão exaustas.

“Você tem que escolher um paciente. Se ele não estiver muito bom, ele morrerá. Ou não é muito urgente, ele tem que esperar”, relatou o profissional, que gravou dezenas de depoimentos, trouxe imagens perturbadoras dos atendimentos e da desnutrição para denunciar na Europa.

Você ouve, o que talvez sejam combatentes, lá fora. Às vezes ouvíamos alguns pa pa pa (sons de tiros). Talvez dois minutos depois, os drones estavam lá, os tanques estavam lá, e se não bastasse, os F-16 (aviões de guerra) estavam lá.

Pascal André: A maioria dos médicos palestinos que conheci perderam entre 10 e 15 quilos. Todos eles nos explicam que é muito difícil encontrar comida. Mas o mais difícil está realmente no Norte. Mas mesmo no Sul, por exemplo, você pode ver algumas fotos muito impressionantes de pessoas passando fome.

SAIBA MAIS EM: https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-04/medico-relata-horror-vivido-em-hospital-de-gaza-desastre-humano - https://draft.blogger.com/blog/post/edit/3554695571008189645/5093212607765188011


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