Depois de 38 dias internado no hospital Gemelli, em Roma, o pontífice finalmente apareceu diante dos fieis na Praça de São Pedro, no Vaticano
A cena foi comovente. Depois de 38 dias internado no
hospital Gemelli, em Roma, e catorze dias depois da alta, no domingo 6, o Papa
Francisco finalmente apareceu diante dos fiéis na Praça de São Pedro no
vaticano. Estava numa cadeira de rodas e com cânulas nasais para respiração
assistida. “Bom domingo a todos, muito obrigado”, disse, de voz baixa e
ofegante. Depois, nas redes sociais, em comunicado oficial, deu um passo
adiante: “Convosco, queridos irmãos e irmãs doentes, neste momento da minha
vida, compartilho muito: a experiência da enfermidade, de me sentir frágil, de
depender dos outros em tantas coisas, de precisar de apoio”. Aos 88 anos —
depois de tratar uma pneumonia dupla, de ter feito uma transfusão sanguínea e
ser obrigado a controlar um quadro de insuficiência renal —, inicia uma nova
etapa do papado, em mensagem que não pode ser desdenhada: a Igreja Católica
será liderada, a partir de agora, por uma sumidade sofredora, em contraste
marcante com chefes de Estado que fazem da força física um atributo, como
Vladimir Putin e Javier Milei, e mesmo Donald Trump, que se vangloriou de ter
saído firme e forte de um atentado durante a campanha.
No período da Quaresma, antessala da Páscoa,
Francisco passou um poderoso recado: o da autoridade que abraça sua própria
fragilidade e vulnerabilidade. É aceno
a um dos pilares do catolicismo, o sofrimento como forma de reconhecer a
supremacia de Deus sobre todas as coisas.
Publicado em VEJA de 11 de abril de 2025, edição nº
2939
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/religiao/papa-francisco-a-mensagem-do-sofrimento/
/
Nenhum comentário:
Postar um comentário