domingo, 8 de março de 2020

A BAHIA E SEUS ENCANTOS 3 QUAIS SÃO OS 16 ORIXÁS?


A BAHIA E SEUS ENCANTOS 3                      QUAIS SÃO OS 16 ORIXÁS?
Theodiano Bastos

O candomblé possui cerca de 16 Orixás, desde que considerados também os chamados Ibeji, conhecidos como os Orixás infantis. (Dos 300 existentes na África Ocidental) as entidades cultuadas no candomblé e na umbanda – corresponde a um ou mais santos católicos. Universo povoado de entidades espirituais (ou guias) que entram em contato com os homens através de um iniciado ou médium que os incorpora, como no espiritismo. Cada um deles atua em sua própria simbologia, possuindo caraterísticas próprias, representações e ocupações; á eles também são atribuídos dias específicos da semana para os cultos nos terreiros. Ainda que seu número pareça fixo, até os dias atuais não foi possível enumerar todos os deuses e representações desta crença, podendo ser estipulado um número até mesmo superior a 400 entidades, se consideradas todas as tribos africanas praticantes.
Dá para explicar essa ligação contando um pouco da história do período colonial no Brasil. Naquela época, chegaram ao país os primeiros africanos de origem iorubá, um povo que ocupava a região onde hoje ficam Nigéria, Benin e Togo. A religião dos iorubás era o candomblé, mas eles aportaram no Brasil como escravos e não podiam cultuar suas divindades livremente – você sabe, a religião oficial do país era (e é) o catolicismo. Por causa dessa proibição, os escravos começaram a associar suas divindades com os santos católicos para exercerem sua fé disfarçadamente. Como os santos católicos são bem numerosos, existem divindades que são identificadas com mais de um santo. Por exemplo: Oxóssi, o rei da caça, é associado a São Jorge e a São Sebastião. “Essa relação com um ou outro santo depende da região do país, variando de acordo com a popularidade do santo no local”, diz o sociólogo Reginaldo Prandi, autor do livro Mitologia dos Orixás. Claro que a associação não é exata: ao contrário dos santos católicos, os orixás são entidades com virtudes e defeitos, e seus seguidores acreditam que eles conhecem o destino de cada um dos mortais. Bom, só faltou falar um pouquinho da relação dos orixás com a umbanda, uma religião genuinamente brasileira, surgida na década de 30 no Rio de Janeiro a partir da combinação de elementos do candomblé, do catolicismo e do espiritismo. Assim como o candomblé, a umbanda também cultua os orixás. Mas os umbandistas representam essas divindades com imagens diferentes, além de cultuarem outros três espíritos, o preto-velho, o caboclo e a pomba-gira. Mas nenhum deles aparece no candomblé
O primeiro dos Orixás do Candomblé tem a segunda feira como seu dia de celebração e, apesar de ser visto por muitos de fora do candomblé como uma entidade maléfica, ele na verdade é um mensageiro do Orixás, executando o que lhe é comandado, independente das consequência.


Outro Orixá celebrado durante as segundas-feiras com a saudação “Atotô!”, ele é a divindade da medicina, possui sincretismo às figuras de São Roque e São Lázaro e está sempre olhando pelos doentes.


Destinado à terça feira, esse é o orixá guerreiro representado por Santo Antônio em sincretismo com a Igreja Católica. Com a saudação “Ogunhê!” junto ao ato de curvar-se, ele simboliza a luta pela vida e a força física e espiritual. Ogum de Ronda é Santo Antônio da Barra na Bahia, onde também tem Ogum Apará.


Representado por São Bartolomeu no catolicismo, Oxumarê é o Orixá da riqueza e fortuna, sendo também conhecido como o ciclo da vida. Celebrado durante as terças-feiras, a saudação de sua chegada é “Arroboboi!”.


IROKO
Iroko é uma entidade pouco presente e tem sua manifestação restrita, sendo ela muito ligada a outro Orixá, Xangô. Representa o tempo e é ligado no catolicismo a São Pedro Nolasco, sendo celebrado na terça-feira sob a saudação “Iroko y Só! Eeró!”.


Representa a força natural feminina dos ventos e das tempestades, comemorando seu dia às quartas-feiras. Seu sincretismo na igreja católica é a figura de Santa Bárbara e tem como saudação o grito de guerra “Epahey Oyá”.


Esse orixá é uma figura muito popular mesmo entre os leigos do candomblé, representado na igreja católica pelo santo São Jerônimo, sob a personificação da justiça. Comemorado na quarta-feira, sua celebração tem um como grito de saudação “Kao Kabiesilê!”.


OBÁ
Essa é a representação de outra forma do poder dos ventos, através da senhora dos redemoinhos, sendo sua santa católica a famosa Joana d’Arc. Também celebrada em uma quarta-feira, a saudação de Obá é “Xiré Yá!”.


Representado por São Sebastião na Igreja Católica e também como São Jorge, tem seu dia na quinta-feira e sua saudação é “Okê aro!”. Oxóssi é o grande senhor das matas, protetor dos animais e seres que lá habitam, atuando também como o Orixá da caça.


LOGUN EDÉ
Filho de Oxum e Oxóssi, este é o famoso Orixá caçador e, justamente por isso, seu representante na igreja católica é o poderoso Santo Expedito. Sua saudação é dita “Olorikim!” e tem sua comemoração feita na quinta-feira.


OSSAIM
Representado por São Benedito na igreja católica, ele divide a quinta-feira com as celebrações de Oxóssi e Logun Edé, (o único orixá bissexual) sendo muito respeitado como o Orixá das plantas e saudado com “Ewê ô!”.


O maior e mais conhecido de todos os orixás do Candomblé, tem seu nome usado em diversas expressões populares. Sua saudação é o “Êpa Babá!” e representa sua fama na igreja católica através do Senhor do Bonfim. Devido a sua grande importância, Oxalá tem o dia de sexta-feira reservado somente para si.


Outro grande e conhecido Orixá, Oxum é o representante do amor, da maternidade e da fertilidade. Essa característica materna faz com que a divindade seja representada pela grande mão da igreja católica, Nossa Senhora Aparecida. Seu dia é o sábado e é saudada com o dizer “Ora yê yê ô!”.


A figura popular da grande deusa e senhora dos mares, Iemanjá é a mãe de todos e o espelho do mundo. Seu dia é celebrado aos sábados, junto a Oxum e através da Nossa Senhora da Conceição (ou também pela Virgem Maria, variando de acordo com a região de celebração). Sua saudação é “Odô iyá!”.


Um dos mais antigos Orixás do Candomblé e representada por Sant’Ana, Nanã é a deusa associada aos idosos, à maternidade e aos castigos como forma de educar, tendo seu dia celebrado às terças-feiras. Sua saudação se pronuncia “Salubá!”


IBEJI (ERÊS)
Aos domingos também pode ser celebrado o dia de Ibeji que, na verdade, são orixás crianças representados por São Cosme e São Damião. Dizem que são amigos de todas as crianças e, normalmente suas celebrações estão acossadas a presença de muitos doces brinquedos. São saudados por “Omi beijada! Beijiróó!”.

2 comentários:

  1. Algumas coisas quando acontecem nos deixam desanimados e despertam a vontade de parar a caminhada. Nossos olhos limitados não enxergam mais nada além do desânimo, fracasso e frustração.
    Mas a Palavra de Deus diz que devemos andar não pelo que vemos mas pelo que cremos.
    Você crê que Deus tem controle sobre absolutamente tudo?
    E que nada acontece sem que ele permita?
    Então continue marchando que Deus te dará estratégias para vencer essa batalha. Vânia Bastos, Feira de Santana /BA

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  2. MERCEDES LOPES COUTINHO, SALVADOR/BA
    AJAYÔ, PRIMO
    A saudação Ajayô, que se tornou popular entre os brasileiros, é exatamente isso: um tipo de saudação. Antes de ser usada por Carlinhos Brown no The Voice Kids, ela já era utilizada por milhares de pessoas no carnaval baiano. O termo se popularizou principalmente, graças ao bloco com origens afro chamado Filhos de Gandhy.
    A saudação Ajayô se popularizou desde que o cantor Carlinhos Brown passou a utilizá-la no programa The Voice Kids, da TV Globo. Pelo contexto em que Brown usa a expressão, é possível perceber que é um grito de alegria e positividade. Mas, você sabe o que realmente significa Ajoyô? Seria uma saudação a um orixá ou uma palavra ioruba? Trata-se de um termo muito conhecido no carnaval de Salvador.

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