sexta-feira, 6 de março de 2020

A BAHIA E SEUS ENCANTOS 2



A BAHIA E SEUS ENCANTOS 2
Theodiano Bastos
Saindo de Vitória para Salvador pela GOL e usando ônibus e taxis, em três dias, conheci cinco cidades, uma maratona. Como sinto fascínio pelo Farol da Barra, sempre fico hospedado na pousado O Ninho.

Sempre que vou a Salvador, visito a igreja de N. Sra. Da Conceição, na praça Cayru, ao lado do Elevador Lacerda ou a do Senhor do Bonfim, atravesso a praça, entro no Mercado Modelo e vou na Navegação Baiana para pegar o barco, atravessar a Bahia de Todos os Santos (e de quase todos os pecados) e desço em Mar Grande. Na volta peguei o barco à noite para Salvador, e revi uma cidade presépio.

Rodando de táxi, sempre fico ao lado do motorista e puxo conversa. O que me levou do Aeroporto para a pousada era um negro bem forte, que disse ter 53 anos e que tinha 6 filhos com 4 mulheres, mas nunca se casou. Disse que já foi traído, mas nunca tocou um dedo em nenhuma mulher e relatou o caso do de um colega branco de olhos verdes, muito mulherengo e esposa tolerava suas traições. Sua esposa era negra e tinha dois casais de filhos, todos com pele escura, cabelos lisos, com olhos verdes, lindos. Os colegas lhes davam conselhos mas ele retrucava dizendo: “Não adianta que morrer em cima de boceta” e assim foi. Havia um motel em Plataforma, subúrbio de Salvador, já condenado pela Defesa Civil por haver um barranco nos fundos, mas o Las Vegas continuou funcionando em Plataforma, subúrbio de Salvador e durante uma tempestade o motel foi soterrado e encontraram o colega transando com uma negra. Já outro colega não teve a mesma sorte. Ele também era mulherengo e um dia ela jogou uma panela de água fervendo na sua barriga e fugiu e nem a Polícia conseguiu encontrá-la. Ele ficou 45 dias no hospital e mas passou a viver numa cadeira de rodas e seu pênis ficou com menos de 3cm.

Já viagem de ônibus para Feira, sentava ao meu lado um mulato bem forte que disse morar em  Santo Estêvão e disse que tinha 10 filhos com 6 mulheres. e que nunca tinha se casado, mas que teve mais de 15 mulheres ou mais, pois nunca fez as contas, mas nunca encostou a mão em nenhuma. Que estava com a atual há mais de 10 anos, com um filho de 8 anos. Teve 8 filhos e uma duas filhas, todas bem casadas e os filhos prosperam na vida em São Paulo e na Bahia e um deles mandou para ele um carro quase novinho de presente e que se considerava um homem feliz. Mas sempre teve muito cuidado na escolha das mulheres, para não se embaraçar com uma mulher tomba homem ou barraqueira ou mulher mandona. Quando desconfio, escorrego e vou procurar outra
COISAS DA BAHIA    

RELATO DA VIAGEM
Feira de Santana, onde mora meus irmãos e outros membros da Família de meu pai, Ostiano (em Salvador moram os membros da Família de minha mãe Theodora)9.                              Segundo o IBGE tem mais de 600.000 habitantes e sua população e cresce mais 100 mil habitantes a cada 10 anos.
Feira, como comumente é apelidada, é a segunda cidade mais populosa do estado e primeira cidade do interior nordestino em população, ou seja, é a maior cidade do interior das regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sul do Brasil, e é também a sexta maior cidade do interior do país, e com uma população maior que oito capitais estaduais. Na Hierarquia urbana do Brasil, Feira de Santana é uma capital regional e sede da maior região metropolitana do interior nordestino. É a cidade-sede da Região Metropolitana de Feira de Santana e encontra-se a 108 quilômetros de Salvador.
Feira de Santana é o principal centro urbano, político, educacional, tecnológico, econômico, imobiliário, industrial, financeiro, administrativo, cultural e comercial do interior da Bahia e um dos principais do Nordeste, exercendo influência sobre centenas de municípios do estado. Além de maior, é também a principal e mais influente cidade do interior da região Nordeste. Feira de Santana foi a primeira cidade da América Latina a ter um plano diretor, eleita pela revista Exame a melhor cidade da Bahia para investimentos imobiliários, a sétima do Nordeste e a 44º do Brasil, por estudos da mesma revista, é considerada a décima cidade do país em infraestrutura urbana, por estudos da Editora 3 e revista Isto É, foi eleita a 5º melhor cidade grande do país por indicadores sociais e está entre as 50 melhores cidades do Brasil para se viver, e foi 
Pojuca, onde moramos e nasceram três irmãos. É um município da Região Metropolitana de Salvador com 39.519 habitantes e com menos de 2 anos me recordo que a babá se chamava Carminha e usando uma sobrinha me carregava no colo para ver as mulheres lavando roupas no rio Pojuca nos fundos das casas. Era um sábado quando a visitei e tinha uma feira enorme, ocupando três galpões e ruas adjacentes. A casa onde moramos era comércio.
Alagoinhas, onde nasci, tem uma população estimada em 152 mil habitantes e de taxi conheci seus locais mais interessantes, inclusive a igreja onde fui batizado. .
Candeias, onde moramos e minha mãe foi sepultada aos 39 anos de doença de Chagas, deixando 7 filhos. A casa onde moramos agora era um banco. Eu tinha 11 anos e meu irmão mais novo com apenas 8 meses. Candeias tem mais de 86 mil habitantes, é o décimo primeiro maior PIB do estado da Bahia, suas maiores atividades econômicas giram em torno de um consolidado parque industrial, um dos mais importantes portos do Brasil, o Porto de Aratu, além de fazer parte do Centro Industrial de Aratu, e estar próxima a segunda maior refinaria do país, a Refinaria Landulfo Alves - Mataripe (RLAM). Em 1941, de Candeias saiu o primeiro poço comercial de Petróleo do Brasil. A festa religiosa de Nossa Senhora das Candeias, que tem seu ponto alto no dia 2 de fevereiro, atrai milhares de fiéis todos os anos, regado a muita oração, alegria e animação. Cheguei a contar 110 caminhões paus de arara com romeiros
Dentre os atrativos culturais, destaque para as construções seculares, palco de fé e religiosidade, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias, o Engenho Freguesia e a própria Fonte Milagrosa de Nossa Senhora das Candeias. Uma cidade rica de povo pobre.

São Francisco do Conde com 40 mil habitantes, localizado na Região Metropolitana de Salvador, é um recanto de belezas, história e muita cultura, terceiro município do Recôncavo baiano, guarda um grande patrimônio do Brasil Colonial. A cidade é rica em sobrados, igrejas e engenhos, construídos durante a administração portuguesa no país. A arquitetura imponente é um convite para um passeio ao século XVI, relembrando e mantendo viva uma parte importante da história do Brasil. Possui seis capelas, duas igrejas e dois conventos. Engenhos para a produção de açúcar que existiam: do Meio, Engenho São Gonçalo, Lapa Cabana, São Paulo e Mataripe, o maior deles, onde tinha até uma igreja e sobrado. A cidade cresceu ao lado de uma grande igreja e um convento com palmeiras imperiais na frente, construído em 1698.

Uma cidade rica de povo pobre. Tem um elevado PIB por conta da refinaria de Mataripe, mas grande pobreza, com bairros sem água encanada sinal de roubalheira As palmeiras imperiais, símbolo da administração portuguesa, estão por toda parte, as construções coloniais são majestosas e conservam a memória da região. Os Tupinambás, os Caetés e Negros se misturavam e era grande a produção da cana de açúcar. Tem inúmeras igrejas dos séculos XVIII e XIX e um casario colonial e um lindo portal na entrada da cidade, mas não tem praia apesar de estar ao lado do Mar. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A celebração, de organização da Diocese de Camaçari, Paróquia de São Gonçalo – São Francisco do Conde, ocorrerá de 30 de agosto a 08 de setembro. A Igreja do Socorro, distante 8km de Candeias, mas aos 13 anos participei sozinho, sem nenhum conhecido, da romaria que saía pela madrugada e se andava no meio da lama levando os sapatos amarrados pelo cadarço pendurado no pescoço e ao chegar se lavava os pés para calcá-los.  
Minha Família materna nasceu em São Francisco do Conde  os avós Silvestre Nominando Lopes e Maria da Silva Lopes foram sepultados no cemitério da igreja do Socorro.  
A SAGA DE SILVESTRE NOMINANDO LOPES
O Conselheiro LUIZ VIANA foi dono do Engenho de Mataripe  e tinha como  seu capataz, administrador na época, o  meu avô materno SILVESTRE NOMINANDO LOPES, conhecido como Veveco, um cafuzo, filho de negro com índia Tupinambá, com mais de 1,80m de altura, muito forte e fama de homem destemido, de sangue no olho e que foi casado com Maria da Silva Lopes, com quem teve 21 filhos, sobrevivendo 17.
 “Imperava em São Francisco do Conde naquela época uma política porca e violenta. Tinha um chefe político chamado Gabriel que tinha costume de mandar pegar os desafetos, colocar um funil no ânus e encher a barriga do infeliz com água e sal grosso para desmoralizar o infeliz, que ficava com cólica violenta diarreia por alguns dias”. Certa vez um compadre de papai se refugiou lá em casa para não sofrer a violência e seu Veveco mandou recado para o Gabriel que a pessoa estava em sua casa e que viesse pegá-lo. Ele tinha fama de homem que “tinha sangue no olho”, valente e também era da confiança do dono do engenho que morava em Paris.
Claro que o mandachuva não foi, ficou desmoralizado, mas trabalhou junto aos chefes em Salvador até que ele foi destituído, perseguido e sem receber nenhum direito, nenhuma indenização do tempo que gerenciou o engenho e tantos lucros deu para o proprietário, morreu pobre, de desgosto. Era assim o Brasil daquela época... O chefe político agia coordenado com o Vicente Porciúncula de Vila de São Francisco do Conde e tinha muito prestígio com os poderosos em Salvador. E por isso toda a família foi morar numa favela em Salvador.




6 comentários:

  1. Uma verdadeira aula de história da nossa Bahia. Bom dia Célia, Salvador/BA

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  2. Mercedes Lopes Coutinho, Salvador/BA: A Bahia sempre será a Bahia para os que estão e para os que visitam

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  3. Vânia, Feira de Santana/BA:É sempre uma aventura retornar as origens...
    [09:40, 07/03/2020] +55 75 9151-2266: Uma grande curva de aprendizagem e, nesse caso, não só pra ti como observador direto...vivendo essas experiências, como para os seus leitores

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  4. Luis Fernando

    Belo, relato, Theo. Deu até vontade de viajar...

    Grande abraço!

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  5. Rubens Pontes: O Sol nasceu prá todos, mas a sombra é pra quem merece.
    Vocês merecem..

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  6. kalergis:

    Recordar o passado, é viver o presente

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