Até 30 mil reais para quem
entregar bandido no Ceará
O ANTAGONISTA 14.01.19
O governador do Ceará, Camilo
Santana, assinou hoje o decreto que regulamenta o pagamento da
recompensa a quem fornecer informações que resultem na prisão de bandidos
ou evitem ataques criminosos no estado.
A chamada Lei da Recompensa prevê
pagamentos entre 1 mil reais e 30 mil reais.
“O dinheiro será pago a quem
prestar informações que ajudem as autoridades a esclarecer crimes ou a evitar a
consumação de delitos, bem como a localizar procurados pelos órgãos de
segurança pública e a identificar e localizar bens móveis ou imóveis pertencentes
a membros de organizações criminosas. O governo cearense diz que garantirá o
anonimato de quem fornecer informações e receber a recompensa”, noticia a
Agência Brasil.
5 toneladas de explosivos são apreendidas no bairro Jangurussu neste sábado e 5 suspeitos são capturados.
Nesta semana, a Polícia também encontrou 7 mil
litros de combustível escondidos em depósito clandestino no mesmo bairro
Sacos de explosivos foram guardados empilhados no
terreno. Quantidade passa de cinco toneladas (Foto: WhatsApp O POVO)
Em busca de suspeitos que participavam dos ataques
nos últimos dias em Fortaleza, policiais encontraram cerca de cinco toneladas
de explosivos em um terreno próximo à casa dos procurados. A apreensão dos
materiais ocorreu na manhã deste sábado, 12. A suspeita das fontes ligadas à
Polícia Civil é de que
a
carga seria a mesma que foi roubada em 20 de dezembro, na BR-116, perto do
município de Aquiraz, litoral do Ceará. Chega
a 330 o número de detidos por participação em ataques no Ceará
194: Este é o número de ataques registrados até
agora no Ceará devido à onda de violência que começou na madrugada de 3 de
janeiro. Incêndios em ônibus e caminhões e explosões em estruturas de viadutos
e pontes são algumas das ações criminosas.
Criminosos recrutam adolescentes no Ceará
O crime organizado recruta adolescentes para realizar atentados no Ceará.
Diz o
UOL: “Por meio de pagamentos de até R$ 1.000 ou forçados mediante ameaças,
adolescentes da Grande Fortaleza estão sendo recrutados por facções criminosas
para realizar os atentados que já duram 11 dias no Ceará.Até a manhã da última sexta-feira, 110 das 309 pessoas identificadas em ataques eram menores de 18 anos, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.”
Bolsonaro menciona situação no Ceará e defende classificar ações de criminosos como terrorismo
O presidente
Jair Bolsonaro defendeu, em publicação no Twitter, endurecer a
legislação penal contra atos como incêndio ou depredação de bens,
classificando-os como terrorismo. Fazendo menção à situação
no Ceará, onde facções criminosas têm levado a cabo ações como detonação
de explosivos em pontes e torres de transmissão em uma onda de ataques que já
dura mais de dez dias, Bolsonaro defendeu ainda um projeto de lei que, segundo
críticos, pode criminalizar movimentos sociais.
“Ao criminoso não interessa o
partido desse ou daquele governador. Hoje ele age no Ceará, amanhã em SP, RS ou
GO. Suas ações, como incendiar, explodir, … bens públicos ou privados, devem
ser tipificados como TERRORISMO. O PLS 272/2016 do Sen. Lasier Martins é
louvável”, escreveu o presidente na manhã deste sábado.
O POVO Online apurou que cinco pessoas foram
detidas durante a operação. Além disso, foram apreendidas munição de calibre 12
e um carregador de pistola. Os materiais encontrados no local estariam sendo
utilizados nas explosões que vem acontecendo em Fortaleza e em outras cidades
do Estado desde a quarta-feira, 2.
Também no Jangurussu, policiais encontraram um
depósito clandestino com sete mil litros de combustível, na última
quarta-feira, 9. O local serviu como centro de distribuição dos materiais para
pessoas responsáveis pelos ataques a ônibus, prédios e equipamentos públicos e
privados. Até a manhã deste sábado, cerca de 330 pessoas foram presas por
participação nos atos criminosos. Completando 11 dias, a onda de violência no
Ceará registra mais de 190 ataques.
O POVO Online apurou que cinco pessoas foram
detidas durante a operação. Além disso, foram apreendidas munição de calibre 12
e um carregador de pistola. Os materiais encontrados no local estariam sendo
utilizados nas explosões que vem acontecendo em Fortaleza e em outras cidades
do Estado desde a quarta-feira, 2.
Também no Jangurussu, policiais encontraram um
depósito clandestino com sete mil litros de combustível, na última
quarta-feira, 9. O local serviu como centro de distribuição dos materiais para
pessoas responsáveis pelos ataques a ônibus, prédios e equipamentos públicos e
privados. Até a manhã deste sábado, cerca de 330 pessoas foram presas por
participação nos atos criminosos. Completando 11 dias, a onda de violência no
Ceará registra mais de 190 ataques.
11º dia de ataques no CE: Polícia prende suspeitos
de explodirem concessionária em Fortaleza
Após prisões, policiais buscam criminosos que
derrubaram torre de transmissão de energia. Ataques fazem parte de série de
crimes ordenados por chefes de facções. Por G1 CE 12/01/2019
Governador
do Ceará quer dar recompensas por informações sobre envolvidos em ataques
Policiais
prenderam na manhã deste sábado (12) três suspeitos de arremessar artefatos
explosivos e danificar vários veículos em uma concessionária em Fortaleza. O
ataque ocorreu em meio à onda
de violência que dura onze dias no Ceará, com mais de 190 ações criminosas coordenadas
por chefes de facções. Com a prisão dos três suspeitos, chegou a 330 o número
de detidos por envolvimento na sequência de ataques.
De acordo
com o secretário da Segurança do Ceará, André Costa, dois homens foram baleados
durante troca de tiros com policiais. Após as prisões, a Polícia Militar, que
recebe apoio da Força Nacional para tentar conter a violência no estado,
reforçou as buscas pelos autores da destruição
de uma torre de energia em Maracanaú, na Grande Fortaleza, durante a
madrugada deste sábado.
Em nota,
o Ministério de Minas e Energia informou que foi feito o desligamento
automático da linha de transmissão que liga Fortaleza ao Porto de Pecém devido
à queda torre. Ainda segundo o ministério, foi acionado o despacho momentâneo
de geração térmica adicional, o que impediu a falta de energia para os consumidores.
"O
MME informa ainda que, em conjunto com o ONS e em contato com a distribuidora
de energia local e órgãos de segurança pública federal, estadual e municipal,
permanecerá monitorando e adotará todas as medidas para o restabelecimento da
normalidade do sistema elétrico", afirma a pasta, em nota.
A onda de
violência no estado chegou ao 11º dia seguido com 194
ataques confirmados em 43 municípios. Desde o início da sequência de
crimes, 35
membros de facções criminosas foram transferidos para presídios federais,
de acordo com o Ministério da Justiça.
Criminosos
derrubaram torre de energia em meio à onda de ataques no Ceará
Membros
de facções rivais se uniram contra o governo após o secretário da
Administração Penitenciária do Ceará, Mauro Albuquerque, anunciar mais rigor na
fiscalização dos presídios.
Mauro
Albuqurque, ao assumir o cargo criado em 1º de janeiro deste ano, prometeu acabar
com a entrada de celulares nas prisões e com a divisão de presos segundo a
facção à qual pertencem. Os ataques são uma tentativa de fazer com que o
estado recue.
O
governador do Ceará, Camilo
Santana, afirmou nesta sexta-feira (11) que "não há recuo".
Ações do
estado contra a violência
Policiais
militares fazem a segurança dentro dos ônibus em Fortaleza após série de
ataques — Foto: Sistema Verdes Mares
Camilo
Santana também destacou que vai apresentar um projeto
de lei que beneficia pessoas que denunciarem autores de ataques violentos
no estado. O projeto será votado neste sábado, em uma sessão extraordinária,
durante o recesso parlamentar.
A Lei da
Recompensa prevê pagamento em dinheiro por informações repassadas pela
população à polícia e que resultem na prevenção de atos criminosos e prisão de
bandidos envolvidos nas ações.
O
governador anunciou também um pacote de medidas contra os ataques, que incluem
a convocação de policiais da reserva e a autorização de pagamento de hora extra
além do que é permitido atualmente. Para efetivar as mudanças, é preciso de
aprovação na Assembleia Legislativa, onde o governador tem ampla maioria do
apoio.
Entenda
o que está acontecendo no Ceará
- O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.
- O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.
- Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior ao longo da semana.
- O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.
- A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções frequentes no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.
- Onda de violência afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair.
Explosão
destruiu torre de distribuição de energia em Maracanaú, na Grande Fortaleza
Ceará
sofre com onda de ataques coordenados por chefes de facções criminosas —Fontes:
https://www.opovo.com.br/ 12/01/19 E http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
12/01/19
Jornal El País: VIOLÊNCIA NO CEARÁ
“Uma semana de terror e medo em uma Fortaleza refém das facções
Mesmo com a chegada de homens da Força Nacional, onda de atentados muda rotina no Ceará.
Transporte escasso, falta de coleta de lixo e ataques a viadutos mantêm a população em pânico
Na capital, o transporte público funciona precariamente. O sistema de trens, ônibus e vans no qual se locomove 40% da população é o mais afetado pelos incêndios criminosos. Algumas rotas deixaram de ser feitas ou acontecem apenas pela metade por conta das ameaças que motoristas e passageiros recebem de bandidos no meio da rua —já são inúmeros os relatos de pessoas que tiveram de deixar os veículos em que viajavam por ordem de algum criminoso. Com isso, todos os sete terminais de integração estão superlotados e a espera por linhas que habitualmente rodam a cada dez minutos ultrapassa duas horas. Quando deixam as plataformas, os veículos só saem em comboio e com policiais a bordo. Na Região Metropolitana, há casos de itinerários cuja oferta foi retirada de circulação cinco horas antes do normal. E, aproveitando-se da alta demanda, os aplicativos particulares chegam a praticar preços quase cinco vezes acima do normal.
"A gente fica refém dessa espera. Não tem o que se fazer porque quem é que vai pagar 100 reais numa corrida de Uber? O jeito é esperar e ainda pegar um ônibus entupido de gente. Naturalmente já é ruim, mas agora está horrível", resume a cuidadora de idosos Érica Dantas.
Feita por uma empresa privada, a coleta de lixo de Fortaleza também está prejudicada. Após um caminhão ser incendiado por supostos integrantes de facções, o serviço foi suspenso. Algumas localidades passaram cinco dias sem nenhum tipo de recolhimento de resíduos e a Prefeitura estima que o serviço só será normalizado em dez dias. Enquanto isso, ruas e avenidas acumulam montanhas de lixo e entulho. Para tentar amenizar a situação, uma operação extra de coleta será executada. Mas só ocorrerá com escolta policial.
O Sindicado dos Médicos do Ceará (Simec) também recomendou aos profissionais dos postos que não compareçam às unidades enquanto a onda de atentados prosseguir. A administração municipal de Fortaleza, no entanto, garante que quem não der expediente terá o ponto cortado e a falta será descontada no salário. Em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, o Hospital Municipal Abelardo Gadelha da Rocha, maior equipamento de saúde da cidade (cuja população é 90% usuária do SUS), recebeu ordem de integrantes de facções para fechar as portas. O mensageiro da ameaça, um adolescente de 13 anos, foi apreendido e o prédio manteve os atendimentos, mas quase 80% menores do que em dias comuns. "De 100 consultas marcadas, 20 pessoas estão comparecendo. Está todo mundo apavorado", revela uma servidora.
O município de Caucaia é, junto a Fortaleza, um dos mais afetados. Registrou incêndios em uma creche e em um carro da Prefeitura, luminárias e equipamentos de trânsito foram depredados em várias regiões da cidade, deixando trechos sem iluminação pública e com o trânsito caótico. E um prédio dos Correios foi atacado —a empresa anunciou que encomendas não serão mais entregues enquanto a situação não for normalizada; destinatários precisam retirá-las nas próprias agências.
Em todo o Estado, funcionários estão sendo dispensados mais cedo ou diante de qualquer vestígio de ataque. Há o temor de prédios oficiais e patrimônios particulares serem atacados por bandidos, a exemplo do ocorrido com um instrutor de autoescola, que teve o carro incendiado enquanto dava aula. Ele não conseguiu sair do veículo em chamas e está internado em estado grave.
Difícil normalização
Até o momento, não há qualquer indício de que a situação chegará ao fim em breve. O governador Camilo Santana (PT) garante que não vai recuar de suas mudanças nos presídios. Vinte e um líderes de facções já foram retirados do Ceará fruto de um acordo entre Estado e Justiça. Hoje com quase 30.000 detentos, mais da metade em regime provisório, a população carcerária cearense é uma pedra no sapato estatal. Praticamente dobrou em seis anos, junto ao aumento geométrico dos índices de criminalidade. É dos presídios a origem de boa parte das ordens de assassinatos que fizeram de Fortaleza em 2018 a segunda cidade mais violenta do Brasil e a sétima mais perigosa do mundo. Há anos, eles são divididos por grupos criminosos que cooptam novatos e comandam a violência nas ruas. Agora, pela primeira vez, o Estado —na figura do recém-empossado secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque —bate de frente com o crime organizado e diz com todas as letras não reconhecer as facções.Segundo Santana, "a repressão aos criminosos vai continuar", mas a situação não foi amenizada nem com a chegada de cem policiais militares enviados como reforço pelo Governo da Bahia, com a convocação às pressas de agentes de segurança aprovados em concurso ou com a chegada das tropas federais. "Já determinei à cúpula da segurança que empregue todos os esforços necessários. Lideranças criminosas estão sendo identificadas e as transferências para presídios federais estão em curso. Não haverá tolerância com o crime", assegurou o petista em nota publicada no Facebook, meio que tem utilizado com mais frequência para se comunicar com a população durante a crise.
Governador reeleito em primeiro turno em outubro, com o maior percentual de votos do Brasil, ele enfrenta um desafio político neste começo de segundo mandato para superar a crise na segurança: precisa estabelecer um diálogo com a gestão ultradireitista de Jair Bolsonaro (PSL) e do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública).
Ambos são desafetos declarados do Partido dos Trabalhadores, legenda a qual Camilo pertence e a quem dirige duras críticas por, segundo o Governador, não ter discutido o problema da segurança pública de forma adequada nem nas eleições presidenciais nem durante as gestões dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. "O Brasil foi dominado por facções criminosas por omissão dos governos. Até o governo que foi presidido pelo meu partido foi omisso", admitiu nesta quarta-feira, em entrevista à BandNews. Apesar de o Governo afirmar que investiu 1,8 bilhão só em segurança pública entre 2015 e 2018, o Estado sofre há anos com a escalada da criminalidade e com a execução de estratégias criticadas por especialistas.
Ainda não se sabe até quando os homens da Força Nacional permanecerão no Ceará ou se o Governo do Estado solicitará ainda mais reforço ao contingente policial que já está nas ruas. Mas a situação do Ceará escancara agora o desafio que se impõe ao desenho, ainda pouco claro, da Segurança Pública na gestão Bolsonaro. Há, agora, o temor de que a onda de ameaças das facções se espalhe por outros Estados brasileiros, cada vez mais reféns dos grupos criminosos.
Defensoria
monta força-tarefa para seguir prisões
A apreciação dos casos, onde o juiz decide se o
detento permanece preso ou é solto mediante aplicação de alguma medida
cautelar, acontece na 17ª Vara Criminal de Fortaleza. “É muito precoce dizer
que essas pessoas têm de fato envolvimento com esses atentados. Cabe ao juiz
averiguar ou não a autoria e a materialidade da prática do crime”, pondera o
defensor público Delano Benevides de Medeiros Filho, do Núcleo de Assistência
ao Preso Provisório e Vítima de Violência (Nuapp).
Para acompanhar o processo, a Defensoria Pública
do Estado do Ceará montou uma força-tarefa. Três defensores participam das
audiências, que acontecerão até sexta-feira. “A gente tem que ter muito cuidado
para não cair no erro da generalização e tratar todo e qualquer delito como
algo relacionado aos ataques. Esse é um momento em que todas as instituições
têm que ter muita prudência. A generalização só vai aumentar a impunidade”,
acrescenta o defensor.
Além de participar das audiências, a Defensoria
está fazendo inspeções em todos os estabelecimentos prisionais do Ceará para
avaliar em que situações eles se encontram. “Estamos acompanhando de perto esse
movimento do Governo. Como o Governo vai reorganizar o sistema prisional não
cabe à Defensoria. Essa é uma política exclusiva dele. Mas nós vamos
fiscalizar. Já temos um canal com o secretário e a defensora-geral [Mariana
Lobo, ex-secretária estadual de Justiça e Cidadania, pasta que geria até ano
passado as penitenciárias do Ceará] vai se reunir com ele”, revelou o defensor.”
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/09/
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