Brasília assistiu, nas últimas semanas, a vários episódios de crimes violentos envolvendo adolescentes como autores -
Por THEODIANO BASTOS
Adolescentes encontram no mundo do crime uma forma de
pertencimento a um status de poder. Usam da façanha para ganhar projeção, e
demostram imaturidade ao ignorar que podem ser presos ou mortos
O relógio marca 17h, próximo ao sino que anuncia o
fim das aulas. A essa altura, a Praça da Juventude, no Paranoá, começa a encher de jovens. Boa parte veste roupa
de futebol, usa chuteiras e fones de ouvido. Outros chegam de bicicleta, com
cigarro aceso e se encostam nas grades do campo. Entre risadas e gírias, o
grupo de adolescentes ainda aparenta sinais da infância: são crianças
crescidas. Nesse território de suposta ingenuidade, onde a educação e a cultura
são precárias, mas o desejo de alcançar poder é forte, vários deles acabam
pescados pelo crime.
Neste mês, Brasília assistiu a uma explosão de
episódios violentos em que menores de idade figuraram como autores. Num
deles, Isaac Augusto de Brito Vilhena, 16 anos, foi esfaqueado e morto
durante um assalto na 112 Sul, em 17 de outubro. O crime foi cometido por
três menores. Cinco dias antes, o policial penal Henrique André Venturini, 45,
foi morto durante uma corrida de aplicativo no Riacho Fundo II. As
investigações apontam que o agente reagiu à abordagem de um jovem e dois
adolescentes, e disparou acidentalmente em si, na tentativa de acertá-los.
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