Por THEODIANO BASTOS
Dizer que se
tem 200, 300 ou 500 “amigos” no Facebook é pura ilusão
A "epidemia de solidão" refere-se
ao crescente fenômeno de pessoas que vivenciam um sentimento constante de
isolamento social e desconexão emocional, mesmo em ambientes com muitas
interações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a solidão uma
ameaça à saúde pública e criou uma comissão internacional para promover
soluções para o problema, pois
estudos revelam que, além do impacto mental, a sensação de estar só está
associada a doenças cardiovasculares, metabólicas e à mortalidade precoce
'Há uma epidemia de solidão porque não
nos atrevemos a passar tempo com os outros sem fazer nada'
Em maio de 2023, o cirurgião-geral dos Estados Unidos
divulgou um relatório sobre uma epidemia que cresceu silenciosamente no país
durante décadas.
Vivek Murthy declarou que os americanos se sentem
solitários, muito mais do que o habitual, e isso representa uma ameaça ao
bem-estar físico e emocional, além de ser um enorme problema de saúde pública.
"O impacto na mortalidade de estar socialmente
desconectado é semelhante ao de fumar 15 cigarros por dia", comparou o
médico, que tem como função ser o principal porta-voz dos problemas de saúde do
país e também dirigir um corpo de médicos do Exército norte-americano.
Vários estudos apoiam as conclusões de Murthy, embora
os resultados ainda sofram variações.
O mesmo documento partilhado pelo médico aponta que,
de 2003 a 2020, o isolamento social médio entre os cidadãos cresceu de 142
horas mensais para 166, o que representa um aumento de 24 horas na média.
Os mais afetados por esta tendência são os jovens,
cujo tempo com os amigos foi reduzido em 70% nas últimas duas décadas.
Já a seguradora Cigna, num levantamento independente
publicado em 2020, indica que três em cada cinco americanos "estão
sozinhos".
O problema não diz respeito apenas aos EUA. Outras
regiões do mundo, como a América Latina, também são afetadas pela solidão. Uma
pesquisa realizada pela consultoria Ipsos em 2020, em que a empresa escolheu
aleatoriamente cinco países latino-americanos nos quais entrevistou mais de 15
mil pessoas, revelou que, no
Brasil, 36% dos entrevistados disseram se sentir sozinhos. No Peru, a taxa
ficou em 32%.
Na sequência
do ranking, aparecem Chile (30%), México (25%) e Argentina (25%).
A situação, que pode ser arrasadora,
está associada a um "risco aumentado de doenças cardiovasculares,
demência, acidente vascular cerebral (AVC), depressão, ansiedade e morte
prematura", afirmou Murthy.
Embora os especialistas afirmem que a pandemia de
covid-19 teve um enorme impacto no sentimento de solidão, devido ao isolamento
social, o fenômeno começou muito antes e está relacionado ao desenvolvimento da
tecnologia. Essa é a visão de Sheila Liming, professora do Champlain College,
em Vermont, Estados Unidos.
SAIBA MAIS EM: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cl7x1w17q1vo
-https://www.google.com/search?q=epidemia+de+solid%C3%A3o&oq=epidemia+de+solid%C3%A3o&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyCQgAEEUYORiABDIHCAEQABiABDIHCAIQABiABDIICAMQABgWGB4yCggEEAAYgAQYogQyBwgFEAAY7wUyBggGEEUYPTIGCAcQRRg90gEJMTM3MDBqMGo3qAIAsAIA&sourceid=chrome&ie=UTF-8
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