Por THEODIANO BASTOS
É preciso asfixiar o
sistema, diz Gonet sobre combate ao crime organizado
Gaeco Nacional contra crime
organizado
“É onde entra a importância do Coaf [Conselho
de Controle de Atividades Financeiras]. Ele recebe comunicações, emite
relatórios de inteligência financeira, que são encaminhados ao MP. Esses
documentos são essenciais para tomada de decisões imediatas, como bloqueio de
contas e abertura de processos investigativos”, explicou.
Segundo o estudo “Lavagem de dinheiro e
enfrentamento ao crime organizado no Brasil: reflexões sobre o Coaf em
perspectiva comparada”, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e
o Instituto Esfera, o número de operações suspeitas comunicadas ao Coaf
aumentou 766,6% em nove anos. Em 2015, foram registrados 296.183 alertas. Em
2024, esse número já passava de 2.566.713
As Comunicações de Operações em Espécie
também tiveram crescimento exponencial, de 353,6%. Passou de 1.085.986 em 2015
para 4.926.013 em 2024.
A
mesma proporção
se vê
no número
de RIFs (Relatórios
de Inteligência
Financeira): subiu de 4.304 em 2015 para 18.762 em 2024.
Procurador-Geral da República diz que travar o
capital acaba com a multiplicação de dinheiro que serve para retroalimentar o
crime
O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, afirmou
nesta quarta-feira (25) que o MPF (Ministério Público Federal) tem como meta
asfixiar o crime organizado por meio de medidas que afetem o poder econômico
desses grupos.
“Isso [o combate ao crime] será eficaz se asfixiar o
sistema. Essas organizações objetivam apenas o lucro maléfico”, durante
seminário da Esfera Brasil promovido para discutir o crime organizado no país.
Para Gonet, travar o capital acaba com a
multiplicação de dinheiro que serve para retroalimentar o crime.
PGR defende nova estratégia e lança Gaeco Nacional contra crime organizado
O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco,
defendeu uma nova estratégia, mais moderna de combate ao crime organizado, ao
participar da abertura do seminário Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de
Dinheiro: Novos Mecanismos da Cooperação Internacional, na sede da
Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Promovido em parceria com a
Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) e com o apoio do
Programa El Paccto, da União Europeia, o evento marca o início dos trabalhos do
Grupo Nacional de Apoio ao Enfrentamento do Crime Organizado do Ministério
Público Federal (MPF), o Gaeco Nacional.
"O combate à criminalidade, hoje, não pode usar
os métodos que eram empregados para combater o crime de esquina das ruas
brasileiras de alguns anos atrás", frisou Gonet. Ele destacou a urgência
de fortalecer a atuação conjunta entre países para enfrentar as organizações
criminosas transnacionais. Também presente à mesa de abertura, o
vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, idealizador da
medida, destacou a criação do Gaeco Nacional como uma das principais
iniciativas do MPF para enfrentar o crime organizado com mais eficácia e
alcance. "A atuação de procuradores da República limitada territorialmente
tornou-se obsoleta diante da estrutura atual das organizações criminosas, que
operam para além das fronteiras nacionais, utilizando redes sofisticadas,
criptoativos, comunicação criptografada e corrupção institucional",
afirmou.
Delegação ao CNJ Três desembargadores do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios
SAIBA MAIS EM: https://www.correiobraziliense.com.br/direito-e-justica/2025/06/7183298-pgr-defende-nova-estrategia-e-lanca-gaeco-nacional-contra-crime-organizado.html
E https://www.cnnbrasil.com.br/politica/e-preciso-asfixiar-o-sistema-diz-gonet-sobre-combate-ao-crime-organizado/