sábado, 7 de setembro de 2019

BAHIA, A SAGA DE SILVESTRE NOMINANDO LOPES LUIZ VIANA:: UM GOVERNADOR INJUSTO E CRUEL

A SAGA DE SILVESTRE NOMINANDO LOPES

Por Theodiano Bastos*   
Luís Viana, nascido em Casa Nova30 de novembro de 1846 —e faleceu dentro de um navio no  Oceano Atlântico, em 6 de julho de 1920) Filho de José Manuel Viana e Inês Ribeiro Viana, diplomou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife em ano 1870. Foi nomeado promotor de Justiça em Xique-XiqueEm 1881 foi transferido para Santa Cristina do Pinhal, depois para Viamão, no Rio Grande do Sul, retornando pouco tempo depois à Bahia, na função de juiz, em Mata de São João, e depois na capital, onde chegou a ser Conselheiro (atual Desembargador) do Tribunal de Apelação, do qual foi Presidente.
Na política participou da constituinte estadual republicana, como Senador Provincial, presidindo a casa. Foi eleito governador, e depois afastou-se da vida pública, à qual retornou em 1911, elegendo-se Senador da República, em 1911. Constitui-se um caso raro de personalidade que exerceu os três poderes, em graus variados: Judiciário, Legislativo e Executivo.[carece de fontes]
Foi pai do também governador da Bahia, Luís Viana Filho. Morreu a bordo do navio "Limburgia", em viagem à Europa.
Conselheiro Luís Viana
Luís Viana herdou do seu antecessor a administração daquele que hoje é considerado um grande acontecimento que o Estado já presenciou em nossa História: a Guerra de Canudos, onde, a partir deste desastroso episódio fratricida, grandes lições foram colhidas, principalmente a necessidade da integração do interior do nosso País e da reformulação da doutrina militar terrestre.
Entretanto, as forças estaduais - assim como as primeiras federais enviadas para combater Antônio Conselheiro - foram fragorosamente derrotadas. Por conta deste insucesso, a imprensa local chegou a acusar o governador de monarquista - o que agravava ainda mais a necessidade de resposta dos poderes públicos, ao suposto levante civil sertanejo. Fonte: https://pt.wikipedia.org/
A SAGA DE SILVESTRE NOMINANDO LOPES
São Francisco do Conde é recanto de belezas, história e muita cultura, terceiro município do Recôncavo baiano, guarda um grande patrimônio do Brasil Colonial. A cidade é rica em sobrados, igrejas e engenhos, construídos durante a administração portuguesa no país. A arquitetura imponente é um convite para um passeio ao século XVI, relembrando e mantendo viva uma parte importante da história do Brasil, onde fica a Refinaria de Mataripe. Possui seis capelas, duas igrejas e dois conventos. Engenhos que existiram: do Meio, Engenho S. Gonçalo, Lapa Cabana, Mataripe, S. Paulo, ...
Através da Central de Informação do Registro Civil – CRC NACIONAL e da Associação Nacional dos  Registrados de Pessoas Naturais do Brasil – ARPEN - BR, chegamos ao Cartório de São Francisco do Conde e pagando R$ 74,76 de custas consegui a certidão de óbito de Silvestre Nominando Lopes dando como falecido em 26/07/1930, tendo como declarante seu filho mais velho Manoel da Luz Lopes e que foi sepultado em Mataripe/Ba e mais nada e assim não conseguimos saber sua data de nascimento e com quantos anos faleceu e descobrimos que LUIZ VIANA foi dono do Engenho de Mataripe/Ba e tinha como  seu capataz, administrador na época, o  meu avô materno SILVESTRE NOMINANDO LOPES, conhecido como Veveco, um cafuzo, filho de negro com índia Tupinambá, com mais de 1,80m de altura, muito forte e fama de homem destemido, de sangue no olho e que foi casado com Maria da Silva Lopes, com quem teve 21 filhos, sobrevivendo 17.
 “Imperava em São Francisco do Conde naquela época uma política porca e violenta. Tinha um chefe político chamado Gabriel que tinha costume de mandar pegar os desafetos, colocar um funil no ânus e encher a barriga do infeliz com água e sal grosso para desmoralizar o infeliz, que ficava com cólicas e violenta diarreia por alguns dias”. Certa vez um compadre de papai se refugiou lá em casa para não sofrer a violência e seu Veveco mandou recado para o Gabriel que a pessoa estava em sua casa e que viesse pegá-lo. Ele tinha fama de homem que “tinha sangue no olho”, valente e também era da confiança do dono do engenho que morava em Paris. 

Claro que o mandachuva não foi, ficou desmoralizado, mas trabalhou junto aos chefes em Salvador até que ele foi destituído, perseguido e sem receber nenhum direito, nenhuma indenização do tempo que gerenciou o engenho e tantos lucros deu para o proprietário. Era assim o Brasil daquela época...O chefe político agia coordenado com o Vicente Porciúncula de Vila de São Francisco do Conde e tinha muito prestígio com os poderosos em Salvador. E por isso toda a família foi morar numa favela em Salvador,
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, fotos do sobrado e capela no Engenho de Mataripe localizado em São Francisco do Conde, recôncavo baiano:


Ruína do sobrado

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Capela
Só foi possível resgatar tudo isso graças à memória fantástica de Estefânia, (tia Iazinha) esposa de Melquíedes (tio Quidú), a quem presto homenagem. 

Quando tinha apenas 11 anos, fui a Carmosina quando conheci tios: Manoel da Luz, José, Melquíedes (Quidú) e as tias: Conceição, Maria de São Pedro, Antônia (Toninha) e Mathilde (Tidinha) e Rosalva que morava numa chácara no Cabula,  mas de propriedade de um português, patrício de seu esposa, Barbosa. Os outros  moravam na Carmosina, um morro com escadaria de barro, escorregadia quando chovia, perto da Av. Heitor Dias, por onde passavam os bondes da Calçada, Cabula e Retiro, sem pavimentação, lama quando chovia e muita poeira quando fazia Sol, onde corria à céu aberto o Rio das Tripas.                                               Tia Tidinha me tinha como o filho que não teve.
Luiz Viana Filho, que também foi governador da Bahia batizou minha irmã Therezinha e o conheci quando criança quando às vezes ficava na fazenda Mamão, perto de Candeias, onde moramos e fomos visita-la num carro de boi com a estrada encamaçada. Minha mãe foi pedir ajuda para que meu pai médico, conseguisse ser contratado pela Refinaria de Mataripe  e não conseguiu.

Cheguei a conhecer o local onde ficava o Engenho de Mataripe, e vi o cais do canal onde ficavam os saveiros para transportar o açúcar para o porto de Salvado. O engenho e o sobrado com dois pavimentos onde moravam nossos avós e os filhos,  não mais existia. 

Quando a Família morava no sobrado em Mataripe usavam o saveiro do Engenho Sempre Viva registrado capitania dos Portos de Salvador sob nº 1699 e era o mais animado e melhor decorado e toda essa mordomia acabou quando Veveco foi posto para fora sem nenhuma indenização porque peitou o chefe político quando quis fazer a barbaridade contra um seu compadre: introduzir um funil no ânus para introduzir uma salmoura de sal grosso que produzia cólicas e uma diarreia violenta.

Minha mão Theodora, ao se casar em 1935 pediu para retirar o Lopes de seu sobrenome e colocar o Silva da mãe e outra irmã, Rosalva, também ao se casar retirou o Lopes de seu sobrenome e colocou Oliveira “por o Lopes dava azar...”

Minha mãe Theodora da Silvas Bastos foi casada com Ostiano Cerqueira Bastos, médico e faleceu aos 39 anos da Doença de Chagas deixando na orfandade  sete filhos, seis filhos e uma filha, Therezinha, quando eu nem tinha completado 12 anos e o irmão mais novo, Orígenes Horácio ficou com apenas oito meses e fomos criados por uma tia que deixou o convento onde estava por 24 anos.                                                                  * Theodiano Bastos é neto de Silvestre Nominando Lopes 

5 comentários:


  1. Rubens Silva Pontes

    Oi, Thedi


    Uma narrativa que dá o que pensar sobre a dualidade da ação humana .
    Quase disse que é um texto "bipolar", que comove e causa ira, num mesmo enredo,quase cinematográfico.

    É para ser lido e medir em consequência o que a reflexão provoca nos nossos sentimentos.

    Mas que é História, é.

    Bom fim-de-domingo.
    Abraço,
    Rubens

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  2. Ateliê Kleber Galvêas
    Parabéns "sangue bom". Bela história. Abraço, Kleber

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  3. Daniel Porcel Bastos, meu neto, de Madri: Fantástico o resgate feito pelo senhor, Vovô, sobre meu trisavô. Não sabia que havia sangue Tupinambá correndo em nossas veias também. Muito interessante.

    Duas coisas não me ficaram claras:
    1) que fim levou o governador Luis Vianna?

    2) Silvestre Lopes foi despejado de Mataripe pelo próprio Luis Viana, e por isso foi morar numa favela de Salvador? Com toda sua familia?

    RESPONDO:
    No início do texto informa que ele morreu dentro de um navio em viagem para a Europa. Quanto a segunda pergunta não tenho resposta, infelizmente. Certamente e deu a ordem para alguém fazer esse trabalho sujo...

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  4. kalergis
    seg, 16 de set 18:32 (há 9 horas)
    para eu

    Theodiano, parabéns pela bela matéria; reviver o passado, é sonhar com a VIDA . Abraços. Kalergis

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  5. kalergis
    Theodiano, parabéns pela bela matéria; reviver o passado, é sonhar com a VIDA . Abraços. Kalergis

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