segunda-feira, 7 de abril de 2014

ESTÁDIOS DA COPA TÊM O DOBRO DO CUSTO POR ASSENTO



Custo médio de lugar nos estádios da Copa supera em quase o dobro os gastos na África do Sul e na Alemanha


Mané Garrincha possui o assento mais caro da Copa do Mundo: R$ 17.429,79
Por cada assento, nada menos que R$ 11.172,40. Esse é o custo médio de cada lugar nos 12 estádios construídos ou reformados para a realização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O tamanho do investimento só ganha corpo quando comparado com o que foi investido nas duas edições anteriores do Mundial. Na África do Sul, em 2010, e na Alemanha, em 2006, os respectivos comitês organizadores gastaram quase a metade do que foi gasto por aqui.
Baseado nos dados fornecidos pelo site Portal da Transparência, do governo federal, é possível se ter uma ideia de como se torrou dinheiro com estádios no Brasil. O novo Mané Garrincha é um dos palcos da Copa que foram bancados 100% com verba pública, e também o mais caro. Cada assento do total de 68.009 lugares disponíveis custou R$ 17.429,79. Na África do Sul, para se ter uma ideia, o gasto médio com cada assento nos estádios ficou em R$ 6.941,14.
- Um dos fatores que explica o alto gasto é a megalomania de alguns estados. No Maracanã, que custou mais de um R$ 1 bilhão, você ainda tem a justificativa de que será o palco da cerimônia de abertura e encerramento. Já no caso do estádio de Brasília, não tem desculpa, é o maior absurdo que já existiu em um grande evento esportivo - criticou o consultor de gestão esportiva Amir Somoggi.
O investimento vultuoso promete agradar aos olhos durante a disputa do Mundial, com estádios modernos e um conforto que o torcedor brasileiro não está acostumado a ver. Mas o que aguarda algumas das 12 sedes do Mundial no Brasil é nebuloso. Algumas das obras com custo de assentos mais caro são justamente os localizados onde o futebol é menos desenvolvido. São os casos da Arena Amazônia (R$ 15.799,78), da Arena Pantanal (R$ 13.268,01), e o próprio Mané Garrincha. Todos eles uma fortuna se comparado com o que foi gasto na Alemanha: R$ 6.619,41.
- Uma questão tão ou mais importante é saber o que será feito dessas instalações depois, qual será o uso. Mesmo se fossem construídos por um preço menor, ainda assim tem de saber se valerá o investimento, porque depois da Copa, provavelmente ficarão ociosos - frisou Maurício Canedo, economista da FGV.

domingo, 6 de abril de 2014

TRABALHADORES PERDEM 662 MILHÕES



Perda do FGTS com ações já é de  R$ 662 milhões SÓ EM 2014!
Aplicação em ações da Vale e da Petrobrás caiu de R$ 5,58 bi para R$ 4,92 bilhões este ano

Luiz Guilherme Gerbelli - O Estado de S. Paulo
O patrimônio líquido das aplicações em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em ações da Petrobrás e da Vale diminuiu R$ 662 milhões este ano. Os dados consolidados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) até o fim de março apontam que o montante aplicado nos fundos encerrou dezembro em R$ 5,588 bilhões, mas agora está em R$ 4,926 bilhões.
A queda no patrimônio dos fundos se acumula nos últimos anos e ocorre por diversos motivos. No caso da Petrobrás, há uma insatisfação de parte do mercado com a política de controle de preços do combustível promovida pelo governo. Em relação à Vale, houve uma rejeição no processo de como o governo atuou na troca de comando da empresa e, mais recentemente, há um temor com a desaceleração da economia chinesa - a empresa é grande exportadora de minério de ferro para o país asiático. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez um alerta para que os países emergentes se ajustassem à "nova China" por causa da expectativa de crescimento menor para o país.
"Grande parte do problema desses fundos é o mesmo enfrentado pelos acionistas que compram ações diretamente da Petrobrás e da Vale: a mudança na forma de gerenciar essas empresas no governo Dilma", afirma Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper.
A maior parte da perda de patrimônio este ano está concentrada na Vale: queda de R$ 458,49 milhões. Na Petrobrás, o recuo é de R$ 203,34 milhões. Com relação a rentabilidade, os fundos que investem na petroleira perderam 6,72%, e os da mineradora recuaram 12,31%.
Pelo menos para os fundos do FGTS que investem em ações da Petrobrás, houve um alívio em março. Segundo a Anbima, esses fundos subiram 14,98%, revertendo parte das fortes quedas de janeiro (13,93%) e fevereiro (5,74% ). Já os fundos da Vale caíram 4,79% no mês passado.
A melhora da Petrobrás acompanhou a subida da Bolsa. Em março, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) - principal termômetro do mercado acionário do País - avançou 7,05%, a maior alta mensal desde janeiro de 2012. As ações das empresas estatais puxaram o índice e foram impulsionadas pela queda na popularidade do governo, o que, para analistas, indica uma chance maior da oposição nas eleições de outubro e a possibilidade de uma gestão considerada menos intervencionista pelo mercado assumir o País a partir de 2015 e, assim, estabelecer uma política de preços para a petroleira.
"A queda da aprovação acabou criando uma aposta de que possa haver uma mudança de governo e de política para as empresas estatais, mas é muito numa expectativa que pode ou não se confirmar", afirma Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências.
Apesar da perda de rentabilidade dos últimos anos, as aplicações em FGTS se revelam positivas no longo prazo. De agosto de 2000 até quinta-feira, quem adquiriu ações da Petrobrás teve ganho de 251,94%, segundo cálculo do Instituto FGTS Fácil. O resultado supera largamente o desempenho do tradicional FGTS, cujo rendimento é de 3% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR), que no período rendeu 88,27%.
Os trabalhadores que aplicaram nas ações da Vale ganharam 621,94% desde fevereiro de 2002. No período, o FGTS rendeu 73,11%.
Dinheiro bom. O investimento de parte do FGTS em ações foi bastante popular no início da década passada e chegou a ter ganhos expressivos, sobretudo antes da crise financeira internacional iniciada em 2008. A aplicação ajudou, por exemplo, a servidora pública Maria Claudia Paiva, de 41 anos, a comprar uma casa própria no bairro da Penha, zona leste de São Paulo. "Eu usei o dinheiro no fim de 2010", afirma ela, que investiu em papéis da Vale.
Na época do saque, ela juntou os recursos com os do irmão e da mãe para adquirir o imóvel. "Fiquei sabendo da possibilidade de investimento pela imprensa. Na época, foi um burburinho muito grande", diz ela. "Eu não acompanhava muito, mas sabia que qualquer valor seria melhor do que rendia o fundo de garantia. Foi um dinheiro bom."
Popularização nos anos 2000. A possibilidade de comprar ações de empresas brasileiras com o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foi permitida pelo governo brasileiro no início dos anos 2000. O limite para aplicação era de 50% da conta individual de cada trabalhador. O investidor também tinha direito à isenção de Imposto de Renda sobre o preço da ação desde que ela não fosse vendida em menos de um ano. A aplicação lastreada em papéis da Petrobrás começou em agosto de 2000. Na época, o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso estimou que 320 mil pessoas compraram ações da petroleira com FGTS. O valor chegou a R$ 1,5 bilhão.
No caso da Vale – chamada da Companhia da Vale do Rio do Doce –, o início foi em fevereiro de 2002, também na gestão FHC. De acordo com números do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgados na época, 791 mil pessoas compraram ações das mineradora – 728 mil usaram o fundo de garantia. O valor investido na época superou as expectativas do governo. A demanda somou R$ 3,4 bilhões, mas o limite fixado era de R$ 1 bilhão, o que fez com que os investidores recebessem apenas 29% do que reservaram na época para aplicação. A venda pulverizada das ações da Petrobrás e da Vale foi uma das medidas usadas pela administração tucana para reforçar o caixa do governo. Para exemplificar, toda a negociação envolvendo os papéis da mineradora totalizou R$ 15,3 bilhões, o triplo da oferta, o que garantiu uma receita de R$ 4,4 bilhões.

Caixa recebe R$ 3,64 bi por ano para gerir FGTS

Valor corresponde a R$ 0,99 de cada conta do Fundo existente, que não são unificadas

MURILO RODRIGUES ALVES, BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O trabalhador brasileiro paga por mês R$ 0,99 à Caixa Econômica Federal para o banco estatal administrar cada uma das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que ele possui. Até hoje, não existe uma conta única na qual seria depositado todo o dinheiro. Ou seja, a Caixa abre uma conta para cada um dos empregos que ele teve na vida.
Esse valor unitário da taxa de administração foi apresentado na última reunião do Conselho Curador do FGTS. O Estado teve acesso, com exclusividade, ao estudo que compara a taxa de administração paga à Caixa com o valor que recebem os maiores fundos de pensão e de investimento do País pela gestão dos respectivos ativos.
Os R$ 0,99 correspondem à taxa de administração per capita mensal de todas as 275,6 milhões de contas do FGTS com saldo, ativas e inativas (sem movimentação há mais de três anos) no fim de 2012.
Atualmente, pelos dados mais atualizados da Caixa, são 358 milhões de contas ativas. Se fosse cobrada a taxa apenas das contas ativas com recolhimento, o valor unitário subiria a R$ 7,52 por mês. A cobrança da taxa de administração não é personalizada.
Pelo trabalho no ano passado, a Caixa recebeu do fundo R$ 3,64 bilhões, 1% do ativo total do fundo em 2013. A regra que estipula esse porcentual para o pagamento ao gestor entrou em vigor em agosto de 2008. Nos últimos oito anos, o valor que a Caixa recebeu do fundo pela administração dos recursos cresceu 91,6%.
Justo. A decisão do conselho curador do FGTS na quarta-feira foi de manter a mesma taxa de 1% do ativo do fundo para remunerar o banco. O conselho é formado por representantes do governo (12 membros), dos trabalhadores (6 integrantes) e dos patrões (6 escolhidos). O ministro do Trabalho, Manoel Dias, definiu como "justo" o valor que o conselho desembolsa à Caixa Econômica Federal.
De acordo com o secretário executivo do conselho, Quênio Cerqueira de França, a Caixa informou que 95% do que recebe é gasto para atender o trabalhador. "As principais despesas, segundo a Caixa, são para manter uma rede de atendimento gigante para atender milhares de trabalhadores todo mês."
Na Caixa, existem superintendência e gerência exclusivas para os assuntos do FGTS, vinculadas à vice-presidência de fundos de governo e loterias. Os outros 5% da taxa seriam para custear os investimentos que o banco faz com os recursos do fundo em infraestrutura e no programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.
Atualização. O conselho decidiu que a Caixa vai assumir, a partir de junho deste ano, despesas com os Correios para o envio das demonstrações do fundo. No ano passado, esses serviços custaram R$ 210 milhões ao FGTS. Esse valor tende a ser menor, pois a divulgação dos rendimentos começou na ser feito via SMS.
Para Cláudio da Silva Gomes, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no conselho, a Caixa precisa se atualizar tecnologicamente para prestar os serviços com mais eficiência.
O estudo compara a taxa de administração per capita paga à Caixa para cuidar de cada conta (R$ 1 por mês) e os custos que cada cotista paga aos maiores fundos de pensão (de R$ 86 a R$ 100 por mês) para concluir que o valor é bem menor que o praticado pelo mercado.
No entanto, quando se compara a taxa de administração com o ativo administrado, o FGTS tem o custo maior - 1% ao mês, ante 0,14% a 0,25% dos maiores fundos.
"É um valor gigantesco que o banco recebe para administrar um fundo que não recupera nem a perda inflacionária do período", diz Roberto Vertamatti, diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Ele ressalta que a comparação não leva em conta a grande rentabilidade dos fundos de pensão, ao contrário do que acontece com o FGTS. Além disso, o saldo médio de cada conta do FGTS no fim do ano passado era de apenas R$ 2,2 mil.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

PETROBRÁS: PF investiga propina também na Argentina



Mãos sujas, por Nelson Motta                                           O Globo, 04/04/14

"O assunto pode ser árido e técnico, mas é oleoso e viscoso. Quem consegue entender como a Refinaria de Pasadena custou US$ 1,2 bilhão, não vale nem a metade, mas processa cem mil barris por dia, enquanto a Refinaria Abreu e Lima vai custar US$ 18,5 bilhões para processar cem mil barris no início e 240 mil quando estiver a pleno vapor?

Que crises econômicas internacionais, que conjunturas de mercado, que estratégias de negócios, que prioridades regionais e nacionais, que espessuras e viscosidades dos óleos, que certezas na impunidade e na estupidez alheia produzem as explicações oficiais para os prejuízos que, por incompetência da gestão, os acionistas da Petrobras tiveram nos últimos quatro anos?
Embora ex-presidente José Sergio Gabrielli diga que “o assunto é requentado”, o óleo está fervendo para ele e seus companheiros de aventuras, há um cheiro de queimado no ar, os poços de burocracia da empresa estão cheios de mistérios que começam a jorrar, Pasadena e Abreu e Lima são apenas dois focos de incêndio, estamos descobrindo que o petróleo não é nosso, é deles.
Enquanto isso, o PT tenta convencer o público que o clamor pelas investigações sobre as refinarias é uma campanha contra... a Petrobras. E responde às acusações não negando, mas ameaçando investigar roubalheiras que podem atingir o PSDB em São Paulo. Se desistir da CPI da Petrobras a oposição pode continuar roubando à vontade? Quem ainda aguenta isso?
Mas o mal já está feito. Na era do aparelhamento político, funcionários de carreira das estatais logo perceberam que aderir ao partido era a melhor forma de crescer na empresa, através de indicações “técnicas”, mas na verdade partidárias, com todas as suas distorções e consequências. Áreas sensíveis e importantes foram entregues em barganhas políticas a corruptos profissionais e a incompetentes que eventualmente dão mais prejuízo do que os ladrões.
A palma da mão manchada de óleo preto que os governantes adoram mostrar para os fotógrafos quando visitam alguma plataforma de petróleo se transformou em um ícone da sujeira e da lambança.” Nelson Motta é jornalista.

PETROBRÁS: PF investiga propina também na Argentina
BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo (04 de abril de 2014)

A Polícia Federal abriu em março um inquérito para investigar a denúncia de que a venda da refinaria San Lorenzo, na Argentina, por US$ 110 milhões, incluiu o pagamento de uma comissão de US$ 10 milhões a lobistas que intermediaram o negócio, sendo que metade desse valor iria para políticos do PMDB que participaram do loteamento de cargos na estatal.
A Petrobrás, em ofício ao Congresso, em 2012, afirmou que as aquisições de refinarias na Argentina foram efetivadas a partir de 2001 e faziam parte de uma "ação estratégica" dirigida à sua consolidação da estatal como empresa relevante em seu setor na América do Sul.
O inquérito, cuja abertura foi divulgada esta semana pela revista Veja, baseou-se em informações da Época, em agosto passado. Em entrevista à revista, o engenheiro João Augusto Rezende Henriques, ex-funcionário da Petrobrás, denunciou um esquema de corrupção na Diretoria Internacional da estatal que favoreceu o PMDB.
Segundo ele, todos os empresários com contratos na área internacional a partir de 2008 tinham de pagar um "pedágio" ao PMDB - sobretudo à sua bancada mineira, responsável pela indicação do ex-diretor internacional da Petrobrás Jorge Zelada. Este deixou o cargo em julho. O partido e a estatal negam qualquer irregularidade.
A investigação sobre a refinaria argentina se soma aos inquéritos que apuram a compra de Pasadena, nos EUA, e o eventual pagamento de propina pela empresa holandesa SBM para obter contratos com a Petrobrás. Auditorias da estatal e da SBM desta semana não apontaram os pagamentos.




O Globo (04/04/14)
“Presos à quase monocórdica argumentação de que a convocação de uma CPI para investigar obscuras transações na Petrobras, a poucos meses das eleições, se trata de jogo político da oposição, o PT e seus aliados no Congresso e no governo federal escamoteiam a questão central do caso.
O foco, que tentam esmaecer, está no fato de que diretores da estatal foram apanhados em “malfeitos”. Um deles sugerido pela própria presidente Dilma Rousseff, em nota que julgou necessária para explicar como foram aprovadas as inusitadas condições de compra de uma refinaria em Pasadena (Texas). O fato ocorreu em 2006, no governo Lula, quando ela acumulava a chefia da Casa Civil e a presidência do Conselho de Administração da estatal. Segundo Dilma, a decisão foi tomada com base em relatório “técnica e juridicamente falho”.
Há evidências de que negócios nebulosos resultaram em prejuízos bilionário aos acionistas. Falta no mínimo bom senso quando se procura dar como positiva a compra da refinaria no Texas: primeiro, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade de uma empresa que, pouco antes, fora adquirida, inteira, por US$ 42,5 milhões, pelo grupo belga Astra Oil; depois, adquiriu o controle, pagando US$ 1,2 bilhão. É questão que precisa ser esclarecida, porque põe em jogo a credibilidade da estatal. Mas não é caso único e isolado.
Estão à espera de explicações negócios igualmente exóticos, por obscuros, como a operação para a construção, em curso, da Refinaria Abreu e Lima (PE). Orçada em US$ 2 bilhões, a obra prospecta hoje uma sangria de US$ 18 bilhões — nove vezes o orçamento de partida.
O GLOBO publicou recentemente reportagem sobre outra compra, uma refinaria no Japão, pela qual foram pagos, em 2008, US$ 71 milhões, e onde já se enterraram US$ 200 milhões — sorvedouro do qual a estatal procura se livrar, sem sucesso.
Por essas transações perpassa o fio do tráfico de influência, outro aspecto a ser seriamente enfrentado nessa sucessão de negócios mal explicados na empresa controlada pelo Estado. Para variar, este é um ponto também escamoteado pelo PT e aliados, por eles tratado como “interesses eleitoreiros da oposição”. Mas as evidências são inquestionáveis.
Na compra de Pasadena estavam as digitais de Nestor Cerveró, à época diretor da área internacional da empresa, ungido por lideranças do PMDB e do PT. O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, ligado à operação da Abreu e Lima, hoje recolhido à prisão por lavagem de dinheiro, foi outro protegido pelo PP, PMDB e PT.
O discurso lulopetista em defesa dessas ações, desqualificando qualquer crítica à Petrobras como parte de supostas campanhas “neoliberais” para “privatizar” a empresa-símbolo da recente industrialização brasileira, é tanto previsível quanto irreal, e até risível. É, sim, velho truque eleitoreiro, por sinal já usado pelo PT. O que importa são os fatos. Eles estão aí, são graves, e o país cobra sua apuração.”