segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

FRAUDE NA ELEIÇÃO DE 2014?



ELEIÇÃO DE 2014: HOUVE FRAUDE?

URNA ELETRÔNICA É CONFIÁVEL? Por Luiz Fontenelle (engenheiro eletrônico formado no ITA)
...A licitação foi concluída em 17/07, e teve como vencedor o consórcio ESF (Engetec, Smartmatic e FIXTI), composto pelas empresas Engetec Tecnologia S.A., (empresa com sede em Nova Lima, MG), Smartmatic Brasil Ltda (com sede em São Paulo), Smartmatic International Corporation (com sede em Barbados) e FIXTI Soluções em Tecnologia da Informação Ltda (com sede em São Paulo). O valor do contrato foi de R$ 129 milhões, com validade de 12 meses, prorrogável de acordo com as condições do edital.

Entrei no site da Engetec ( http://www.engetec.it/pt/ ) e fiquei sabendo que esta empresa foi contratada pelos TREs dos estados do CE, DF, MG, PA, PE, RJ e RS para realizar suporte técnico às eleições de 2014. Entre as parcerias declaradas no site, estranhamente, não aparece a Smartmatic,


Já o site da Smartmatic ( http://www.smartmatic.com/pt/ ) traz uma declaração da então Presidente do TSE Carmen Lúcia Antunes Rocha, que reproduzo abaixo:,


"... As eleições municipais deste ano tiveram o menor custo por voto desde 1996, quando se começou a trabalhar no sistema de voto electrónico no país (...) a eleição municipal de 2012 teve um custo de R$ 395,270,694.00 (US$ 188,224,140) para o erário público – equivalente a R$ 2,81 (US$1.34) por eleitor. Este valor é 27% menor que em 2010, quando o preço atingiu R$ 3,86 (US$ 1.84) (...) Enquanto maior for o planejamento, menor será o custo".
A FIXTI é um caso à parte. Deem uma olhada no Reclame Aqui no que se refere a ela; http://www.reclameaqui.com.br/indices/57836/fixti-solucoes-em-tecnologia/ . Não encontrei o site dessa empresa e tudo o que o Google me mostrou a seu respeito indica que se trata de uma empresa de fachada.

Resolvi então fixar minha atenção nas Smartmatic. Entrei no site do Estadão e procurei por informação a respeito delas. Só encontrei uma notícia sobre as eleições nas Filipinas:

Os rebeldes comunistas do Novo Exército do Povo (NEP) nas Filipinas arrecadaram cerca de US$ 3 milhões de dólares em 2009 por meio da extorsão, um número que será superado este ano, segundo o Exército, devido às eleições do próximo dia 10 de maio, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
O general Francisco Cruz assegurou que o NEP começou a pedir pagamentos por dar "permissões de campanha" e "permissão para ganhar" aos candidatos e exigiu da Smartmatic, empresa que produz as máquinas para os primeiros pleitos eletrônicos, dinheiro em troca de "proteção".
Segundo os dados do Exército, os US$ 2,97 milhões arrecadados ano passado superam a média estabelecida entre 1996 e 2007, quando a extorsão deu aos guerrilheiros US$ 2,17 milhões por ano.
Tudo bem; a Smartmatic paga "proteção" a guerrilheiros, e não podemos a essa distância descobrir do que realmente estava tratando a reportagem. Resolvi então consultar a Wikipédia, e o resultado foi melhor. Descobri que:
  • A Smartmatic é uma companhia privada
  • Especializada em Tecnologia, com ênfase no voto eletrônico
  • Tem sede em Londres, não em Barbados (??)
  • Seu CEO é Antonio Mugica
Aí ficou mais fácil. Procura vai, procura vem, fiquei sabendo que Antonio Mugica é um engenheiro venezuelano que criou a Smartmatic em 1990, junto com outro engenheiro, Alfredo Anzola. Hugo Chavez tirou esta empresa do limbo ao contratá-la para a criação de urnas eletrônicas, a serem utilizadas pelo Conselho de Eleições da Venezuela. Ela foi registrada em Barbados, e ao que tudo indica é propriedade de uma corporação da Holanda, que por sua vez é propriedade de uma empresa de Curaçao.

Existem suspeitas de que a Smartmatic seja o braço executivo de um Plano de Controle Eleitoral Revolucionário (PROCER), criado em Cuba, que tem como estratégia a construção do que eles chamaram de a Pátria Grande Socialista. A sucursal que ela criou na Flórida, em Boca Raton, em sociedade com uma empresa chamada BIZTA Corporation, também dirigida por Antonio Mugica, foi fechada pelo governo americano, ao se descobrir que ela agia em benefício de um governo estrangeiro. O site abaixo (Smartmatic: All things connected, by Aleksander Boyd) é indicativo do grau de abrangência da Smartmatic, e merece ser lido. Vou reproduzir em português o parágrafo final, que considerei importante:


É extremamente preocupante que uma companhia que tem conexões com o regime de Hugo Chavez tenha sido escolhida para conduzir as eleições em um distrito de Chicago, e lhe tenha sido dada carta branca para operar nos Estados Unidos e em outros países. É também preocupante o fato de que agentes líderes do mercado financeiro global mantenham relações com a Smartmatic e de certa forma com o herdeiro de Fidel Castro. 

Mas quem é Aleksander Boyd? Pra isso serve o Google. Teclei o seu nome e me apareceram vários sites, alguns deles indicando que se trata de um barão da droga venezuelano. Tentei abrir alguns e me deparei com "CONTEÚDO REJEITADO. Este vídeo foi removido por não respeitar as nossa condições de uso". Investigando mais um pouco conclui que se trata de um desafeto do regime venezuelano, residente em Londres. No seu Blog  http://alekboyd.blogspot.com.br/ e me deparei com o seguinte desabafo:

El lunes 17 de noviembre de 2014, mi apartamento en Londres fue asaltado. Los tres sospechosos no demostraron tener la menor preocupación de ser filmados por circuitos cerrados de televisión en el edificio donde vivo. De hecho dos de ellos se atrevieron a plantarle cara al portero del edificio, y uno de ellos incluso hablo con él, en inglés tarzanizado. Mis dos computadoras portátiles fueron robadas, y fotografías impresas de mis hijas y mías fueron dejadas en el bolsillo de una de mis chaquetas de invierno, dentro de mi habitación.

Conclusão

A meu ver a Smartmatic é o tipo da empresa que, se você tiver o menor pudor, não deve contratar para uma atividade da importância de uma eleição como a que acabamos de ter. Participei na minha vida profissional de dezenas de licitações, muitas na forma pregão eletrônico. É inacreditável que uma comissão de licitação aceite a participação de um consórcio com a composição do ESF. É também inacreditável que o Brasil, com a quantidade de empresas de TI que possui, tenha que contratar um empresa com a reputação da Smartmatic.

Mas eu sou apenas um velho aposentado curioso. A conclusão devia ficar a cargo daqueles que têm a responsabilidade de garantir a lisura do nosso processo eleitoral.


Esperem sentados. 

Luiz Fontenelle é Engenheiro Eletrônico Aposentado ITA 1967

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