terça-feira, 10 de dezembro de 2024

LULA, 79 ANOS, CIRURGIA NA CABEÇA, TREMENDA PRESSÃO, TERMINARÁ O MANDATO?

 


Por THEODIANO BASTOS

Lula é operado às pressas em São Paulo após sentir dor na cabeça

Presidente passou por cirurgia para drenagem de um hematoma, na madrugada desta terça-feira (10/11), no Hospital Sírio-Libanês. Ele está internado na UTI.

Conforme o primeiro boletim médico, divulgado às 3h20 desta terça (10), Lula passou mal ainda em Brasília. Ele fez um exame de imagem após sentir dor de cabeça, ainda na unidade do hospital da capital federal. Por volta de 8h30, ele estava acordado e consciente.

"A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19/10. Foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, unidade São Paulo, onde foi submetido à craniotomia para drenagem de hematoma. A cirurgia transcorreu sem intercorrências", informou o hospital.

Como se sabe, Lula já teve câncer na garganta.

SAIBA MAIS EM: https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/12/10/lula-internado-em-sao-paulo.ghtml - https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2024/12/10/lula-passa-por-cirurgia-as-pressas-em-sao-paulo-apos-dores-de-cabeca.htm - https://www.bbc.com/portuguese/articles/cr56262llzdo  

 

 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Lula concedeu ao ‘carniceiro de Damasco’ a maior honraria brasileira

 

Por THEODIANO BASTOS

Projeto cassando a condecoração vergonhosa esperou relator por 5 anos

O jornalista Cláudio Humberto denuncia no DIÁRIO DO PODER:

Derrubado por rebeldes neste fim de semana, o ditador sírio Bashar al-Assad é um dos tiranos dos quais o presidente Lula (PT) se aproximou e bajulou, para além do tirano líbio Muammar Kadhafi, também tirado do poder à força e morto pelos insurgentes. Lula concedeu ao tirano sírio a mais importante condecoração brasileira, o Grande-Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.

Bashar al-Assad se caracterizou como um dos mais cruéis tiranos das últimas décadas, a ponto de ser apelidado de “O Carniceiro de Famasco”, por haver prendido e executado milhares opositores e integrantes de etnias, que nunca o aceitaram no comando do país, e expulsou do país mais de cinco milhões de pessoas.

No exercício da presidência  da República, Lula sempre fez gestos públicos de apoio e admiração a ditadores no Oriente Médio. Ele chamou Kadhafi de “meu ídolo, meu irmão” e concedeu a Assad em 2010, durante seu segundo governo, a mais lata honraria brasileira

Somente em 2023, cinco anos depois, ganhou relator o projeto do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), de 2018, cassando a condecoração de Lula ao ditador Bashar al-Assad. Foi designado relator o deputado Rodrigo Valadares (União-SE).

“Temos que corrigir qualquer ligação do Brasil com ditadores. A retirada dessa honraria é o primeiro passo. Da mesma forma a ligação com Maduro que gerou proposição de impeachment do Lula“, avalia o parlamentar, que finalizou: “devemos repudiar o terrorismo e defender a prevalência dos direitos humanos”.

FONTE: https://diariodopoder.com.br/

domingo, 8 de dezembro de 2024

SÍRIA, REBELDES TOMAM DAMASCO E ASSAD FOGE PARA RÚSSIA

 

Por THEODIANO BASTOS

Assad foge para Rússia e vai receber asilo informa a BBC Brasil                                        Análise: fim do regime de Assad na Síria mudará equilíbrio de poder da região

queda do presidente da Síria, Bashar al-Assad, era algo quase impensável há apenas uma semana, quando os rebeldes começaram sua surpreendente campanha contra o regime partindo da sua base em Idlib, no noroeste da Síria.

Este é um ponto de virada para a Síria. Assad chegou ao poder em 2000 após a morte de seu pai Hafez, que governou o país por 29 anos com punho de ferro. O mesmo estilo foi adotado por Assad.

O jovem Assad herdou uma estrutura política rigidamente controlada e repressiva, onde a oposição não era tolerada.

No início, havia esperanças de que ele pudesse ser diferente — mais aberto, menos brutal. Mas isso durou pouco.

A aliança rebelde síria liderada por grupos islamistas anunciou neste domingo (8) que tomou o controle da capital Damasco em uma ofensiva relâmpago e a queda do regime de Bashar al-Assad, que segundo o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fugiu do país depois de perder o apoio da Rússia.

+ EUA não deve se envolver na situação na Síria, diz Trump

Dezenas de pessoas saíram às ruas de Damasco, segundo imagens da AFPTV, para celebrar a queda do regime que era controlado há mais de meio século pela mesma família. Várias pessoas pisotearam uma estátua de Hafez al-Assad, pai de Bashar.

Na praça dos Omeias, o barulho dos tiros em sinal de alegria se misturava com os gritos de “Allahu Akbar” (“Deus é grande”).

“Esperávamos por este dia há muito tempo”, disse Amer Batha por telefone à AFP da praça. “Não posso acreditar que estou vivendo este momento”, acrescentou, sem conter as lágrimas de alegria.

Na televisão pública, os rebeldes anunciaram a queda do “tirano” Bashar al-Assad e a “libertação” de Damasco.

Também afirmaram que libertaram todos os prisioneiros “detidos injustamente” e pediram a proteção das propriedades do Estado sírio “livre”.

Os rebeldes também anunciaram “a fuga” do presidente em uma mensagem no Telegram.

“Assad saiu da Síria pelo Aeroporto Internacional de Damasco antes que os membros das Forças Armadas e de segurança abandonassem o local”, disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido que tem uma ampla rede de fontes dentro da Síria.

A AFP não conseguiu confirmar com fontes oficiais o paradeiro do presidente, que governou a Síria com mão de ferro durante 24 anos.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que Assad “fugiu de seu país” depois de perder o apoio da Rússia.

“Assad foi embora. “Seu protetor, Rússia, Rússia, Rússia, liderada por Vladimir Putin, não estava mais interessado em protegê-lo”, escreveu em sua plataforma Truth Social.

A Casa Branca afirmou que o presidente em fim de mandato, Joe Biden, acompanha “com atenção os extraordinários acontecimentos” em curso na Síria.

Fim de uma “era obscura”

A Síria é cenário de uma guerra civil desde a violenta repressão em 2011 pelo regime de Assad das manifestações pró-democracia no país, no contexto das denominadas “primaveras árabes”.

Após anos de estagnação, em 27 de novembro uma aliança rebelde liderada por islamistas iniciou uma ofensiva relâmpago no noroeste do país. Os insurgentes conquistaram rapidamente várias cidades, com o objetivo de chegar a Damasco e derrubar o presidente.

Também pediram aos sírios que fugiram para o exterior devido ao conflito que retornem para uma Síria “livre”.

A guerra deixou meio milhão de mortos desde 2011 e dividiu o país em zonas de influência, com forças beligerantes apoiadas por potências estrangeiras.

Em um vídeo publicado em sua conta no Facebook, o primeiro-ministro sírio, Mohamed al-Jalali, afirmou que está disposto a cooperar com qualquer nova “liderança” eleita pelo povo.

“Depois de 50 anos de opressão sob o governo do partido Baath e 13 anos de crimes, tirania e deslocamento (desde o início da revolta em 2011), anunciamos hoje o fim da era obscura e o início de uma nova era para a Síria”, afirmaram os rebeldes.

Ofensiva rebelde

O líder do grupo islamista radical Hayat Tahrir al Sham (HTS), Abu Mohammad al Jolani, que lidera a coalizão rebelde apoiada pela Turquia, pediu a seus combatentes que não se aproximem das instituições públicas e afirmou que devem permanecer sob a autoridade do primeiro-ministro até a “transferência oficial” do poder.

O Hezbollah libanês, um apoio crucial de Assad, retirou suas forças das imediações de Damasco e da região de Homs, no oeste do país, informou à AFP uma fonte próxima do movimento.

A coalizão de grupos rebeldes liderada pelo HTS, um grupo foi vinculado à Al Qaeda, conseguiu um avanço espetacular em apenas 10 dias, tomando as cidades de Aleppo, Hama e Homs até sua entrada em Damasco neste domingo.

A ofensiva começou na província de Idlib, um reduto do HTS no noroeste da Síria, apesar dos ataques aéreos da Rússia, aliada do regime, e das operações terrestres.

As tropas do governo também perderam o controle da cidade de Daraa, berço da revolta de 2011 e localizada ao sul da capital, perto da fronteira com a Jordânia.

A ofensiva relâmpago não parou até chegar a Damasco.

SAIBA MAIS EM: https://istoe.com.br/rebeldes-sirios-tomam-damasco-e-anunciam-fim-do-regime-de-assad/ - https://www.bbc.com/portuguese/articles/czx5k6yrd04o

CADÊ O DINHEIRO, 186,3 BILHÕES DE REAIS SUMRAM DOS COFRES PÚBLICOS

 


Por THEODIANO BASTOS

Bilhões de reais dos cofres públicos sumiram e o destino é incerto e não sabido

José Casado, na última página de VEJA, levanta a suspeita. Vejam o que ele diz:

““Temos a gravíssima situação em que BILHÕES DE REAIS do Orçamento da Nação tiveram origem e destino incertos e não sabidos” — escreveu com ênfase o juiz do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino,  na semana passada. Ele se referia à extraordinária quantia de 186,3 bilhões de reais extraída do Orçamento da União nos últimos seis anos por 360 deputados e 69 senadores, sem clareza na prestação de na prestação de contas.

É um relevante volume de dinheiro dos impostos; equivale a 30 bilhões de dólares.

Supera todo o gasto federal com educação previsto para este ano. Se fosse no mercado privado, chamaria a atenção por corresponder ao dobro das vendas anuais do grupo Mercado Livre

Se fosse no mercado privado, chamaria a atenção por corresponder ao dobro das vendas anuais do grupo Mercado Livre, ou ainda por ser ou ainda por ser equiparável ao total do patrimônio líquido do Itaú Unibanco, o maior conglomerado financeiro do país.  

SAIBA MAIS EM; https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/cade-o-dinheiro/  

ACORDO MERCONSUL E UNIÃO EUROPEIA, BENEFÍCIOS VÃO DEMORAR

 

Por THEODIANO BASTOS

Acordo Mercosul e UE: Venezuela está incluída? Carros ficarão mais baratos? Brasil vai exportar mais?

Entenda, em perguntas e respostas, o que está em jogo no tratado histórico anunciado nesta sexta-feira em Montevidéu

Estabelecido no início dos anos 90, Mercosul havia estabelecido até então apenas quatro acordos de livre-comércio fora da região: com Egito, Singapura, Israel e Palestina

O governo brasileiro vê o acordo com a União Europeia (UE), firmado na manhã desta sexta-feira (6) no Uruguai, como o maior passo da história do Mercosul; e celebra o fortalecimento de sua estrutura — num momento em que pairam questionamentos sobre o arranjo do bloco econômico sul-americano.

“É o maior passo dado até hoje, motivo de celebração”, disse à CNN o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Ruas.

Entenda ponto a ponto o acordo entre o Mercosul e a União Europeia

Negociações preveem que 91% dos produtos enviados da UE para o bloco sul-americano não tenham tarifa em um prazo de 10 anos

O acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia na sexta-feira 28 prevê que 92% das exportações do bloco sul-americano (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) para os 28 países-membros do bloco e...

e o Congresso dos quatro países sul-americanos ratificarem o acordo.

Na prática, produtos agrícolas brasileiros como frutas, café solúvel, peixes, crustáceos, suco de laranja e óleos vegetais terão tarifas eliminadas. O mesmo vale para produtos como carnes bovina, suína e de aves, açúcar, etanol, arroz, ovos e mel, respeitando algumas cotas pactuadas entre as partes. Já os produtos europeus terão tarifas de exportação eliminadas nos próximos dez anos para diversos se... dutos europeus terão tarifas de exportação eliminadas nos próximos dez anos para diversos setores como veículos, maquinários, produtos químicos e farmacêuticos, vestuário e calçados, tecidos, chocolates...

SAIBA MAIS EM:  

https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2024/12/06/acordo-mercosul-e-ue-venezuela-esta-incluida-carros-ficarao-mais-baratos-brasil-vai-exportar-mais.ghtml - https://veja.abril.com.br/economia/entenda-ponto-a-ponto-o-acordo-entre-o-mercosul-e-a-uniao-europeia?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=eda_veja_audiencia_institucional-Performance-Max&gad_source=1&gclid=Cj0KCQiApNW6BhD5ARIsACmEbkX8MLZ8cUuoE3vmUBheEF7V-iWS8PaK6dHU4shwVVzqRo5PJkoEpTgaAmBLEALw_wcB

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

PUTIN, UM LOUCO COM GATILHO DE UM ARSENAL NUCLEAR


                   Com o ditados da Coreia do Norte Kim Jong-un...

Por THEODIANO BASTOS


Novo míssil hipersônico da Rússia “transforma tudo em pó”, diz Putin

Presidente afirmou anteriormente que arma será produzida e terá testes em combate

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou nesta quinta-feira (28) sobre o novo míssil hipersônico Oreshnik, que foi usado recentemente em um ataque contra a Ucrânia.

Putin afirmou que o Oreshnik era comparável a uma arma nuclear em termos de seu poder destrutivo e “atomizaria” tudo no ponto de impacto. Ainda assim, destacou que não carregaria uma ogiva nuclear ou espalharia contaminação radioativa.

“Deixe-me lembrá-lo mais uma vez como o ‘Oreshnik’ funciona, já que você perguntou. Dezenas de ogivas, ogivas teleguiadas, atacam o alvo a uma velocidade de 10 Machs, o que é cerca de três quilômetros por segundo. A temperatura dos elementos de impacto atinge 4 mil graus”, comentou.

“Se minha memória não me falha, a temperatura na superfície do Sol é de 5,5 ou 6 mil graus. Portanto, tudo o que está no epicentro da explosão é dividido em frações, em partículas elementares, essencialmente, transformadas em pó”, advertiu

Mais aí, os 32 países da OTAN que cercam a Rússia revidarão com os arsenais atômicos e haverá uma destruição mútua o fim da humanidade.

Rússia tem o mais vasto arsenal de mísseis do mundo, com capacidade para chegar à Europa e aos EUA; veja principais

Ataque contra a Ucrânia nesta semana revelou novo míssil balístico russo, que segundo o presidente Vladimir Putin foi testado após bombardeios ucranianos em território russo.

Otan ou Rússia? Veja quem tem o maior arsenal nuclear

Rússia é o país com o maior contingente de armas nucleares do mundo todo, segundo a ICAN (Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares).

O maior país europeu possui aproximadamente 6,2 mil armas nucleares, que podem ser lançadas de mísseis, submarinos e aeronaves. Em 2020, a Rússia gastou cerca de US$ 8 bilhões para construir e manter suas forças nucleares.

Já a Ucrânia não possui nenhuma arma nuclear, já que abriu mão de todas elas com o final da União Soviética, em 1991.

Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), composta por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Itália, Portugal, Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica, Islândia e Luxemburgo, conta com um arsenal nuclear bastante robusto, mas baixo perto da Rússia.

Os países, juntos, têm quase a mesma quantidade de armas que os russos.

Segundo a ICAN, os EUA são o segundo país com o maior número de armas nucleares do mundo, atrás da Rússia, com 5,5 mil. A França tem 290 armas nucleares e o Reino Unido, 225. Ao todo, com a quantidade de cada um dos países citados, são mais de 6 mil armas nucleares — quase o total de ogivas da Rússia.

Países como a Itália, Bélgica, Alemanha e Noruega, por exemplo, guardam armas nucleares norte-americanas em seu território.

SAIBA MAIS EM  https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/novo-missil-hipersonico-da-russia-transforma-tudo-em-po-diz-putin/ E 

https://g1.globo.com/mundo/ucrania-russia/noticia/2024/11/23/russia-tem-o-mais-vasto-arsenal-de-misseis-do-mundo-com-capacidade-para-chegar-a-europa-e-aos-eua-veja-principais.ghtml

sábado, 30 de novembro de 2024

NAUFRÁGIO Por JOSÉ CASADO

 

O julgamento histórico que Bolsonaro e aliados podem enfrentar por trama golpista

Provável denúncia contra o ex-presidente dará início a um caso que deve se arrastar para além de 2025 

Peço que leiam com atenção o texto que segue:

Naufrágio

Como foi o choque de Bolsonaro com os chefes do Exército e da Aeronáutica

Se as paredes do Palácio da Alvorada falassem… Como teimam em seguir silentes, a Polícia Federal foi à luta para reconstituir algumas das mais reservadas reuniões de Jair Bolsonaro, depois da derrota para Lula no domingo 30 de outubro. Conseguiu com depoimentos e acesso a farta documentação em texto, áudio e vídeo.

O primeiro encontro com chefes militares aconteceu na terça-feira nublada de 1º de novembro, recorda o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica. Ao seu lado na mesa  estavam os comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Marinha, almirante Almir Garnier Santos. Bolsonaro ficou entre o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e um civil, Bruno Bianco, chefe da Advocacia-Geral da União.

Primeiro presidente no cargo a perder a reeleição, Bolsonaro lembrava um náufrago impaciente com o resgate que nunca chegava. O chefe da Marinha e o ministro da Defesa eram reconhecidos entusiastas do salvamento pela insurreição nos quartéis, supostamente para manter o antigo capitão no poder, mas o Exército e a Aeronáutica não embarcavam. Bolsonaro provocou sobre a tese de fraude eleitoral.

“Não houve fraude”, respondeu o brigadeiro Baptista Júnior. Citou o relatório da comissão das Forças Armadas criada por Bolsonaro para “fiscalizar” as urnas eletrônicas: “Em todos os testes realizados (no primeiro turno) não se constatou qualquer irregularidade”. Freire Gomes acrescentou: “Aliás, como o senhor sabe…”.

Todos na mesa sabiam da ordem para não divulgar o relatório atestando a regularidade da votação antes do segundo turno eleitoral. O comandante do Exército sugeriu “acalmar” o país. Bolsonaro, então, perguntou ao advogado-geral o que poderia ser feito para contestar o resultado das urnas. Bianco foi objetivo: diante das evidências de integridade do processo, não havia “alternativa jurídica” para protesto.

Uma semana depois, Bolsonaro mandou chamar Mario Fernandes, general da reserva na função de secretário presidencial. Radical na defesa de um golpe de Estado, Fernandes falou sobre o acampamento diante do Quartel-General do Exército, em Brasília, e relatou contatos com o Comando de Operações Especiais. Estava com dois textos impressos. Um era uma carta ao comandante do Exército: “Contamos com... “Contamos com um Evento Disparador, como no passado!”, dizia. “É agora ou nunca mais, COMANDANTE, temos que agir!” Outro era o rascunho de um plano com o título “Punhal Verde Amarelo”,  com procedimentos para o golpe e detalhes sobre prisão, sequestro e triplo assassinato — dos eleitos Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, e do juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Era quarta-feira 9 de novembro. Pouco antes, um grupo de manifestantes organizado por Fernandes ouviu Bolsonaro no jardim do Alvorada: “Estamos vivendo um momento crucial”, ele disse. “Uma encruzilhada ro no jardim do Alvorada: “Estamos vivendo um momento crucial”, ele disse. “Uma encruzilhada, um destino que o povo tem que tomar. Quem decide o meu futuro, pra onde eu vou, são vocês! Quem decide pra onde vai (sic) as Forças Armadas são vocês!”

Três dias depois, no sábado, 12 de novembro, o plano foi “aprovado” em reunião na casa de Walter Braga Netto, general da reserva e candidato a vice-presidente derrotado. O ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel Mauro Cid, detalhou as conversas em delação premiada.

Em dezembro, Bolsonaro fez seguidas reuniões com chefes militares para apresentar rascunhos de decretos sobre “estado de sítio”, “estado de defesa” e “garantia da lei e da ordem”. Almir Garnier, comandante da Marinha, sempre dizia estar “à disposição” com tropas e tanques. O general Freire Gomes repetia: “O Exército não participaria”. O brigadeiro Baptista Júnior insistia: “Não há qualquer hipótese de o senhor permanecer no poder quando terminar o mandato”. Num desses encontros, na biblioteca do Alvorada, o comandante do Exército falou sobre os riscos de “responsabilização penal” de Bolsonaro. Subiu o tom, advertindo que, se tentasse um golpe, “teria de prender o presidente da República”.

Não adiantou. Antes do Natal, o ministro da Defesa chamou os comandantes. Recebeu-os com um papel, dizendo ser a minuta de decreto presidencial “para conhecimento e revisão”. O brigadeiro Baptista Júnior exasperou-se: “Esse documento prevê que o presidente eleito não assuma? Se é assim, não admito sequer receber esse documento”. O náufrago continuaria impaciente. Sem resgate.

O general Freire Gomes também disse que não admitia “a possibilidade de analisar” o papel. O ministro Paulo Sérgio não respondeu, o almirante Garnier continuou calado. O brigadeiro saiu da sala.

O náufrago continuaria impaciente. Sem resgate.

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/naufragio