Por THEODIANO BASTOS
Estatísticas festejadas pelo governo incluem na conta
a enorme quantidade de pessoas subocupadas e excluem dela milhões e excluem
dela milhões que vivem do Bolsa Família
Nos últimos meses, ganhou força a percepção de que o Brasil vive uma situação de pleno emprego, como se quem não estivesse trabalhando apenas aguardasse a vaga dos sonhos e pudesse se dar ao luxo de procurar por mais tempo. À primeira vista, há argumentos que sustentam essa leitura.
De um lado, multiplicam-se os relatos de empresas com dificuldades para contratar. De outro, os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no trimestre encerrado em outubro, a taxa de desocupação foi de 5,4%, a menor da série histórica, o que significa 5,9 milhões de pessoas sem trabalho diante de 102,6 milhões ocupadas de algum modo.
Ávido por boas notícias que impulsionem sua popularidade e suas chances de reeleição em 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva correu às redes sociais para comemorar o feito atribuindo o resultado ao “trabalho sério do governo” e ao “esforço e dedicação do povo trabalhador”. Os fatores que explicam por que o desemprego parece tão baixo, porém, revelam um quadro bem mais complexo, complicado e difícil de comemorar — em que o subemprego e a generosidade dos programas sociais distorcem os números, ajudando a sustentar a ufanista narrativa oficial.
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